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10.02.2014 Direito Previdenciario Resumo da Aula 01

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Direito Previdenciário 
Aula 01 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 1 
Acesso nosso site: www.cursoenfase.com.br 
 
Assuntos tratados: 
1º Horário. 
 Bibliografia / Legislação / Constituição Federal / Abordagem histórica / 
Universal / Brasileira 
2º Horário. 
 Saúde / Assistência social 
3º Horário. 
 Previdência social / Princípios 
 
1º Horário 
 
1. Bibliografia 
Lazzari, João Batista; Pereira de Castro, Carlos Alberto; Manual de Direito 
Previdenciário, Ed. Forense. 
 
2. Legislação 
Regime geral: CRFB, Lei nº 8.213/91, Lei nº 8.212/91, Decreto nº 3.048/99. 
Regime próprio: Lei nº 8.112/90 e Lei nº 10.887/04. 
Previdência complementar: LC nº 109/01 e LC nº 108/01. 
 
3. Constituição Federal 
O art. 6º da CRFB elenca alguns direitos sociais. 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a 
moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à 
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 
No Brasil, há a polêmica se os direitos sociais são direitos fundamentais. A 
primeira corrente defende que todos os direitos sociais são fundamentais, com esteio 
na estrutura topográfica da Constituição Federal. Por outro lado, doutrinariamente, há 
entendimento que sustenta que dentro do rol dos direitos sociais, uma parcela seria 
dotada de fundamentalidade e outra não. A vantagem de se classificar um direito 
como social seria seu uso de forma contramajoritária. 
 Direito Previdenciário 
Aula 01 
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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 2 
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Há um autor que sustenta que a classificação de forma procedimental dos 
direitos fundamentais é mais importante que o princípio da separação de poderes. 
Assim, poderia garantir direito fundamental ainda que a vontade maioria não quisesse. 
(direito como trunfo – Dworking). 
Enterria diz que os direitos fundamentais são colocados a salvo da vontade 
majoritária. 
Assim, significativa parte da doutrina coloca os direitos sociais parcialmente no 
campo dos direitos fundamentais. 
Consequentemente, haveria prestações da seguridade social mínima e outra 
máxima. 
No campo da previdência social mínima, as prestações seriam dotadas de 
fundamentalidade e insuscetíveis de ataque. Exemplo: garantia contra a idade 
avançada e pensão por morte. 
Inexiste fundamentalidade nos critérios para concessão, desse modo, uma 
emenda constitucional pode alterar a idade para concessão da aposentadoria ou o 
limite de idade para recebimento de benefício de pensão por morte para filhos 
dependentes. 
Há margem de atuação do legislador dentro do campo da fundamentalidade. 
Exemplo: no campo da saúde há direitos fundamentais que admitem a intervenção do 
Judiciário. 
A CRFB no art. 194 traz conceito de seguridade social. 
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de 
iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos 
relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a 
seguridade social, com base nos seguintes objetivos: 
As “ações” são características da seguridade, pois ela é formada por direitos 
prestacionais. 
A seguridade é direito de segunda dimensão, no qual há chamamento do 
estado a garantir a vida de modo adequado. Exemplo: saúde, assistência e previdência. 
Os direitos de primeira e segunda dimensão envolvem custo, porém a estrutura 
dos direitos de segunda dimensão está relacionada a despesa estatal para garantia do 
aparato. Exemplo: liberdade sem custo estatal, para garantir segurança para que as 
pessoas possam circular. 
 Direito Previdenciário 
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A seguridade está relacionada a regra da contrapartida (art. 195, § 5º da CRFB) 
nenhum direito pode ser criado, majorado ou estendido sem indicação da fonte de 
custeio total. 
Art. 195, [...] § 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser 
criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. 
Não é necessário criar nova fonte de custeio, é possível a indicação da origem 
do recurso. Ao passo que o dispositivo traz comando proibitivo, há liberdade para 
estender os benefícios a outras pessoas. 
O art. 195, §5º não apenas proíbe a criação sem indicação, também autoriza a 
criação, desde que haja a indicação da fonte de custeio. 
Há na doutrina quem sustente que o princípio da contrapartida ditaria que a 
indicação seria de mão dupla para os benefícios. Para aumentar a fonte de custeio 
seria preciso aumentar os benefícios. Essa posição é doutrinária minoritária na 
doutrina e não encontra respaldo na jurisprudência. 
A expressão “iniciativa dos poderes públicos e da sociedade” traz implícito o 
princípio da solidariedade na seguridade social. Não é uma questão apenas do poder 
público, mas também da sociedade. Tal raciocínio é simplificado na frase: “um por 
todos, todos por um”. 
Exemplo: A contribuição dos inativos se justifica pelo benefício da coletividade. 
A criação de novas fontes de custeio se baseia no art. 195, §4º da CRFB. 
Art. 195, [...] § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a 
manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, 
I. 
 
