Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Direito Penal IOB_direito_penal.indd 1 01/04/2011 18:37:02 O Instituto IOB nasce a partir da experiência de mais de 40 anos da IOB no desenvolvimento de conteúdos, serviços de consultoria e cursos de excelência. Através do Instituto IOB é possível acesso à diversos cursos por meio de ambientes de aprendizado estruturados por diferentes tecnologias. As obras que compõem os cursos preparatórios do Instituto foram desenvolvidas com o objetivo de sintetizar os principais pontos destacados nas videoaulas. institutoiob.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) ... Nome do livro / [Obra organizada pelo Instituto IOB] - São Paulo: Editora IOB, 2011. Bibliografia. ISBN 978-85-63625-94-6... Informamos que é de interira responsabilidade do autor a emissão dos conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização do Instituto IOB. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei n• 9610/98 e punido pelo art. 184 do Código Penal. IOB_direito_penal.indd 2 01/04/2011 18:37:02 Sumário Capítulo 1 – Princípios Penais Fundamentais e o Garantismo Penal, 18 1. Introdução. Princípios relacionados ao Direito Penal: Princípio da Exclusiva Proteção de Bens Jurídicos; Princípio da Intervenção Mínima; Princípio da Adequação Social, 18 1.1 Apresentação, 18 1.2 Síntese, 19 2. Princípios Relacionados ao Direito Penal: Princípio da Insignificância, 20 2.1 Apresentação, 20 2.2 Síntese, 20 3. Teoria do Garantismo Penal – Luigi Ferrajoli, 22 3.1 Apresentação, 22 3.2 Síntese, 23 4. Princípios Relacionados ao Fato: Princípio da Materialização do Fato; Princípio da Ofensividade (Crimes de Perigo Abstrato), 25 4.1 Apresentação, 25 4.2 Síntese, 25 IOB_direito_penal.indd 3 01/04/2011 18:37:02 5. Princípios Relacionados ao Fato: Princípios Relacionados ao Fato: Princípio da Ofensividade (Crimes de Perigo Concreto), 27 5.1 Apresentação, 27 5.2 Síntese, 27 6. Princípios Relacionados ao Fato: Princípio da Legalidade (Lex Praevia - Princípio da Anterioridade Penal; Lex Scripta- Inadmissibilidade dos Costumes), 28 6.1 Apresentação, 28 6.2 Síntese, 29 7. Princípios Relacionados ao Fato: Princípio da Legalidade (Analogia, Interpretação Analógica e Interpretação Extensiva), 30 7.1 Apresentação, 30 7.2 Síntese, 30 8. Princípios Relacionados ao Fato: Princípio da Legalidade (Analogia, Interpretação Analógica e Interpretação Extensiva), 31 8.1 Apresentação, 31 8.2 Síntese, 31 9. Princípios Relacionados com o Agente: Princípio da Responsabilidade Pessoal; Princípio da Responsabilidade Subjetiva; Princípio da Culpabilidade; Princípio da Isonomia ou Igualdade, 32 9.1 Apresentação, 32 9.2 Síntese, 32 10. Princípios Penais Fundamentais Relacionados à Pena, 33 10.1 Apresentação, 33 10.2 Síntese, 33 Capítulo 2 – Teoria da Norma Penal, 35 1. Introdução. Fontes do Direito Penal: Fonte Material, 35 1.1 Apresentação, 35 1.2 Síntese, 35 2. Fontes do Direito Penal: Fonte Formal Mediata (Costumes; Princípios gerais de Direito; Ato administrativo) e Fonte Formal Imediata (Lei Complementar; Lei Delegada; Medida Provisória; Emenda Constitucional), 37 2.1 Apresentação, 37 2.2 Síntese, 37 IOB_direito_penal.indd 4 01/04/2011 18:37:02 3. Norma penal x Lei penal. Classificação das Leis: Incriminadoras; Não incriminadora; Integrativas; Completas; Incompletas, 38 3.1 Apresentação, 38 3.2 Síntese, 39 4. Normas penais em Branco: Conceito; Classificação, 40 4.1 Apresentação, 40 4.2 Síntese, 40 5. Leis Penais em Branco Homogêneas. Leis Penais em Branco Heterogênea. Lei Penal em Branco na Nova Lei de Drogas. Tipos Penais Abertos , 41 5.1 Apresentação, 41 5.2 Síntese, 41 6. Interpretação da Lei Penal: Introdução; Interpretação Autêntica. Interpretação Doutrinária. Interpretação Jurisprudencial., 43 6.1 Apresentação, 43 6.2 Síntese, 43 7. Interpretação Gramatical. Interpretação lógica. Interpretação Declarativa. Interpretação Extensiva. Interpretação Restritiva. Interpretação Ab-rogante. Interpretação Evolutiva. Interpretação Conforme a Constituição. Interpretação Analógica. Analogia x Interpretação Analógica x Interpretação Extensiva., 45 7.1 Apresentação, 45 7.2 Síntese, 45 8. Eficácia da Lei Penal: Âmbito. Lei Penal no Tempo: Nascimento de Lei, 47 8.1 Apresentação, 47 8.2 Síntese, 47 9. Lei penal no tempo: Vacatio legis; Revogação; Lei temporária; Lei excep- cional, 49 9.1 Apresentação, 49 9.2 Síntese, 49 10. Conflito de Leis Penais no Tempo, 50 10.1 Apresentação, 50 11. Abolitio Criminis., 51 11.1 Apresentação, 51 11.2 Síntese, 51 IOB_direito_penal.indd 5 01/04/2011 18:37:02 12. Abolitio Criminis e as Leis n° 11.106/05, Lei n° 12.015/09., 52 12.1 Apresentação, 52 12.2 Síntese, 52 13. Abolitio Criminis e a Lei n° 9.983/00, Lei n° 10.826/03, Lei n°11.343/06, Lei n° 11.101/05. Novatio legis in mellius., 53 13.1 Apresentação, 53 13.2 Síntese, 53 14. Teoria da Norma Penal – A Lei Penal no Espaço – (Princípios), 54 14.1 Síntese, 54 15. Teoria da Norma Penal – A Lei Penal no Espaço – (Territorialidade e Território Nacional), 56 15.1 Apresentação, 56 15.2 Síntese, 57 16. Lei Intermediária. Retroatividade da Jurisprudência. Lex Mitior e o Período de Vacatio Legis. Retroatividade da Jurisprudência, 59 16.1 Apresentação, 59 16.2 Síntese, 59 17. Conflito de Leis Penais no Tempo: Introdução; Lei Processual Penal; Normas Híbridas ou Mistas; Art. 366, CPP; Regime de Cumprimento da Pena, 60 17.1 Apresentação, 60 17.2 Síntese, 60 18. Conflito de Leis Penais no Tempo: Leis Penais Temporárias e Leis Penais Excepcionais; Ultra-Atividade; Autorrevogação; Retroatividade da Lei Posterior; Leis Penais em Branco e o Direito Intertemporal; Lei Penal em Branco Homogênea., 61 18.1 Apresentação, 61 18.2 Síntese, 61 19. Conflito de Leis Penais no Tempo: Lei Penal em Branco Heterogênea, 62 19.1 Apresentação, 62 19.2 Síntese, 62 20. Conflito de Leis Penais no Tempo: Teorias. Imputabilidade. Crimes Permanentes. Crimes Continuados. Crimes Habituais. Crimes de Estado. Prescrição., 63 20.1 Apresentação, 63 20.2 Síntese, 63 IOB_direito_penal.indd 6 01/04/2011 18:37:02 21. Lei penal no espaço: Introdução; Direito Penal Internacional e Direito Internacional Penal., 64 21.1 Apresentação, 64 21.2 Síntese 65 22. Lei Penal no Espaço: Eficácia da Lei Penal Brasileira - Princípio da Territorialidade, Princípio da Nacionalidade, Princípio da Defesa, Princípio da Justiça Penal Universal, Princípio da Representação, 66 22.1 Apresentação, 66 22.2 Síntese, 66 23. Lei Penal no Espaço: Territorialidade; Território Nacional, 67 23.1 Apresentação, 67 23.2 Síntese, 67 24. Lei penal no espaço: Aplicação da lei penal brasileira – Navios, Mar territorial, Aeronaves, 68 24.1 Apresentação, 68 24.2 Síntese, 68 25. Lei Penal no Espaço: Lugar do Crime – Teorias, 69 25.1 Apresentação, 69 25.2 Síntese, 69 26. Lei Penal no Espaço: Crimes à distância, Detração, Hipóteses Excepcionais das Teorias., 70 26.1 Apresentação, 70 26.2 Síntese, 71 27. Lei Penal no Espaço: Hipóteses Excepcionais das Teorias (Cont.), Regras Especiais no Código de Processo Penal e no Tribunal do Júri, 71 27.1 Apresentação, 71 27.2 Síntese, 72 28. Lei Penal no Espaço: Regras Especiais Contidas em Súmulas, 73 28.1 Apresentação, 73 28.2 Síntese, 73 29. Lei Penal no Espaço: Extraterritorialidade Incondicionada, 74 29.1 Apresentação, 74 29.2 Síntese, 74 30. Lei Penal noEspaço: Extraterritorialidade Condicionada, 76 30.1 Apresentação, 76 30.2 Síntese, 76 IOB_direito_penal.indd 7 01/04/2011 18:37:03 31. Lei Penal no Espaço: Extraterritorialidade Condicionada - Condições para Aplicação da Lei Brasileira; Extraterritorialidade e Contravenções Penais,77 31.1 Apresentação, 77 31.2 Síntese, 77 32. Lei penal no espaço: Non bis in idem; Eficácia da sentença penal estran- geira; Intraterritorialidade, 78 32.1 Apresentação, 78 32.2 Síntese, 78 33. Eficácia da Lei Penal em Relação a Pessoas que Exercem Determinadas Funções Públicas: Imunidades Diplomáticas, 79 33.1 Apresentação, 79 33.2 Síntese, 79 34. Eficácia da Lei Penal em Relação a Pessoas que Exercem Determinadas Funções Públicas: Imunidades Consulares e Parlamentares, 81 34.1 Apresentação, 81 34.2 Síntese, 81 35. Eficácia da Lei Penal em Relação a Pessoas que Exercem Determinadas Funções Públicas: Imunidade Absoluta, 82 35.1 Apresentação, 82 35.2 Síntese, 82 36. Eficácia da Lei Penal em Relação a Pessoas que Exercem Determinadas Funções Públicas: Imunidade Relativa, 83 36.1 Apresentação, 83 36.2 Síntese, 83 37. Eficácia da Lei Penal em Relação a Pessoas que Exercem Determinadas Funções Públicas: Imunidade para Servir como Testemunha e Imunidade Parlamentar Durante o Estado de Sítio., 84 37.1 Apresentação, 84 37.2 Síntese, 84 38. Contagem do Prazo, 85 38.1 Apresentação, 85 38.2 Síntese, 86 39. Frações não Computáveis da Pena. Regras Gerais Aplicadas à Legislação Especial, 87 39.1 Apresentação, 87 39.2 Síntese, 87 IOB_direito_penal.indd 8 01/04/2011 18:37:03 40. Conflito aparente de Normas: Introdução e Requisitos, 88 40.1 Apresentação, 88 40.2 Síntese, 89 41. Conflito Aparente de Normas: Conflito Aparente de Normas e o Conflito de Leis Penais no Tempo; Conflito Aparente de Normas e o Concurso de Crimes; Princípio da Especialidade, 91 41.1 Apresentação, 91 41.2 Síntese, 91 42. Conflito Aparente de Normas: Art. 12, CP; Conflito Entre Normas Especiais, 94 42.1 Apresentação, 94 42.2 Síntese, 94 43. Conflito Aparente de Normas: Princípio da Subsidiariedade , 96 43.1 Apresentação, 96 43.2 Síntese, 96 44. Conflito Aparente de Normas: Diferenças entre Especialidade e Subsidiariedade; Princípio da Consunção (Introdução e