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EA D 5 Política de Comércio Exterior Brasileiro 1. OBJETIVOS • Conhecer a política brasileira para o comércio exterior. • Analisar a estrutura dos procedimentos de exportação e de importação e seus detalhes técnicos. • Apresentar os meios de transporte internacional. 2. CONTEÚDOS • Política brasileira para o comércio exterior. • Estrutura do comércio exterior brasileiro. • Classificação fiscal de mercadorias. • Procedimentos aduaneiros. • Modais de transporte internacional. • Documentos utilizados no comércio internacional. © Comércio Exterior158 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de dar início ao estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: 1) Para estudar de forma adequada os conteúdos apresen- tados nesta unidade, utilize técnicas de leitura adequa- das. Inicialmente, realize uma leitura rápida de todo o conteúdo, a fim de que tenha uma visão geral do assunto aqui tratado. Em seguida, faça uma leitura mais vagaro- sa, anotando suas dúvidas e buscando em dicionários ou em livros técnicos os significados de termos desconhe- cidos por você. Sanadas as dúvidas, realize uma última leitura. Assim, você será bem-sucedido em seus estudos. 2) Para que você obtenha mais informações e detalhes a respeito dos códigos e das descrições da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), visite o site disponível em: <http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/in- terna.php?area=5&menu=1090&refr=605>. Acesso em: 20 jul. 2012. 3) É importante conhecer os documentos utilizados em operações de comércio exterior. Para isso, acesse o site disponível em: <http://www.aprendendoaexportar.gov. br/informacoes/documentosdeexportacao.htm>. Aceso em: 13 jul. 2012. 4) Procure alargar seus conhecimentos, pesquisando e acessando outros conteúdos. Sugerimos que você visite o Portal Brasileiro do Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, dis- ponível em: <http://www.comexbrasil.gov.br/> (acesso em: 26 jul. 2012). Além de manter-se bem informado, você encontrará conteúdos relevantes para seu estudo. 5) Você pode encontrar boas referências de conteúdos es- pecializados em Política de Comércio Exterior Brasileiro nos portais disponíveis em: <http://www.mdic.gov.br> e http://www.brasilglobalnet.gov.br/> (acesso em: 26 jul. 2012). Claretiano - Centro Universitário 159© U4 - Mercado Internacional: Câmbio e Modalidades de Pagamento 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE No estudo da Unidade 4, vimos os conceitos relacionados ao preço de exportação. Agora, aqui, nesta unidade, oferecemos a oportunidade de você estudar o comércio exterior brasileiro e o câmbio no Brasil. Vamos começar?! 5. POLÍTICA BRASILEIRA PARA O COMÉRCIO EXTERIOR Já sabemos que o Brasil, até 1990, adotava o modelo prote- cionista-exportador. Naquela época, o governo brasileiro utilizava- -se da política cambial para restringir o comércio internacional, es- pecialmente nas importações, por serem estas as operações que provocavam a saída de divisas do país. Como exemplo dessa intervenção, citamos o ocorrido entre os anos 1975 e 1979: para toda e qualquer importação de produ- tos que fossem considerados "não essenciais" havia a necessidade de um depósito compulsório à ordem do Banco Central do Brasil, equivalente a 100% do valor FOB da compra (que é o pagamento de frete no transporte marítimo de mercadorias), com um prazo de restituição de 12 meses. Contudo, as diversas reformas monetárias que o governo realizou fizeram com que grande parte desses depósitos não fosse reclamada ou reavida por seus respectivos depositantes. Durante as últimas décadas, foram feitas ações governamen- tais, tornando-se fundamentais para buscar a modernização da legislação brasileira referente ao comércio internacional. No item que se segue, veremos quais foram as principais medidas. © Comércio Exterior160 Principais ações governamentais relacionadas às leis do comércio internacional Temos, na década de 1990, as datas das mais notáveis me- didas governamentais que foram assumidas com o intuito de mo- dernizar a legislação do comércio internacional no Brasil. No ano inaugural dessa década, ou seja, em 1990, com o advento do governo Collor, houve a criação do Departamento de Comércio Exterior (Decex). A desregulamentação do comércio ex- terior no Brasil iniciou-se nesse período. Em 1992, foi criado o Sistema Informatizado de Comércio Exterior (Siscomex) pelo Decreto nº 660, e, em 1995, foi criado o Programa de Financiamento às Exportações (Proex), que: [...] foi instituído pelo Governo Federal para proporcionar às expor- tações brasileiras condições de financiamento equivalentes às do mercado internacional. O agente financeiro da União para opera- cionalização do Programa é o Banco do Brasil S.A. (SAIN, 2012). Na sequência, ainda em 1995, é criada a Câmara de Comér- cio Exterior (Camex), a qual, nas palavras de Bonelli et al. (1997, p. 13), possui o objetivo de: [...] superar os problemas institucionais decorrentes da fragmenta- ção das instâncias decisórias nestas áreas e coordenar as atividades e decisões com vistas à elaboração de uma política de médio prazo para o comércio exterior. Desse modo, de acordo com o artigo 2º do Decreto nº 4.732, de 10/06/2003, que dispõe sobre a Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Conselho do Governo, compete ao órgão: Art. 2º [...] I – definir diretrizes e procedimentos relativos à implementação da política de comércio exterior visando à inserção competitiva do Brasil na economia internacional; II – coordenar e orientar as ações dos órgãos que possuem compe- tências na área de comércio exterior; III – definir, no âmbito das atividades de exportação e importação, diretrizes e orientações sobre normas e procedimentos, para os se- guintes temas, observada a reserva legal: Claretiano - Centro Universitário 161© U4 - Mercado Internacional: Câmbio e Modalidades de Pagamento a) racionalização e simplificação do sistema administrativo; b) habilitação e credenciamento de empresas para a prática de co- mércio exterior; c) nomenclatura de mercadoria; d) conceituação de exportação e importação; e) classificação e padronização de produtos; f) marcação e rotulagem de mercadorias; e g) regras de origem e procedência de mercadorias; IV – estabelecer as diretrizes para as negociações de acordos e con- vênios relativos ao comércio exterior, de natureza bilateral, regio- nal ou multilateral; V – orientar a política aduaneira, observada a competência especí- fica do Ministério da Fazenda; VI – formular diretrizes básicas da política tarifária na importação e exportação; VII – estabelecer diretrizes e medidas dirigidas à simplificação e ra- cionalização do comércio exterior; VIII – estabelecer diretrizes e procedimentos para investigações re- lativas a práticas desleais de comércio exterior; IX – fixar diretrizes para a política de financiamento das exportações de bens e de serviços, bem como para a cobertura dos riscos de opera- ções a prazo, inclusive as relativas ao seguro de crédito às exportações; X – fixar diretrizes e coordenar as políticas de promoção de merca- dorias e de serviços no exterior e de informação comercial; XI – opinar sobre política de frete e transportes internacionais, por- tuários, aeroportuários e de fronteiras, visando à sua adaptação aos objetivos da política de comércio exterior e ao aprimoramento da concorrência; XII – orientar políticas de incentivo à melhoria dos serviços por- tuários, aeroportuários, de transporte e de turismo, com vistas ao incremento das exportações e da prestação desses serviços a usuá- rios oriundos do exterior; XIII – fixaras alíquotas do imposto de exportação, respeitadas as condi- ções estabelecidas no Decreto-lei nº 1.578, de 11 de outubro de 1977; XIV – fixar as alíquotas do imposto de importação, atendidas as condições e os limites estabelecidos na Lei nº 3.244, de 14 de agos- to de 1957, no Decreto-lei nº 63, de 21 de novembro de 1966, e no Decreto-lei nº 2.162, de 19 de setembro de 1984; © Comércio Exterior162 XV – fixar direitos antidumping e compensatórios, provisórios ou definitivos, e salvaguardas; XVI – decidir sobre a suspensão da exigibilidade dos direitos pro- visórios; XVII – homologar o compromisso previsto no art. 4º da Lei nº 9.019, de 30 de março de 1995; XVIII – definir diretrizes para a aplicação das receitas oriundas da cobrança dos direitos de que trata o inciso XV deste artigo; e XIX – alterar, na forma estabelecida nos atos decisórios do Mercado Comum do Sul − Mercosul, a Nomenclatura Comum do Mercosul de que trata o Decreto nº 2.376, de 12 de novembro de 1997. § 1º – Na implementação da política de comércio exterior, a CAMEX deverá ter presente: I – os compromissos internacionais firmados pelo País, em parti- cular: a) na Organização Mundial do Comércio − OMC; b) no Mercosul; e c) na Associação Latino-Americana de Integração − Aladi; II – o papel do comércio exterior como instrumento indispensável para promover o crescimento da economia nacional e para o au- mento da produtividade e da qualidade dos bens produzidos no País; III – as políticas de investimento estrangeiro, de investimento na- cional no exterior e de transferência de tecnologia, que comple- mentam a política de comércio exterior; e IV – as competências de coordenação atribuídas ao Ministério das Relações Exteriores no âmbito da promoção comercial e da re- presentação do Governo na Seção Nacional de Coordenação dos Assuntos relativos à Alca − Senalca, na Seção Nacional para as Ne- gociações Mercosul − União Europeia − Seneuropa, no Grupo