4. Abordagem histórica 
4.1. Universal 
A. Fase assistencialista 
A Coroa inglesa pagava benefícios através de um conjunto de leis, poor relief 
act (Elizabethan poor law)- 1601, que oferecia prestações aos necessitados. O 
pagamento era efetuado de forma caritativa pelo Estado, sem nenhuma 
obrigatoriedade. A preocupação era com a sociedade e não com o indivíduo carente. 
B. Fase previdenciarista 
O sistema bismarquiano (Otto von Bismark) criou os seguros operários: seguro 
saúde (1883), seguro acidente (1884), seguro velhice e invalidez (1889). O trabalhador 
 Direito Previdenciário 
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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.4 
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ao se instalar nas cidades era obrigado a contratar o seguro e a empresa também 
deveria formar o seguro de forma mutualista. O estado participava com poucos 
recursos. 
Características: seguro obrigatório, contribuição específica, cobertura para 
efeitos determinados. 
O Brasil adota o modelo bismarquiano para a previdência. 
C. Fase da seguridade 
O Plano Beveridge - Report on social insurance and allied services - criou plano 
para o período entreguerras. A proposta envolvia aumento dos cargos e seguridade 
social. A seguridade universal seria custeada através de recursos gerais do estado, mas 
não haveria contribuição específica. 
A concessão de benefícios de acordo com a necessidade, independente de ser 
classificado como operário ou não. 
No modelo de Beveridge há inexistência de seguro obrigatório, adotando-se 
cobertura universal sem contribuição específica. 
No Brasil, a assistência social e a saúde estão inspiradas no modelo de 
Beveridge. 
 
4.2. Brasileira 
No Brasil, a seguridade tem como marco a Lei Eloy Chaves: Decreto nº 4.682, de 
24 de janeiro de 1923. Iniciou-se com a caixa de aposentadoria e pensões para os 
trabalhadores das estradas de ferro. 
Art. 1º Fica creada em cada uma das emprezas de estradas de ferro existentes no 
paiz uma caixa de aposentadoria e pensões para os respectivos empregados. 
Em um primeiro momento, a administração das caixas de aposentadoria e 
pensão era atribuída a cada empresa e a gestão era dos empregados e do empregador. 
O governo brasileiro posteriormente transformou as caixas em instituto de 
aposentadorias e pensão para gestão de cada categoria profissional. Exemplo: IAP, 
institutos de natureza autárquica voltada para a categoria. 
Todavia, a diversidade de categorias não garantia uniformidade de benefícios 
para todas as categorias. 
 
