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2 O SUPERENDIVIDAMENTO DO CONSUMIDOR

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O SUPERENDIVIDAMENTO DO CONSUMIDOR
Autor (es): Ana Letícia Vieira Estamer Höfler; Dariana Wollz Fontana; Eddy Clebber Dalssoto.
e-mail: anahofler@gmail.com
Palavras-chave: Superendividamento. Consumidor. Prevenção. Crédito. Educação Financeira.
Introdução 
O presente trabalho consiste em expor o fenômeno jurídico denominado superendividamento dos consumidores, o qual é caracterizado pela impossibilidade desses em saldar as dívidas que possuem com os ganhos provenientes de seu trabalho, sem interferir na sua subsistência. 
Hodiernamente vivemos em um mundo denominado “mundo da velocidade”, onde se tem pressa em relação a tudo, o que leva os indivíduos a buscarem o prazer espontâneo e imediato. Associando as facilidades de crédito e a influência da mídia, acabam consumindo sem ao menos analisar a real necessidade do bem e suas condições financeiras para a aquisição deste, gerando o superendividamento.
A Lei 8078 de 1990 (Código de Defesa do Consumidor) a qual visa a proteção aos direitos do consumidor, partindo do pressuposto de que o consumidor é tido como parte hipossuficiente da relação, é omisso em relação a situação do superendividamento; devido a isso o Projeto de Lei do Senado 283 de 2012, aprovado recentemente no Senado, estando pendente o restante do processo legislativo pertinente, além de definir esse fenômeno, visa regulamentar a situação desses indivíduos, assim como dispor a respeito de mecanismos de prevenção e tratamento.
Objetivos 
Explanar a respeito das causas e consequências do fenômeno jurídico do superendividamento, apresentar mecanismos da sua prevenção e possível tratamento; assim como conhecer o conteúdo e a aplicabilidade do Projeto de Lei 283 de 2012 na Lei 8078 de 1990, (Código de Defesa do Consumidor) 
Materiais e Métodos 
No presente trabalho se optou por uma revisão literária, levando em consideração os autores mais relevantes e os principais periódicos e artigos publicados a respeito do assunto supramencionado.
Resultados e discussão 
O fenômeno jurídico do superendividamento consiste em uma situação em que o consumidor se encontra em um estado que não consegue pagar as suas contas, mesmo que não tenha outros gastos e toda a sua renda mensal seja destinada a pagar as dívidas, sendo que esta condição é exclusiva de pessoa física.
A professora Cláudia Lima Marques, define o superendividamento como a situação em que o devedor pessoa física, consumidor, leigo e de boa-fé, está impossibilitado de pagar todas as suas dividas atuais e futuras de consumo, sendo excluídas dividas como o fisco.
Segundo Maria Manuel Leitão Marques, há dois tipos de superendividamentos: o superendividamento passivo, o qual consiste nos indivíduos que estão nessa situação devido às condições alheias a sua vontade, fatores externos denominados “acidentes da vida”, como desemprego ou doenças; e o superendividamento ativo, o qual consiste nos indivíduos que se encontram nessa situação, pois agiram induzidos pelo marketing e por impulso visando acompanhar as tendências, consumindo além do seu orçamento.
As causas desse fenômeno jurídico são diversas, sendo que a falta de educação financeira é um dos mais relevantes fatores, sendo vista como a chave da prevenção do superendividamento. Por isso, esta deveria se iniciar desde o âmbito escolar, associando à qualidade de vida dos indivíduos diretamente com as suas decisões financeiras, equilibrando dois sistemas fundamentais – a razão e a emoção – onde, no mundo atual, o “mundo da velocidade”, a razão está comprometida, sendo observada somente a emoção pelos indivíduos em busca do prazer imediato.
O Projeto de Lei do Senado 283 de 2012, relativo ao crédito e ao superendividamento tem o intuito de prevenir o superendividamento do consumidor, promover o acesso ao crédito responsável e à educação financeira deste, além disso, estabelecer mecanismos de prevenção e tratamento desse fenômeno. Define-o como “o comprometimento de mais de trinta por cento da renda liquida mensal do consumidor com o pagamento de suas dividas não profissionais, exigíveis e vincendas, excluindo o financiamento para a aquisição de casa para a moradia, e desde que inexistentes bens livres e suficientes para a liquidação total do passivo”.
Segundo o diretor executivo da Fundação do PROCON-SP, Paulo Arthur Góes, esse projeto de lei representa um avanço na legislação consumerista, visando garantir a preservação do mínimo existencial, o qual é entendido como a quantia mínima destinada as necessidades básicas de um indivíduo e a dignidade humana deste.
Conclusões 
Devido ao mundo atual, também conhecido como “mundo da velocidade”, onde as pessoas tem pressa para absolutamente tudo, o consumo é desenfreado e irracional, em busca de prazeres, sendo dessa forma a emoção priorizada, levando os indivíduos a muitas vezes não utilizarem a razão para consumir, acarretando no superendividamento.
A falta de educação financeira, a qual é tida como uma das principais causas desse fenômeno, dessa forma a educação financeira é vista como um ponto chave para a solução seria uma das mais eficazes soluções que pode e deve ser exercida por todos de forma continua; o Projeto de Lei do Senado 283 de 2012 traz consigo o intuito de regulamentar a situação dos superendividados, assim como a prevenção para este fenômeno.
Referências 
ANDRÉ PERIN SCHMIDT NETO. SUPERENDIVIDAMENTO DO CONSUMIDOR: CONCEITO, PRESSUPOSTOS E CLASSIFICAÇÃO. Revista SJRJ, Rio de Janeiro, n.26, p.167-184, 2009. Disponível em < www4.jfrj.jus.br/seer/index.php/revista_sjrj/article/view/36/34> Acesso em 06 out 2015
GÓES, Paulo Arthur. PL 283 – SUPERENDIVIDAMENTO: ORGANIZAÇÕES DE DEFESA DO CONSUMIDOR PEDEM APROVAÇÃO. Disponível em < http://www.procon.sp.gov.br/noticia.asp?id=3887> Acessado em 06 out 2015
JESSICA POSSAMAI; TOBIAS DAMIÃO CORREA; FABIANA FACHINETTO. O SUPERENDIVIDAMENTO E A EDUCAÇÃO FINANCEIRA. Disponível em:< HTTPS://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/salaoconhecimento/article/viewFile/4806/4003>. Acesso em 05 de out 2015
OLIVEIRA JÚNIOR, Gidelzo Fontes de. O atual fenômeno jurídico brasileiro do superendividamento. Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVI, n. 116, set 2013. Disponível em:<http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13641&revista_caderno=10>. Acesso em 05 out 2015.
MARQUES, Cláudia Lima. Sugestões para uma Lei sobre o Tratamento do Superendividamento de Pessoas Físicas em Contratos de Créditos de Consumo: proposições com base em pesquisa empírica de 100 casos no Rio Grande do Sul. In: MARQUES, Cláudia Lima; CAVALLAZZI, Rosangela Lunardelli (coord.). Direitos do Consumidor endividado: superendividamento e crédito. São Paulo: RT, 2006.
MARQUES, Maria Manuel Leitão et al; O endividamento dos consumidores. Coimbra: Almedina 2000.

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