Buscar

Direito Ambiental Cers 2014

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Ambiental
cers 2014
Aula 1
Apresentação do curso. Referências. Normatização básica. Meio ambiente e Direito Ambiental. Competências materiais - Frederico Amado 
	A lei 6938/81 é considerada como a certidão de nascimento do direito ambiental no Brasil, isto porque, até o advento da Lei de política nacional do meio ambiente, nós não tínhamos uma normatização geral em matéria de meio ambiente no Brasil, apenas tínhamos normas separadas e muitas vezes com viés econômico. 
	No art. 3º da Lei de política nacional de meio ambiente temos uma série de definições a serem trabalhadas, considerando o caráter multidisciplinar do meio ambiente.
- Conceito de meio ambiente: O conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.
- MODALIDADES de meio ambiente: natural, cultural, artificial e do trabalho. 
	Essa classificação é meramente acadêmica, porque de fato o meio ambiente é uno e indivisível, todas as suas formas de expressão estão integradas. O meio ambiente é composto por bens da natureza independentemente da interação do homem. 
	Esses bens naturais se dividem em bens com vida (bióticos) e abióticos (sem vida).
	Já o meio ambiente cultural, artificial e do trabalho têm em comum serem formados por bens tangíveis ou intangíveis produzidos pela ação do homem.
	Ramo do direito composto por princípios e regras que regulam as condutas humanas que afetem, potencial ou efetivamente, direta ou indiretamente, o meio-ambiente, quer o natural, o cultural, o do trabalho ou o artificial.
COMPETÊNCIAS MATERIAIS AMBIENTAIS COMUNS 
- Competências ambientais na CF/88:
	- Materiais (administrativas): competências para a prática de atos executivos.
	- Legiferantes: Para a edição de atos normativos na esfera ambiental.
	A proteção ao meio ambiente é uma competência administrativa comum entre os Entes federativos.
 “Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: 
[...] 
III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico e cultural; 
[...] 
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora; 
[...] 
XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios”. 
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
LEI COMPLEMENTAR 140/2011 
Art. 3o Constituem objetivos fundamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no exercício da competência comum a que se refere esta Lei Complementar: 
I - proteger, defender e conservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado, promovendo gestão descentralizada, democrática e eficiente; 
II - garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico com a proteção do meio ambiente, observando a dignidade da pessoa humana, a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais e regionais; 
III - harmonizar as políticas e ações administrativas para evitar a sobreposição de atuação entre os entes federativos, de forma a evitar conflitos de atribuições e garantir uma atuação administrativa eficiente;
IV - garantir a uniformidade da política ambiental para todo o País, respeitadas as peculiaridades regionais e locais. 
Art. 4o Os entes federativos podem valer-se, entre outros, dos seguintes instrumentos de cooperação institucional: 
I - consórcios públicos, nos termos da legislação em vigor; 
II - convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos similares com órgãos e entidades do Poder Público, respeitado o art. 241 da Constituição Federal (Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos); 
III - Comissão Tripartite Nacional, Comissões Tripartites Estaduais e Comissão Bipartite do Distrito Federal; Novidades da LC
§ 2o A Comissão Tripartite Nacional será formada, paritariamente, por representantes dos Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com o objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre os entes federativos. 
§ 3o As Comissões Tripartites Estaduais serão formadas, paritariamente, por representantes dos Poderes Executivos da União, dos Estados e dos Municípios, com o objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre os entes federativos. 
§ 4o A Comissão Bipartite do Distrito Federal será formada, paritariamente, por representantes dos Poderes Executivos da União e do Distrito Federal, com o objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre esses entes federativos. 
IV - fundos públicos e privados e outros instrumentos econômicos; 
V - delegação de atribuições de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei Complementar; 
VI - delegação da execução de ações administrativas de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei Complementar. 
