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Comunidade bacteriana do solo associada ao cultivo de palma forrageira sob diferentes manejos químicos

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Comunidade bacteriana do solo associada ao cultivo de palma forrageira sob diferentes manejos 
químicos 
Adijailton Jose de Souza1, Bruno Augusto Phromann Tschoeke1, Francis Henrique Tenório Firmino1, 
Jéssica Rafaella de Sousa Oliveira1, Júlia Kuklinksy-Sobral2, Cesar Auguste Badji3 
1Graduando em Agronomia, UFRPE – UAG. adjailtonjose@hotmail.com 
2Prof. Adjunto IV UFRPE/UAST jksobral@yahoo.com.br 
3Prof. Adjunto IV UFRPE/UAG cabadji@uag.ufrpe.br 
Resumo: Nas condições de semiárido da região nordeste do Brasil a palma forrageira é uma planta que tem uma 
importância significativa na atividade da pecuária nessa região. Sendo largamente cultivada para fins de alimentação 
de bovinos, caprinos e ovinos. O trabalhou objetivou avaliar os efeitos de manejos químicos recomendados da 
cochonilha do carmim sob a microbiota do solo cultivado com palma forrageira. Foram coletadas amostras compostas 
de solo próximo da raiz das plantas de palma, logo em seguida as amostras foram submetidas em solução tampão 
salina (0,85% de NaCl), e mantido sobre agitação durante 40 minutos a uma rotação de 120 rpm, e logo após foram 
inoculados 100μL da suspensão em placas com meio de cultura TSA 10% acrescido, e incubados á 28ºC por 48 
horas. Observou-se que houve uma variação nas unidades formadoras de colônias (UFCs) por grama de solo entre 5,6 
x 108 e 1,7 x 1011 UFC/g. O tratamento que apresentou maior quantidade de unidades formadoras de colônias foi o T4 
(Thiamethoxam), com uma densidade bacteriana de ordem 1,7 x 1011 unidade formadora de colônias por grama de 
solo, já os tratamentos T2 (Thiamethoxam + Lambda-Cialotrina) e T5 (Detergente) foram os que se mostraram com 
uma densidade populacional total inferior ao encontrado no controle, seus respectivos valores, 5,6 x 108, 1,5 x 109 e 
3,2 x 1010 UFC/g, o que indica efeitos negativos destes tratamentos sobre a microbiota do solo cultivado com a palma 
e submetidos a esses produtos. 
Palavras–chave: Ecotoxicologia, microbiota do solo, pesticidas. 
Soil bacterial community associated with spineless cactus under different chemicals management 
Abstract: Under the conditions of semi-arid region of northeastern Brazil spineless cactus is a plant that has a 
significant importance in the activity of livestock in the region. Is widely cultivated for food for cattle, goats and 
sheep. This worked out to evaluate the effects of chemical handlings recommended cochineal carmine under the soil 
microbes cultivated with forage. Composite samples were collected from soil near the plant roots, palm immediately 
after the samples were in phosphate buffered saline (0.85% NaCl) and kept under stirring for 40 minutes at a speed of 
120 rpm, and then after 100mL of suspension were inoculated on plates with culture medium plus 10% TSA, and 
incubated at 28 ° C for 48 hours. It was observed that there was a variation in colony forming units (CFU) per gram 
of soil between 5.6 x 108 and 1.7 x 1011 CFU / g. The treatment with the highest number of colony forming units was 
T4 (Thiamethoxam) with a bacterial density of order 1.7 x 1011 colony forming unit per gram of soil, since the 
treatments T2 (Thiamethoxam + Lambda-Cyhalothrin) and T5 (detergent) were those that showed up with a total 
population density lower than that found in control, their values, 5.6 x 108, 1.5 x 109 and 3.2 x 1010 CFU / g, which 
indicates negative these treatments on soil microbes cultivated with palm and subjected to these products. 
Keywords: Ecotoxicology, soil microbiota, pesticides. 
 