Classificação), 99 44.1 Apresentação, 99 44.2 Síntese, 99 45. Conflito Aparente de Normas: Princípio da Consunção e o Crime Complexo; Crime Progressivo, 101 45.1 Apresentação, 101 45.2 Síntese, 101 46. Conflito Aparente de Normas: Princípio da Consunção: Progressão cri- minosa; Fato Anterior Impunível, 104 46.1 Apresentação, 104 46.2 Síntese, 104 47. Conflito aparente de normas: Antefactum impunível x crime progressivo; Fato Posterior Impunível; Princípio da Alternatividade, 106 47.1 Apresentação, 106 47.2 Síntese, 106 48. Tribunal Penal Internacional: Introdução; Noções gerais; Princípio da Complementariedade; Princípio da Irretroatividade , 107 48.1 Apresentação, 107 48.2 Síntese, 108 49. Tribunal Penal Internacional: Composição do TPI; Mandato; Reservas; Ato de Entrega; Princípio da Coisa Julgada, 110 IOB_direito_penal.indd 9 01/04/2011 18:37:03 49.1 Apresentação, 110 49.2 Síntese, 110 50. Tribunal Penal Internacional: Prisão Perpétua; Prescrição, 113 50.1 Apresentação, 113 50.2 Síntese, 114 Capítulo 3 – Teoria do Crime – Parte I, 117 1. Evolução histórica do conceito de crime. Teoria Causalista. Teoria Finalista., 117 1.1 Apresentação, 117 1.2 Síntese, 118 2. Elementos Estruturais do Tipo Penal: Sujeito Ativo. Sujeito Passivo. Objeto do Crime. Crime e Contravenção Penal. Fato Típico. Elementos do Tipo. Conflito Aparente de Normas. Crime Progressivo. Progressão Criminosa. Tipicidade Conglobante., 119 2.1 Apresentação, 119 2.2. Síntese, 119 3. Elementos do Fato típico: Conduta, Nexo Causal e Resultado., 121 3.1 Apresentação, 121 3.2 Síntese, 121 Capítulo 4 – Teoria do Crime – Parte II, 123 1. Crime Consumado e Crime Tentado. Desistência Voluntária. Arrependimento Eficaz e Arrependimento Posterior. Crime Impossível., 123 1.1 Apresentação, 123 1.2 Síntese, 124 2. Crime Doloso. Crime culposo. Crime preterdoloso., 125 2.1 Apresentação 125 2.2 Síntese 125 3. Erro de Tipo Essencial: Escusável e Inescusável. Erro de Tipo Acidental: Error In Objeto, Error In Persona, Aberratio Ictus E Aberratio Criminis. Resultado Diverso do Pretendido. Erro Determinado por Terceiro. Descriminantes Putativas., 127 3.1 Apresentação, 127 3.2 Síntese, 128 IOB_direito_penal.indd 10 01/04/2011 18:37:03 Capítulo 5 – Teoria do Crime – Parte III, 129 1. Antijuridicidade. Excludentes de Antijuridicidade. Estado de necessi- dade, 129 1.1 Apresentação, 129 1.2 Síntese, 130 2. Excludentes de Aantijuridicidade: Legítima Defesa. Estrito Cumprimento de Dever Legal. Exercício Regular de Direito. Excesso Punível., 131 2.1 Apresentação, 131 2.2 Síntese, 131 3. Culpabilidade. Elementos da Culpabilidade. Imputabilidade., 132 3.1 Apresentação, 132 3.2 Síntese, 132 Capítulo 6 – Teoria do Crime – Parte IV, 134 1. Elementos da Culpabilidade. Potencial Consciência daIlicitude. Exigibilidade de Conduta Diversa (Conforme o Direito). Coação Moral Irresistível. Obediência Hierárquica, 134 1.1 Apresentação, 134 1.2 Síntese, 135 Capítulo 7 – Concurso de Pessoas, 136 1. Teorias. Classificação. Formas de Concurso. Requisitos. Autor e Partícipe. Formas de Participação. Autoria Mediata. Autoria Colateral. Autoria Incerta. Conivência e Participação por Omissão, 136 1.1 Apresentação, 136 1.2 Síntese, 137 2. Concurso em Crime Culposo. Circunstâncias Incomunicáveis. Casos de Impunibilidade., 139 2.1 Apresentação, 139 2.2 Síntese, 139 Capítulo 8 – Teoria Geral da Pena, 141 1. Eficácia da Lei Penal em Relação às Pessoas que Exerçam Determinadas Funções Públicas , 141 1.1 Apresentação, 141 1.2 Síntese, 142 IOB_direito_penal.indd 11 01/04/2011 18:37:03 2. Introdução. Conceito. Princípios, 142 2.1 Apresentação, 142 2.2 Síntese, 143 3. Teorias e Finalidades da Pena. Função Social daPena., 144 3.1 Apresentação, 144 3.2 Síntese, 144 4. Cominação das Penas. Classificação das Penas, 146 4.1 Apresentação, 146 4.2 Síntese, 146 5. Pena Privativa de Liberdade: Conceito, Espécie, Regimes Penitenciários, Fixação do Regime Inicial de Cumprimento da Pena Privativa de Liberdade, Competência para Execução da Pena Privativa de Liberdade, Jurisdicionalização da Execução Penal, 148 5.1 Apresentação, 148 5.2 Síntese, 148 6. Pena Privativa de Liberdade: Reclusão, Detenção, Prisão Simples, Diferenças entre Reclusão e Detenção, 150 6.1 Apresentação, 150 6.2 Síntese, 150 7. Progressão dos Crimes Hediondos e Equiparados, 152 7.1 Apresentação, 152 7.2 Síntese, 152 8. Pena Privativa de Liberdade: Autorizações de Saída, 154 8.1 Apresentação, 154 8.2 Síntese, 154 9. Regime Disciplinar Diferenciado; Regime Aberto e Regime SemiAberto , 156 9.1 Apresentação, 156 9.2 Síntese, 156 10. Regime Aberto e Direito dos Presos, 158 10.1 Apresentação, 158 10.2 Síntese, 158 11. Remição e Detração Penal , 160 11.1 Apresentação, 160 11.2 Síntese, 160 12. Sistemas para Aplicação da Pena e Dosimetria da Pena. , 161 12.1 Apresentação, 161 12.2 Síntese, 161 IOB_direito_penal.indd 12 01/04/2011 18:37:03 13. Continuação da Primeira Fase da Dosimetria da Pena e Início da Segunda Fase da Dosimetria da Pena., 163 13.1 Apresentação, 163 13.2 Síntese, 163 14. Reincidência, 165 14.1 Apresentação, 165 14.2 Síntese, 165 15. Agravantes Genéricas Previstas no artigo 61 do Código Penal, 167 15.1 Apresentação, 167 15.2 Síntese, 167 16. Demais Agravantes Genéricas Previstas no artigo 61 do Código Penal, 169 16.1 Apresentação, 169 16.2 Síntese, 170 17. Agravantes no Concurso de Pessoas e Atenuantes Genéricas Previstas no Artigo 65 do Código Penal, 171 17.1 Apresentação, 171 17.2 Síntese, 171 18. Atenuantes Genéricos do Artigo 65 do CP, 173 18.1 Apresentação ,173 18.2 Síntese, 173 19. Continuaçào das Atenuantes do artigo 65 do CP, Atenuantes Inominadas do Artigo 66 do CP e Terceira Fase da Dosimetria da Pena. , 17519.1 Apresentação, 175 19.2 Síntese, 175 20. Penas Restritivas de Direito, 177 20.1 Apresentação, 177 20.2 Síntese, 177 21. Continuação dos Requisitos Objetivos das Penas Restritivas de Direitos, Requisitos Subjetivos das Penas Restritivas de Direitos e Conversão. , 179 21.1 Apresentação, 179 21.2 Síntese, 179 22. Penas Restritivas de Direitos em Espécie, 180 22.1 Apresentação, 180 22.2 Síntese, 181 23. Penas Restritivas de direito em espécie, 182 23.1 Apresentação, 182 23.2 Síntese, 182 IOB_direito_penal.indd 13 01/04/2011 18:37:03 24. Continuação de Espécies de Penas Restritivas de Direitos , 184 24.1 Apresentação, 184 24.2 Síntese, 184 25. Espécie de Pena Restritiva de Direitos, 185 25.1 Apresentação, 185 25.2 Síntese, 185 26. , 187 26.1 Síntese, 187 27. Estudo da Multa , 188 27.1 Apresentação, 188 27.2 Síntese, 188 28. Concurso de Crimes, 190 28.1 Apresentação, 190 28.2 Síntese 190 29. Concurso Material e Concurso Formal, 192 29.1 Apresentação, 192 29.2 Síntese, 192 30. Concurso Formal, 194 30.1 Apresentação, 194 30.2 Síntese, 194 31. Crime Continuado, 195 31.1 Apresentação, 195 31.2 Síntese, 195 32. Continuação Crime Continuado, 197 32.1 Apresentação, 197 32.2 Síntese, 197 33. Continuação Concurso de Crimes , 198 3.1 Apresentação, 198 3.2 Síntese, 199 Capítulo 9 – Teoria Geral da Pena, 200 1. Sursis: Sistemas e Conceito, 200 1.1 Apresentação, 200 1.2 Síntese, 200 2. Requisitos Objetivos e Subjetivos e Momento para Concessão., 202 2.1 Apresentação, 202 2.2 Síntese, 202 IOB_direito_penal.indd 14 01/04/2011 18:37:03 3. Sursis: Espécies, Condições, Período de Prova, 204 3.1 Apresentação, 204 3.2 Síntese, 204 4. Sursis: modalidades de revogação, 207 4.1 Apresentação, 207 4.2 Síntese, 207 5. Sursis: Cassação, Sucessivos, Simultâneos e Prorrogação do Período de Prova, 209 5.1 Apresentação, 209 5.2 Síntese, 209 6. Sursis: Crimes Hediondos e Equiparados, Extinção da Pena, Estrangeiros, Indulto e Fixação da Pena, 211 6.1 Apresentação, 211 6.2 Síntese, 211 7. Livramento condicional: Introdução, Natureza Jurídica, Diferença do Sursis, 213 7.1 Apresentação, 213 7.2 Síntese, 213 8. Livramento Condicional: Requisitos, 215 8.1 Apresentação, 215 8.2 Síntese, 215 9. Livramento Condicional: Requisito Objetivo (Reparação do Dano) e Requisitos Subjetivos, 217 9.1 Apresentação, 217 9.2 Síntese, 217 10. Livramento Condicional: Condições para o Cumprimento do Livramento Condicional e o Seu Procedimento, 219 10.1 Apresentação, 219 10.2 Síntese, 219 11 Livramento Condicional: Revogação, 221 11.1 Apresentação, 221 11.2 Síntese, 222 12. Livramento Condicional: Revogação Facultativa. Suspensão do Livramento, 224 12.1 Apresentação, 224 12.2 Síntese 224 IOB_direito_penal.indd 15 01/04/2011 18:37:03 13. Livramento Condicional: Prorrogação do Período de Prova, Extinção da Pena, Execução Provisória da Sentença, Habeas Corpus, Estrangeiros, 226 13.1 Apresentação, 226 13.2 Síntese, 226 14. Efeitos da Condenação: Principais e Secundários (Penais e Extrapenais (Obrigação de Reparar o Dano), 229 14.1 Apresentação, 229 14.2 Síntese, 229 15. Efeitos da Condenação: Efeitos Extrapenais (Confisco), 231 15.1 Apresentação, 231 15.2 Síntese, 231 16. Efeitos da Condenação: Efeitos Específicos da Sentença Penal Condenatória, 233 16.1 Apresentação, 233 16.2 Síntese, 234 17. Efeitos da Condenação: Efeitos Específicos da Condenação e Outros Efeitos, 236 17.1 Apresentação, 236 17.2 Síntese, 236 18. Reabilitação: Introdução, natureza jurídica, espécies, 237 18.1 Apresentação, 237 18.2 Síntese, 238 19. Reabilitação: Efeitos Secundários de Natureza Extrapenal e Específicos da Condenação, 239 19.1 Apresentação, 239 19.2 Síntese, 240 20. Reabilitação: requisitos, Legitimidade e Revogação, 241 20.1 Apresentação, 241 20.2 Síntese, 241 21. Medida de Segurança: Diferença Entre Pena e Medida de Segurança, Sistemas, Princípios, Periculosidade, 