Inter- ministerial de Trabalho sobre Comércio Internacional de Mercado- rias e Serviços − GICI, e na Seção Nacional do Mercosul. § 2º – A Camex proporá as medidas que considerar pertinentes para proteger os interesses comerciais brasileiros nas relações co- merciais com países que descumprirem acordos firmados bilateral, regional ou multilateralmente. § 3º – No exercício das competências constantes dos incisos II, IV, V, IX e X, a Camex observará o disposto no art. 237 da Constituição. Claretiano - Centro Universitário 163© U4 - Mercado Internacional: Câmbio e Modalidades de Pagamento Em 1997, foi criado o Seguro de Crédito à Exportação (SCE), pelo Decreto nº 2.369, em 10 de novembro. Esse decreto, além de criar o SCE, criou a Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação (SBCE), uma empresa especializada e autorizada a operar, especifi- camente, o seguro criado. Esse mesmo decreto foi posteriormente revogado pelo Decreto nº 3.937, de 25/09/2001, que, por sua vez, deu uma nova regulamentação a esse seguro. A SBCE funciona como um guichê único do SCE, ou seja, os exportadores terão de recorrer unicamente à Seguradora para rea- lizar seus contratos, enquanto o SCE: [...] tem por objetivo segurar as exportações brasileiras de bens e serviços contra os riscos comerciais, políticos e extraordinários que possam afetar as transações econômicas e financeiras vinculadas a operações de crédito à exportação (BNDES, 2012). O Decreto nº 3.937, de 25/09/2001, regulamenta a Lei nº 6.704, de 26/10/1979, a qual dispõe sobre o SCE, e dá outras pro- vidências. Observe o artigo 2º do citado decreto: Art. 2º – Consideram-se riscos comerciais as situações de insolvên- cia do devedor, caracterizando-se esta quando: I – ocorrer mora pura e simples do devedor por prazo igual ou superior a cento e oitenta dias da data do vencimento da primeira parcela não paga, desde que não provocada pelos fatos enumerados no art. 3º; II – executado o devedor, seus bens revelarem-se insuficientes ou insuscetíveis de arresto, sequestro ou penhora; III – decretada a falência ou a concordata do devedor ou outro ato administrativo ou judicial de efeito equivalente; IV – celebrado acordo do devedor com o segurado, com anuência da seguradora, para pagamento com redução do débito. Parágrafo único. Excetuam-se do prazo estabelecido no inciso I des- te artigo as operações destinadas ao setor aeronáutico. Note, também, o que dispõe o artigo 3º: Art. 3º – Consideram-se riscos políticos e extraordinários a ocorrên- cia, isolada ou cumulativamente, das seguintes situações: I – mora pura e simples do devedor público por prazo igual ou su- perior a cento e oitenta dias da data do vencimento da primeira parcela não paga; © Comércio Exterior164 II – rescisão arbitrária, pelo devedor público, do contrato garantido; III – moratória geral decretada pelas autoridades do país do deve- dor ou de outro país por intermédio do qual o pagamento deva ser efetuado; IV – qualquer outro ato ou decisão das autoridades de um outro país que impeça a execução do contrato garantido; V – por decisão do Governo brasileiro, de governos estrangeiros ou de organismos internacionais, posterior aos contratos firmados, resulte a impossibilidade de se realizar o pagamento pelo devedor; VI – superveniência, fora do Brasil, de guerra, revolução ou motim, de catástrofes naturais, tais como ciclones, inundações, terremo- tos, erupções vulcânicas e maremotos, que impeçam a execução do contrato garantido; VII – impossibilidade de pagamento por parte dos Bancos Centrais dos países participantes do Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos − CCR, por prazo superior a cento e vinte dias das Com- pensações Quadrimestrais; VIII – qualquer ato ou decisão das autoridades de um outro país solicitando o cumprimento de garantias bancárias relacionadas à exportação, por entender que o exportador não cumpriu total ou parcialmente suas obrigações. § 1º – As situações previstas nos incisos I a V deste artigo não con- templam as operações cursadas no âmbito do CCR. § 2º – Excetuam-se do prazo estabelecido no inciso I deste artigo as operações destinadas ao setor aeronáutico. Em 1997, foi criado, no âmbito do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Agência de Promoção de Exportações (Apex), pelo Decreto nº 2.398, em 21 de novem- bro. Com o objetivo de apoiar a implementação da política de pro- moção comercial de exportações – conforme já vimos na Unidade 3 – essa agência, reestruturada durante o governo Lula, realiza projetos com mais de 60 entidades de setores da indústria e de serviços. Além disso: [...] a Agência vem contribuindo para os excelentes resultados da balança comercial por meio da diversificação da pauta exportado- ra, abertura de novos mercados e consolidação e ampliação dos mercados tradicionais e, particularmente, do crescimento notável nas vendas de itens com maior valor agregado. Claretiano - Centro Universitário 165© U4 - Mercado Internacional: Câmbio e Modalidades de Pagamento [...] Em cinco anos de atividade como Agência autônoma, a Apex-Brasil levou empresários brasileiros para expor e negociar seus produtos em mais de 60 países, com ações continuadas que fizeram com que o Brasil estivesse representado em alguma parte do mundo todos os dias do ano (ANFACER, 2012). Em 1998, foi regulamentado o Registro de Exportação Sim- plificado (RES) pelo Comunicado Decex nº 25, em 4 de setembro, com o intuito de "facilitar a atuação não só das empresas de pe- queno porte, mas também daquelas que pretendem realizar ope- rações de exportação que não ultrapassem US$ 50.000,00" ou "o equivalente em outra moeda". Tal proposta será válida se for le- vado em consideração o valor na condição de venda e "desdeque atendidas as demais condições regulamentares" (MDIC, 2012f). Em relação ao Registro de Exportação (RE) convencional, o RES tem, além de outros, estes benefícios: • O número de campos é reduzido (13, no total). • A formalização da operação dá-se pela assinatura de um simples boleto pelos importadores. • As normas do Banco Central do Brasil sobre o câmbio sim- plificado, vistas na Unidade 4 e que se aplicam ao RES, estão no Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais (RMCCI). Em 1999, o último ano dessa década, foi regulamentada a Declaração Simplificada de Exportação (DSE) pela Instrução Nor- mativa da Receita Federal do Brasil (IN/RFB) nº 611/2006, que, por sua vez, foi alterada pela IN RFB nº 846/2008. A DES foi criada "com o objetivo de simplificar os despachos aduaneiros de mercadorias de baixo valor e estimular as exporta- ções, em especial das micro e pequenas empresas" (MDIC, 2012a). De acordo com a IN/RFB nº 611/2006, o registro da DSE será admitido pelo correio ou por intermédio de empresa de transpor- te internacional expresso, quando se tratar de remessa postal in- ternacional ou de encomenda aérea com valores até o limite de © Comércio Exterior166 US$ 50.000,00 (cinquenta mil dólares dos Estados Unidos) ou o equivalente em outra moeda. 6. ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO Para que você compreenda como funciona a estrutura do comér- cio exterior no Brasil, começaremos explicando os diversos órgãos gover- namentais que, em conjunto, o geraram; órgãos esses que respondem pelas políticas e pelas decisões de ordem administrativa, tributária, fiscal e cambial aplicadas às operações efetuadas com o mercado externo. Órgãos responsáveis pelo comércio exterior brasileiro Como vimos e pudemos notar, a partir de 1990, ocorreram reor- ganizações administrativas e redefinições de competências que significa- tivamente alteraram a estrutura orgânica do comércio exterior brasileiro. Figura 1 Estrutura do comércio exterior brasileiro. Claretiano - Centro Universitário 167© U4 - Mercado Internacional: Câmbio e Modalidades de Pagamento O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Ex- terior (MDIC) e o Ministério da Fazenda (MF), respectivamente com seus órgãos – Câmara de Comércio Exterior (Camex), Secreta- ria de Comércio Exterior (Secex), Banco Central do Brasil (Bacen) e Secretaria da Receita Federal (SRF) –, formulam e controlam todo o comércio internacional praticado pelo Brasil. Conforme dispõe o MDIC, são várias as funções desenvolvi- das pelos órgãos que atuam no comércio exterior brasileiro. A Camex tem por objetivo a formulação, a adoção, a imple- mentação e a coordenação de políticas e atividades relativas ao comércio exterior de bens e serviços, incluindo o turismo. Possui as seguintes competências: 1) Política de comércio exterior; 2) Procedimentos relativos a medidas protecionistas; 3) Formulação de diretrizes para os impostos de importação e os de exportação; 4) Desregulamentação do comércio exterior; 5) Orientação de parâmetros a serem negociados em acor- dos internacionais; 6) Fixação de diretrizes para as políticas de crédito e o risco das exportações brasileiras; 7) Orientação das políticas de incentivos ao transporte e ao turismo. Essas atividades exercidas pela Camex são conjuntamente realizadas pelo seguinte colegiado: 1) Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Ex- terior (o presidente da Camex); 2) Ministro-Chefe da Casa Civil; 3) Ministro das Relações Exteriores; 4) Ministro da Fazenda; 5) Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão; 6) Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. © Comércio Exterior168 Outra atividade que é exercida pelos órgãos que atuam no comércio exterior é, logicamente, a de defender os interesses brasileiros no exterior. As instituições governamentais que são as maiores responsáveis por essa