2º Horário 
 Direito Previdenciário 
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O INPS surge em 1966, para cuidar dos benefícios e o IAPAS da arrecadação. 
Além de outras entidades. 
O quadro foi alterado em 1990, ocasião em que a INPS e a IAPAS se fundiram 
criando o INSS. Na origem, o INSS tinha capacidade tributária, mas em 2004, ele a 
perdeu transferindo-a para a União. Hoje, o INSS cuida apenas da concessão de 
benefício. 
A arrecadação em um primeiro momento pertenceu a Secretaria da Receita 
Previdenciária (SRP) vinculado ao Ministério da Previdência Social. 
A partir de 2007, a Secretaria da Receita Federa (SRF) vinculada ao Ministério 
da Fazenda foi unificada a SRP surgindo a Secretaria da Receita Federal do Brasil 
(SRFB), órgão do Ministério da Fazenda (“Super Receita”). 
Em suma, o INSS não tem capacidade tributária nem legitimidade. O INSS é 
apenas o destinatário legal da fazenda. 
 
5. Saúde 
A saúde está prevista no art. 196 a 200 da CRFB. 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante 
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros 
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação. 
A saúde pública no Brasil é universal e não está vinculada ao pagamento de 
contribuição para acesso, ou a comprovação de necessidade. 
Boa parte da jurisprudência entende a expressão “dever do estado” extrai 
direito subjetivo público a saúde, cuja eficácia direta, mesmo sem previsão em lei ou 
atos infralegais. 
A tutela judicial de saúde é alvo de atenção do CNJ. O leading case foi traçado 
no STA nº 175, voto Min. Gilmar Mendes, que aponta o uso da alternativa terapêutica 
conforme as políticas públicas do SUS. 
STA nº 175 – STF 
 Suspensão de Segurança. Agravo Regimental. Saúde pública. Direitos 
fundamentais sociais. Art. 196 da Constituição. Audiência Pública. Sistema Único 
de Saúde - SUS. Políticas públicas. Judicialização do direito à saúde. Separação de 
poderes. Parâmetros para solução judicial dos casos concretos que envolvem 
direito à saúde. Responsabilidade solidária dos entes da Federação em matéria de 
saúde. Fornecimento de medicamento: Zavesca (miglustat). Fármaco registrado 
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na ANVISA. Não comprovação de grave lesão à ordem, à economia, à saúde e à 
segurança públicas. Possibilidade de ocorrência de dano inverso. Agravo 
regimental a que se nega provimento. 
A CRFB prevê um Sistema Único de Saúde integrado pela União, Estados, 
Municípios e Distrito Federal no art. 198 da CRFB. Adotando a preferência pela 
municipalização no art. 30, VII da CRFB. 
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e 
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as 
seguintes diretrizes: 
 
Art. 30. Compete aos Municípios: [...] 
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços 
de atendimento à saúde da população; 
O Pacto pela Saúde é a política pública que visa a divisão de atribuições. 
Através dele o município irá indicar sua capacidade e receberá recursos financeiros de 
forma proporcional. 
A jurisprudência afirma que essa divisão não irá interferir na responsabilidade 
das unidades da federação. Há solidariedade entre as três esferas. 
 
6. Assistência social 
Os art. 203 e 204 tratam da assistência social. 
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: 
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a 
promoção de sua integração à vida comunitária; 
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de 
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. 
 