243 21.1 Apresentação, 243 21.2 Síntese, 243 22. Medida de Segurança: Requisitos, Natureza Jurídica da Sentença, 245 22.1 Apresentação, 245 22.2 Síntese, 245 IOB_direito_penal.indd 16 01/04/2011 18:37:04 23. Medida de Segurança: Espécies de Medidas de Segurança e Prazo para Cumprimento das Medidas Aplicadas, 247 23.1 Apresentação, 247 23.2 Síntese, 247 24. Medida de Segurança: Cumprimento da Medida de Segurança, 249 24.1 Apresentação, 249 24.2 Síntese, 250 25. Medida de Segurança: Direito do Internado, Medida de Segurança Provisória ou Preventiva, Reinternação do agente, desinternação pro- gressiva, 251 25.1 Apresentação, 251 25.2 Síntese 252 Referências, 254 Gabarito, 255 IOB_direito_penal.indd 17 01/04/2011 18:37:04 Capítulo 1 Princípios Penais Fundamentais e o Garantismo Penal 1. Introdução. Princípios relacionados ao Direito Penal: Princípio da Exclusiva Proteção de Bens Jurídicos; Princípio da Intervenção Mínima; Princípio da Adequação Social 1.1 Apresentação O autor inicia esta unidade temática analisando os princípios penais fundamentais que são de extrema importância para os concursos públicos IOB_direito_penal.indd 18 01/04/2011 18:37:05 D ire ito P en al 19 1.2 Síntese a. O garantismo penal é analisado em conjunto com os princípios funda- mentais do direito penal, estando ligado diretamente ao princípio da intervenção mínima de Luigi Ferrajoli. b. Princípios são mandamentos nucleares de um sistema que orientam o legislador ordinário com o objetivo de limitar o poder punitivo estatal mediante a imposição de garantias aos cidadãos. c. Os princípios penais fundamentais podem ser divididos em princípios relacionados ao direito penal, ao fato praticado pelo agente, ao agente que pratica o fato e à pena. » Relacionados ao direito penal: exclusiva proteção de bens jurídicos; da intervenção mínima (fragmentariedade e subsidiariedade); ade- quação social e insignifi cância. » Relacionados ao fato praticado pelo agente: materialização do fato, ofensividade e legalidade do fato. » Relacionados ao agente: responsabilidade pessoal, subjetiva, culpa- bilidade e isonomia. » Relacionados à pena: legalidade, proibição da pena indigna, huma- nidade e proporcionalidade. d. Princípios relacionados ao direito penal: 1. Exclusiva proteção de bens jurídicos: o direito penal existe para tu- telar bens jurídicos. Bem jurídico X objeto material do crime. O objeto do crime pode ser jurídico ou material. O objeto jurídico é aquele bem tutelado pelo direito penal. O material é a pessoa/ coisa sobre a qual recai a conduta criminosa. Há crime sem objeto? Depende o objeto: há crime sem objeto material, mas não há crime sem objeto jurídico. Art. 233 do Código Penal – ato obsceno. Todos os crimes possuem objeto jurídico, mas nem todos possuem objeto material. 2. Intervenção mínima: por representar o direito penal, a forma mais drástica de reação do Estado diante do crime deve ser fragmentária e subsidiária. O princípio da fragmentariedade informa que apenas os bens jurídicos mais relevantes merecem a tutela penal, e apenas as ofensas intoleráveis serão punidas. Pela subsidiariedade o direito é entendido como a ultima ratio, somente em aplicação quando outros ramos do direito não decidirem o confl ito. IOB_direito_penal.indd 19 01/04/2011 18:37:05 D ire ito P en al 20 3. Adequação social: não pode ser considerado criminoso o com- portamento humano que embora tipificado na lei não afrontar o sentimento social de justiça. A ação será considerada socialmente adequada quando praticada dentro do âmbito da normalidade ad- mitida pelas regras de cultura de um povo. Exercício 13. (TJMS/2010) O princípio da intervenção mínima do direito penal encontra expressão: a. No princípio da fragmentariedadee na proposta funcionalista. b. Na teoria da imputação objetiva e no princípio da subsidiariedade. c. No princípio da subsidiariedade e na proposta funcionalista. d. No princípio da fragmentariedade e no princípio da subsidiariedade. e. Teoria da imputação objetiva e no princípio da fragmentariedade. 2. Princípios Relacionados ao Direito Penal: Princípio da Insignificância 2.1 Apresentação O autor continua a análise dos princípios penais fundamentais tratando do princípio da insignificância, relacionado aos princípios do direito penal. Este é um princípio objeto de sucessivas questões de concursos. 2.2 Síntese a. Ainda tratando dos princípios relacionados ao direito penal o autor ana- lisa o princípio da insignificância. Este princípio foi trazido ao direito penal por Claus Roxin, a insignificância é auxiliar interpretativo e não elemento do tipo. IOB_direito_penal.indd 20 01/04/2011 18:37:05 D ire ito P en al 21 b. Minima non curat pretor – o juiz não deve se preocupar com bagatelas. Klaus Tidman chama o princípio da insignificância de bagatelar. As ex- pressões insignificância e bagatela são sinônimos para a doutrina. c. Não há previsão legal deste princípio, salvo em duas exceções. O Có- digo Penal Militar faz previsão de duas hipóteses em que há exceção ao princípio da insignificância: art. 209, §6º (lesão levíssima) e art. 240, §1º, (furto insignificante). O imputado será condenado a mera sanção administrativa. d. Há uma classificação moderna quanto ao princípio da bagatela, que divide os crimes em próprios: ligado ao princípio da insignificância e impróprios: ligado ao princípio da irrelevância penal do fato. e. A infração bagatelar própria é a que já nasce sem qualquer relevância para o direito penal, porque não há desvalor da ação ou porque não há desvalor do resultado. Quando no caso concreto se verificar este desvalor, deve-se questionar se há necessidade de intervenção do direito penal. f. A infração bagatelar imprópria não nasce irrelevante para o direito penal, mas depois verifica-se que a incidência de qualquer pena no direito con- creto apresenta-se como totalmente desnecessária. Aqui se trabalha com o princípio da irrelevância penal do fato conjugado com o princípio da desnecessidade da pena. Na bagatela imprópria, não há desvalor da ação, ou não há desvalor do resultado, ou não há desvalor da c. g. O princípio da insignificância gera atipicidade material e o princípio da irrelevância penal do fato é causa de dispensa de pena. h. Incidência do princípio da insignificância: » Crime de furto: cabe, depende do valor do bem subtraído. É apli- cado o valor de 10% do valor do salário mínimo. Informativo 441 do STJ. » Crime de resistência: Informativo 441 do STJ, não se aplica. » Crimes contra a Administração Pública: não se aplica. » Crime de roubo: não pode ser aplicado. Informativo 439 do STJ: crime praticado com violência ou grave ameaça afastam o princípio da insignificância. » -mprobidade administrativa: não é aplicável. STJ - HC 148.765. » Crime de moeda falsa: não se aplica a insignificância, o bem tute- lado é a fé pública. Informativo do STJ 437. » Crime praticado por Prefeito: não é aplicável. Informativo 443 do STJ. IOB_direito_penal.indd 21 01/04/2011 18:37:06 D ire ito P en al 22 » Crime de tráfico de drogas: não se aplica a insignificância. Informa- tivo 445 do STJ. Na posse de drogas para consumo, em tese, será possível a sua aplicação: STF - HC 97131. » Atos infracionais: em tese será possível a aplicação, nos mesmos crimes relacionados. STF: HC 100.177 » Crime de descaminho: se o valor do objeto for de até R$10.000,00, não haverá execução fiscal, assim, também não aplicará o penal. Se não incide sequer o direito administrativo, não se deve aplicar o penal, que é a ultima ratio. STF - HC 95570. » Continuidade delitiva: art. 71 do Código Penal. Não caberá a insig- nificância. STF - HC 100.105 » Requisito subjetivo: ao agente reincidente não se aplica o princípio da insignificância. Não basta o valor do bem, também se considera o mérito pessoal do agente. STF - HC 96202. Exercício 14. (TJAP) Se aceita a adoção do princípio da insignificância em caso de furto de bagatela, a hipótese será de: a. absolvição por atipicidade material da conduta; b. redução da pena pela regra do art. 155, §2º, do Código Penal; c. concessão de perdão judicial; d. extinção da punibilidade; e. reconhecimento de circunstância atenuante inominada. 