Art. 5o O ente federativo poderá delegar, mediante convênio, a execução de ações administrativas a ele atribuídas nesta Lei Complementar, desde que o ente destinatário da delegação disponha de órgão ambiental capacitado a executar as ações administrativas a serem delegadas e de conselho de meio ambiente. 
Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental capacitado, para os efeitos do disposto no caput, aquele que possui técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em número compatível com a demanda das ações administrativas a serem delegadas. 
	Os Convênios são mais utilizados para a delegação de competências para promoção do licenciamento ambiental. Vamos supor que determinado empreendimento tenha competência do órgão estadual do meio ambiente, mas o órgão municipal tem interesse e estrutura para implantá-lo, assim poderia haver uma delegação do Estado para o Município, no entanto existem algumas regras: o Município deve possuir órgão ambiental de meio ambiente com estrutura e profissionais qualificados e tem que ter um Conselho Municipal de meio ambiente (federal- CONAMA; estadual- os conselhos estaduais; município- conselhos municipais).
	As Comissões do art. 4º, III da LC, inovação desta lei complementar 140/11, tem como função serem instâncias de deliberações para harmonizar as políticas ambientais federais, estaduais e municipais. As comissões têm composição paritária de acordo com os parágrafos do art. 4º.
	Com relação aos Fundos, temos o Fundo Nacional do Meio Ambiente para onde vão as multas impostas pelo IBAMA. Também temos o Fundo de Mudanças Climáticas criado em 2009, dentre outros.
	
COMPETÊNCIAS MATERIAIS AMBIENTAIS EXCLUSIVAS DA UNIÃO 
“Art. 21. Compete à União: 
[...] 
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; 
[...] 
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; 
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos; 
[...] 
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa,a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: 
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional; 
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais;
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; 
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; 
COMPETÊNCIAS MATERIAIS AMBIENTAIS MUNICÍPIOS 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; 
	Isto é feito por intermédio de duas normas: a lei que aprova o plano diretor municipal e a lei de parcelamento do solo do município.
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
	A atuação é conjunta entre os Entes.
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS AMBIENTAIS CONCORRENTES 
	Regra geral, a Competência é concorrente.
“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; 
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; 
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico”. 
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. 
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. 
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
OBS: OS MUNICIPIOS TAMBÉM PODEM LEGISLAR SOBRE MEIO AMBIENTE SUPLEMENTANDO AS LEIS ESTADUAIS E FEDERAIS DE ACORDO COM SUAS NECESSIDADES. Podem aprovar a política municipal do meio ambiente. (jurisprudência e doutrina).
	A grande fonte de jurisprudência ambiental do Brasil é o STJ.
STF = “o espaço de possibilidade de regramento pela legislação estadual, em casos de competência concorrente abre-se: (1) toda vez que não haja legislação federal, quando então, mesmo sobre princípios gerais, poderá a legislação estadual dispor; e (2) quando, existente legislação federal que fixe os princípios gerais, caiba complementação ou suplementação para o preenchimento de lacunas, para aquilo que não corresponda à generalidade; ou ainda, para a definição de peculiaridades regionais”. ADI/MC 2.396, de 26.09.2001. 
	A União edita normas gerais, o Estado e o DF edita normas suplementando as federais, e os municípios de acordo com seus interesses e suplementando as normas federais e estaduais editam suas normas.
	A União não pode exaurir o tema. De acordo com esse julgado, se a União não editar normas gerais sobre um tema ambiental, o estado poderá fazê-lo, posteriormente se a União então vir a editar tais normas gerais, a norma editada pelo Estado terá sua eficácia suspensa.