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas 
com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de 
outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: 
I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas 
gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas 
às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de 
assistência social; 
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II - participação da população, por meio de organizações representativas, na 
formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. 
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa 
de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita 
tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: 
I - despesas com pessoal e encargos sociais; 
II - serviço da dívida; 
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos 
ou ações apoiados. 
A saúde da mesma forma que a assistência é universal e contributiva. Todavia, 
a universalidade na saúde é ampla e na assistência é mitigada. 
O conceito de assistência social está na Lei Orgânica da Assistência Social - 
LOAS – Lei nº 8.742/93, art. 1º. 
Assistência social é o ramo da seguridade social que tem como objetivo atender 
as necessidades básicas do individuo garantindo-lhe o mínimo existencial por meio de 
prestações gratuitas. 
Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de 
Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada 
através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, 
para garantir o atendimento às necessidades básicas. 
O art. 203, V garante o benefício de prestação continuada – BPC, 
correspondente a um salário mínimo para pessoa com deficiência e ao idoso que 
comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida 
por sua família, conforme dispuser a lei. O benefício é conhecido como LOAS e é 
tratado no art. 20 da Lei nº 8.742/93. 
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo 
mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou 
mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de 
tê-la provida por sua família. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) 
O art. 203, caput pode ser combinado com o art. 1º lei 8.742/93. 
O conceito de Idoso para o BPC exige a idade de 65 anos. No mesmo sentido, 
art. 34 do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/03). Não há diferença de gênero, homens e 
mulheres somente recebem o benefício aos 65 anos de idade. 
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios 
para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o 
benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da 
Assistência Social – Loas. 
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A definição de pessoa com deficiência na lei estava relacionada ao conceito de 
invalidez. 
Nota-se que partir da EC nº 47 trouxe a aposentadoria diferenciada para 
pessoas portadoras de deficiência em sintonia com a Convenção internacional das 
pessoas com deficiência – Convenção de NY sobre direito das pessoas com deficiência. 
O tratado está inserido em um contexto de bloco de constitucionalidade, no qual 
tratados de direito internacional, passam a ter o mesmo status normativo de emenda 
constitucional (art. 5º, § 3º). 
O texto da Convenção de NY prevê como deficiente aquele com desigualdade 
de oportunidades. 
Esse conceito passa a integrar o art. 20 da Lei nº 8.742/93. 
Art. 20, [...]§ 2o Para efeito de concessão deste benefício, considera-se pessoa 
com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, 
mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, 
podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de 
condições com as demais pessoas. (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011) 
A ideia da deficiência é o impedimento que não pode ser de curto prazo 
devendo durar por ao menos 2 (dois) anos. 
Art. 20, [...]§ 10. Considera-se impedimento de longo prazo, para os fins do § 
2o deste artigo, aquele que produza efeitos pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos. 
(Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) 
Ocorre uma ampliação, nem todos os deficientes são inválidos. 
O conceito de necessidade está no art. 20, §3º da Lei nº 8.742/93. Ela era 
descrita como renda familiar per capta inferior a ¼ do salário mínimo. 
Vários questionamentos surgiram com base nas distorções decorrentes desse 
sistema. Inicialmente, o STF por meio da ADI considerando constitucional esse critério. 
A jurisprudência passou a dizer que o critério admitia flexibilização diante 
circunstâncias concretas. Assim, o INSS resolveu ir ao STF por meio de reclamações 
questionando tais entendimentos. 
O STF, em 2013, no julgamento da Reclamação nº 4.374 reconheceu a mutação 
constitucional, a lei que era originalmente constitucional passou a ser inconstitucional, 
em razão das circunstâncias econômicas e sociais do país. Cabendo ao juiz avaliar a 
“miserabilidade” ou necessidade. 
Reclamação nº 4.374 – STF 
