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HIPERTENSÃO ARTERIAL MAYCON DE MORAIS SILVA INTERNATO- CLINICA MEDICA 2016 IMPORTÂNCIA A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é considerada uma doença cardiovascular crônica, a mais comum, responsável direta ou indiretamente pela maior parte dos eventos cerebrovasculares, cardíacos e renais da população mundial; preveníveis pelo precoce e adequado tratamento desta doença. DEFINIÇÃO A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não-fatais1-4. HISTÓRICO 1896: RIVA-ROCCA, desenvolvimento da esfigmomanometria 1913: KOROTKOFF, descrição dos sons Percebeu-se que níveis = risco de eventos cardiovasculares 1914: VOLHARD E FAHR: classificação... MALIGNA:levava à morte rapidamente (meses ou poucos anos) BENIGNA: levava à morte progressivamente (10-20 anos) HISTÓRICO DÉCADA DE 40: 1°as tentativas terapêuticas anti HAS, direcionadas à hipertensão maligna. COMPROVOU QUE A DA PRESSÃO ARTERIAL (PA) = SOBREVIDA DOS PACIENTES. Tratamento: Restrição de Sal na dieta. Posteriormente: Simpatectomia, e logo após, 1° drogas anti HAS (tiocinatos, o anti malárico pentaquina, veratrum, pirogênicos) – eficazes, mas com inconvenientes. Hipertensão Benigna: Reserpina, Hidralazina e a Clorotiazida. HISTÓRICO 1967: Veterans Administration Cooperative Study: 1° Grande Trial 563 Pacientes foram randomizados- Placebo x Anti HAS (HCTZ, Reserpina ou Hidralazina. Até o momento: muitos trials se sucederam, usando-se tiazídicos, betabloqueadores, antagonistas canais de Cálcio, inibidores da ECA e antagonistas da angiotensina II. Mostrando significativas prevenção de eventos cardiovasculares e redução da mortalidade. EPIDEMIOLOGIA BRASIL: prevalência de 35% da população adulta. Proporcional à idade: 75% em pessoas com mais de 70 anos Crianças e adolescentes: prevalência crescente, devido a alterações nos hábitos de vida – obesidade, sedentarismo, tipo de alimentação. Negros: mais comum, e mais grave. Por ser assintomática, grande parte da população hipertensa não é diagnosticada até apresentar o primeiro evento cardiovascular. EPIDEMIOLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Fatores de risco Idade Gênero e etnia Excesso de peso e obesidade Ingestão de sal Ingestão de álcool Sedentarismo Fatores socioeconômicos Genética Fatores ambientais Fisiologia e patogênese HIPERTENSÃO PRIMÁRIA: 95% dos casos, causa desconhecida. HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA: 5% dos casos, a causa da hipertensão pode ser conhecida – doença parenquimatosa renal, estenose de artéria renal (mais comuns), e outras (menos comuns). Fisiologia e patogênese AUMENTO DO DÉBITO CARDÍACO OU DA RESISTÊNCIA VASCULAR PERIFÉRICA??? INFLÊNCIA DO DC NA RVP: As principais teorias patogênicas da HAS primária explicam o aumento inicial de PA através do aumento do DC, geralmente por retenção de sal e água pelo organismo. REMODELAMENTO VASCULAR: A PA elevada estimula a liberação de substâncias tróficas locais que promovem a proliferação e o desarranjo celular da parede dos vasos. Com o passar dos anos a RVP vai aumentando, sendo o principal fator de manutenção da HAS. PA= DC x RVP Fisiologia e patogênese RETENÇÃO DE SÓDIO E ÁGUA PELOS RINS Essential Arterial Hypertension. Medicina (Ribeirão Preto) 2013;46(3): 256-72 Fisiologia e patogênese TEORIAS 1- Heterogeneidade de Néfrons 2- Redução do número de Néfrons 3- Não modulação da Angiotensina II Intrarrenal 4- Hiperativação do Sistema Nervoso Simpático 5- Resistência à insulina e Hiperinsulinemia Lesões em orgãos-alvo LESÃO VASCULAR Arterioloscleose hialina Arteriolosclerose hiperplásica Microaneurisma de Charcot-Bouchard http://anatpat.unicamp.br/ Lesões em orgãos-alvo ATEROSCLEROSE – HAS está entre os principais fatores de risco. Confere morbidade e mortalidade à população. É uma doença de parede arterial, acomete mais as artérias de calibres grandes e médios. Consiste na formação na camada íntima da das artérias, de placas contendo um cerne lipídico envolto por uma capa fibrosa- PLACAS DE ATEROMA. A HAS, através do seu efeito lesivo no endotélio e por estimular o remodelamento vascular, aumenta a formação de fatores de fatores de crescimento e citocinas. Ao obstruir parcial ou totalmente o lúmen arterial, determina isquemia, ou evolui para a formação de um trombo oclusivo, levando á síndromes isquêmicas potencialmente fatais (AVEi, IAM, isquemia mesentérica, etc). Lesões em orgãos-alvo Lesões em orgãos-alvo CARDIOPATIA HIPERTENSIVA HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA x CARDIOPATIA DILATADA PRESSÃO VOLUME