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Técnicas de Medição e Avaliação dos Riscos Físicos RUÍDO CALOR Avaliação do Risco Consiste no processo de detectar, identificar e quantificar os riscos para a saúde e segurança dos trabalhadores; Compete à Engenharia de Segurança do Trabalho a avaliação ou quantificação dos agentes presentes no ambiente de trabalho possíveis causadores de Risco. Como medir o Calor? CALOR E TEMPERATURA TEMPERATURA – É uma medida da intensidade de energia ou de vibrações das moléculas de um sistema. CALOR – Forma de energia que se transfere de um sistema a outro devido a diferença de temperatura entre os mesmos. Está presente em diversas atividades: Siderurgia, Fundição, Cozinhas, etc. CALOR E TEMPERATURA A exposição excessiva leva à diminuição do rendimento físico e mental Erros de percepção e raciocínio Acidentes Efeitos fisiológicos: Hipertermia (temperatura do corpo elevada, relacionada à incapacidade do corpo de promover a perda de calor ou reduzir a produção de calor. Consequências: colapsos, convulsões, delírios/alucinações e coma) Desidratação Cãimbras Como medir o Calor? A legislação brasileira, por meio da Portaria n.º 3.214/78, NR-15 (Anexo 3), estabelece que a exposição ao calor deve ser avaliada através de : IBUTG Índice de bulbo úmido – termômetro de globo EQUIPAMENTO DE MEDIÇÃO DE CALOR Medidor de sobrecarga Térmica: EQUIPAMENTO DE MEDIÇÃO DE CALOR Termômetro de globo: Termômetro com bulbo de mercúrio inserido numa esfera oca de cobre (pintada de preto fosco, com 5cm de diâmetro) com escala de 0 a 150,0°C, com precisão de 0,5°C. A leitura só deve ser feita após 25 minutos do seu posicionamento, quando em geral o equilíbrio térmico convecção-radiação é alcançado. Termômetro de bulbo úmido natural: Termômetro com o bulbo de mercúrio coberto por uma malha porosa (geralmente de algodão), que fica mergulhada num recipiente contendo água destilada. Esta malha fica constantemente úmida devido ao efeito de capilaridade. Possui gradação de -10 a 50°C, precisão de 0,5°C e tempo de resposta igual a 5 minutos. Termômetro de bulbo seco: Termômetro de bulbo de mercúrio com escala de -10 a 50°C, precisão de 0,5°C e tempo de resposta igual a 3 minutos Medidor de sobrecarga Térmica EQUIPAMENTO DE MEDIÇÃO DE CALOR Posicionamento do Equipamento Os equipamentos deverão sempre ser posicionados no local da medição de forma que os bulbos dos termômetros fiquem todos alinhados segundo um plano horizontal. A altura de montagem dos equipamentos deve coincidir com a região mais atingida do corpo. Quando essa não for definida, o conjunto deve ser montado à altura do tórax do trabalhador exposto. O IBUTG Consiste em um índice de sobrecarga térmica definido por uma equação matemática que correlaciona alguns parâmetros medidos no ambiente de trabalho. Medidor de sobrecarga Térmica A equação para o cálculo do índice varia em função da presença ou não de carga solar no ambiente de trabalho no momento da medição, conforme apresentado a seguir. Ambientes internos e externos sem carga solar: IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg Ambientes externos com carga solar: IBUTG = 0,7 tbn + 0,2 tg + 0,1 tbs tbn = Temperatura de bulbo úmido natural tg = Temperatura de globo tbs= Temperatura de bulbo seco O IBUTG Limite de Tolerância para a Exposição ao Calor, em regime de trabalho intermitente com períodos de descanso no próprio local de prestação de serviço Em função do índice obtido, o regime de trabalho intermitente será definido no Quadro 1 da NR-15 Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os efeitos legais. A determinação do tipo de