atividade são: 1) Ministério das Relações Exteriores (MRE); 2) Secretaria de Comércio Exterior (Secex); 3) Secretaria de Assuntos Internacionais (Seain). Os atos de operacionalizar, gerenciar e regulamentar a im- portação e a exportação estão a cargo: 1) da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), mediante o seu Departamento de Operações de Comércio Exterior (Decex); 2) da Secretaria da Receita Federal (SRF); 3) do Banco Central do Brasil (Bacen). Atuam na prospecção e na divulgação do Brasil, no financia- mento, na logística e em outros setores estratégicos para o for- talecimento da presença brasileira no comércio internacional as seguintes instituições: 1) Agência de Promoção de Exportações (Apex-Brasil); 2) Banco do Brasil (BB); 3) Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); 4) Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT); 5) Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação (SBCE). De todos os órgãos que compõem a estrutura de comércio exterior do Brasil, três são as bases de toda a política comercial brasileira no mercado internacional: a Secretaria de Comércio Ex- terior, a Secretaria da Receita Federal e o Banco Central do Brasil. Conheça cada um deles, a seguir. Secretaria de Comércio Exterior À Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao MDIC, compete definir as normas e os procedimentos administra- tivos e comerciais da exportação e da importação brasileiras. Claretiano - Centro Universitário 169© U4 - Mercado Internacional: Câmbio e Modalidades de Pagamento Acrescenta o MDIC (2012b): À Secex cabe igualmente a coordenação da aplicação de defesa contra práticas desleais de comércio, bem como de medidas de sal- vaguardas comerciais; o aperfeiçoamento do sistema operacional do comércio exterior brasileiro, e a disseminação de informações sobre comércio exterior. Em sua estrutura administrativa, a Secex é composta por quatro departamentos: 1) Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior (Depla); 2) Departamento de Operações de Comércio Exterior (Decex); 3) Departamento de Defesa Comercial (Decom); 4) Departamento de Negociações Internacionais (Deint). A Secex, além da SRF e do Bacen, é um dos órgãos gestores do Siscomex. Secretaria da Receita Federal A Secretaria da Receita Federal (SRF), vinculada ao Ministé- rio da Fazenda (MF), tem sob sua competência o controle e a fisca- lização aduaneira das mercadorias que entram ou saem do país. A SRF é responsável, também, pela arrecadação de tributos federais incidentes sobre os produtos importados ou exportados. E complementando: Dentro da SRF, a Coordenação-Geral do Sistema Aduaneiro – Coana assume grande importância no comércio exterior em função de sua competência de planejar, orientar, supervisionar, controlar e ava- liar as atividades aduaneiras, bem como aplicar a legislação adua- neira e correlata, baixando os atos normativos necessários (MDIC, 2012b, grifos do autor). Banco Central do Brasil O Banco Central do Brasil (Bacen) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda e que responde pelo controle do fluxo de caixa do país, resultante dos pagamentos e dos recebi- mentos em moeda estrangeira. Cabe a ele a definição de procedi- © Comércio Exterior170 mentos e fiscalizar o cumprimento das normas cambiais pela rede de bancos que são autorizados a operar em câmbio. Ainda: Cabe ao Bacen a Gerência Temática de Normas Cambiais no âmbito do Programa Especial de Exportações – PEE da Camex. Atua ainda como gestor do Siscomex, em conjunto com a Secex e a SRF responsabili- zando-se pelo controle cambial das operações de comércio exterior. Para tanto, conta com o Sistema Integrado de Registro de Operações de Câmbio – Sisbacen/Câmbio, um sistema "on line" de teleprocessa- mento, integrandoo Bacen e os bancos autorizados a operar em câm- bio, além das corretoras credenciadas (MDIC, 2012b, grifos do autor). Como previamente destacamos, o Siscomex é administrado conjuntamente pela SRF, pelo Bacen e pela Secex, permitindo que haja um relacionamento entre eles. Uma vez que tais órgãos são, como vimos, as bases de toda a política comercial do Brasil no mercado internacional, vamos co- nhecer um pouco desse sistema com o qual eles atuam. Sistema Informatizado de Comércio Exterior (Siscomex) –––– Instituído pelo Decreto nº 660, de 25/09/1992, como já vimos no início desta unidade, o Siscomex "é um instrumento que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, através de um único fluxo computado- rizado de informações" (CENTRAL DE ATENDIMENTO AO EXPORTADOR, 2012a). Com a criação do Siscomex, todos os processamentos relativos às operações de comércio exterior foram informatizados. As operações passaram a ser registra- das por meio do sistema e analisadas on-line pelos órgãos gestores e anuentes que atuam no comércio exterior. A informatização das operações de exportação e de importação foi implantada, respectivamente, em 1993 e em 1997. Em novembro de 2001, foi incorporado ao Siscomex o módulo de funcionamento drawback eletrônico. Sendo o SRF, o Bacen e o Secex os responsáveis pela administração do Sisco- mex, os órgãos nele intervenientes são: Intervenientes: 1) Banco do Brasil. 2) Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN). 3) Departamento de Operações de Comércio Exterior (Decex). 4) Departamento Nacional de Combustíveis (DNC). 5) Departamento da Polícia Federal (DPF). 6) Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). 7) Ministério da Aeronáutica. Claretiano - Centro Universitário 171© U4 - Mercado Internacional: Câmbio e Modalidades de Pagamento 8) Ministério da Agricultura e Abastecimento. 9) Ministério da Ciência e Tecnologia. 10) Ministério do Exército. 11) Ministério da Saúde. 12) Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR). 13) Secretaria de Produtos de Base (SPB). Usuários: 1) Órgãos da administração direta e indireta, intervenientes no comércio exterior. 2) Instituições financeiras autorizadas a operar em câmbio, mediante acesso ao Sistema de Informações do Banco Central do Brasil (Sisbacen). 3) Instituições financeiras autorizadas pela Secretaria de Comércio Exterior (Se- cex) a conceder licença de importação. 4) Pessoas físicas e jurídicas que atuam na área de comércio exterior, como exporta- dores, importadores, depositários, transportadores e seus representantes legais. Na concepção e no desenvolvimento do Sistema, conforme consta no site do MDIC: [...] foram harmonizados conceitos, códigos e nomenclaturas, tor- nando possível a adoção de um fluxo único de informações, tra- tado pela via informatizada, que permite a eliminação de diversos documentos utilizados no processamento das operações. O sistema de registro de exportações [e importações] totalmente informatizado permitiu um enorme ganho em agilização, confiabili- dade, rápido acesso a informações estatísticas, redução de custos etc. (MDIC, 2012h). A Cartilha de Exportação (FIER, 2012) aborda numa linguagem simples vários aspectos da exportação. Sua leitura pode esclarecer muitas dúvidas sobre o tema. Por exemplo, como se dá o acesso ao Siscomex que "é concedido ao usuário devi- damente habilitado, observadas as normas específicas de segurança que permitem identificar o usuário, o local e o horário de acesso, com vista à preservação e à integri- dade dos dados relativos a transações e rotinas realizadas no sistema" (FIER, 2012). Dispondo dos equipamentos que são precisados e das devidas condições de acesso, as empresas exportadoras podem acessar, diretamente, o Siscomex, partindo de seu próprio estabelecimento. No entanto, esse acesso também será possível mediante: 1) Despachantes aduaneiros. 2) Rede de computadores colocada à disposição dos usuários pela SRF (salas de contribuintes). 3) Corretoras de câmbio. 4) Agências bancárias que realizam operações de câmbio. 5) Outras entidades habilitadas (APRENDENDO A EXPORTAR, 2012a). Assim, para habilitar-se ao acesso, será necessário à empresa que operar no co- mércio internacional o registro no Sistema Radar (Sistema Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação de Intervenientes Aduaneiros) na SRF. Para encontrar informações mais detalhadas a respeito do Siscomex e de sua utilização pelas empresas, basta acessar os sites da Secex, do Bacen e da SRF, cujos endereços estão indicados nas referências bibliográficas desta unidade. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– © Comércio Exterior172 O Bacen, além de ser um dos órgãos responsáveis pelo Sisco- mex, possui seu próprio sistema de informações, que é chamado Sis- tema de Informações do Banco Central (Sisbacen). Este, por sua vez, "é um conjunto de recursos de tecnologia da informação, interligados em rede, utilizado pelo Banco Central na condução de seus processos de trabalho" (BACEN, 2012c). Trata-se de "um sistema eletrônico de coleta, armazenagem e troca de informações que liga o Banco Central aos agentes do sistema financeiro nacional" (BCB, 2012b). O Sisbacen é o instrumento do qual dispõe o Banco Central para monitorar e fiscalizar o mercado de câmbio, visto que todas as operações que utilizam moedas estrangeiras são registradas imediatamente, em tempo real, o que permite ao Banco Central atuar tanto no monitoramento e na fiscalização do mercado quan- to na orientação dos rumos da política cambial. 7. CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIAS De acordo com o site da Receita Federal (2012): Classificação Fiscal de mercadorias é importante não somente para de- terminar os tributos envolvidos nas operações de importação e exporta- ção, e de saída de produtos industrializados, mas também, em especial no comércio exterior, para fins de controle estatístico e determinação do tratamento administrativo requerido para determinado produto. O importador, exportador ou fabricante de certo produto, deve, em princípio, determinar ele próprio, ou através de um profissional por ele contratado, a respectiva classificação fiscal, o que requer que esteja familiarizado com o Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadoria e as Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado, através de pesquisa efetuada na TEC ou TIPI, nas Notas Explicativas do Sistema Harmonizado e em ementas de Pareceres e Soluções de Consulta publicadas no D.O.U. O Sistema Harmonizado O Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias ou apenas Sistema Harmonizado (SH) é uma ordem internacional de classificação fiscal de mercadorias embasado em Claretiano - Centro Universitário 173© U4 - Mercado Internacional: Câmbio e Modalidades de Pagamento uma estrutura de códigos e suas respectivas descrições. Ele foi ela- borado com o intuito de promover o desenvolvimento do comér- cio internacional e de aprimorar a coleta, a comparação e a análise das estatísticas, especialmente as do comércio exterior. Nesse sentido, o SH facilita: • As negociações comerciais internacionais. • A elaboração das tarifas de fretes e das estatísticas rela- tivas aos diferentes meios de transporte de mercadorias. • O fornecimento de outras informações utilizadas pelos di- versos intervenientes no comércio internacional. Composta por seis dígitos, a constituição dos códigos do SH permite que as particularidades dos produtos sejam atendidas, como a origem, a matéria constitutiva e a aplicação, em um orde- namento numérico lógico, crescente e conforme o nível de sofisti- cação das mercadorias (MDIC, 2012d). O SF abrange: • Nomenclatura – Compreende 21 seções, compostapor 96 capí- tulos, além das Notas de Seção, de Capítulo e de Subposição. Os capítulos, por sua vez, são divididos em posições e subposições, atribuindo-se códigos numéricos a cada um dos desdobramen- tos citados. Enquanto o Capítulo 77 foi reservado para uma eventual utilização futura no SH, os Capítulos 98 e 99 foram re- servados para usos especiais pelas Partes Contratantes. O Bra- sil, por exemplo, utiliza o Capítulo 99 para registrar operações especiais na exportação; • Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado – Estabelecem as regras gerais de classificação das mercadorias na Nomenclatura; • Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH) – Forne- cem esclarecimentos e interpretam o Sistema Harmonizado, estabelecendo, detalhadamente, o alcance e conteúdo da No- menclatura (MDIC, 2012d). A Nomenclatura Comum do Mercosul A partir de janeiro de 1995, o Brasil, juntamente com a Ar- gentina, o Paraguai e o Uruguai, assumiu a Nomenclatura Comum © Comércio Exterior174 do Mercosul (NCM), que é fundamentada no SH. Desse modo, dos oito dígitos que formam a NCM, os seis primeiros são compostos pelo SH e o dois últimos correspondem a desdobramentos particulares conferidos pelo Mercosul. Na NCM, a metodologia de classificação dos códigos segue a estrutura reproduzida na Figura 2, a seguir: Figura 2 Estrutura da sistemática de classificação dos códigos da NCM. Servindo-nos do exemplo sugerido no site do MDIC, vamos utilizar, para melhor compreender o funcionamento da NCM, o có- digo 0104.10.11 para animais reprodutores de raça pura, da espé- cie ovina, que estejam prenhes ou com cria ao pé. Esse código é o resultado dos desdobramentos que serão mostrados na Tabela 1. Tabela 1 Desdobramentos do código NCM 0104.10.11. SEÇÃO I à ANIMAIS VIVOS E PRODUTOS DO REINO ANIMAL CAPÍTULO 01 à Animais vivos POSIÇÃO 0104 à Animais vivos das espécies ovina e caprina SUBPOSIÇÃO 0104.10 à Ovinos ITEM 0104.10.1 à Reprodutores de raça pura SUBITEM 0104.10.11 à Prenhe ou com cria ao pé Fonte: MDIC (2012d). Salientamos que compete à SRF, por meio da Coordenação Geral do Sistema Aduaneiro e da Superintendência Regional da Receita Federal, a solução de consultas a respeito da classificação fiscal de mercadorias. Claretiano - Centro Universitário 175© U4 - Mercado Internacional: Câmbio e Modalidades de Pagamento 8. PROCEDIMENTOS ADUANEIROS Adotando como parâmetros os procedimentos aduaneiros, temos que o Estado foi definido pela Convenção de Montevidéu, em 1933. Nessa convenção, estabeleceu-se que todo Estado deve possuir: 1) Uma população permanente; 2) Um território definido; 3) Um governo; 4) A capacidade de honrar os seus compromissos com os outros Estados. Logo, o Estado tem caráter territorial, e a sua soberania – o poder supremo para fazer as leis que modelam as instituições e que organizam as relações em sociedade – é exercida no âmbito interno. Ele pode não acatar as leis de outro Estado. O conceito jurisdicional do termo "território" é o de que este se trata de um local onde se aplica o próprio direito. Assim, na jurisdição aduaneira – o exercício do direito nos limites da compe- tência no território, ou seja, a região em que se tem o poder para exercer negócios e aplicar leis –, o território aduaneiro compreen- de todo o território nacional, inclusive o mar territorial, as águas territoriais e o espaço aéreo correspondente. Temos dois tipos de zonas no território aduaneiro: a zona primária e a zona secundária. A zona primária compreende: • a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, que é ocupada pelos portos e pelos recintos alfandega- dos; • a área terrestre que é ocupada pelos aeroportos alfande- gados; • a área adjacente aos pontos de fronteira alfandegados (APRENDENDO A EXPORTAR, 2012c). © Comércio Exterior176 Destaque-se que recintos alfandegados são pátios, arma- zéns, terminais e outros locais destinados à movimentação e ao depósito de mercadorias. Já a zona secundária compreende toda a parte restante do território aduaneiro, e nela estão incluídas as águas territoriais e o espaço aéreo. Observe, no Quadro 1, um breve resumo da distribuição das áreas territoriais conforme a zona a que elas pertencem no terri- tório aduaneiro. Quadro 1 Zona primária e zona secundária do território aduaneiro. TERRITÓRIO ADUANEIRO Zona Primária Zona Secundária Portos alfandegados Águas territoriais Aeroportos alfandegados Espaço aéreo Pontos de fronteira alfandegados Áreas terrestres Terminais alfandegados Fonte: adaptado de Portal Brasileiro de Comércio Exterior (2012). Observe, a seguir, outros termos relativos aos procedimen- tos aduaneiros. Porto Seco ou Estação Aduaneira Interior O Porto Seco, também conhecido como Estação Aduaneira Interior (Eadi), foi criado pela SRF nos anos 1990 com o intuito de aliviar o fluxo de mercadorias nos portos, aeroportos e pontos de fronteira em todo o país, oferecendo agilidade na liberação das mercadorias, visto que os procedimentos aduaneiros são executa- dos próximo ao estabelecimento dos importadores/exportadores. Trata-se de um recinto alfandegado de uso público no qual se movimenta, armazena e despacha mercadorias ou bagagens. Atente que aqui não se pode instalar uma zona primária de portos e de aeroportos, e o Porto Seco funciona em Regime de Concessão ou Permissão. Claretiano - Centro Universitário 177© U4 - Mercado Internacional: Câmbio e Modalidades de Pagamento Terminais Retroportuários Alfandegados (TRA) De acordo com o Decreto nº 91.030/1985, em seu artigo 23: Art. 23 – Terminais retroportuários alfandegados são instalações onde, sob controle aduaneiro, são realizadas operações de desuni- tização de mercadorias importadas ou unitização das destinadas à exportação. Parágrafo único. No que se refere à importação, somente podem ser realizadas, nos terminais, as operações com mercadorias em- barcadas, no exterior, em contêiner, reboque ou semirreboque. Manifesto Internacional de Carga (MIC/DTA) Conforme Central de Atendimento ao Exportador (2012b): [...] O transporte rodoviário possui um documento, emitido pelo despachante responsável pelo desembaraço da carga, denominado MIC/DTA − Manifesto Internacional de Carga Rodoviária/Declara- ção de Trânsito Aduaneiro. O MIC/DTA é um formulário único que combina o Manifesto de Carga com o Trânsito Aduaneiro. Ele pode ser utilizado quando a quantidade de carga for suficiente para a lotação de um veículo, reduzindo o tempo de trânsito (transit time), sem a necessidade de vistoria de carga em fronteira, mas apenas a conferência do lacre com o qual o veículo deve efetuar todo o percurso previsto. O MIC/DTA também permite que o desembaraço aduaneiro e o pagamento de impostos de importação ocorram no destino final e não no local de cruzamento da fronteira. 