3. Teoria do Garantismo Penal – Luigi Ferrajoli 3.1 Apresentação O autor apresenta o estudo da Teoria do Garantismo Penal de Luigi Ferrajoli. IOB_direito_penal.indd 22 01/04/2011 18:37:06 D ire ito P en al 23 3.2 Síntese a. Teoria do Garantismo Penal de Luigi Ferrajoli. Garantias são direitos, privilégios e isenção que a Constituição de um país confere aos seus ci- dadãos. Liberdade do homem X poder punitivo do Estado: a liberdade do homem deve ser aumentada ao máximo e reduzido ao máximo o poder punitivo do Estado. b. Ferrajoli rechaça os dois extremos: nem um Estado antiliberal com o movimento “Law and Order”, com suas políticas radicais de “Tolerância Zero”, “Broken Windows” “Tree straiks and you are out”, direito penal do inimigo; nem uma liberdade selvagem com os movimentos abolicio- nistas e sua completa ausência de regras. c. Movimento antiliberal que se inicia na década de 80 em Nova Yorque, com o Prefeito Rudolph Juliani e suas políticas de “Tolerância Zero”, “Broken Windows”, “Tree straiks and you are out”. Nestas políticas, o mesmo tratamento é dado às infrações graves e às de pequena relevância. Dá ensejo ao Direito Penal do Inimigo, de Gunther Jackobs, em que se trabalha com o direito penal do autor e não do fato. d. Ferrajoli não é abolicionista, ele é um minimalista. Também é minima- lista Zaffaroni, com sua teoria da tipicidade conglobante e Roxin com o seu funcionalismo moderado ou teleológico. Ferrajoli cria o garantismo, para ele o direito penal é um mal necessário. O jus puniendi tem que ser público. e. Para aumentar a liberdade do homem e reduzir o poder punitivo do Estado, Ferrajoli sugere técnicas de minimalização do poder institucio- nalizado, são os seus 10 axiomas, o Sistema Garantista SG de Ferrajoli. f. Garantias relativas à pena: » Nula poena sine crimine: princípio da retributividade. » Nullum crime sine lege: princípio da legalidade. » Nula lex penalis sine necessitate. g. Garantias relativas ao delito: » Nula necessitas sine ine iuria » Nula iuria sine actione » Nula action sine culpa IOB_direito_penal.indd 23 01/04/2011 18:37:06 D ire ito P en al 24 h. Garantias relativas ao processo: » Nula culpa sine iudicio » Nullum iudicium sine accusatione » Nula acusatio sine probaione » Nula probatio sine defensione i. É necessário o contraditório na fase do inquérito policial? Depende se tratar-se de provas repetíveis ou irrepetíveis, as irrepetíveis teriam que estar sujeitas ao contraditório. São provas irrepetíveis a perícia, laudo de necropsia, exame de corpo de delito, etc. Em regra, ele será indispensável na fase processual e não na fase inquisitorial. Exercício 15. (MP/PB – Promotor de Justiça Substituto) Considere as proposições abaixo e, em seguida, indique a alternativa que contenha o julgamento devido sobre elas: I - No caso de ação penal privada, por medida de política criminal, há uma transferência do ius puniendi do Estado ao querelante, permitindo-se-lhe o direito de pleitear em Juízo a acusação de seu suposto agressor. II - Na concepção garantista defendida por Luigi Ferrajoli, os direitos funda- mentais adquirem status de intangibilidade, estabelecendo um núcleo inegociável, denominado esfera do não decidível, cujo sacrifíciosó é le- gitimado sob a justificativa da manutenção do bem comum. III - O jus puniendi do Estado pode ser exercido tanto pelo Poder Judiciário quanto pelo Poder Legislativo. IV - A teoria da coculpabilidade ingressa no mundo do Direito Penal para apontar e evidenciar a parcela de responsabilidade que deve ser atribuída à sociedade quando da prática de determinadas infrações penais pelos seus supostos cidadãos. a. Apenas I e II estão erradas. b. Apenas I e IV estão corretas c. Apenas II e III estão corretas. d. Apenas a III está errada. e. Todas as proposições estão corretas. IOB_direito_penal.indd 24 01/04/2011 18:37:06 D ire ito P en al 25 4. Princípios Relacionados ao Fato: Princípio da Materialização do Fato; Princípio da Ofensividade (Crimes de Perigo Abstrato) 4.1 Apresentação O autor continua a análise dos princípios de direito penal relacionados ao fato, quais sejam: princípio da materialização do fato e princípio da ofensivi- dade do fato (Crimes de perigo abstrato). 4.2 Síntese a. Princípio da materialização do fato: o Estado só pode incriminar pe- nalmente condutas humanas voluntárias que se exteriorizem atra- vés de concretas ações ou omissões, ninguém pode ser punido por seus pensamentos, sua ideologia, sua personalidade, seu modo de ser. Hoje não se pode mais admitir uma punição baseada no agente, direito penal do autor e não no crime, direito penal do fato. O que se deve buscar é a punição do fato e não da pessoa, pelo que ela fez e não pelo que ela é. (GOMES, 2010) b. Art. 59, da Lei de Contravenção Penal: punição pelo sujeito ser vadio. Devemos entender que não houve a recepção desta norma pela Cons- tituição Federal, não cabe admitir que se puna o sujeito pelo que ele é. Devemos hoje buscar o direito penal do fato. c. Princípio da Ofensividade do fato (Crimes de perigo abstrato). Não há crime sem ofensa a bem jurídico (nullum crime sine ine iuria). Devemos lembrar a expressão em latim, neminem laedere, que significa a ninguém lesionar, a ninguém ofender, prejudicar. Alguns autores usam como sinônimos as expressões lesividade e a ofensividade, mas a dou- trina dominante usa o termo ofensividade como expressão lato sensu, enquanto strito sensu o princípio é tratado como lesão ou exposição a perigo concreto. IOB_direito_penal.indd 25 01/04/2011 18:37:06 D ire ito P en al 26 d. Crime de dano X Crime de perigo Crime de dano/lesão são aqueles cuja consumação apenas se produz com a efetiva lesão ao bem jurídico. Já os crimes de perigo se consumam com a mera exposição do bem jurídico a uma situação de perigo, basta a mera probabilidade do dano. e. Os crimes de perigo se dividem em: crimes de perigo concreto e crimes de perigo abstrato ou presumido. Nos crimes de perigo abstrato ou pre- sumido eles se consumam com a prática da conduta automaticamente, é presunção absoluta (iuris et de iuri), não se exige a comprovação da pro- dução da situação de perigo. Determinadas condutas são caracterizadas como sendo a sua simples prática uma situação de perigo. Exemplo que pode ser citado é o tráfico de drogas. Nos crimes de perigo concreto há consumação com a comprovação de efetiva exposição, no caso concreto, da ocorrência da situação de perigo. Exemplo é o crime de incêndio (art. 250, do Código Penal). f. Os crimes de perigo concreto são considerados constitucionais, en- quanto quanto aos de perigo abstrato há uma discussão sobre a mesma na doutrina. A doutrina, em sua maioria e, jurisprudencialmente, são considerados constitucionais os crimes de perigo abstrato, no entanto uma pequena parcela da doutrina entende que estes são inconstitucio- nais. Uma das razões é a ofensa ao princípio da ampla defesa que fica prejudicado pela impossibilidade de defesa do réu comprovar que não atuou daquela maneira descrita na conduta, há uma presunção absoluta (art. 288, do Código Penal). Outra razão é que em se tratando de presun- ção absoluta, como poderemos verificar a ocorrência da ofensividade, a lesividade daquela conduta? Com isso, haveria lesão ao princípio da ofensividade. IOB_direito_penal.indd 26 01/04/2011 18:37:06 D ire ito P en al 27 5. Princípios Relacionados ao Fato: Princípios Relacionados ao Fato: Princípio da Ofensividade (Crimes de Perigo Concreto) 5.1 Apresentação O autor continua a análise dos princípios de direito penal relacionados ao fato, qual seja: o princípio da ofensividade do fato (Crimes de perigo concreto). 5.2 Síntese a. A aplicação do princípio da ofensividade nos crimes de perigo concreto é analisada nos casos concretos pela jurisprudência. b. Arma de fogo desmuniciada: há entendimento pela atipicidade - STF – HC 99.449, e entendimento pela tipicidade - STF – HC 104.206. Lei 10826/03. Majoritariamente se entende que há crime de perigo abstrato, é fato típico. c. Arma de brinquedo: o porte de arma de brinquedo era tipificado como crime pela lei 9437/97, art. 10, § 1º, II. Este crime não foi mantido na Lei 10.826/03, assim o porte de arma de brinquedo não é mais fato típico, mas se a arma for utilizada para fim de praticar crime de roubo será elementar típica do roubo de grave ameaça. Súmula 174, do STJ, está cancelada. d. Art. 32, da Lei de Contravenções Penais – conduzir veículo automotor em via pública sem habilitação ou embarcação. Não menciona a neces- sidade de produzir risco. Com a lei 9.503/97, o art. 309, dá nova redação ao fato, mencionando que se trata a conduta em: conduzir veículo auto- motor em via pública sem habilitação, gerando perigo de dano. Passa a se exigir o perigo de dano concreto para tipificar a conduta. Súmula 720, do STF: art. 32 da Lei de Contravenções Penais, foi derrogado na sua pri- meira parte, apenas vale hoje este artigo para a condução de embarcação a motor em águas públicas sem habilitação. IOB_direito_penal.indd 27 01/04/2011 18:37:06 D ire ito P en al 28 e. Lei 9099/95 – infração penal de menor potencial ofensivo: contravenções penais e crimes cuja pena máxima não ultrapasse dois anos. Respeito ao princípio da ofensividade. Princípio da alteridade: a prática criminosa deve transcender a esfera individual do agente que a produziu, sendo capaz de atingir interesse alheio, de outrem. Exercício 16. (Defensoria Pública do Estado do Acre) Afirma-se que o direito penal mo- derno é concebido como uma instância de controle social formalizado cuja intervenção deve ser a última alternativa utilizada quando das lesões graves a bens jurídicos penalmente protegidos. Face esta afirmativa, marque nas proposições abaixo aquela que contém os princípios relacionados ao texto: a. princípio da lesividade e princípio da adequação social. b. princípio da intervenção mínima e princípio da lesividade. c. princípio da legalidade e princípio da fragmentariedade. d. d) princípio da insignificância e princípio da lesividade. 