Benefício assistencial de prestação continuada ao idoso e ao deficiente. Art. 203, 
V, da Constituição. A Lei de Organização da Assistência Social (LOAS), ao 
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regulamentar o art. 203, V, da Constituição da República, estabeleceu critérios 
para que o benefício mensal de um salário mínimo fosse concedido aos portadores 
de deficiência e aos idosos que comprovassem não possuir meios de prover a 
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. 2. Art. 20, § 3º da Lei 
8.742/1993 e a declaração de constitucionalidade da norma pelo Supremo 
Tribunal Federal na ADI 1.232. Dispõe o art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 que 
“considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de deficiência 
ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do 
salário mínimo”. O requisito financeiro estabelecido pela lei teve sua 
constitucionalidade contestada, ao fundamento de que permitiria que situações 
de patente miserabilidade social fossem consideradas fora do alcance do benefício 
assistencial previsto constitucionalmente. Ao apreciar a Ação Direta de 
Inconstitucionalidade 1.232-1/DF, o Supremo Tribunal Federal declarou a 
constitucionalidade do art. 20, § 3º, da LOAS. 3. Reclamação como instrumento de 
(re)interpretaçãoda decisão proferida em controle de constitucionalidade 
abstrato. Preliminarmente, arguido o prejuízo da reclamação, em virtude do 
prévio julgamento dos recursos extraordinários 580.963 e 567.985, o Tribunal, por 
maioria de votos, conheceu da reclamação. O STF, no exercício da competência 
geral de fiscalizar a compatibilidade formal e material de qualquer ato normativo 
com a Constituição, pode declarar a inconstitucionalidade, incidentalmente, de 
normas tidas como fundamento da decisão ou do ato que é impugnado na 
reclamação. Isso decorre da própria competência atribuída ao STF para exercer o 
denominado controle difuso da constitucionalidade das leis e dos atos normativos. 
A oportunidade de reapreciação das decisões tomadas em sede de controle 
abstrato de normas tende a surgir com mais naturalidade e de forma mais 
recorrente no âmbito das reclamações. É no juízo hermenêutico típico da 
reclamação – no “balançar de olhos” entre objeto e parâmetro da reclamação – 
que surgirá com maior nitidez a oportunidade para evolução interpretativa no 
controle de constitucionalidade. Com base na alegação de afronta a determinada 
decisão do STF, o Tribunal poderá reapreciar e redefinir o conteúdo e o alcance de 
sua própria decisão. E, inclusive, poderá ir além, superando total ou parcialmente 
a decisão-parâmetro da reclamação, se entender que, em virtude de evolução 
hermenêutica, tal decisão não se coaduna mais com a interpretação atual da 
Constituição. 4. Decisões judiciais contrárias aos critérios objetivos 
preestabelecidos e Processo de inconstitucionalização dos critérios definidos pela 
Lei 8.742/1993. A decisão do Supremo Tribunal Federal, entretanto, não pôs termo 
à controvérsia quanto à aplicação em concreto do critério da renda familiar per 
capita estabelecido pela LOAS. Como a lei permaneceu inalterada, elaboraram-se 
maneiras de contornar o critério objetivo e único estipulado pela LOAS e avaliar o 
real estado de miserabilidade social das famílias com entes idosos ou deficientes. 
Paralelamente, foram editadas leis que estabeleceram critérios mais elásticos 
para concessão de outros benefícios assistenciais, tais como: a Lei 10.836/2004, 
que criou o Bolsa Família; a Lei 10.689/2003, que instituiu o Programa Nacional de 
 Direito Previdenciário 
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Acesso à Alimentação; a Lei 10.219/01, que criou o Bolsa Escola; a Lei 9.533/97, 
que autoriza o Poder Executivo a conceder apoio financeiro a municípios que 
instituírem programas de garantia de renda mínima associados a ações 
socioeducativas. O Supremo Tribunal Federal, em decisões monocráticas, passou a 
rever anteriores posicionamentos acerca da intransponibilidade do critérios 
objetivos. Verificou-se a ocorrência do processo de inconstitucionalização 
decorrente de notórias mudanças fáticas (políticas, econômicas e sociais) e 
jurídicas (sucessivas modificações legislativas dos patamares econômicos 
utilizados como critérios de concessão de outros benefícios assistenciais por parte 
do Estado brasileiro). 5. Declaração de inconstitucionalidade parcial, sem 
pronúncia de nulidade, do art. 20, § 3º, da Lei 8.742/1993. 6. Reclamação 
constitucional julgada improcedente 
O benefício somente será pago se o assistido não tiver direito a outro benefício 
Observação: o programa Bolsa família é destinado a família, logo é possível o 
benefício de prestação continuada ao idoso ou pessoa com deficiência. 
O valor destinado ao benefício pertence a União, mas foi delegado ao INSS a 
administração. A jurisprudência afirma que não há litisconsórcio entre União e INSS 
nas ações nas quais se pleiteiam o BPC. 
 