9. DOCUMENTOS REFERENTES À EXPORTAÇÃO E À IMPORTAÇÃO Como já foi visto nas unidades anteriores, antes de uma em- presa começar a formalização de um processo de exportação ou de importação, são necessárias várias definições e decisões, como a definição do produto, dos mercados e da forma de representa- ção no mercado-alvo, a formação de preços etc. Feito isso, inicia- -se o período das negociações. © Comércio Exterior178 Nesse processo, depois de o produto ser apresentado para o futuro cliente e de o preço ser definido, o fabricante envia a Fatura Proforma (Proforma Invoice) com todos os detalhes da negociação que está em andamento. Nela, é estabelecida a apresentação do fornecedor, a descrição do produto e o detalhamento da negocia- ção, ou seja, os preços, a forma e as condições de pagamento, os pesos e as medidasda mercadoria etc. Assim, nesse estudo, estaremos considerando que, neste momento, a empresa já está devidamente credenciada com os ór- gãos governamentais para exportar/importar. Ressaltamos que os procedimentos na negociação e as exi- gências documentais são iguais tanto para a exportação quanto para a importação, apenas com a exceção da política interna de cada país no que diz respeito às licenças e às taxas na importação. Quanto aos documentos que estão envolvidos em todo o processo de exportação/importação, para melhor compreensão, os dividimos em três grupos, de acordo com Vazquez (2007): • Documentos referentes ao exportador/importador. • Documentos referentes ao contrato de exportação ou de importação. • Documentos referentes à mercadoria. Observe a explicação de cada um deles. Documentos referentes ao exportador/importador Para que uma empresa se habilite a exportar, deve efetuar sua inscrição no Registro de Exportadores e Importadores (REI), da SECEX, e no Registro de Rastreamento da Atuação de Intervenientes Aduaneiros (Radar), da SRF. O credenciamento é gerenciado pelo Sis- comex, que é um instrumento que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior. Os exportadores e importadores, ao realizarem a primeira ope- ração, serão inscritos, automaticamente, por meio do Siscomex, sem Claretiano - Centro Universitário 179© U4 - Mercado Internacional: Câmbio e Modalidades de Pagamento o encaminhamento de quaisquer documentos, os quais poderão ser solicitados, eventualmente, pelo Decex, para verificação de rotina. Documentos referentes ao contrato de exportação ou de importação Os documentos referentes ao contrato de exportação são: fatura pró-forma, carta de crédito, letra de câmbio e contrato de câmbio. Veja cada um deles. Fatura Proforma (Proforma Invoice) A Fatura Proforma (ou Proforma Invoice) é o primeiro docu- mento oficial emitido pela fábrica desde a manifestação do inte- resse de seu produto pelo importador. Nesse documento, a fábrica detalha os produtos de interesse do importador e estipula as con- dições de venda. A Proforma Invoice necessariamente deverá conter: 1) Denominação (Proforma Invoice). 2) Dados do comprador. 3) Descrição detalhada do produto. 4) Modalidade da venda (Incoterms). 5) Condições de pagamento. 6) Quantidade do produto. 7) Preço do produto. 8) Dados do volume. 9) Quantidade, peso e medidas do volume. 10) Transporte internacional. 11) Seguro internacional. 12) Prazo de entrega. 13) Prazo ou validade da cotação. Vale salientar que esses dados podem ser modificados de acordo com o padrão de negociação que for estabelecido em de- terminados setores produtivos. © Comércio Exterior180 É possível substituir a Fatura Proforma por uma cotação en- viada por fax ou carta, observadas as devidas informações. Carta de Crédito (Letter of Credit) A Carta de Crédito, que também é conhecida por crédito do- cumentário, "é a modalidade de pagamento mais difundida no co- mércio internacional, pois oferece maiores garantias, tanto para o exportador como para o importador" (APRENDENDO A EXPORTAR, 2012b). É um instrumento emitido por um banco (o banco emitente), a pe- dido de um cliente (o tomador do crédito). De conformidade com instruções deste, o banco compromete-se a efetuar um pagamento a um terceiro (o beneficiário), contra entrega de documentos esti- pulados, desde que os termos e condições do crédito sejam cum- pridos (APRENDENDO A EXPORTAR, 2012b, grifos do autor). A emissão da Carta de Crédito pelo importador significa a efetivação da operação conforme fora combinado (detalhes incluí- dos na Proforma), em especial no que se refere ao valor do crédito, ao beneficiário e ao endereço, ao prazo de validade para o em- barque da mercadoria, ao prazo de validade para a negociação do crédito, aos portos de embarque e de destino, à discriminação da mercadoria, às quantidades, às embalagens, à permissão ou não para os embarques parciais e o transbordo, ao conhecimento de embarque, às faturas, aos certificados e outros (APRENDENDO A EXPORTAR, 2012b.). Para a liquidação da Carta de Crédito, o exportador tem de cumprir todas as exigências nela solicitadas. Letra de Câmbio (Saque/Cambial/Draft) A letra de câmbio, semelhante à duplicata emitida nas ven- das internas, representa um título de crédito, emitido pelo expor- tador e sacado contra o importador. O valor da letra de câmbio deve ser igual ao total de divisas registradas na fatura comercial. Consiste dos seguintes elementos: Claretiano - Centro Universitário 181© U4 - Mercado Internacional: Câmbio e Modalidades de Pagamento • número, praça e datas de emissão e vencimento; • beneficiário, • nome e endereço do emitente, e sua assinatura; • instrumento que gerou letra de câmbio (saque) – carta de crédi- to, fatura comercial, etc. (BRASIL GLOBAL NET, 2012). Contrato de Câmbio De acordo com Brasil Global Net (2012), é um instrumento firmado para troca de moedas, entre a empresa exportadora e um banco (importador de moedas estrangeiras), autorizado pelo Ban- co Central do Brasil a operar com câmbio. Documentos referentes à mercadoria Os documentos que acompanham todo o processo de tras- lado da mercadoria são: Registro de Exportação, Registro de Ope- ração de Crédito, Registro de Venda, Nota Fiscal, Conhecimento de Embarque Marítimo ou Conhecimento de Embarque Aéreo, Fatura Comercial, Romaneio e Certificado de Origem. Atente para cada um deles na sequência. Registro de Exportação O Registro de Exportação (RE) no Siscomex pode ser definido como "[...] o conjunto de informações de natureza comercial, fi- nanceira, cambial e fiscal que caracterizam a operação de exporta- ção de uma mercadoria e definem o seu enquadramento" (MDIC, 2012e). O exportador ou seu representante legal preenche eletroni- camente este documento no Siscomex l e é enviado ao registro da operação. É por meio desse documento que o governo faz o geren- ciamento na área comercial, fiscal, cambial e aduaneira. © Comércio Exterior182 Registro de Operação de Crédito O Registro de Operação de Crédito (RC) representa: [...] o conjunto de informações de caráter comercial, financeiro e cambial nas exportações realizadas a prazo e com incidência de juros separadamente do principal (exportações financiadas), sen- do obrigatório para operações com prazo de pagamento superior a 360 dias e, para prazos iguais ou inferiores, sempre que houver incidência de juros (APRENDENDO A EXPORTAR, 2012e). Devem constar do RC as informações de caráter cambial e fi- nanceiro referentes a exportações com prazo de pagamento supe- rior a 180 dias (prazo que caracteriza as exportações financiadas), contado a partir da data do embarque. O preenchimento do RC e seu deferimento devem ser anteriores ao preenchimento do RE. Ao preenchimento do RC, segue-se o prazo para o embarque das mercadorias. Nesse período, devem ser providenciados os res- pectivos REs e as solicitações para o desembaraço aduaneiro das mercadorias. O exportador, diretamente ou por meio de seu representan- te legal, é responsável pela prestação de todas as informações ne- cessárias ao exame e processamento do RC, que é efetuado por meio do Siscomex. Registro de Venda O Registro de Venda (RV) deve ser utilizado em duas situações: • quando se negociam produtos em bolsas internacionais de mercadorias; • quando se negociam produtos primários (commodities). O preenchimento do RV no Siscomex deve ser feito antes de preencher o RE: O Registro de Venda (RV) deve ser efetuado no Siscomex nos casos de produtos. Seu preenchimento deverá acontecer anteriormente à solicitação do RE, e o exportador,se solicitado, terá a obrigação de apresentar à Secretaria de Comércio Exterior informações que comprovem as operações sujeitas ao Registro de Venda. Claretiano - Centro Universitário 183© U4 - Mercado Internacional: Câmbio e Modalidades de Pagamento O Siscomex fornece automaticamente ao operador (exportador ou representante legal do exportador) um número referente a cada Registro de Venda preenchido (BRASIL GLOBAL NET, 2012). Despacho Aduaneiro de Exportação Despacho Aduaneiro de Exportação é o processo fiscal de desembaraço da mercadoria que é destinada ao exterior. É emba- sado nas informações do RE, da primeira via da Nota Fiscal e nos dados acerca da disponibilidade do produto para a verificação das autoridades aduaneiras. Esse despacho é realizado por meio do Siscomex. Em casos de exportações terrestres, lacustres ou fluviais, é necessário que sejam apresentados o Conhecimento de Embarque e o Manifesto Internacional de Carga, bem como a primeira via da Nota Fiscal. O Despacho Aduaneiro de Exportação tem por base declaração formulada pelo exportador ou por seu mandatário (despachante aduaneiro ou empregado especificamente designado), também por intermédio do Siscomex. A Declaração para Despacho de Ex- portação (DDE), também conhecida como Solicitação de Despacho (SD), deverá ser apresentada à unidade da Receita Federal compe- tente (BRASIL GLOBAL NET, 2012). Nota Fiscal De acordo com o manual Exportação passo a passo, desen- volvido pelo Ministério das Relações Exteriores: Depois de finalizado o Registro de Exportação, o próximo passo é a emissão da nota fiscal. Este documento deve acompanhar a mercadoria desde a saída do estabelecimento do exportador até o embarque para o exterior. Trata-se de um documento para a movi- mentação interna da carga. A nota fiscal deve ser emitida em moe- da nacional, com base na conversão do preço FOB em reais, pela taxa do dólar no fechamento de câmbio. No caso de exportação direta, a nota fiscal deve ser emitida em nome da empresa impor- tadora. Na exportação indireta, a nota será emitida em nome da empresa que efetuará a operação de exportação (trading company etc.) (BRASIL GLOBAL NET, 2012). © Comércio Exterior184 Conhecimento de Embarque