6. Princípios Relacionados ao Fato: Princípio da Legalidade (Lex Praevia - Princípio da Anterioridade Penal; Lex Scripta- Inadmissibilidade dos Costumes) 6.1 Apresentação O autor continua a análise dos princípios de direito penal relacionados ao fato, passando ao princípio da Legalidade (Lex Praevia - princípio da anterio- ridade penal; Lex Scripta - inadmissibilidade dos costumes). IOB_direito_penal.indd 28 01/04/2011 18:37:06 D ire ito P en al 29 6.2 Síntese a. O princípio da legalidade é conhecido pelo brocardo nullum crimen nulla poena sine lege. Embora o termo seja conhecido em latim, ele não provém do Direito Romano, já que inspirado por Feuerbach (alemão). b. O fundamento deste princípio se encontra na legislação infraconstitu- cional (art. 1º do CP) e na norma constitucional (art. 5º, inciso XXXIX, da CF). c. São desdobramentos/corolários doprincípio da legalidade: lex praevia, lex scripta, lex stricta e lex certa. » Lex Praevia (princípio da anterioridade penal): não há crime sem lei anterior que o defina e nem pena sem prévia cominação legal. A lei que institui o crime e a pena deve ser anterior ao fato que se quer punir. Temos na história alguns casos em que foram criados tribunais para julgamento de crimes praticados anteriormente à sua instauração, como no caso do Tribunal de Nuremberg e de Tóquio estabelecidos para julgamento dos crimes praticados na Segunda Guerra Mundial. » Lex Scripta (inadmissibilidade dos costumes): somente a lei pode criar crimes e definir sanções penais, é inadmissível o uso do di- reito consuetudinário para a criação ou o agravamento de penas. O costume pode ser usado para interpretação e integração do direito penal, jamais para criar penas. Exercício 17. (TJSP/2006 – Juiz de Direito) Assinale alternativa correta: a. o princípio da reserva legal pressupõe a existência de lei anterior emanada do poder legislativo definindo o crime e a pena sendo lícito afirmar então que as medidas provisórias não podem definir crimes e impor penas. b. a analogia como forma de autointegração da lei pode ser amplamente aplicada no âmbito do direito penal. c. O princípio da legalidade admite por exceção a revogação da lei pelo direito consuetudinário. d. o postulado da taxatividade consequência do princípio da legalidade que expressa a exigência que a lei penal incriminadora seja clara, certa e pre- cisa torna ilegítimas as normas penais em branco. IOB_direito_penal.indd 29 01/04/2011 18:37:06 D ire ito P en al 30 7. Princípios Relacionados ao Fato: Princípio da Legalidade (Analogia, Interpretação Analógica e Interpretação Extensiva) 7.1 Apresentação Nesta unidade, daremos continuidade dos desdobramentos ao princípio da legalidade. O professor explicará sobre a questão da inadmissibilidade da ana- logia para fundamentar ou agravar a pena. 7.2 Síntese Nesta unidade, foram tratados os seguintes assuntos que precisam ser fixados: a. Princípio da Legalidade do fato que decorre do brocado latino nullum crimen, nula pena sine lex, que pressupõe quatro desdobramentos: Lex praevia (príncipio da anterioridade); Lex Scripta (inadmissibilidade dos costumes); Lex Stricta (inadmissibilidade da analogia para piorar a vida do Réu); Lex certa (princípio da taxatividade). b. Lex Stricta: Lei Estrita. – Não podemos fazer o uso da analogia no direito penal. Inadmissibilidade da analogia para piorar a vida do Réu. Exceção para analogia bonam partem. Na analogia não há Lei. c. Diferença entre analogia e interpretação analógica: analogia é o modo de integração do sistema, quando há lacuna, quando não há lei. Interpreta- ção analógica estão no artigo 4 da LIC, não pressupõe ausência de Lei, existe a lei que traz fórmula exemplificativa na primeira parte e genérica na segunda parte. d. Interpretação extensiva: nesta o fato está previsto implicitamente no texto da lei, não havendo lacuna, cabendo ao intérprete estender o conteúdo aplicando a pena. e. Atenção: Analogia, interpretação analógica ou extensiva só faz relação ao direito penal, não ao processo penal, que admitirá através do artigo 3 do CPP. IOB_direito_penal.indd 30 01/04/2011 18:37:06 D ire ito P en al 31 Exercício 53. (Questão para Juiz de Direito Estado do Paraná) – Não constitui violação ao princípio da Legalidade: a. incriminação com base em analogia b. o uso de norma penal em branco em sentido estrito; c. retroatividade de lei incriminadora desfavorável ao réu; d. incriminação em caso dos chamados delitos de dano cumulado 8. Princípios Relacionados ao Fato: Princípio da Legalidade (Analogia, Interpretação Analógica e Interpretação Extensiva) 8.1 Apresentação Nesta unidade, concluiremos o estudo sobre os desdobramentos do princípio da legalidade. O professor explicará sobre a questão da taxatividade da lei penal e o princípio da reserva legal. 8.2 Síntese Nesta unidade, foram tratados os seguintes assuntos que precisam ser fixados: » Lex Certa. Nulum crimen, nula pena Lex certa. Princípio da taxatividade da lei penal. A lei penal somente poderá servir de função pedagógica e motivar o comportamento humano se for facilmente entendida por qualquer pessoa e não só aos julgadores. IOB_direito_penal.indd 31 01/04/2011 18:37:06 D ire ito P en al 32 » A lei tem que ser certa e compreensiva a todas as pessoas. » Reserva Legal e Contravenções Penais – A constituição federal prevê somente crime e não contravenção penal, porém a Lei de contravenções penais de- termina que sejam aplicadas as regras gerais do Código Penal, portando, entende-se que as contravenções entrem aqui. » Reserva Legal e medidas de segurança – Sanção penal diz a lei, pena, impu- tável e a medida de segurança ao inimputável, assim, medida de segurança entre aqui. » Reserva Legal e legalidade – Diferença: princípio da reserva legal toma a lei em sentido estrito, abrangendo apenas a lei complementar e lei ordinária, conforme artigo 5 inciso 39 da CF. Legalidade toma a lei em sentido amplo, conforme artigo 5, II da CF. 9. Princípios Relacionados com o Agente: Princípio da Responsabilidade Pessoal; Princípio da Responsabilidade Subjetiva; Princípio da Culpabilidade; Princípio da Isonomia ou Igualdade 9.1 Apresentação Nesta unidade, daremos início ao estudo dos princípios relacionados ao agen- te, quais são e o que significa cada um deles. 9.2 Síntese Nesta unidade, foram tratados os seguintes assuntos que precisam ser fixados: a. Princípio da Responsabilidade Pessoal, também chamado de pessoali- dade ou intranscendência. Proíbe o castigo penal por conduta de outrem, vez que o ser humano só pode responder penalmente pelos próprios fatos. IOB_direito_penal.indd 32 01/04/2011 18:37:06 D ire ito P en al 33 b. Teoria da dupla imputação: Pessoa Jurídica pode cometer crimes? Sim. Ex. crimes ambientais. Pode punir a pessoa jurídica do crime ambiental, desde que se puna o responsável da jurídica pelo mesmo crime. c. Princípio da Responsabilidade Subjetiva, não basta que o fato seja mate- rialmente causado, é necessária também a comprovação do dolo ou da culpa – Art. 19 do CP. d. Princípio da Culpabilidade, a pena não pode ultrapassar a medida da culpabilidade do agente. e. Tese da co-cupabilidade refere-se ao professor argentino Eugenio Raul Zafarone, esta é uma tese pensada por Zafarone como se a “sociedade marginalizadora” estivesse concorrendo para a prática do crime. A res- ponsabilidade pela prática penal deve ser compartilhada entre o infrator e a sociedade, quando esta não lhe tiver proporcionado oportunidades. Esta pode configurar uma atenuante genérica ou inanimada no julga- mento, o que pode diminuir a pena do Réu. f. Princípio da igualdade ou isonomia, as pessoas em igual situação devem receber idêntico tratamento jurídico. Aquelas que se encontram em posi- ções diferentes merecem tratamento diverso, tanto do legislador, quanto do juiz. 10. Princípios Penais Fundamentais Relacionados à Pena 10.1 Apresentação Nesta unidade, encerraremos o estudo sobre os princípios penais fundamen- tais. Para concluir, o professor explicará os princípios relacionados à pena. 10.2 Síntese Nesta unidade, foram tratados os seguintes assuntos que precisam ser fixados: a. Princípio da Legalidade – Artigo. 5 inciso. 39 CF e Artigo 1º do Código Penal. IOB_direito_penal.indd 33 01/04/2011 18:37:07 D ire ito P en al 34 b. Princípio da proibição da pena indigna – Art. 5 inciso 47 CF. pena de morte não cabe no nosso país, salvo no caso de guerra declarada por presidente da república. Código penal militar: Os crimes de traiçãoà pátria (inimigo) são punidos pela morte. Pena de morte é cumprida por batalhão de fuzilamento (Parte Geral do CPM). c. Princípio da humanidade das penas. Serão inconstitucionais as penas que violarem a incolumidade física ou moral de alguém. O fundamento desta está no princípio da dignidade da pessoa humana. d. Princípio da proporcionalidade – A criação de tipos incriminadores deve ser atividade compensadora para os membros da sociedade. Observações: 1) Necessidade da pena – Art. 59 CP – De acordo com o critério trifásico, o Juiz da primeira fase da fi xação da pena deve observar as oito circuns- tâncias do artigo 59. 2) Individualização da pena, art. 5 inciso 46 da CF, requisito objetivo para progressão de pena 3) personalidade/pessoalidade da pena, art. 5, inc. 45...nenhuma pena passará da pena do condenado. OBS.: A pena de multa pode ser passada para os herdeiros? Não, esse princípio diz que os herdeiros respondem apenas por perdimento dos bens e reparação do dano até o limite do quinhão. 4) Sufi ciência da pena alternativa, art. 59 inciso 4 do CP, o Juiz vai ver sempre se o Réu faz ou não jus à pena alternativa. 5) proporcionalidade em sentido estrito – o crime patrimonial praticado em concurso de pessoas, furto e roubo, furto se praticado em concurso de pessoas a pena é dobrada. No roubo por causa do concurso de pessoas, ela é majorada em desde 1/3 até a metade. É razoável num crime menos grave ter o dobro de pena e o mais grave apenas 1/3 até a metade? Isso ofende a proporcionalidade. Exercício 54. (Polícia Civil do Estado do PIAI – 2009 - questão 21) Com relação aos prin- cípios penais, assinale a questão correta: a. o princípio da humanidade das penas proíbe em qualquer hipótese a pena de morte no ordenamento jurídico brasileiro; b. o princípio da especialidade consagra que a lei penal geral deve afastar a lei penal especial naquilo que em que forem confl itantes; c. o princípio da legalidade permite criação de tipos penais incriminadores através de medidas provisórias; d. segundo o princípio da intervenção mínima, o direito penal deve atuar como regra e não como exceção; e. segundo o princípio da instranscedência, a pena não pode passar da pes- soa do condenado. IOB_direito_penal.indd 34 01/04/2011 18:37:07 Capítulo 2 Teoria da Norma Penal 1. Introdução. Fontes do Direito Penal: Fonte Material 1.1 Apresentação Nesta unidade, trataremos das fontes do direito penal verifi cando em detalhe cada uma delas. 