Introdução 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A palma forrageira é uma cactácea de enorme importância na alimentação dos rebanhos no semiárido 
nordestino, sendo as variedades mais cultivadas a “palma miúda” (Nopalea cochenillifera (L.) e a “palma gigante” 
(Opuntia ficus-indica Mill.). Esta última é acometida com o ataque da cochonilha do carmim (Dactylopius opuntiae). 
No Sertão pernambucano, a palma forrageira é reconhecida como um dos principais recursos para a subsistência da 
pecuária no semiárido, uma vez que se desenvolve em condições ecológicas desfavoráveis para outras espécies 
forrageiras (Medeiros et al., 1981). Nos últimos anos, nas cactáceas forrageiras vem ocorrendo um inseto que, com 
pouco tempo de instalado na planta, multiplica-se rapidamente, atingindo status de praga (Arruda Filho & Arruda 
2002). O fato vem se repetindo sucessivamente, ano após ano, em quase todo Nordeste. A praga da palma é uma 
cochonilha, que infesta a planta recobrindo as raquetes, com suas colônias. As formas jovens e adultos sugam a 
planta, causando inicialmente clorose e, em seguida, apodrecimento. Em decorrência desta situação, acontece a queda 
das raquetes até o completo estiolamento da touceira da cactácea. A contínua utilização do controle químico, baseado 
apenas na aplicação de pesticidas, é tecnicamente incorreta, podendo ocasionar desequilíbrios populacionais de 
inimigos naturais da praga e impactos em organismos não alvos da aplicação química. Os efeitos adversos advindos 
do uso abusivo de agroquímicos poderão ser atenuados com a utilização de produtos naturais extraídos de plantas 
e/ou fontes minerais, devida algumas características benéficas relativas à seletividade, e baixa toxicidade. Neste 
contexto, o trabalhou objetivou avaliar os efeitos de manejos químicos recomendados da cochonilha do carmim sob a 
microbiota do solo cultivado com palma forrageira. 
Material e Métodos 
O trabalho foi realizado no município de Paranatama – PE, distante 23,3 km da Unidade Acadêmica de 
Garanhuns/Universidade Federal Rural de Pernambuco, em propriedade particular, contendo plantios de palma 
gigante, altamente infestados pela cochonilha-do-carmim, durante o período de 02/05 a 16/05/2012. Os tratamentos 
foram aplicados em blocos inteiramente casualizado, três blocos com cinco parcelas (T1= Controle; T2 = 
Thiamethoxam + Lambda-Cialotrina, na razão 0,5 mL /L de calda; T3 = Lambda-Cialotrina 0,212 mL /L de calda; T4 
= Thiamethoxam 0,282 g /L de calda; T5 = Detergente 50 mL / L de Calda). Após 15 dias da aplicação, realizou-se a 
coleta de solo, próximo a rizosfera da palma, 4 pontos de coleta por tratamento/bloco, as amostras foram 
encaminhadas ao Laboratório de Genética e Biotecnologia Microbiana, UAG/UFRPE, onde se processou o 
isolamento. O isolamento consistiu da pesagem de 5g de solo, de cada tratamento, acrescido a 20 mL de solução 
tampão Salina (0,85% de NaCl). Manteve-se as amostras sob agitação constante (120 rpm) por 40 minutos. Após esta 
etapa, amostras de 100 μL da suspensão da solução foram inoculadas em placas de Petri com meio de cultura TSA 
(Trypcase Soy Agar) sólido, acrescido de 50μg/mL de Cercobin (Thiophanate Methyl), fungicida sistêmico. As 
placas foram incubadas a 28ºC, durante 48 horas. A população bacteriana por grama de solo (UFC/g) foi estimada 
pela contagem de colônias cultivadas em meio TSA. 
Resultados e Discussão 
A densidade populacional das bactérias do solo da área cultivada com palma forrageira tratada com os 
controles químicos variou. A quantidade de unidades formadoras de colônias (UFCs) por grama de solo oscilou entre 
5,6 x 108 e 1,7 x 1011 UFC/g. O tratamento que apresentou maior quantidade de unidades formadoras de colônias foi 
o T4 (Thiamethoxam), com uma densidade bacteriana de ordem 1,7 x 1011 unidade formadora de colônias por grama 
de solo, já os tratamentos T2 (Thiamethoxam + Lambda-Cialotrina) e T5 (Detergente) foram os que se mostraram 
com uma densidade populacional total inferior ao encontrado no controle, seus respectivos valores foram 5,6 x 108, 
1,5 x 109 e 3,2 x 1010 UFC/g, o que indica efeitos destes tratamentos sobre a microbiota do solo cultivado com a 
palma e submetidos a esses produtos. Enquanto no T3 (Lambda-Cialotrina),a densidade de bactérias foi de 2,0 x 1010 
unidades formadoras de colônias por grama de solo, estando bem próximo ao encontrado no controle. Avaliando os 
 
