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MÁQUINAS TÉRMICAS II 2 ª AULA GERADORES DE VAPOR INTRODUÇÃO: Entre os fluidos empregados como veículo para transporte de energia térmica para fins industriais e motores, o vapor de água é o mais importante deles devido as suas características e ao fato de ser, a água um líquido em abundancia na natureza. O Gerador de Vapor ou Caldeira é portanto, basicamente, um trocador com equipamentos complementares contendo associado: • Sistema de Alimentação, • Sistema de Combustão e Tiragem, • Controles. Sua aplicação abrange a quase totalidade das industrias cuja produção depende diretamente de seu bom funcionamento. Execução de croqui de uma unidade geradora de vapor Componentes: Equipamentos complementares (componentes clássicos) Caldeira Economizador Superaquecedor Pré-aquecedor Fornalha Chaminé Canais dos Gases (Croqui e definições em destaque em sala de aula com ditado) TIPOS PRINCIPAIS DE GERADORES DE VAPOR CALDEIRAS FUMOTUBULARES OU FLAMOTUBULARES CALDEIRAS AQUATUBULARES CALDEIRAS FLAMOTUBULARES Classificação Existem vários métodos de classificação das caldeiras flamotubulares (segundo o uso, a capacidade, a pressão, a posição da fornalha, a posição dos tubos, os tamanhos, etc.). Adotaremos aqui dividi-las em: Horizontais · Com fornalha externa · Multitubulares · Com fornalha interna · Com uma tubulação central (Cornovaglia) · Com duas tubulações (Lancashire) · Locomotivas e Locomóveis · Escocesas ou compactas (mais importante) · Marítimas ou compactas Verticais · Com fornalha externa · Com fornalha interna VISTAS EM CORTE TRANSVERSAL DE CALDEIRAS HORIZONTAIS TIPO CORNUÁLIA E LANCASTER (LANCASHIRE). EM DESUZO Consta de um cilindro colocado inteiramente no sentido horizontal, ligando a fornalha até o local de saída dos gases. Seu funcionamento é simples, apresenta baixo rendimento e sua pressão não ultrapassa 10 Kg/cm2 . Estes tipos de caldeiras são chamados de tubo-de-fogo-direto; porque os gases percorrem os tubos da caldeira uma única vez. CALDEIRA FLAMOTUBULAR (MULTITUBULAR) Modelo: ATA H3 22, ano de fabricação: 1989, produção: 4.800 kg/h-vapor saturado, PMTP 10,55 Kgf/cm², combustível Óleo BPF. Caldeira ATA – Modelo: H3N – Ano de Fabricação: 1991 Produção 500 Kg por hora vapor saturado Vista interna traseira: Fornalha (tubo central), três passagens dos gases Placa de identificação do Gerador de Vapor Vista do Painel de Controle Caldeira Flamotubular Escocesa É o tipo mais moderno e evoluído de caldeiras flamotubulares. Possui controle eletrônico de segurança e funcionamento automático. A caldeira consta de um corpo cilíndrico que contém um tubulão sobre o qual existe um conjunto de tubos de pequeno diâmetro. As unidades compactas alcançam elevado rendimento térmico, garantindo 83%. São construídas até a máxima produção de 10.000 Kgv/h a uma pressão máxima de 18 kgf/m². Sua vaporização específica atinge valores da ordem de 30 a 34 kgv/cm², dependendo da perda de carga oferecida pelo circuito. Os gases circulam com velocidade, de 20 a 25 m/s, permitindo a obtenção de elevado índice de transmissão de calor. A perda por radiação é muito baixa, não ultrapassando 1%. É o tipo mais moderno e evoluído de caldeiras flamotubulares. Possui controle eletrônico de segurança e funcionamento automático. A caldeira consta de um corpo cilíndrico que contém um tubulão sobre o qual existe um conjunto de tubos de pequeno diâmetro. As unidades compactas alcançam elevado rendimento térmico, garantindo 83%. São construídas até a máxima produção de 10.000 Kgv/h a uma pressão máxima de 18 kgf/cm². Sua vaporização específica atinge valores da ordem de 30 a 34 kgv/m², dependendo da perda de carga oferecida pelo circuito. Os gases circulam com velocidade, de 20 a 25 m/s, permitindo a obtenção de elevado índice de transmissão de calor. A perda por radiação é muito baixa, não ultrapassando 1%. FLUXO DE GÁS EM CALDEIRAS ESCOCESA CALDEIRAS FLAMOTUBULARES VERTICAIS · Com fornalha externa · Com fornalha interna Caldeira Flamotubular Vertical