1.2 Síntese Nesta unidade, foram tratados os seguintes assuntos que precisam ser fi xados: IOB_direito_penal.indd 35 01/04/2011 18:37:08 D ire ito P en al 36 » Teoria da norma penal pressupõe o enfrentamento dos artigos 1º ao 12º do CP. O artigo 1º trata do princípio da reserva legal, artigo 2º começa com apli- cação da lei penal no tempo, Caput do artigo 2º abolitio criminis, parágrafo único novatio legis in melius. Artigo 3º leis penais temporários e excepcionais e princípio da ultratividade da lei penal. Artigo 4º tempo do crime e a teoria da atividade. Artigo 5º aplicação da lei penal no espaço. Artigo 6º Trata do lugar do crime. Artigo 7º, extraterritorialidade penal, fatos ocorridos fora do Brasil. Artigo 8º Não ao bis in idem. Penas já cumpridas no exterior. Artigo 9º aplicação da pena no estrangeiro. Artigo 10º prazo material de direito penal. Artigo 11º não tem mais aplicação, frações computadas na pena. Artigo 12º Consagra o princípio da especialidade, teoria da norma penal. » Teoria da Norma Penal – Fontes de Direito Penal – Por fonte de direito deve ser identificada a origem primária do direito identificando-a com a gênese das normas jurídicas. Nesse sentido, seria todo o fator real ou fático que condi- ciona o aparecimento da norma jurídica. Distingue as fontes do direito penal em material ou de produção e formais, sendo estas últimas mediatas ou ime- diatas. » Fonte Material ou de Produção, se relaciona à gênese da norma penal, rela- cionada ao órgão encarregado por sua elaboração. Compete privativamente à União legislar, entre outros, o direito penal, assim cabe à União ditar nor- mas de direito penal. Exceção: parágrafo único do artigo 22 da CF, que lei complementar poderá autorizar Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo 22, penal, assim, um determinado Es- tado poderia ser autorizado pela União. A Lei penal deve ser de abrangência nacional a fim de manter a integridade do sistema, assim, não poderia a possi- bilidade de legislação em matéria penal por parte dos estados membros. » Fontes formais ou de conhecimento ou de cognição. Dizem respeito ao modo de exteriorização de direito penal. Podem ser mediatas ou imediatas (direta), que nada mais é que a lei penal. Exercício 55. (Ministério Público do Mato Grosso, 2004). Assinale a alternativa correta: a. A lei é fonte imediata do direito penal; b. A lei é fonte mediata do direito penal; c. A lei é fonte incriminadora do direito penal; d. A lei é fonte exclusiva do direito penal. IOB_direito_penal.indd 36 01/04/2011 18:37:08 D ire ito P en al 37 2. Fontes do Direito Penal: Fonte Formal Mediata (Costumes; Princípios gerais de Direito; Ato administrativo) e Fonte Formal Imediata (Lei Complementar; Lei Delegada; Medida Provisória; Emenda Constitucional) 2.1 Apresentação Nesta unidade, continuaremos tratando das fontes do direito penal verificando em detalhe as fontes formais. 2.2 Síntese Neta unidade, foram tratados os seguintes assuntos que precisam ser fixados: » As teorias da norma penal estão previstas nos artigos 1 ao 12 do CP. » As Fontes Formais do Direito Penal podem ser mediatas ou imediatas (lei penal); » Fontes Mediatas ou Indiretas, o costume, os princípios gerais de direito e atos administrativos. Costume: é a repetição da conduta de maneira constante e uniforme, em virtude da convicção da sua obrigatoriedade jurídica. Este não pode criar crimes nem cominar penas, embora ele continue eficaz em outros ramos de direito, principalmente aqueles pautados pela comom lo. São ele- mentos do costume: 1) elemento objetivo: Constância e uniformidade dos atos, consue tudo 2) elemento subjetivo: convicção da obrigatoriedade jurí- dica, opinio necessitates, Caracteristicas: 1) Uniformidade. 2) Constância 3) Publicidade 4) Generalidade. Espécies: 1) secundom legem, é o chamado cos- tume interpretativo, que auxilia esclarecer o conteúdo de elementos do tipo penal 2) preter legem, é o chamado de costume integrativo, preenche ausência lacuna da lei 3) contra legem, costume negativo, aquele que contraria a lei penal. Os dois primeiros poderão ter validade para o direito penal, diferente do terceiro. Observação: o costume contra legem não revoga a lei penal, pois lei penal só é revogada por lei penal, assim, costume não revoga lei penal. IOB_direito_penal.indd 37 01/04/2011 18:37:08 D ire ito P en al 38 » Princípios Gerais do Direito: Os princípios não podem ser fontes de incrimi- nação de condutas, somente para descriminalizar! » Ato administrativo: » Fonte formal Imediata ou direta: É a lei penal. Somente a lei em sentido es- trito pode criar crimes e cominar penas. É a mais importante do direito penal. Matéria penal poderá ser criada por Lei complementar. Lei Delegada que é aquela elaborada pelo Presidente da República, não poderá criar lei penal, ou tratar de crime. Medida Provisória não pode legislar sobre material penal por vedação constitucional expressa art. 62 § 1º, I, “b” da CF. Emenda Constitu- cional pode, em tese, criar lei penal, posto não existir vedação expressa, porém não pode restringir direitos e garantias individuais, não podendo ofender o principio da reserva legal, (artigo 60 § 4 da CF).Exercício 56. (Concurso 21 para Ministério Publico do Mato Grosso, 2004) Assinale a alternativa correta: a. A lei é fonte imediata do direito penal; b. A lei é fonte mediata do direito penal; c. A lei é fonte incriminadora do direito penal; d. A lei é fonte exclusiva do direito penal. 3. Norma penal x Lei penal. Classificação das Leis: Incriminadoras; Não incriminadora; Integrativas; Completas; Incompletas 3.1 Apresentação Nesta unidade, estudaremos sobre a norma penal e a lei penal. Serão aborda- dos os aspectos introdutórios sobre este tema e as classificações das leis penais. IOB_direito_penal.indd 38 01/04/2011 18:37:08 D ire ito P en al 39 3.2 Síntese Nesta unidade, foram tratados os seguintes assuntos que precisam ser fixados: » Norma Penal x Lei Penal: A vida do homem é regulada por um ordenamento jurídico normativo, ordenando ou proibindo determinadas condutas. A lei é a única fonte imediata de conhecimento. Termo norma é usado para exprimir toda categoria de princípios legais, não obstante a norma penal esteja contida na lei penal. Norma é o mandamento de uma conduta normal advindo do sentimento de justiça que possui determinado seguimento social. Lei, por sua vez, é a regra escrita e elaborada pelo legislador, é o veículo pela que a Norma se manifesta tornando obrigatória sua observância. Partes distintas da lei penal incriminadora: preceito primário, preceitum iuris ou júris e o preceito secun- dário, sanção, sacio iuris ou júris. Primário contém a definição da conduta criminosa, o secundário contém a respectiva sanção penal. Destinatários dos preceitos primários: todas as pessoas, destinatários dos preceitos secundários: o Estado Juiz, o Magistrado. » Lei é a fonte da norma penal, enquanto norma é o conteúdo da Lei. » Lei Penal – Classificação: Leis Penais Incriminadoras - Criam crimes e im- põem as sanções penais. Leis Penais não incriminadoras, possuem várias subespécies 1) permissiva – autoriza a prática de determinadas condutas tí- picas (ex: legítima defesa) 2) exculpastes – estabelece a inculpabilidade do agente ou impunidade de determinadas condutas típicas e ilícitas, (Ex inim- putabilidade por doença mental, menoridade) 3) explicativas/interpretativas/ complementares – esclarecem conteúdos de outras normas (Ex: contagem do prazo penal) Prazo Direito Penal: inclui o dia do início e exclui o dia do fim. Artigo 10 CP / Prazo Direito Processual Penal: começa no primeiro dia útil seguinte e computando-se o dia do vencimento. Art. 798 § 1º do CPP e Súmula 310 do STF. 4) diretivas, que são as que estabelecem os princípios de determinada material (Ex: princípio da reserva legal). 5. Finais complemen- tares ou de aplicação que são as que fixam limites de validade das normas incriminadoras (Ex: Artigo 2 e 5 do CP). IOB_direito_penal.indd 39 01/04/2011 18:37:09 D ire ito P en al 40 » Leis Penais de Ampliação, de extensão ou integrativas – complementam a tipicidade do fato, como as atinentes a tentativa, participação e a omissão im- própria. » Leis Penais Completas – São as que definem todos os elementos da figura típica. Ex. Homicídio Art. 121 CP. » Leis Penais Incompletas - são as que reservam complemento da figura típica a uma outra norma, ato administrativo ou ao juiz (Ex. leis penais em banco). 4. Normas penais em Branco: Conceito; Classificação 4.1 Apresentação Nesta unidade, continuaremos estudando norma penal e Lei penal, Leis Pe- nais em Branco e suas classificações. 