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RAWLS

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RAWLS
UMA TEORIA ÉTICO-POLÍTICA DA JUSTIÇA
COMPONENTES: Deonise Irgang, Janine Schwede, Juliana de Lima, Karine Arnemann, Kelly Follmer, Lídia Ritter.
John Rawls (1921-2002) 
OS PRESSUPOSTOS 
ÉTICOS -EPISTEMOLÓGICOS 
 DO LIBERALISMO DE RAWLS
John Rawls nasceu em 21 de fevereiro de 1921, falecendo em 24 de novembro de 2002.
Foi um professor de Filosofia Política na Universidade de Harvard.
Autor de Uma Teoria da Justiça, Liberalismo Político e O Direito dos Povos.
John Rawls formula uma teoria fundamentada na tradição liberal que parte de, pelo menos, dois pressupostos relacionados:
uma ética deontológica de origem kantiana, segundo a qual o sujeito moral, através da razão prática, escolhe livremente seguir a lei moral;
uma epistemologia relativista que, nos moldes cartesianos, concebe o objeto de conhecimento a partir do sujeito cognoscente;
No plano epistemológico, portanto, a visão compartilhada por Rawls, implica numa dissociação entre fato e valor, vez que o valor-verdade não está mais no mundo, mas sim no processo racional interno ao sujeito cognoscente.
O Liberalismo de Rawls é político, não metafísico, porque procura prescindir da noção de um sujeito fundante, o qual é substituído pela posição original que, após forjar os princípios da justiça, deixa a escolha dos fins à vontade de cada um.
OS PRINCIPAIS CONCEITOS DA TEORIA DA JUSTIÇA
 Igualdade de todos os cidadãos
Objetivo: despertar em todos vontade de contribuir para com a organização social mais justa, capaz de estabelecer relações democráticas mais consistentes, respaldadas e sustentadas por instituições seguras e bem- estruturadas
Caráter prioritário nas relações entre as pessoas, qualificando o cidadão como sujeito de direitos
 JUSTIÇA SOCIAL: As instituições são justas quando, têm por fundamento os princípios morais e não fazem nenhuma distinção arbitrária entre as pessoas na fixação de direitos e deveres individuais.
A JUSTIÇA COMO EQUIDADE
 
Primeiro Princípio: 
Cada pessoa tem direito igual a um sistema plenamente adequado de liberdade para todos
“Cada pessoa deve ter um direito igual ao mais abrangente sistema de liberdades básicas iguais que seja compatível com um sistema semelhante de liberdades para as outras”
Segundo Princípio: 
Posições abertas para todos, em condições de uma equitativa igualdade de chances e oportunidades
“As desigualdades sociais e econômicas devem ser ordenadas de tal modo que sejam ao mesmo tempo consideradas como vantajosas para todos dentro dos limites do razoável, e vinculadas a posições e cargos acessíveis a todos”
As chances devem redundar no maior benefício possível aos membros menos privilegiados da sociedade 
“A estrutura básica deve permitir desigualdades organizacionais e econômicas, desde que estas melhorem a situação de todos, inclusive a dos menos privilegiados, e desde que sejam compatíveis com a liberdade igual e a igualdade de oportunidade”
IDEALISMO
X
CONTRATUALISMO
O idealismo político está presente no uso de esquemas de pensamento (ou modo de raciocinar), pelos quais uma teoria da justiça torna-se ‘ideal’ ao elaborar “princípios morais que caracterizam uma sociedade bem ordenada num contexto favorável. Além de apresentar-se como um ideal regulador, o idealismo da teoria da justiça de Rawls está presente, também, na afirmação de que uma concepção política da justiça deve ser autônoma, enquanto filosofia política, de um regime constitucional.
O contratualismo de Ralws remete à questão da cooperação social e da unidade da sociedade. Invocar princípios morais prévios, sem recorrer à prioridade da ideia de um bem comunitário. São essas questões e outras que tornam o debate entre o chamado individualismo liberal de Rawls (fundamentado na concepção política de pessoa) e a filosofia dos comunitaristas (baseados no enraizamento comunitário do indivíduo). Esse debate acaba repondo, numa perspectiva contemporânea, a velha tensão entre o indivíduo como “zoon politikon”, membro da comunidade política, e o indivíduo como sujeito portador de direitos, na defesa da sua liberdade individual.
INTERPRETAÇÃO KANTIANA
 NA TEORIA DE RAWLS
TEORIAKANT
TEORIARAWLS
Reivindica uma validez como doutrina abrangente moral.
Visa estabelecer um consenso mínimo necessário fundado em princípios políticos.
Autonomia Moral.
Autonomia Política.
Uma apologia da racionalidade.
Desvela o fundamento público da justificação em questões de justiça política.
“Uma vez adotados e observados os princípios, cada indivíduo é livre para seguir o objetivo que bem desejar”.
A POSIÇÃO ORIGINAL
Para que a justiça seja viável (ou razoável), Rawls recorre ao artifício de uma “posição original” de igualdade das partes. Trata-se de um recurso hipotético semelhante “ao estado de natureza na teoria tradicional do contrato social”.
Os princípios definidos por Rawls como norteadores do processo institucional de distribuição de bens primários e públicos em uma sociedade democrática são dados a conhecer ao sujeito representativo no momento em que este se pergunta, já em meio ao processo que o responsabiliza por escolher princípios que não violem os ideais da igualdade, da liberdade e da fraternidade (equidade no pensamento de Rawls)
Estado da Natureza e Contrato Social
Ralws assume a ideia do contrato de Hobbes e Locke:
	