	Para o STF, o meio ambiente do trabalho está fora da competência legislativa concorrente: “o gênero ‘meio ambiente’, em relação ao qual é viável a competência em concurso da União, dos Estados e do Distrito Federal, a teor do disposto no artigo 24, inciso VI, da Constituição Federal, não abrange o ambiente de trabalho, muito menos a ponto de chegar-se à fiscalização do local por autoridade estadual, com imposição de multa. Suspensão da eficácia da Lei 2.702, de 1997, do Estado do Rio de Janeiro”. ADI/MC 1.893, de 18.12.1998. 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
I - legislar sobre assuntos de interesse local; 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; 
STJ - “a teor dos disposto nos arts. 24 e 30 da Constituição Federal, aos Municípios, no âmbito do exercício da competência legislativa, cumpre a observância das normas editadas pela União e pelos Estados, como as referentes à proteção das paisagens naturais notáveis e ao meio ambiente, não podendo contrariá-las, mas tão somente legislar em circunstâncias remanescentes” (AR 756, 1ª Seção, de 27/02/2008). 
	
	Dentro do art. 22 da CF existem alguns temas de direito ambiental que são de competência legislativa exclusiva da União que são: Águas; energias; atividades nucleares de qualquer natureza; jazidas e minas. Nesses temas, a não ser que haja uma Lei Complementar federal delegando competência aos Estados, DF e municípios da federação, normas estaduais e municipais não poderá versar sobre eles sob pena de inconstitucionalidade formal.
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS PRIVATIVAS DA UNIÃO 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; 
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
STF: “Energia nuclear. Competência legislativa da União. Artigo 22, XXVI, da Constituição Federal. É inconstitucional norma estadual que dispõe sobre atividades relacionadas ao setor nuclear no âmbito regional, por violação da competência da União para legislar sobre atividades nucleares, na qual se inclui a competência para fiscalizar a execução dessas atividades e legislar sobre a referida fiscalização. Ação direta julgada procedente.” ADI 1.575, de 07.04.2010. 
OBS: Conflito entre lei federal com estadual ou estadual com municipal, qual norma irá prevalecer? Algumas decisões falam que deve ser aquela mais protetiva ao meio ambiente, porém não é esse o entendimento do STF, caso clássico é o do amianto. Há uma lei federal que permite o uso do amianto branco, porém alguns estados chegaram a proibir o uso deste amianto. STF decidiu que prevalecia a lei federal, pois não poderiam normas estaduais vedar qualquer tipo de amianto em face da lei federal sendo uma violação.
	Porém, o Brasil é signatário da OIT que proíbe o uso das formas de amianto que provocariam câncer pulmonar, fazendo com que possa haver uma mudança no entendimento do STF, a questão é controversa.
	Não há direito adquirido de poluir, situações ilegais não se consolidam com o tempo. 
INEXISTÊNCIA DO DIREITO ADQUIRIDO DE POLUIDOR/NÃO INCIDÊNCIA DA TEORIA DO FATO CONSUMADO AO MEIO AMBIENTE/POSIÇÃO DO STJ E STF. 
STJ: “inexiste direito adquirido a poluir ou degradar o meio ambiente. O tempo é incapaz de curar ilegalidades ambientais de natureza permanente, pois parte dos sujeitos tutelados – as gerações futuras – carece de voz e de representantes que falem ou se omitam em seu nome”. Passagem do REsp 948.921, de 23.10.2007. 
	Ainda de acordo com a Corte Superior “em tema de direito ambiental, não se cogita em direito adquirido à devastação, nem se admite a incidência da teoria do fato consumado” (REsp 1394025, de 08/10/2013). 
STF, julgamento do RE 609.748 AgR/RJ, de 23.08.2011: 
“Agravo regimental no Recurso Extraordinário. Direito ambiental. Mandado de segurança. Ausência de licença ambiental. Matéria infraconstitucional. Reexame de fatos e provas. Inaplicabilidade da teoria do fato consumado. 
3. A teoria do fato consumado não pode ser invocada para conceder direito inexistente sob a alegação de consolidação da situação fática pelo decurso do tempo. Esse é o entendimento consolidado por ambas as turmasdesta Suprema Corte 
HERMENÊUTICA AMBIENTAL/IN DUBIO PRO NATURA/POSIÇÃO DO STJ 
	Sempre que possível deveremos utilizar a norma mais protetiva ao meio ambiente. STJ utiliza o in dubio por natura.