http://anatpat.unicamp.br/ Lesões em orgãos-alvo DISFUNÇÃO DIATÓLICA DOENÇA CORONARIANA DOENÇA CEREBROVASCULAR: PRINCIPAL CONSEQUENCIA DA HAS Lesões em orgãos-alvo NEFROPATIA HIPERTENSIVA RETINOPATIA HIPERTENSIVA AORTOPATIA E ARTERIOPATIA DE MMII VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão diagnóstico CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PA NO CONSULTÓRIO: média entre duas medidas da PA, em pelo menos duas consultas, com níveis iguais ou maiores que 140 x 90 mmHg. MONITORIZAÇÃO RESIDENCIAL (MRPA): média de várias aferições da pa maiores que 130 x 90 mmHg, feitas corretamente por um aparelho devidamente calibrado. MONITORIZAÇÃO AMBULATORIAL (MAPA): média das aferições automáticas. Durante o período de vigília, com valores maiores que 130 x 85 mmHg; PA de 24 hs com valores maiores que 125 x 75 mmHg e PA no sono com valores maiores que 110 x 70 mmHg. diagnóstico VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão diagnóstico VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão diagnóstico VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão diagnóstico VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão diagnóstico VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão tratamento Diante de um paciente com HAS devemos ter em mente que o objetivo primordial não é apenas baixar seus níveis pressóricos, e sim promover uma redução em seu risco cardiovascular global. Quanto maior o risco cardiovascular; maior o benefício da terapia anti-hipertensiva. Primeiramente, é preciso definir as metas pressóricas, ideal para cada categoria de risco, a fim de nortear cada conduta. TEMA CONTROVERSO NA LITERATURA. tratamento VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão tratamento Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo 2015;25(1): 19-22 tratamento TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO- MODIFICAÇÃO DOS HÁBITOS DE VIDA Restrição Sódica: Dieta hipossódica - grau de recomendação IIb e nível de evidência B. Estilo alimentar: DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension): grau de recomendação I e nível de evidência A. Dieta mediterrânea para hipertensos - grau de recomendação IIa; nível de evidência B. Dieta vegetariana para hipertensos - grau de recomendação IIa; nível de evidência B. Dietas comerciais (da moda) para hipertensos - grau de recomendação III; nível de evidência D. tratamento tratamento Correção da obesidade Moderar o consumo de álcool Parar de fumar Exercício físico regular MODIFICAÇÃO REDUÇÃODA PA SISTÓLICA REDUÇÃODE PESO 5-20mmHg/10kgs DIETADASH 8-14mmHg REDUÇÃO DO SÓDIO 2-8 mmHg ATIVIDADE FÍSICA 4-9 mmHg MODERAÇÃOALCOOL 2,5-4mmHg tratamento DROGAS ANTI-HIPERTENSIVAS Atualmente existem 10 classes de drogas anti-HAS Antes de prescrever, definir se realmente há indicação Optar pela droga que melhor se encaixa no perfil do paciente. tratamento DIURÉTICOS Reduzem a volemia (em torno de 10%): reduz o DC Tiazídicos: ação na reabsorção de NaCl, no túbulo contorcido distal Diuréticos de alça: inibidor do co-transportador Na+K+2Cl-, alça de Henle Poupadores de Potássio: inibem a reabsorção de Na no túbulo coletor tratamento Tiazídicos São os mais indicados para o tratamento crônico da HAS Podem ser indicados para praticamente todos os tipos de hipertensos Efeitos adversos: 4 HIPO 3HIPER HIPOVOLEMIA HIPERGLICEMIA HIPOCALEMIA HIPERLIPIDEMIA HIPONATREMIA HIPERURICEMIA HIPOMAGNESEMIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão tratamento DIURÉTICOS DE ALÇA 4 indicações: 1- na crise hipertensiva, 2-na ICC, 3- IRA com creatinina maior que 2,5 mg/ dL, e 4- presença de edema periférico de causa não cardíaca. Efeitos adversos: semelhantes aos tiazídicos, poré ao invés de diminuir o cálcio na excreção urinária, aumentam. Contraindicado na litíase renal. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão tratamento POUPADORES DE POTÁSSIO Principal função é na associação com tiazídicos, para reverter hipocalemia e a hipomagesemia. NOME DA DROGA DOSE ESPIRONOLACTONA (ALDACTONE)- 2 TOMADAS 25-100 MG/DIA ESPLERENONA (INSPRA)- 1 TOMADA 50-200 MG/DIA AMILORIDA (MODURETIC- ASSOC.) 1 TOMADA 5-10 MG/DIA tratamento BETA BLOQUEADORES: Antagonistas das catecolaminas endógenas nos receptores beta adrenérgicos. Reduzem DC, consequente à inibição do inotropismo e cronotropismo cardíacos São classificados em não seletivos e Beta 1 seletivos. E também em Lipossolúveis e não Lipossoluveis. Indicações: mais eficazes em jovens e brancos, principalmente com a síndrome hipercinética. Pós IAM (B1 seletivos)doença coronariana, enxaqueca, hipertireoidismo tratamento Efeitos adversos: broncoespasmo (principal). Contraindicados em asmáticos, claudicação intermitente, bradiarritmias, overdose de cocaína, etc. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão tratamento Inibidores da ECA: Efeito vasodilatador arterial, e venodilatador, diminuindo o retorno venoso. Reduz os níveis de angiotensina II do plasma. Efeitos benéficos: efeito nefroprotetor, evita efeitos deletérios do remodelamento cardíaco e hipertrofia ventricular, redução da rigidez vascular, entre outros. Indicações: hipertensão renovascular, jovens brancos. Em ICC, isquemia coronariana, nefropatas. tratamento Efeitos adversos: hipotensão da primeira dose, tosse seca, broncoespasmo leve, angioedema, hipercalemia, IRA reversível, etc. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão tratamento ANTAGONISTAS DA ANGIO II: Antagonizam o efeito da angiotensina II nos receptores AT1 Primeira linha para monoterapia da HAS. Mesma indicação dos iECA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão tratamento ANTAGONISTAS DOS CANAIS DE CÁLCIO: Diidropiridinas (vassoseletividade), e não diidropiridinas (cardioseletividade) Excelente ação em idosos, e negros. Efeitos adversos: cefaleia, rubor facial, edema. Nifedipina é contraindicada em angina, IAM e no AVE. Verapamil em disfunção ventricular sistólica moderada a grave, diltiazem na insuficiência cardíaca sistólica clinicamente manifesta. tratamento VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão tratamento ALFA BLOQUEADORES: são usados somente em associação. Inibe o tônus da musculatura arterial e venosa. Reduz a RVP, pela vasodilatação arterial, e do retorno venoso, pela venodilatação. Reduzem o LDL-colesterol e os triglicerídeos. Efeitos adversos: hipotensão postural. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão tratamento INIBIDORES ADRENERGICOS PERIFERICOS: Concentra-se nos terminais sinápticos, inibindo o transporte de noradrenalina para os seus grânulos de estoque. Reduzem progressivamente a noradrenalina neuronal periférica. Levando a um efeito vasodilatador periférico. Efeitos adversos: humor levemente deprimido ou depressão franca, obstrução nasal e aumento da secreção gástrica. RESERPINA (RESERPINA) – 0,05- 0,025 mg/dia (1 tomada) tratamento ALFA-2 AGONISTAS CENTRAIS E IMIDAZOLÍNICOS Reduzem DC e RVP por diminuição da noradrenalina nas fendas sinápticas. Uso clínico: não é primeira linha, mas é a droga de escolha na pré-eclampsia (alfametildopa) Efeitos adversos: sedação, boca seca, hipotensão postural e edema. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão tratamento VASODILATADORES ARTERIAIS DIRETOS Hidralazina (apresolina) 25 – 100 mg/dia (2 tomadas) Minoxidil (Loniten): 2,5- 80 mg/dia (1-2 tomadas) BLOQUEADORES DE RENINA Anti HAS mais recentes do mercado Alisquireno (Rasilex) 150-300mg/ dia (1 tomada) tratamento Principios gerais da terapia anti-hipertensiva Cobertura farmacológica deve durar no mínimo 24 hs É dada preferencia as drogas de ação longa ou de liberação lenta Se possível, devem ser tomados pela manha, para evitar pico matinal A dose deve ser a mais baixa possível Levar em consideração o custo do medicamento tratamento ESCOLHA DOS FÁRMACOS PRIMEIRA LINHA Diuréticos tiazídicos Betabloqueadores VIII Joint retira da lista Inibidores da ECA Antagonistas da angiotensina II Antagonitas dos canais de cálcio População negra = tiazídicos e ant, canais de cálcio Idade=>18 anos e doença renal crônica = iniciar com iECA ou BRA Reavaliação em 1 mês tratamento VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão referencias Braunwald, Eugene. Tratado de medicina cardiovascular. 6.ed. São Paulo: roca, 2006. v.1 e v. 2 Diretrizes Brasileiras de Hipertensão VI. Arq Bras Cardiol. 2010 Jul;95(1 Suppl):1-51 Fernando N. The value of arterial pressure for diagnosis and targets: critical analysis of the most recent guidelines . Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo 2015;25(1): 19-22 Fernando N , Eduardo BC , Paulo CL , Tufik JMG. Essential Arterial Hypertension. Medicina (Ribeirão Preto) 2013;46(3): 256-72 GOLDMAN, Lee; AUSIELLO, Dennis; SODRÉ, Adriana Pittella. Cecil medicina:. 23. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. James PA, Oparil S, Carter BL, Cushman WC, Dennison- -Himmelfarb C, Handler J, Lackland DT, et al. 2014 Evidence- -Based Guideline for the Management of High Blood Pressure in Adults: Report From the Panel Members Appointed to the Eighth Joint National Committee (JNC 8) JAMA. 2014;311(5):507-20.
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