4.2 Síntese Nesta unidade, foram abordados os seguintes assuntos que precisam ser fixados: » Normas penais em Branco – A expressão foi utilizada pela primeira vez por Call Bindem para chamar aquelas normas que, embora contenham sanção penal determinada, o seu respectivo preceito primário não é formulado senão como uma proibição genérica, devendo ser complementado por outra Lei. Leis penais em Branco, normas cegas, normas abertas, normas primariamente remetidas, são aquelas em que há necessidade de complementação para que se possa compreender o âmbito de aplicação do seu preceito primário, ou seja, embora haja uma descrição da conduta proibitiva, tal descrição precisa obrigatoriamente de um complemento extraído de um outro diploma, leis, de- cretos, portarias, etc, para que possam ser entendidos os limites da proibição. » ATENÇÃO: Classificação: 1- leis penais em banco homogêneas ou ho- mólogas ou em sentido amplo ou impróprias, 2 – leis penais em branco heterogêneas ou heterólogas ou em sentido estrito ou próprias, 3 – leis penais em branco ao avesso, ou invertidas ou inversas ou ao revés, estas podem ser IOB_direito_penal.indd 40 01/04/2011 18:37:09 D ire ito P en al 41 puras ou impuras. Puras: a complementação da pena emanada do legislativo. Impuras: se dá pelo judiciário sua complementação. 5. Leis Penais em Branco Homogêneas. Leis Penais em Branco Heterogênea. Lei Penal em Branco na Nova Lei de Drogas. Tipos Penais Abertos 5.1 Apresentação Nesta unidade, continuaremos a tratar sobre a lei Penal em Branco. Você sabe como esse assunto se relaciona com a lei de drogas? 5.2 Síntese Nesta unidade, foram abordados os seguintes assuntos que precisam ser fixados: » Leis Penais em Branco Homogêneas – homólogas – em sentido amplo ou impróprias: Estas são aquelas em que o complemento provém da mesma fonte formal da norma incriminadora. O órgão encarregado de formular o complemente é o mesmo órgão elaborador da lei penal em branco. Art. 22 I da CF. Estas classificam-se em: homovitelineas e heterovitelineas de outro: nas homovitelineas o seu complemento normativo além de advir da mesma instância legislativa também se encontra na mesma estrutura normativa da descrição típica art. 22 I CF. “é a lei penal complementando a lei penal.” Nas heterovitelineas, o seu complemento normativo advém da mesma instância legislativa, mas não se encontra na mesma estrutura normativa da descrição típica, art 22 I CF, “é a lei extrapenal complementando a lei penal” » Leis Penais em Branco Heterogêneas, ou heterólogas ou em sentido estrito ou próprias: estas são aquelas cujo complemento surge de outras instâncias legis- lativas. A lei penal aqui é complementada por ato normativo infralegal, como por exemplo, uma portaria, decreto, Lei estadual, Lei municipal. IOB_direito_penal.indd 41 01/04/2011 18:37:09 D ire ito P en al 42 » Lei Penal em Branco na nova Lei de Drogas/2006 (11343/2006) passou a ado- tar terminologia diversa pelas usadas nas leis de drogas anteriores, por que no lugar do termo substância entorpecente, ela usa a expressão Droga ou Drogas, que de acordo com o conceito legal, são substâncias entorpecentes ou pro- dutos capazes de causar dependência e que estejam especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas de forma periódica pelo poder executivo da união. Trata-se de lei penal em branco complementada por preceito admi- nistrativo, que no caso é a portaria da vigilância sanitária, um órgão ligado ao ministério da saúde, portaria 344/98 que vem atualizada por várias resoluções da Anvisa. ATENÇÃO: O artigo 66 da atual lei de drogas diz que continuam valendo as listas e termos empregados pela ANVISA para a nova lei de drogas, até que sejam adaptados a esta atual terminologia. » A lei não diz o que é droga, assim, é preciso uma portaria expedida pelo poder executivo, “é o executivo complementado o que o legislativo fez”. OBS: As leis penais incompletas são as normas penais em branco (homogêneas ou heterogêneas) e os tipos penais abertos. No tipo penal aberto, a definição da conduta criminosa é complementada pelo juiz através de um juízo valorativo. Ex. crimes culposos, crimes de rixa. Mapa mental do conteúdo: Classificação: » dasleis penais incompletas: leis ou normas penais em branco e tipos penais aberto. » das leis ou normas penais em branco: a) leis penais em branco impróprias, ho- mogêneas, em sentido amplo ou homólogas que podem ser homovitelíneas (penal para penal) e heterovitelíneas (extrapenal para penal) b) leis penais em branco próprias, heterogêneas, heterólogas ou em sentido estrito c) leis penais em branco ao avesso, ao revés, inversa ou invertidas. Aqui podem ser própria ou pura, ou imprópria ou impura. Exercício 57. (Concurso para Policia Civil – GO – 2008) Sobre a teoria, interpretação e aplicação da norma penal a. a interpretação analógica é aquela que abarca os casos análogos con- forme uma fórmula casuística gravada no dispositivo legal, não sendo admitido em direito penal b. as normas penais que definem o injusto culpável estabelecem que suas consequências jurídicas são passiveis de aplicação anlógica. IOB_direito_penal.indd 42 01/04/2011 18:37:09 D ire ito P en al 43 c. as normas penais em branco impróprias são aquelas em que o comple- mento se encontra contido em outra lei emanada em outra instância legislativa. d. o criminoso, na verdade, não viola lei penal e sim a proposição que lhe prescreve o modelo de sua conduta que é um preceito não escrito. 6. Interpretação da Lei Penal: Introdução; Interpretação Autêntica. Interpretação Doutrinária. Interpretação Jurisprudencial. 6.1 Apresentação Dentro da teoria da norma, iremos passar ao tema da interpretação da Lei Penal. Aspectos Introdutórios e Interpretação quanto ao sujeito. 6.2 Síntese Nesta unidade, foram tratados os seguintes assuntos que precisam ser fixados: » Interpretação da Lei Penal: É a norma aplicada na realidade, isto é, aquela que recebe atualização. Através dela que recebe toda forma de expansão de que é capaz o paradigma típico no tocante à realidade concreta. Nesta, o Juiz nada mais faz do que interpretar. » São vários os tipos de interpretação da Lei Penal: Quanto ao Sujeito; Quanto aos meios; Quanto ao Resultado; Progressiva; Conforme a Constituição; Ana- lógica. » Interpretação quanto ao Sujeito: São dívidas em Autêntica, Doutrinária e Jurisprudencial. Autêntica ou Legislativa é aquela fornecida pelo próprio le- gislador quando edita uma norma para esclarecer o conteúdo de uma outra norma. Pode ser contextual (aquela que se realiza no próprio texto da lei) ou posterior (passa a existir quando a lei interpretativa surge depois da lei inter- pretada, tendo eficácia retroativa, ainda que limite contra o Réu em casos sem julgamento definitivo). Doutrinária ou Científica nada mais é do que a explicação do conteúdo da norma fornecida pela doutrina, não tendo força IOB_direito_penal.indd 43 01/04/2011 18:37:09 D ire ito P en al 44 obrigatória. Jurisprudencial ou Judiciária ou Judicial que são aquelas exer- cidas pelos órgãos jurisdicionais nas decisões dos casos concretos, não tendo força obrigatória, salvo no caso em concreto. OBS: É igualmente obrigatória, vinculado a todos os Juízes, a decisão do STF declarando a constitucionali- dade ou inconstitucionalidade da lei no controle por via de ação direta. Já no controle por via de exceção, uma vez declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF, a lei só perde a eficácia quando o Senado, por resolução, suspender sua aplicação, Artigo 52, X, da Constituição Federal. Exercício 58. (Ministério Público – Paraíba – 2010 – Questão 14) Analise as assertivas abaixo assinalando sucessivamente a alternativa que contém o devido julga- mento sobre elas: a. No dolo direto de primeiro grau ou imediato, o resultado típico é uma consequência necessária dos meios eleitos que devem ser abrangidos pela vontade, tanto quanto o fim colimado, razão pela qual é doutrinaria- mente reconhecido pelo dolo de consequências necessárias. b. As normas penais em branco são aquelas em que há necessidade de uma complementação para que se possa compreender o âmbito de aplicação do seu preceito secundário. c. A exposição de motivos do Código Penal é considerada pela doutrina como uma das formas de interpretação autêntica e contextual da Lei Penal. d. A doutrina denomina de Norma Penal em Branco heterogênea própria ou em sentido estrito sendo aquelas cujos complementos provêm de fonte legislativa diversa da que editou a norma que necessita ser comple- mentada, ilustrando como exemplo o crime de conhecimento prévio de impedimento. IOB_direito_penal.indd 44 01/04/2011 18:37:09 D ire ito P en al 45 7. Interpretação Gramatical. Interpretação lógica. Interpretação Declarativa. Interpretação Extensiva. Interpretação Restritiva. Interpretação Ab-rogante. Interpretação Evolutiva. Interpretação Conforme a Constituição. Interpretação Analógica. Analogia x Interpretação Analógica x Interpretação Extensiva. 7.1 Apresentação Nesta unidade, continuaremos o estudo da Interpretação da Lei Penal, sendo explicadas outras formas de interpretação. 