STJ: “as normas ambientais devem atender aos fins sociais a que se destinam, ou seja, necessária a interpretação e a integração de acordo com o princípio hermenêutico in dubio pro natura” (REsp 1.367.923, de 27/08/2013). 
	De acordo com o STJ, no julgamento do Recurso Especial 1198727, de 14/08/2012, “a legislação de amparo dos sujeitos vulneráveis e dos interesses difusos e coletivos deve ser interpretada da maneira que lhes seja mais favorável e melhor possa viabilizar, no plano da eficácia, a prestação jurisdicional e a ratio essendi da norma. A hermenêutica jurídico-ambiental rege-se pelo princípio in dubio pro natura”.
	
PRINCÍPIOS AMBIENTAIS
	Há uma grande divergência doutrinárias de quais são os princípios do direito ambiental, outra dificuldade é que os autores divergem do conceito de alguns princípios.	
- LEIS AMBIENTAIS QUE TRATAM EXPRESSAMENTE DE PRINCÍPIOS:	
	Lei 11.428/2006, que regula o Bioma Mata Atlântica: função socioambiental da propriedade, da equidade intergeracional, da prevenção, da precaução, do usuário-pagador, da transparência das informações e atos, da gestão democrática, da celeridade procedimental, da gratuidade dos serviços administrativos prestados ao pequeno produtor rural e às populações tradicionais e do respeito ao direito de propriedade. 
	Uma série de princípios ambientais vem listada no artigo 3.º, da Lei 12.187/2009, que aprovou a Política Nacional sobre Mudança do Clima: princípios da precaução, da prevenção, da participação cidadã, do desenvolvimento sustentável e das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, este último, no âmbito internacional. 
	Posteriormente, o artigo 6.º, da Lei 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, previu os seguintes princípios ambientais: prevenção, precaução, poluidor-pagador, protetor-recebedor, a visão sistêmica (na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública), desenvolvimento sustentável, ecoeficiência (mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do planeta), entre outros. 
1. PREVENÇÃO (risco certo, conhecido – certeza científica) e PRECAUÇÃO (risco incerto – dúvida científica – in dubio pro natura ou salute):
	Buscam evitar dano ao meio ambiente utilizando tecnologias para essa redução.
	O princípio da prevenção é o princípio da certeza e convicção científica, trabalha com o risco concreto, são empreendimentos licenciados pelos órgãos ambientais, já de conhecimento do seu mecanismo. Ex.: licenciamento de uma fábrica de sapatos.
	Já o princípio da precaução ocorre o contrário, caso da dúvida ou controvérsia científica. É invocado para novas tecnologias onde não se ocorre previsão dos riscos, risco incerto, abstrato, potencial. Ex.: soja transgênica e os danos ao meio ambiente.
	A dúvida deve militar em favor do meio ambiente.
AULA 1.3 19 MIN
É previsto na Declaração do Rio (ECO/1992), no Princípio 15, litteris: 
“De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para precaver a degradação ambiental”. 
- Medidas da precaução: 
PROPORCIONALIDADE; 
COERÊNCIA; 
PRECARIEDADE. 
	De grande felicidade é a afirmação de JEAN-MARC LAVIEILLE, brilhantemente citado por PAULO AFFONSO LEME MACHADO (2009, p. 78), para quem “o princípio da precaução consiste em dizer que não somente somos responsáveis sobre o que nós sabemos, sobre o que nós deveríamos ter sabido, mas, também, sobre o de que nós deveríamos duvidar”. 
	É com base no princípio da precaução que parte da doutrina sustenta a possibilidade de inversão do ônus da prova nas demandas ambientais, carreando ao réu (suposto poluidor) a obrigação de provar que a sua atividade não é perigosa nem poluidora, em que pese inexistir regra expressa nesse sentido, ao contrário do que acontece no Direito do Consumidor. Inclusive, esta tese foi

Outros materiais