 
 
 
 
 
 
 
efeitos do inseticida fipronil sobre a comunidade bacteriana do solo associado ao cultivo de cana-de-açúcar, Souza et 
al. (2011), verificaram que concentrações deste inseticida, abaixo e acima da dose recomendada para aplicação em 
campo (200g / ha), não apresentaram diferenças sobre a densidade populacional bacteriana do solo. Os mesmos 
autores sugerem que pode ter ocorrido uma pressão seletiva e selecionado grupos bacterianos específicos, já que 
ocorreu o aumento da densidade populacional com tempo de exposição ao microcosmo, levantado a hipótese de que 
alguns podem ser grupos tolerantes ou que utilizem o fipronil como fonte de carbono. Silva et al. (2009), avaliando a 
taxa respiratória de micro-organismos do solo, observaram que houve um redução na atividade microbiana quando a 
amostra de solo submetida é submetido ao tratamento com detergente. Os resultados encontrados apontam que o 
tratamento com o Thiamethoxam foi que exerceu menos influência na comunidade bacteriana do solo, o que pode 
levar a inferir que esse inseticida está favorecendo um determinado grupo de micro-organismos. Já o detergente e o 
Thiamethoxam + Lambda-Cialotrina se mostraram muito negativos para a comunidade bacteriana do solo, 
possivelmente no caso do inseticida, esse fator deve-se por ele ser de amplo espectro, e não permitir a seleção de 
grupos distintos de micro-organismos. Enquanto que para efeitos do detergente, tem-se a hipótese que esse 
xenobiótico haja diretamente na célula microbiana, fazendo com que o material intracelular extravase pelo processo 
conhecido por lise celular, ocorrido por rompimento da membrana da celular. Porém ainda são necessários estudos 
complementares a fim de avaliar essa interação micro-organismo-solo-xenobióticos. 
Conclusões 
O inseticida Thiamethoxam foi o que menos alterou a comunidade bacteriana do solo. 
O detergente e a mistura Thiamethoxam + Lambda-Cialotrina alteram a dinâmica da comunidade bacteriana do solo. 
Trabalhos mais detalhados tem que ser realizados na avaliação ecotoxicológica dos pesticidas usados no controle das 
pragas da palma forrageira. 
Agradecimentos 
Aos produtores de palma forrageira que disponibilizaram as áreas para o estudo. 
Literatura citada 
ARRUDA FILHO, G. P.; ARRUDA. G. P. Manejo integrado da cochonilha Diaspis echinocacti praga da palma 
forrageira em Brasil. Costa Rica, Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia. 64 p. (Hoja Tecnica, 41). 2002. 
MEDEIROS, A.A.; VASCONCELOS, S.H.L.; BARBOSA, L. Cactáceas; forrageiras para o semi-árido. Natal, 
EMPARN. 28p. (EMPARN, Boletim Técnico, 8). 1981. 
SILVA, C. A. D.; VIANA, E. G. H.; SOUZA FILHO, J. S.; PEREIRA, A. P. A.; ALMEIDA, A. V. D. 
L.;CARNEIRO, E. L.; SILVA FILHO, L. A.; GOMES, L. R.; BADJI, C. A. Impacto de detergente na taxa 
respiratória de microrganismo do solo. In: IX Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão, Recife, 2009. 
SOUZA, A.J. TSCHOEKE, B.A.P., RAMOS, A.P.S., FREIRE, F.J., SOBRAL, J.K. Influência do inseticida fipronil 
sobre a comunidade bacteriana do solo cultivado com cana-de-açúcar em Pernambuco. In: CONGRESSO 
BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 33., Uberlândia,. Anais. Uberlândia, Sociedade Brasileira de Ciências do 
Solo. 2011.

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