É do tipo monobloco, constituída por um corpo cilíndrico fechado nas extremidades por placas planas chamadas espelhos. São várias as suas aplicações por ser facilmente transportada e pelo pequeno espaço que ocupa, exigindo pequenas fundações. Apresenta, porém, baixa capacidade e baixo rendimento térmico. São construídas de 2 até 30 (m2), com pressão máxima de 10 (kgf/cm2), sendo sua capacidade específica de 15 a 16 kg de vapor por m2 de superfície de aquecimento. Apresenta a vantagem de possuir seu interior bastante acessível para a limpeza, fornecendo um maior rendimento no tipo de fornalha interna. as caldeiras verticais de fornalha externa são aplicadas principalmente quando é usado combustível de baixo PCI (bagaço de cana, casca de laranja, madeira, carvão, etc.) DESCRIÇÃO 1. Cinzeiro..................... - 2. Bomba de água 3. Grelha plana............. - 4. Registro de purga 5. Parede interna...........- 6. Fornalha imersa 7. Casco cilíndrico 8. Isolamento térmico (lã de rocha) 9. Tampa de inspeção 10. Tubos de gases 11. Válvula de segurança com alavanca 12. Coletor de fuligem 13. Chaminé................- 14. Duto de gases 15. Defletor de gases...- 16. Coletor de gases 17. Tampas de limpeza 18. Manômetro com sifão 19. Válvula principal de vapor 20. Espelho superior....... - 21. Visor de nível 22. Placa de identificação 23. Registro de alimentação de água 24. Válvula de retenção 25. Registro de vapor 26. Injetor de água a vapor 27. Espelho inferior......28. Câmara de água 29. Tampa de carga....- 30. Peneira de sucção 31. Porta do cinzeiro (regulador de ar) CALDEIRA FLAMOTUBULAR TIPO VERTICAL COM FORNALHA INTERNA DESENHO ESQUEMÁTICO DE UMA CALDEIRA VERTICAL COM SEUS INDICATIVOS BÁSICOS. Somente foi possível a obtenção de maiores produções de vapor, a pressões elevadas e altas temperaturas com o aparecimento das caldeiras aquotubulares (tubos de água). O fato dos tubulões estarem situados fora dos corpos das caldeiras, a eles se unindo para constituírem um feixe tubular de água que compõe a parte principal de absorção de calor, permite a obtenção de grandes superfícies de aquecimento. A figura lateral representa uma seção transversal de feixe aquotubular unindo dois tambores, no interior dos tubos circula a água e por fora os gases quentes através do caminho formado pela alvenaria e chicanas internas. Vapor nível de água tubulão de vapor tubulão de lama descarga CALDEIRAS AQUOTUBULARES Nestas caldeiras os tubos são interligados externamente aos tubulões por mandrilhamento ou solda constituindo com os mesmos o próprio corpo da caldeira: A água é vaporizada nos tubos que constituem a parede mais interna. Recebendo calor primeiro, vaporiza e sobe até o tambor superior, dando lugar à nova quantidade de água fria que será vaporizada e assim sucessivamente. Esse tipo de circulação de água, provocada apenas pela diferença de peso específico entre a água ascendente e descendente, é característica das chamadas caldeiras com circulação natural. A produção de vapor nestes tipos de caldeiras pode atingir capacidades de 600 até 750 tv/h com pressões de 150 a 200 kgf/cm2, temperaturas de 450oc - 500oC existindo unidades com pressões críticas (226 atm) e supercríticas (350 kgf/cm2). Quanto mais baixo for a temperatura dos gases a saída da caldeira melhor o seu rendimento térmico, entretanto esta temperatura não deve ser abaixada aquém de certos limites,devido ao risco de corrosão causado pelo enxofre existente no combustível dando origem a compostos como SO2 E SO3. Este limite geralmente situa-se em torno de 180oC; abaixo deste valor pode haver condensação do vapor de água dos gases e formação de ácido sulfúrico que ataca violentamente as partes metálicas. O economizador e pré-aquecedor de ar e a chaminé são os elementos mais afetados por este tipo de corrosão. O campo de aplicação dos aquatubulares situa-se acima dos limites estabelecidos para as caldeiras flamotubulares, ou seja produção de vapor maior que 20.000kg por hora de vapor ou pressão de trabalho superior a 