Marítimo (Bill of Lading) ou Conhecimento de Embarque Aéreo (AWB) A empresa de transporte emite em língua inglesa o Conheci- mento ou Certificado de Embarque, que confirma que a mercado- ria foi colocada a bordo do meio de transporte. É um documento aceito por bancos como garantia de que o produto foi enviado para o exterior. Esse documento deve trazer todos os dados básicos da mer- cadoria embarcada, bem como o modo como o frete será pago: freight prepaid (pago) ou freight collect (a pagar). Finalmente, o documento ainda deve conter as condições nas quais foi embarcada a mercadoria: [...] clean on board (embarque sem restrições ou ressalvas à merca- doria) ou received in apparent good order and conditions (mercadoria recebida aparentemente em boas condições). Esta declaração implica que o transportador deverá entregar a mercadoria nas mesmas condi- ções em que foi recebida do exportador (BRASIL GLOBAL NET, 2012). Fatura Comercial (Commercial Invoice) A Fatura Comercial é necessária no desembaraço da mer- cadoria e traz todos os elementos que estão relacionados com a exportação. Por isso, ela é vista como um dos documentos mais importantes no comércio internacional de mercadorias. Assim, deve ser emitida no idioma do importador ou em língua inglesa, seguindo-se a conformidade internacional. Deve possuir os seguintes itens: • nome e endereço do exportador e do importador; • modalidade de pagamento; • modalidade de transporte; • local de embarque e desembarque; • número e data do conhecimento de embarque; • nome da empresa de transporte; • descrição da mercadoria; Claretiano - Centro Universitário 185© U4 - Mercado Internacional: Câmbio e Modalidades de Pagamento • peso bruto e líquido; • tipo de embalagem e número e marca de volumes; • preço unitário e total; • valor total da mercadoria; • Incoterm negociado (BRASIL GLOBAL NET, 2012). É válido salientar que o documento que dá origem à Com- mercial Invoice é a Proforma Invoice desenvolvida após os primei- ros contatos tidos com o provável importador. É ela que conterá todas as informações da transação e que servirá para a emissão da Fatura Comercial (BRASIL GLOBAL NET, 2012). Romaneio (packing list) Segundo o manual Exportação Passo a Passo, o romaneio é um documento que deve ser preenchido pelo exportador em inglês, e é utilizado tanto no embarque quanto no desembarque da mercadoria, tendo como propósito facilitar a fiscalização adua- neira. Trata-se de uma relação dos volumes a serem exportados e de seu conteúdo (BRASIL GLOBAL NET, 2012). Certificado de Origem O Certificado de Origem é o documento que pretende com- provar que o produto realmente é originário do país exportador. Ele é fundamental nas exportações para os países que concedem preferências tarifárias e é proporcionado por entidades credencia- da por intermédio da apresentação da Fatura Comercial. Dependendo do país para o qual a mercadoria é destinada, os tipos de certificados são estes: 1) Certificado de Origem Mercosul; 2) Certificado de Origem Aladi; 3) Certificado de Origem Sistema Geral de Preferências (SGP); 4) Certificado de Origem Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC). © Comércio Exterior186 Contudo, não há só estas as modalidades de Certificados de Ori- gem; ainda existem a Legalização Consular, o Certificado ou Apólice de Seguros, o Borderô ou Carta de Entrega, entre outros certificados. Observe: A Legalização Consular não é exigida por todos os países importado- res. Nos contatos com os importadores estrangeiros, o exportador deve confirmar a necessidade desta providência (reconhecimento de firma por parte da autoridade consular, em geral cobrada). Certificado ou Apólice de Seguro − documento exigido quando o exportador é responsável pela contratação do seguro com uma em- presa seguradora e deve ser providenciado antes do embarque da mercadoria. Borderô ou Carta de Entrega − é um formulário fornecido pelo banco ao seu cliente (exportador), com a relação dos documentos por ele exigidos para a realização de uma operação de exportação. Cabe ao exportador o preenchimento do formulário e a preparação dos documentos solicitados pelo banco. Outros certificados − são exigidos pela legislação para produtos especiais, como fitossanitários, ou por alguns países de destino. Nesses casos, é imprescindível que sejam entregues ao banco que intermedia a negociação. Têm a finalidade de atestar a origem do produto para o cumprimento de exigências legais no país de desti- no ou para habilitá-los a isenções ou reduções de imposto de im- portação em decorrência de acordos internacionais (BRASIL GLO- BAL NET, 2012). 10. TRANSPORTE INTERNACIONAL O transporte internacional é fator essencial na definição do custo final da mercadoria e no atendimento das condições pactua- das com o importador de prazo e condições de entrega. Dessa forma, em uma exportação/importação, o modal que será utilizado é de fundamental importância, e alguns fatores têm de ser considerados antes de escolher o meio de transporte mais adequado ao que se está exportando/importando. Em relação à logística de cargas, reproduzimos aqui recortes do texto Logística, de autoria de José Manoel Cortinãs Lopes e Luís Claretiano - Centro Universitário 187© U4 - Mercado Internacional: Câmbio e Modalidades de Pagamento Eduardo Netto Sá Fortes, do Departamento de Operações de Co- mércio Exterior (2012), que tratada natureza da carga. Natureza da Carga –––––––––––––––––––––––––––––––––––– 1.1 Introdução As atividades de comércio e a necessidade de interação com outras localidades revelam a importância do transporte de mercadorias e pessoas no desenvolvi- mento de uma região. A zona produtora precisa distribuir seus produtos para a zona de consumo. A utilização racional dos meios de transportes oferecida a preços razoáveis influi significativamente na competitividade dos produtos co- mercializados. O comércio exterior demanda eficiência na produção e na negociação das mer- cadorias. A colocação de produtos no mercado externo exige o aproveitamento adequado dos meios de transporte disponíveis. O transporte internacional é fator fundamental na definição do custo final da mercadoria e no atendimento das con- dições pactuadas com o importador de prazo e condições de entrega. 1.2 Natureza da carga transportada Na identificação das características da carga devemos observar aspectos como: perecibilidade, fragilidade, periculosidade, dimensões e pesos considerados es- peciais. A carga pode ser classificada basicamente em: a) Carga Geral: carga embarcada, com marca de identificação e contagem de unidades, podendo ser soltas ou unitizadas; – Soltas (não unitizadas): itens avulsos, embarcados separadamente em embru- lhos, fardos, pacotes, sacas, caixas, tambores etc. Este tipo de carga gera pouca economia de escala para o veículo transportador, pois há significativa perda de tempo na manipulação, carregamento e descarregamento provocado pela gran- de quantidade de volumes. – Unitizadas: agrupamento de vários itens em unidades de transporte. b) Carga a Granel (sólida ou líquida): carga líquida ou seca embarcada e trans- portada sem acondicionamento, sem marca de identificação e sem contagem de unidades (exemplos: petróleo, minérios, trigo, farelos e grãos etc.). c) Carga Frigorificada: necessita ser refrigerada ou congelada para conservar as qualidades essenciais do produto durante o transporte (exemplos: frutas frescas, pescados, carnes etc.). d) Carga Perigosa: aquela que, por causa de sua natureza, pode provocar aci- dentes, danificar outras cargas ou os meios de transporte ou, ainda, gerar riscos para as pessoas. É dividida pelo IMCO (Organização Marítima Consultiva Inter- nacional) segundo as seguintes classes: I – explosivos; II – gases; III – líquidos inflamáveis; IV – sólidos inflamáveis; V – substâncias oxidantes; VI – substâncias infecciosas; © Comércio Exterior188 VII – substâncias radioativas; VIII – corrosivos; e IX – variedades de substâncias perigosas. e) Neo-granel: carregamento formado por conglomerados homogêneos de merca- dorias, de carga geral, sem acondicionamento específico, cujo volume ou quanti- dade possibilita o transporte em lotes, em um único embarque (exemplo: veículos). 