7.2 Síntese Nesta unidade, foram tratados os seguintes assuntos que precisam ser fixados: » São vários os tipos de interpretação da Lei Penal: Quanto ao Sujeito; Quanto aos meios; Quanto ao Resultado; Progressiva; Conforme a Constituição; Ana- lógica. » Interpretação Quanto ao Sujeito: Abordado na unidade anterior; » Interpretação quanto aos meios: Esta é dividida em Gramatical e Lógica. Gra- matical também conhecida como literal ou sintática, que nada mais é que a extração do conteúdo e do sentido da Lei das próprias palavras que emprega, prendendo-se na análise sintática das palavras. Lógica também conhecida como teleológica, objetiva desvendar a finalidade da Lei, a sua “ratio legis”, além disso, investiga o fim visado pela Lei “vis legis”, e as circunstâncias que se ocasionou, “ocasio legis”. » Interpretação quanto ao Resultado: Esta é dividida em Declarativa, Extensiva, Restritiva e Ab-rogante. Declarativa ou Declaratória é aquela que eventual dúvida se resolve pela correspondência entre a letra e a vontade da Lei. Exten- IOB_direito_penal.indd 45 01/04/2011 18:37:09 D ire ito P en al 46 siva é aquela que amplia o texto da lei, adaptando a sua real vontade (“incide quando a lei disser menos do que queria”). Restritiva é aquela que diminui a amplitude do texto da lei, adaptando-a a sua real vontade (“incide quando a lei disser mais do que queria”). Ab-rogante ocorre diante da incompatibili- dade entre dois preceitos legais ou entre um dispositivo de lei e um princípio geral do ordenamento jurídico, concluindo-se pela inaplicabilidade da Lei interpretada. » Interpretação Progressiva: Esta interpretação amolda a lei à realidade atual, adaptando-a às necessidades e concepções do presente. » Interpretação conforme a Constituição: É um método de inter- pretação mediante o qual o intérprete, a partir de uma concepção constitucional garantista, procura validade nas normas mediante seu confronto com a Constituição Federal. » Interpretação Analógica ou “Intra legem”: É admitida sempre que uma cláusula genérica segue uma fórmula casuística ou exemplifica- tiva, devendo entender-se que aquela somente compreende os casos análogos aos mencionados por esta. » Analogia x Interpretação Analógica x Interpretação Extensiva: Analogia: os fatos não estão previstos em lei, aplicando assim lei que cuida do caso seme- lhante. Interpretação Analógica: os fatos estão previstos na fórmula genérica da Lei, não havendo lacunas, portanto, existe Lei. Interpretação Extensiva: nesta os fatos estão previstos implicitamente no texto da lei, não havendo igualmente lacunas, devendo o intérprete ampliar seu significado para além do que estiver expresso. Exercício 59. (Ministério Público – Paraíba – 2010 – Questão 14) Analiseas assertivas abaixo assinalando sucessivamente a alternativa que contém o devido julga- mento sobre elas: a. No dolo direto de primeiro grau ou imediato, o resultado típico é uma consequência necessária dos meios eleitos que devem ser abrangidos pela vontade, tanto quanto o fim colimado, razão pela qual é doutrinaria- mente reconhecido pelo dolo de consequências necessárias. b. As normas penais em branco são aquelas em que há necessidade de uma complementação para que se possa compreender o âmbito de aplicação do seu preceito secundário. IOB_direito_penal.indd 46 01/04/2011 18:37:09 D ire ito P en al 47 c. A exposição de motivos do Código Penal é considerada pela doutrina como uma das formas de interpretação autêntica e contextual da Lei Penal. d. A doutrina denomina de Norma Penal em Branco heterogênea própria ou em sentido estrito sendo aquelas cujos os complementos provêm de fonte legislativa diversa da que editou a norma que necessita ser comple- mentada, ilustrando como exemplo o crime de conhecimento prévio de impedimento. 8. Eficácia da Lei Penal: Âmbito. Lei Penal no Tempo: Nascimento de Lei 8.1 Apresentação Nesta unidade, trataremos da Eficácia da Lei Penal, Âmbito de eficácia e Nas- cimento da Lei Penal. 8.2 Síntese Nesta unidade, foram tratados os seguintes assuntos que precisam ser fixados: » Eficácia da Lei Penal – Artigo 2º ao 9º do Código Penal. – Como a lei penal não é eterna, ela não vige em todo mundo, possuindo amplitude desde a sua entrada em vigor até sua revogação. A lei penal deve ser estudada em relação ao tempo, em relação ao espaço e em relação às funções exercidas por certas e determinadas pessoas. » Lei Penal em relação ao Tempo: O nascimento da Lei Penal possui três fases sucessivas no que se refere ao processo de formação das leis penais, quais são: Fase Introdutória ou Iniciação; Fase Constitutiva; Fase complementar ou in- tegratória de Eficácia. » Fase Introdutória ou Iniciação: A iniciativa do projeto de lei penal é comum ao concorrente, pois referida a qualquer comissão ou membro do poder legislativo, bem como, ao chefe do Poder Executivo (Presi- IOB_direito_penal.indd 47 01/04/2011 18:37:09 D ire ito P en al 48 dente da República). Os Tribunais não dispõem de legitimidade para representação de projetos de lei penal. Atenção: Em tese, há possibi- lidade de criação de lei penal através da chamada iniciativa popular, Artigo 61 § 2º da Constituição Federal. » Fase Constitutiva: É a fase onde ocorrem as deliberações, que são as deliberações parlamentares (discussão e votação do projeto de lei), as deliberações executivas (sansão ou veto do Presidente da República – sansão é o ato pelo qual o Presidente da República aprova e confirma uma lei, ou seja, converte em lei um projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo), a promulgação (ato pelo qual se atesta a existência da lei e se determina a todos que a observem, confirmado-lhe autenti- cidade e executoriedade) e a publicação (ato pelo qual a lei penal se torna conhecida a todos impondo a sua obrigatoriedade, sendo que, através desta, ocorre uma presunção absoluta da notoriedade da lei penal, não podendo ninguém mais alegar ignorância). Exercício 60. (Ministério Público – Minas Gerais – 2009 – Questão 35) – Sobre Lei Penal Temporária ou Excepcional é correto afirmar: a. Aplica-se aos crimes praticados no período em que esteve em vigor, em- bora decorrido prazo de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinem que ainda não tenha sido instaurada a ação penal; b. Se sua vigência cessar no curso da execução penal, considera-se o conde- nado beneficiário de anistia, ficando excluídos todos os efeitos da decisão condenatória, inclusive o de serviço de pressuposto para reincidência; c. Aplica-se aos fatos ocorridos em data anterior à sua entrada em vigor, pois sendo lei excepcional, é dotada de ultratividade, devendo retroagir para atender à proteção do bem jurídico almejado com a sua decisão; d. Se cessar sua duração no curso da ação penal, o Réu deverá ser absolvido por quanto o fato será atípico, visto que a lei incriminadora foi abolida pela abolitio criminis; e. Considerando-se que o direito penal adota a teoria da obquidade, cessada a vigência da lei excepcional, o agente somente será responsabilizado se a infração penal inserir-se no conceito dos crimes habituais, pois a conduta teve início quando ela era vigente e perdurou após a sua revogação. IOB_direito_penal.indd 48 01/04/2011 18:37:09 D ire ito P en al 49 9. Lei penal no tempo: Vacatio legis; Revogação; Lei temporária; Lei excepcional 9.1 Apresentação Nesta unidade, continuaremos o estudo sobre a Eficácia da Lei Penal, tratan- do da revogação da Lei Penal. 9.2 Síntese Nesta unidade, foram tratados os seguintes assuntos que precisam ser fixados: » Vacatio Legis: A publicação da lei se dá em um veículo oficial chamado Diá- rio Oficial do Poder Executivo da União. A regra, portanto, é que a lei penal entre em vigor na data da sua publicação. Nem sempre a lei entra em vigor na data de sua publicação, aliás, havendo silêncio em relação à sua data de vigência, a lei começa a vigorar em todo país 45 dias depois de oficialmente publicada, conforme previsto no artigo 1º. da Lei de Introdução ao Código Civil. Já nos estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei penal, quando admi- tida, entrará em vigor três meses após ter sido oficialmente publicada. » A Vacatio Legis nada mais é que este prazo que existe entre a data da pu- blicação da lei e a data da sua efetiva produção de efeito. Esta possui duas finalidades: 1) Possibilita o conhecimento da norma antes dela tornar-se obri- gatória; 2) As autoridades incumbidas de fazê-la executar terão a oportunidade de se prepararem para sua aplicação. » A vacatio legis não é um princípio constitucional, tanto que as leis podem entrar em vigor na data de sua publicação, desde que haja cláusula expressa. » Quanto ao prazo de 45 dias, este poderá variar, desde que contenha cláusula expressa. » Revogação da Lei Penal: A lei permanece em vigor até que outra lei a revogue (cessação de existência da regra obrigatória em virtude de manifestação do Poder Competente, ou seja, é a perda de vigência da Lei). Nem os costumes, nem decisões judiciais revogam a lei penal, mesmo que seja aplicada pelo STF. IOB_direito_penal.indd 49 01/04/2011 18:37:09 D ire ito P en al 50 » Toda e qualquer lei poderá ser revogada por que é vedada a edição de lei irrevogável, reputando como não escrito dispositivo eventualmente contendo esta regra. » Revogação da Lei Penal compreende-se em: Derrogação (espécie de revoga- ção parcial da lei) e Ab-rogação (espécie de revogação integral da lei). » Revogação da Lei Penal pode ser: Expressa; Tácita; Global. Expressa é a nova lei que em seu próprio texto já aponta os dispositivos legais revogados; Tácita se dá quando o novo texto, embora de forma não expressa, é incompatível com o anterior; Global regula inteiramente a matéria precedente. » A lei poderá trazer o término da sua vigência, que é chamada de autorrevo- gação. » Lei Temporária é aquela que traz de forma pré-ordenada a data de expiração de sua vigência; » Lei Excepcional é aquela que embora não mencione o seu prazo de vigência, condiciona sua eficácia à duração das condições que a determinem (Exemplo: Epidemia, Guerra). 10. Conflito de Leis Penais no Tempo 10.1 Apresentação Nesta unidade, trataremos de conflitos de leis penais no tempo. 10.2 Síntese Nesta unidade, foram tratados os seguintes assuntos que precisam ser fixados: » Conflito de Leis Penais no Tempo: A eficácia da lei penal está situada desde a sua entrada em vigor até sua revogação, não alcançando
Compartilhar