atividade (Leve, Moderada ou Pesada) é feita consultando-se o Quadro 3. Portaria 3.214/78 - NR-15 - Anexo Nº3 QUADRO Nº 3 TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE Portaria 3.214/78 - NR-15 - Anexo Nº3 Limite de Tolerância para Exposição ao Calor, em regime de trabalho intermitente com períodos de descanso em outro local (local de descanso) Para os fins deste item, considera-se como local de descanso ambiente termicamente mais ameno, com trabalhador em repouso ou exercendo atividade leve. Segundo o Quadro 2 da NR-15 Onde: M é a taxa de metabolismo média ponderada para uma hora, determinada pela seguinte fórmula: sendo: Mt — taxa de metabolismo no local de trabalho. Tt — soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de trabalho. Md — taxa de metabolismo no local de descanso. Td — soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso. Limite de Tolerância para Exposição ao Calor, em regime de trabalho intermitente com período de descanso em outro local (de descanso) é o valor IBUTG médio ponderado para uma hora, determinado pela seguinte fórmula. Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período mais desfavorável do ciclo de trabalho, sendo Tt + Td = 60 minutos corridos. 3. Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os efeitos legais. 4. As taxas de metabolismo Mt e Md serão obtidas consultando-se o Quadro 3. Sendo: IBUTGt — valor do IBUTG no local de trabalho. IBUTGd —valor do IBUTG no local de descanso. Tt e Td — como anteriormente definidos. QUADRO Nº 3 TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE Portaria 3.214/78 - NR-15 - Anexo Nº3 Exercício de Calor Exercício 1 Um trabalhador fica exposto a um forno (sem local de descanso) durante uma hora. Feita a avaliação do calor no local, obtiveram-se os seguintes dados: — Temperatura de bulbo úmido natural (Tbn) 25,0°C; — Temperatura de globo (Tg) 45,0°C; — Ambiente interno sem carga solar; — Tipo de atividade: remoção com pá. Pede-se: a) IBUTG; b) Tipo de atividade; c) Regime de Trabalho. Ambientes internos e externos sem carga solar: IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg Ambientes externos com carga solar: IBUTG = 0,7 tbn + 0,2 tg + 0,1 tbs tbn = Temperatura de bulbo úmido natural tg = Temperatura de globo tbs= Temperatura de bulbo seco Resumo - Calor Quadro 3 Quadro 1 Exercício de Calor Resposta do Exercício 1 Ambientes internos e externos sem carga solar: IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg a) IBUTG = 0,7 x 25 + 0,3 x 45 = 31,0°C b) Tipo de atividade: Pesada (Quadro 3, Anexo 3, NR-1 5). c) Segundo o Quadro 1, Anexo 3, da NR-1 5, para atividade Pesada e IBUTG = 31,0°C, não é permitido o trabalho sem adoção de medidas de controle. Como medir o Ruído? Ruído É um conjunto de tons não coordenados. São sons ―não gratos‖, que nos causam incômodo, desconforto (SESI, 2007); Pode ocasionar danos: ao equilíbrio; a audição; ao sono; problemas psicológicos e sociais; alteração no sistema circulatório, digestivo e reprodutor; Classificação do Ruído (NR-15) • Ruído de impacto ou impulsivo: Ruído que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo). Exemplos: explosões e impactos, prensas, etc. • Ruído contínuo ou intermitente: Todo e qualquer ruído que não está classificado como ruído de impacto ou impulsivo. Exemplos: bombas de líquidos, motores elétricos, engrenagens, chuva, geladeiras, compressores, ventiladores, etc. Equipamentos de Medição de Ruído Decibelímetro Equipamentos de Medição de Ruído Decibelímetro (Medidor de pressão sonora): O medidor de nível de pressão sonora registra, de forma direta, o nível da pressão sonora de um fenômeno