1.3 Preparação da carga a ser transportada Embalagem Na preparação para o transporte, os produtos devem ser acondicionados em embalagens. Estas devem atender às condições de uso, atuar na promoção e proteção dos produtos envolvidos além de servir como instrumentos para o au- mento da eficiência na distribuição. A logística de distribuição de mercadorias envolve uma correta relação da emba- lagem com o modal a ser utilizado. O grau de exposição a danos físicos, o meio onde será armazenado e a frequência de manuseio devem ser considerados. Características de resistência, tamanho e configuração dos envoltórios determi- nam os equipamentos necessários para a movimentação, empilhamento máximo e estabilidade das mercadorias no armazenamento. O aprimoramento no embarque de cargas teve um grande impulso com a utiliza- ção em larga escala do conceito de carga unitizada. Unitização − o agrupamento de um ou mais itens de carga geral que serão trans- portados como uma unidade única e indivisível. Não constitui embalagem e tem a finalidade de facilitar o manuseio, movimentação, armazenagem e transporte da mercadoria. As principais vantagens da unitização são: ● Diminuição das avarias e roubos de mercadorias; ● Incentivo da aplicação do sistema door-to-door (porta a porta); ● Melhoria no tempo de operação de embarque e desembarque; ● Padronização internacional dos recipientes de unitização. ● Redução do número de volumes a manipular; ● Redução dos custos de embarque e desembarque; ● Redução de custo com embalagens. As formas mais comuns de unitização são: a) Pré-lingado – rede especial, ou cinta, adequada para permitir o içamento de mercadorias ensacadas, empacotadas ou acondicionadas em outras formas; b) Pallets − é uma unidade semelhante a um estrado plano, construído em ma- deira, alumínio, aço ou outro material resistente, de modo a permitir a movimen- tação por meio de empilhadeiras, bem como a um perfeito empilhamento nos veículos e nos locais de armazenagem; c) Contêiner − é um recipiente, construído em aço, alumínio ou fibra, criada para o transporte unitizado de mercadorias e suficientemente forte para resistir ao uso repetitivo. Os contêineres possuem identificações com informações pertinentes à carga estocada, proprietário dentre outras. As características de resistência e identi- ficação visam dar ao contêiner vantagens sobre os demais equipamentos para unitização, tais como segurança, inviolabilidade, rapidez e redução de custos nos transportes. Com a introdução dos contêineres a partir da década de 1980, Claretiano - Centro Universitário 189© U4 - Mercado Internacional: Câmbio e Modalidades de Pagamento a operação nos terminais ganhou maior agilidade, já que tornou-se mecanizada e repetitiva, diminuindo sobremaneira a utilização de mão de obra. Geralmen- te no transporte marítimo, os contêineres mais utilizados medem 40’ou 20’ pés (twenty feet equivalent unit − TEU), este último serve de padrão para definição de tamanho de navio porta-contêiner e como referência para medir a performance de movimentação dos portos. Estufar ou ovar é o ato de encher o contêiner com mercadorias, podendo ser estas a granel, embaladas ou paletizadas. Desovar é o ato de retirar mercadorias do mesmo. 1.4 Pagamento do transporte A remuneração pelo serviço contratado de transporte de uma mercadoria é co- nhecida como frete. O pagamento do frete pode ocorrer de duas formas: a) Frete Prepaid − é o frete pago no local do embarque, imediatamente após este. b) Frete Collect − é o frete a pagar, podendo ser pago em qualquer lugar do mun- do, sendo que o transportador será avisado pelo seu agente sobre o recebimento do frete, para então proceder à liberação da mercadoria. 1.5 Modais de transporte Na escolha do meio mais adequado ao transporte, é necessário estudar todas as rotas possíveis, estudando os modais mais vantajosos em cada percurso. Deve-se levar em conta critérios tais como menor custo, capacidade de transporte, natureza da carga, versatilidade, segurança e rapidez. Os transportes são classificados de acordo com a modalidade em: – Terrestre: rodoviário, ferroviário e dutoviário; – Aquaviário: marítimo e hidroviário; – Aéreo. E, quanto à forma, em: – Modal ou Unimodal: envolve apenas uma modalidade; – Intermodal: envolve mais de uma modalidade e para cada trecho/modal é rea- lizado um contrato; – Multimodal: envolve mais de uma modalidade, porém regido por um único contrato; – Segmentados: envolve diversos contratos para diversos modais; – Sucessivos: quando a mercadoria, para alcançar o destino final, necessitar ser transbordada para prosseguimento em veículo da mesma modalidade de trans- porte (regido por um único contrato). Todas as modalidades têm suas vantagens e desvantagens, pois alguns são adequados a um tipo de produto e outros não (MDIC, 2012c). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 11. MODAIS DE TRANSPORTE Os transportes de cargas possuem cinco tipos de modais, cada um com custose características operacionais peculiares, que os tornam mais apropriados para determinados tipos de opera- ções e produtos. © Comércio Exterior190 Todas as modalidades têm suas vantagens e desvantagens. Algumas são adequadas para certo tipo de mercadorias e outras não. É importante fazer sua opção analisando os custos, a capaci- dade de transporte, as rotas possíveis, as características de servi- ços, a versatilidade, a segurança e a rapidez. O texto a seguir traz exemplos com as características de mo- dais e suas vantagens e desvantagens. Exemplos de Modais –––––––––––––––––––––––––––––––––– 2. Transporte marítimo 2.1 Características O transporte marítimo é o modal mais utilizado no comércio internacional. No Brasil responde por mais de 90% do transporte internacional. Possibilidade de navegação interior através de rios e lagos. Os portos desempenham um papel importante como elo entre os modais terres- tres e marítimos. Tem uma função adicional de amortecer o impacto do fluxo de cargas no sistema viário local, através da armazenagem e da distribuição física. 2.2 Vantagens – Maior capacidade de carga; – Carrega qualquer tipo de carga; – Menor custo de transporte. 2.3 Desvantagens – Necessidade de transbordo nos portos; – Distância dos centros de produção; – Maior exigência de embalagens; – Menor flexibilidade nos serviços aliados a frequentes congestionamentos nos portos. 2.4 Categorias de transporte – Cabotagem: navegação realizada entre portos ou pontos do território brasileiro, utilizando a via marítima ou entre esta e as vias navegáveis interiores. – Navegação interior: realizada em hidrovias interiores ou lagos, em percurso nacional ou internacional. – Navegação de longo curso: realizada entre portos brasileiros e estrangeiros. 2.5 Conhecimento de Embarque Marítimo O Conhecimento de Embarque B/L (Bill of Lading) é o documento de maior im- portância na contratação de transporte marítimo. Suas funções básicas são: – servir como recibo de entrega da carga ao transportador; – evidenciar um contrato de transporte entre a companhia marítima e o usuário; – representar um título de propriedade da mercadoria (transferível e negociável). O B/L pode ser composto de várias vias, sendo o mais comum a emissão em 6 Claretiano - Centro Universitário 191© U4 - Mercado Internacional: Câmbio e Modalidades de Pagamento vias: 3 não negociáveis e 3 negociáveis. Estas são entregues ao exportador/em- barcador para que as apresente ao banco e receba o valor estipulado no crédito documentário. A seguir, os documentos serão remetidos via banco ao importador para que este possa retirar as mercadorias. As cópias não negociáveis servem de informação a todos os agentes envolvidos e não são válidas para retirada da mercadoria nem para receber o valor estipulado no crédito documentário. Cada companhia de navegação pode ter seu modelo de conhecimento de em- barque, a ser preenchido com os dados necessários, tais como: nome do expor- tador; nome e endereço da companhia de navegação; nome do importador; porto de embarque; porto de destino; nome de quem vai ser notificado quando da che- gada da mercadoria; total de volumes; nome da mercadoria; peso bruto e volume cúbico; forma de pagamento do frete ("prepaid" ou "collect"); nome do agente da companhia transportadora no porto de embarque, com o carimbo e a assinatura do responsável; e carimbo do local de estiva da mercadoria. Um conhecimento de embarque limpo (clean on board) é aquele que não registra nenhuma avaria ou defeito na mercadoria ou embalagem. Caso contrário, deverá ser feita uma observação relatando a avaria da mercadoria o que torna o conhecimento sujo. O conhecimento de embarque pode ser emitido à ordem (no próprio nome do embarcador, a sua ordem ou à ordem de seu agente no porto de destino) ou nominal (em nome do consignatário). Pode ser direto (onde a mercadoria segue direto até o porto de destino final) ou indireto (onde, por ocorrer transferência (transbordo) para outro navio, deve constar o nome das duas embarcações e o valor de cada frete). 2.6 Situações contratuais Pode haver contratação para transporte "House to House" [a mercadoria é co- locada no contêiner nas instalações do exportador e retirada do contêiner ("de- sovada") no pátio do consignatário], "Pier to Pier" (apenas entre dois terminais marítimos), "Pier to House" ou "House to Pier". 2.7 Serviços oferecidos pelas Companhias Marítimas a) Linhas regulares: são aquelas que apresentam sempre o mesmo itinerário, com portos e escalas fixas e predeterminadas. As condições de transporte são estabelecidas unilateralmente pelas companhias marítimas ou conferências de frete, através da aplicação das condições definidas pelas tarifas e pelas cláusu- las do Conhecimento de Embarque. Podem ser divididos em: – Conferências de fretes: é uma associação de duas ou mais companhias ma- rítimas (armadores), visando prestar serviços regulares, em conjunto, e com condições uniformes de transporte. Proporciona um aumento da eficiência no transporte com uso mais racional e coordenado dos itinerários. Por outro lado, apresenta alguns problemas como falta de flexibilidade e fretes nem sempre competitivos. – Joint Services: são acordos de cooperação entre armadores para a exploração de uma rota específica. Não é uma entidade formal, diferentemente das confe- rências. Proporciona ao embarcador a possibilidade de utilizar qualquer navio de uma mesma rota e destino independentemente do armador. – Outsiders: são os armadores que não tem vínculo com as conferências e que prestam serviços em linhas fixas. Proporcionam um preço mais competitivo, po- rém nem sempre com a mesma frequência e nível de garantias oferecidas pelas conferências. © Comércio Exterior192 b) Linhas irregulares: são operadas por armadores que atuam por conta própria. O itinerário não é fixo e sim determinado pelas oportunidades geradas em cada porto. O navio que opera nesta situação é conhecido como Tramp. Este serviço é muito utilizado para o transporte de granéis. c) Afretamento: é adequado quando há grandes quantidades de mercadorias a serem transportadas, suficientes para ocupar totalmente ou parte substancial de um veículo. 