21kgf por cm2. A flexibilidade permitida pelo arranjo dos tubos que constituem os feixes ou parede d’água possibilitam uma vasta variedade de tipos construtivos conforme veremos na classificação a seguir: - caldeiras aquotubulares de tubos retos, podendo, os tambores estarem colocados no sentido longitudinal ou transversal. CALDEIRA DE TUBOS RETOS E TAMBOR LONGITUDINAL CALDEIRA DE TUBOS RETOS E TAMBOR TRANSVERSAL CALDEIRAS AQUOTUBULARES DE TUBOS CURVOS Partindo deste modelo, foram projetadas novas caldeiras. Com o objetivo de se aproveitar melhor o calor irradiado na fornalha, reduziu-se o número e o diâmetro dos tubos, e acresceu-se uma parede de água em volta da fornalha o que serviu como meio de proteção ao refratário da mesma, diminuição da caldeira, eliminação total dos refratários de alta qualidade e vaporização mais rápida. Caldeira com três tambores superiores e um inferior, existindo modelos com dois tambores inferiores. Caldeira com dois tambores transversais e parede de água FOTOS DE UM SUPERAQUECEDOR E UM ECONOMIZADOR CARACTERÍSTICAS Estas caldeiras podem ser fabricadas para produção de vapor saturado ou superaquecido nas mais diversas capacidades. Dependendo do modelo e tamanho, são montadas com economizador e preaquecedor de ar, - sendo este ultimo equipamento o mais usado. Podem ser constituídas para queimar qualquer tipo de combustível, sólido, líquido ou gás. As unidades compactas são pré-montadas parcial ou totalmente nas fábricas e suas capacidades limitadas pelos gabaritos das estradas, atingem até cerca de 45 toneladas por hora. Os modelos para combustíveis que necessitam de fornalhas muito amplas, como bagaço de cana, cavacos de madeira etc., possuem uma parte de alvenaria muito grande e são montadas no local de operação. As unidades de grande porte são também transportadas por partes e montadas no campo. A taxa de evaporação varia muito conforme suas características desde 25kg por m2 hora – caldeira para queima de bagaço – até 80 kg por m2 hora para óleo combustível. Existem entretanto, caldeiras com taxa de evaporação superior a 100kg de vapor por m2 hora. O rendimento térmico pode sofrer uma alteração razoável até na mesma caldeira conforme o combustível usado. Na descrição abaixo verifica-se uma comparação de rendimentos em uma mesma caldeira usando diversos combustíveis. Características da caldeira: Capacidade de produção de vapor: 27.000kg por hora Pressão de trabalho: 30kgf por cm2. Combustível Rendimento Óleo 83% Gás 80% Cavaco de madeira 75% Bagaço de cana 65% O emprego de pré-aquecedores de ar nestas caldeiras permite um acréscimo no seu rendimento da ordem de 5%. Caldeiras mistas A necessidade de utilização de combustíveis sólidos para caldeiras de pequena capacidade fez surgir uma solução híbrida que são as caldeiras mistas. Basicamente são caldeiras flamotubulares com uma antecâmara de combustão com paredes revestidas de tubos de água. Na antecâmara se dá a combustão de sólidos através de grelhas de diversos tipos possibilitando assim o espaço necessário para os maiores volumes da câmara de combustão necessários a combustão de sólidos, principalmente em grandes tamanhos, tais como lenha em toras, cavacos, etc, além da possibilidade de retirada de cinzas por baixo das grelhas (o cinzeiro). As caldeiras mistas não reunem todas as vantagens da aquatubular, como a segurança, maior eficiência térmica, etc., porém, é uma solução prática e eficiente quando se tem disponibilidade de combustível sólido a baixo custo. Tem ainda a possibilidade de queimar combustível líquido ou gasoso, com a instalação de queimadores apropriados. O rendimento térmico destas caldeiras são menores que as flamotubulares, devido a perda de calor pela antecâmara. Dificilmente as paredes frontais e traseira são revestidas de tubos, devido a dificuldade construtiva pelo pequeno tamanho da caldeira. CALDEIRA FLAMOTUBULAR COM ANTE-FORNALHA DE PAREDES DE ÁGUA Combustor Saída Dos gases Cinzeiro LEGENDA INDICATIVA
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