acústico. Ele expressa o resultado em dB com uma pressão sonora de referência de 2 x 105 Pascal. Estes aparelhos possuem filtros de compensação para freqüência: • O filtro A = mais usado para medição de ruídos contínuos pois apresenta respostas mais próximas do ouvido humano; • O filtro B = também é usado para ruído contínuo mas sua utilização é restrita pela pouca semelhança com o ouvido humano; • O filtro C = utilizado para medição de ruído de impacto, que é medido preferencialmente pelo filtro Linear; e • O filtro D = ruído contínuo de alta freqüência e nível de pressão sonora alto (aeroporto). Os circuitos de respostas destes instrumentos podem ser de três tipos: Fast (rápido), Slow (lento) e Impulso. Limites de Tolerância ao Ruído Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, da seguinte forma: Na equação acima, Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico, e Tn indica a máxima exposição diária permissível a este nível, segundo o Quadro deste Anexo 1 Limites de Tolerância ao Ruído Ruído contínuo ou intermitente Nível de Pressão Sonora- NPS dB(A) Máxima exposição diária permissível 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos NR 15 (Anexo 1) Exercício de Ruído Exercício 1 Um trabalhador fica exposto a um nível de ruído de 95 dB (A) durante 1 hora, 100 dB (A) durante 1 hora, 89 dB (A) durante 2 horas e 85 dB (A) durante 4 horas. Determine se o limite de tolerância foi ultrapassado Exercício de Ruído Resposta do Exercício 1 Nível de Pressão Sonora- NPS dB(A) Máxima exposição diária permissível 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos Como o somatório das frações foi superior a 1, o limite de tolerância foi ultrapassado Exercício de Calor Exercício 2 Local de Trabalho • Atividade: carregamento de forno, taxa de metabolismo de 440 kcal/h (Quadro 3) • IBUTGt = 31,0°C • Tempo de Trabalho (Tt) = 20 minutos Local de Descanso • Atividade: sentado fazendo anotações, taxa de metabolismo igual a 150 kcal/h (Quadro 3) • IBUTGd = 23,0°C • Tempo de Descanso (Td) = 40 minutos Pede-se: a) Calcular a taxa de metabolismo média ponderada para 1 hora: b) O IBUTG média ponderada para 1 hora; c) Determinar se o limite de tolerância foi ultrapassado. Ambientes internos e externos sem carga solar: IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg Ambientes externos com carga solar: IBUTG = 0,7 tbn + 0,2 tg + 0,1 tbs tbn = Temperatura de bulbo úmido natural tg = Temperatura de globo tbs= Temperatura de bulbo seco Calor Quadro 3 Quadro 2: Regime de trabalho intermitente com descanso fora do local de trabalho Quadro 1 Exercício de Ruído Exercício 2 Numa operação industrial foi encontrada a seguinte situação: de 86 dB (A) durante 1 hora, 92 dB (A) durante 1 hora, 87 dB (A) durante 2 horas e 85 dB (A) durante 4 horas. Determine se a atividade é insalubre Ruído Nível de Pressão Sonora-NPS dB(A) Máxima exposição diária permissível 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos Respostas Exercício 1: Pede-se: a) Calcular a taxa de metabolismo média ponderada para 1 hora: M = 440 x 20 + 150 x 40 / 60 = M= 246,67 kcal/h b) O IBUTG média ponderada para 1 hora: IBUTGm= (31x20 + 23x40) / 60 = 25,67º c) Determinar se o limite de tolerância foi ultrapassado: entra no quadro 2 - local de descanso fora do local de trabalho com M= 246,67 kcal/h onde o IBUTG máximo é de 28,5 > 25,67. Atividade SALUBRE. Exercício 2: Pede-se: C1/T1 + C2/T2 + C3/T3 + C4/T4 = 1/7 + 1/3 + 2/6 + 4/8 = 0,14 + 0,33 + 0,33 + 0,5 = 1,3 > 1,0 insalubre Quadro 2: Regime de trabalho intermitente com descanso fora do local de trabalho
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