3º Horário 
 
7. Previdência Social 
A previdência social no Brasil adota o modelo contributivo. Assim, o próprio 
indivíduo deve se planejar seu o futuro. Desse modo, a prevenção beneficia não 
apenas o sujeito, mas com a sociedade. 
A previdência básica é obrigatória e pública no Brasil. Todavia, ela prevê um 
valor teto. 
A previdência complementar é facultativa e privada. 
A previdência básica se divide em RGPS (art. 201 da CRFB) e o RPPS (art. 40 da 
CRFB). 
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de 
caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem 
o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: 
 
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é 
assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante 
 Direito Previdenciário 
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contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos 
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial 
e o disposto neste artigo. 
A previdência complementar é privada e possui previsão no art. 202 da CRFB. A 
LC nº 109/01 disciplina o assunto, criando as entidades abertas de previdência 
complementar (EAPC) e entidades fechadas de previdência complementar (EFPC). 
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado 
de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será 
facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício 
contratado, e regulado por lei complementar. 
 
7.1. Princípios 
Previsão no art. 194, parágrafo da CRFB. 
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de 
iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos 
relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a 
seguridade social, com base nos seguintes objetivos: 
I - universalidade da cobertura e do atendimento; 
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e 
rurais; 
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; 
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V - eqüidade na forma de participação no custeio; 
VI - diversidade da base de financiamento; 
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão 
quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos 
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. 
O inciso I versa sobre a universalidade. A seguridade social é para tudo e para 
todos. Esse princípio determina que faça o máximo para chegar ao objetivo. 
O princípio da universalidade se confronta com o princípio da seletividade e 
distributividade na prestação dos benefícios. Exemplo: a incapacidadepor até 15 dias 
não será amparada. 
A seguridade social é um instrumento de redistribuição de rendas. 
A isonomia está densificada no art. 194, parágrafo único, II da CRFB e visa 
beneficiar o trabalhador rural. Ele estava afastado do regime geral da previdência e 
somente com a Lei nº 8.213/91 passou a integra-lo. 
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Aula 01 
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A CRFB no art. 201, §7º, II e art. 195, §8º busca compensar desigualdades 
materiais. 
Art. 201, [...] § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência 
social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: [...] 
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, 
reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e 
para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes 
incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. 
 
Art. 195, [...] § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o 
pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas 
atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, 
contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre 
o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos 
da lei. 
A irredutibilidade do valor dos benefícios (art. 194, IV da CRFB) será nominal ou 
real. Irredutibilidade nominal é a conservação do valor histórico do benefício, não é 
possível reduzir o valor lançado, por outro lado, a irredutibilidade real significa a 
manutenção do poder de compra, ou seja, corrigir o benefício de acordo com a 
inflação. Não se confunde com indexação ao salário mínimo. 
Na seguridade gênero, a irredutibilidade é nominal, exemplo, Bolsa família 
pode ficar sem aumento. 
Para o STF, a irredutibilidade nominal é verificada em face ao valor bruto. O 
aumento da carga tributária não gera redução de benefício. 
Na previdência há a irredutibilidade real do valor dos benefícios. No regime 
geral (art. 201, §4º e art. 40, §8º ambos da CRFB). O índice padrão é o INPC, conforme 
Lei nº 10.887/04. 
Art. 201, [...]§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-
lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. 
 
Art. 40, [...]§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, 
em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. 
Os princípios relacionados ao custeio são: 
Princípio da equidade (art. 194, V) distribuir de forma justa o ônus pelo custeio 
da seguridade social. Exemplo: alíquotas progressivas (art. 195, §9º da CRFB e Art. 
22,§1º Lei nº 8.212 – alíquota adicional da folha de pagamento das entidades 
financeiras, que foi declarado constitucional). 
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Art. 195, [...] § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste 
artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da 
atividade econômica, da utilização intensiva de mão-deobra, do porte da empresa 
ou da condição estrutural do mercado de trabalho. 
Princípio da diversidade da base de investimento, devendo pulverizar o ônus 
pelo custeio da seguridade social. Exemplo: loteria. 
A constituição ao estabelecer o caráter democrático e descentralizado da 
gestão aponta a divisão quadripartida por membros do governo, empregadores, 
empregados e aposentados.

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