2.8 Tipos de navios Os navios são construídos de forma adequada com a natureza da carga a ser transportada (embalada e unitizada, embalada fracionada, granel sólido, granel líquido etc.), ou até em relação à unidade de carga a ser utilizada, com o objetivo de atender suas necessidades específicas. Os principais tipos são: a) Cargueiro, Convencional: para o transporte de carga geral, com os porões divididos de forma a atender diferentes tipos de carga. b) Graneleiro: visando o transporte de granéis sólidos (geralmente tem baixo custo operacional). c) Tanque: destina-se ao transporte de granéis líquidos. d) Full Container Ship ou Porta-contêiner: exclusivo para o transporte de contêi- neres, que são alocados através de encaixes perfeitos. e) Roll-on/Roll-off: apropriado para o transporte de veículos, que são embarca- dos e desembarcados, através de rampas, com os seus próprios movimentos. Pode propiciar a conjugação com o transporte terrestre, ao carregar a própria carreta ou o contêiner sobre rodas ("boogies"). f) Lash ou porta-barcaças: projetado para operar em portos congestionados, transporta, em seu interior, barcaças com capacidade de aproximadamente 400 t ou 600 m3, cada uma, as quais são embarcadas e desembarcadas na periferia do porto. g) Sea-bea: é o mais moderno tipo de navio mercante, pois pode acomodar bar- caças e converter-se em Graneleiro ou Porta-contêiner. [...] 4. Transporte aéreo 4.1 Características É o transporte adequado para mercadorias de alto valor agregado, pequenos volumes ou com urgência na entrega. As empresas e agentes de todo o mundo formam uma associação de caráter comercial que é aIATA – International Air Transport Association, que é o principal órgão regulador do transporte aéreo internacional. No Brasil, o órgão regulador é o Departamento de Aviação Civil – DAC, do Comando da Aeronáutica. 4.2 Vantagens – É o transporte mais rápido. – Não necessita embalagem mais reforçada (manuseio mais cuidadoso). – Os aeroportos normalmente estão localizados mais próximos dos centros de produção. – Possibilita redução de estoques via aplicação de procedimentos just in time. Claretiano - Centro Universitário 193© U4 - Mercado Internacional: Câmbio e Modalidades de Pagamento 4.3 Desvantagens – Menor capacidade de carga. – Valor do frete mais elevado em relação aos outros modais. 4.4 Conhecimento de Embarque Aéreo O Conhecimento de Embarque Aéreo é denominado AWB – Air WayBill. É com- posto de 3 vias originais, não negociáveis: a primeira, assinada pelo expedidor, fica com o transportador; a segunda assinada por ambos, acompanha a merca- doria; e a terceira assinada pelo transportador, fica com o expedidor. 4.5 Composição do frete aéreo – Tarifa Mínima: tarifa aplicada a pequenas encomendas que não atingem um determinado valor a partir do cálculo por peso.; – Tarifa Geral de Carga: é a tarifa aplicada a expedições que não contenham mercadorias valiosas e que não estejam enquadradas na tarifa específica ou na tarifa classificada, estipulada por área pela IATA e dividida como segue: . Tarifa normal: aplicada a cargas de até 45 kg; em alguns países até 100 kg; . Tarifa quantitativa: aplicada conforme o peso do embarque, por faixas de 45 a 100 kg; de 100 a 300 kg; de 300 a 500 kg e acima de 500 kg. – Tarifa Classificada: desdobramento da tarifa geral, aplicado a bagagem não acompanhada, jornais e equivalentes, animais vivos, restos mortais, ouro, platina etc., entre áreas determinadas. Podem ser divididas como segue: . Tarifa ad valorem: mercadorias de alto valor; . Tarifa redução: produtos culturais, aparelhos médicos etc. . Tarifa de sobretaxa: para cargas que apresentem dificuldade para manipula- ção, como cargas de medidas extraordinárias ou volumes de peso excessivo. – Tarifa para Mercadorias Específicas: normalmente mais baixas, utilizadas para mercadorias transportadas regularmente de um ponto de origem a um ponto de destino determinado. [...] 5. Transporte rodoviário 5.1 Características O transporte rodoviário na América do Sul é regido pelo Convênio sobre Trans- porte Internacional Terrestre – firmado entre Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Pa- raguai, Uruguai e Peru em Santiago do Chile, 1989. Esse convênio regulamenta os direitos e obrigações no tráfego regular de caminhões em viagens entre os países consignatários. [...] 5.2 Vantagens – Adequado para curtas e médias distâncias. – Simplicidade no atendimento das demandas e agilidade no acesso às cargas. – Menor manuseio da carga e menor exigência de embalagem. – O desembaraço na alfândega pode ser feito pela própria empresa transporta- dora. – Atua de forma complementar aos outros modais possibilitando a intermodalida- de e a multimodalidade. © Comércio Exterior194 – Permite as vendas do tipo entrega porta a porta, trazendo maior comodidade para exportador e importador. 5.3 Desvantagens – Fretes mais altos em alguns casos. – Menor capacidade de carga entre todos os outros modais. – Menos competitivo para longas distâncias. 5.4 Conhecimento de Embarque Rodoviário O transporte rodoviário internacional de cargas é contratado através de um Co- nhecimento Rodoviário de Transporte – CRT. É de emissão obrigatória, em três vias originais, sendo a primeira via negociável e destinada ao exportador. O CRT funciona como contrato de transporte rodoviário, como recibo de entrega da carga e como título de crédito. O conhecimento deve ser datado e assinado pelo transportador ou seu representante e a mercadoria deve ser vistoriada por ocasião do embarque e havendo avaria esta deve ser notificada no documento sendo então conhecimento sujo – unclean. 5.5 Tipos de veículos Caminhões: veículos fixos que apresentam carroceria aberta, em forma de gaio- la, plataforma, tanque ou fechados (baús), sendo que estes últimos podem ser equipado com maquinário de refrigeração para o transporte de produtos refrige- rados ou congelados. Carretas: veículos articulados, com unidades de tração e de carga em módulos separados. Mais versátil que os caminhões, podem deixar o semi-reboque sendo carregado e recolhê-lo posteriormente, permitindo com isso que o transportador realize maior número de viagens. Cegonheiras: específicos para transporte de automóveis. Boogies/Trailers/Chassis/Plataformas: veículos apropriados para transporte de contêiners, geralmente de 20’ e 40’ (vinte e quarenta pés). Treminhões: veículos semelhantes às carretas, formados por cavalos mecâni- cos, semirreboques e reboques, portanto compostos de três partes, podendo carregar dois contêineres de 20’. Não podem transitar em qualquer estrada, face ao seu peso bruto total (cerca de 70 toneladas). 5.6 Composição do frete O frete no transporte rodoviário é calculado sobre o peso (tonelada) ou por volu- me (metro cúbico), mas o mais comum em cargas completas é que seja estipula- do um preço fechado por veículo. Podem ser cobradas também taxas adicionais, como a ad valorem, para mercadorias de alto valor, taxa de expediente, para cobrir despesas com emissão de documentos e o custo do seguro rodoviário obrigatório. Transporte ferroviário O transporte ferroviário é adequado para o transporte de mercadorias de baixo valor agregado e grandes quantidades, tais como produtos agrícolas, derivados de petróleo, minérios de ferro, produtos siderúrgicos, fertilizantes, entre outros. Este modal não é tão ágil como o rodoviário no acesso a cargas uma vez que estas têm que ser levadas aos terminais ferroviários para embarque. O conhecimento de embarque ferroviário, também chamado de Carta de Porte Internacional, é o principal documento do transporte ferroviário e tem as mesmas funções básicas dos conhecimentos de embarque marítimos e rodoviários Claretiano - Centro Universitário 195© U4 - Mercado Internacional: Câmbio e Modalidades de Pagamento Transporte multimodal A Operação de Transporte Multimodal é aquela que, regida por um único contrato de transporte, utiliza duas ou mais modalidades de transporte, desde a origem até o destino. Tal operação é executada sob a responsabilidade única de um Operador de Transporte Multimodal – OTM. O Operador de Transporte Multimodal – OTM é a pessoa jurídica contratada como principal, para a realização do Transporte Multimodal de Cargas da origem até o destino por meios próprios ou por intermédio de terceiros. O Transporte Multimodal de Cargas compreende, além do transporte em si, os serviços de coleta, consolidação, movimentação e armazenagem de carga, desconsolidação e entrega, enfim, todas as etapas indispensáveis à completa execução da tarefa. A realização de transportes do tipo multimodal é uma prática bastante utilizada no escoamento de mercadorias e propicia redução dos custos e dos tempos de operação na exportação. Cabe ressaltar que na prática não existe ainda a figura do Operador de Trans- porte Multimodal no Brasil, bem como o Conhecimento de Transporte Multimodal está em estudo e processo de elaboração. No entanto, o uso de modais dife- rentes para uma mesma carga é prática constante e realizado sob o regime de Transporte Intermodal. Neste, cada trajeto é realizado por um tipo de transporte e os embarcadores contratam cada trecho com cada transportador separadamente (MDIC, 2012c). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 12. DOCUMENTOS UTILIZADOS NO COMÉRCIO IN- TERNACIONAL Na sequência, observe alguns modelos de documentos utili- zados em operações de comércio exterior. © Comércio Exterior196 Figura 3 Fatura Comercial
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