No Leviatã, Hobbes escreveu que "não haveria maneira de ser empreendedor, pois o fruto do trabalho seria incerto (...). Para escapar ao estado de natureza as pessoas têm, pois, de concordar no estabelecimento de regras (normas) para governar as suas relações, e têm de concordar no estabelecimento de um intermediário – o Estado – com o poder necessário para aplicar estas regras. Segundo Hobbes, tal acordo existe de fato, e torna a vida possível em sociedade. A este acordo, do qual cada cidadão é parte, chama-se contrato social (…). 
	
No estado de natureza é cada um por si. Aí, seria estúpido alguém adotar a política de “cooperar com os outros”, porque só se poderia fazer isso à custa de colocar permanentemente os seus próprios interesses em risco. Mas, em sociedade, o altruísmo torna-se possível. Ao libertar-nos do “medo contínuo de uma morte violenta”, o contrato social liberta-nos para cuidar dos outros.» In: James Rachels, Elementos de Filosofia moral, Lisboa, Edições Gradiva, 2004, p. 204-208.
Para Rawls sem a ideia do contrato não há como definir a sociedade em seu modelo.
Na “posição original”, os princípios de justiça são escolhidos sob um “véu de ignorância”. Sob o véu da ignorância, os parceiros são realmente considerados como cidadãos da sociedade. Eles devem ignorar o seu lugar nesta mesma sociedade, sua posição e estatuto social e o que será reservado a cada um na repartição dos bens e cargos. Enfim, ignora-se o contexto social e particular de cada pessoa, abstraindo-se o aspecto psicológico e histórico dos indivíduos. 
O objetivo dessa idealidade do sujeito, no “véu de ignorância,” é impedir a constituição de interesses e vantagens pessoais, razão pela qual as circunstâncias particulares são abstraídas, uma vez que os princípios de justiça são análogos aos imperativos categóricos no sentido kantiano. Uma das regras de Immanuel Kant é: "Age sempre de maneira a tratares a humanidade em ti e nos outros sempre ao mesmo tempo como um fim e jamais como um simples meio"
Teoria da Justiça e Igualdade na Posição Original
Se todos os cidadãos estão representados segundo uma justa (fair) igualdade na situação original, todos receberão a mesma proteção dos princípios de justiça. Assim, a expressão “justiça como equidade” refere-se a princípios extraídos de um acordo realizado numa situação inicial, ela mesma considerada justa
 	Rawls define essa justiça qualificando-a de procedimental , isto é um procedimento correto e equitativo que determina se um resultado será igualmente correto ou equitativo, qualquer que seja o conteúdo do contrato social a ser realizado, desde que o procedimento
tenha sido corretamente aplicado.
São da personalidade moral considerados por Rawls fundamentais para exigência de justiça:
1-capacidade para imaginar um projeto racional de vida, concebê-lo como um bem a ser alcançado;
2-capacidade de distinguir o que é bom e o que não é bom para realizar esse plano racional de vida;
3-capacidade para executá-lo levando em conta que também os demais desejam fazer o mesmo em relação ao seus próprios planos;
4-capacidade para reivindicar direitos e para ajudar a constituir novos espaços de liberdade (novos direitos);
5-capacidade para representar e se fazer representar no espaço politico publico, os sujeitos e sujeitos de direitos.
Significado de equidade como justa igualdade de chances
A justa igualdade de chances significa exigência de uma distribuição mais igualitária dos recursos de que dispõe uma sociedade, complementando a unilateralidade da análise liberal da liberdade por uma concepção democrática
A finalidade da teoria da justiça como equidade
Procurando tematizar os princípios de justiça a partir de uma concepção política de pessoa e das liberdade básicas que as sociedades democráticas modernas historicamente universalizaram, a obra de Rawls intenta mostrar que o fim da teoria da justiça como equidade é elaborar uma concepção da justiça política e social em harmonia com “as convicções e as tradições enraizadas em um Estado democrático moderno”. 
O modelo equitativo de justiça faz renascer nas democracias o debate sobre os três princípios colocados como bandeira de luta pela burguesia francesa a 210 anos: liberdade, igualdade e fraternidade.
 Para Ralws fraternidade esta contemplada na equidade de justiça, porem é necessário a aplicação de dois outros princípios, e a superação do conflito entre liberdade e igualdade através da justiça.

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