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ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA NA ESF A EXPERIÊNCIA DE UM PSICÓLOGO EM UMA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL MEIRA SILVA 2011

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RELATO
Report Volume 15 Número 3 Páginas 369-376 2011
ISSN 1415-2177
Revista Brasileira de Ciências da Saúde
Atuação da Psicologia na Estratégia Saúde da
Família: a Experiência de um Psicólogo em uma
Residência Multiprofissional
Role of Psychology in Family Health Strategy: the Experience of a Psychologist in
a Multidisciplinary Residency
MATEUS DO AMARAL MEIRA1
MARÍSIA OLIVEIRA DA SILVA 2
Psicólogo Especialista em Saúde da Família pelo Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade da UFPB.
Profª Assistente do Departamento de Psicologia da UFPB, Preceptora do Programa de Residência em Saúde da Família e Comunidade da
UFPB.
1
2
RESUMO
O presente artigo teve como objetivo relatar a experiência
vivenciada por um psicólogo numa Residência
Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade na cidade
de João Pessoa-PB (RMSFC). Para tanto, foi elaborado um
relato de experiência com base nos dados registrados no
diário de campo e através das observações realizadas por
este psicólogo durante o período da Residência. Os resultados
mostraram que foi possível contribuir com as equipes de
maneira interdisciplinar, com atendimentos individuais breves,
discussões e acompanhamentos de casos, interconsultas e
ações no campo, o que possibilitou o matriciamento e algumas
mudanças no processo de trabalho das equipes. As
dificuldades estiveram relacionadas às descontinuidades no
acompanhamento de alguns casos, ao afastamento da
Unidade para realização de estágios durante a Residência e
a sobrecarga e distância do serviço secundário de referência
para psicoterapia. A experiência aponta para a necessidade
da inserção da psicologia na Saúde da Família para além das
suas práticas tradicionalmente clínica e individual, assim como,
para o fomento de formas de sistematizar experiências que
possibilitem a troca com outras experiências semelhantes.
DESCRITORES
Psicologia. Saúde da Família. Internato e Residência.
SUMMARY
This article intends to report an experience of a psychologist
in a Multidisciplinary Residency in Family and Community
Health in the city of Joao Pessoa, State of Paraiba. To that
end, it was developed an experience report based on data
recorded in a diary and field observations made by the
psychologist during the period of residence. Results showed
that it was possible to contribute to the teams through an
interdisciplinary approach, with brief individual consultations,
discussions and cases follow-ups, liaison and actions on
the field, which allowed specialist orientation and some
changes in the teams’ work process. The difficulties were
related to discontinuities in some cases follow-up, absence
in the unit for internships during residency, and to overload
and distance from psychotherapy secondary services. The
experience points out the need for insertion of psychology in
the family healthcare beyond its traditional individual and
clinical practices, as well as for promoting ways to
systematize experiences that allow the exchange with other
similar experiences.
DESCRIPTORS
Psychology. Health Family. Internship and Residency. 
http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rbcs
DOI:10.4034/RBCS.2011.15.03.12
MEIRA e SILVA
R bras ci Saúde 15(3):369-376, 2011370
O processo de consolidação do Sistema Únicode Saúde (SUS), em nosso país, tem priorizadoo conjunto de ações direcionado à Atenção
Primária à Saúde (APS), sendo cada vez mais frequente
a discussão sobre a participação e inserção de profis-
sionais com distintas formações no campo da saúde e a
incorporação e valorização das várias áreas do
conheci-mento no trabalho em saúde coletiva (PAIM,
ALMEIDA FILHO, 1998).
Nessa perspectiva, o Ministério da Saúde (MS)
criou os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF),
com o principal objetivo de apoiar a inserção da
Estratégia Saúde da Família na rede de serviços, além
de ampliar a abrangência e o escopo das ações da
Atenção Básica e aumentar a resolubilidade desta, refor-
çando os processos de territorialização e regionalização
em saúde (BRASIL, 2010).
O correto entendimento da expressão apoio, que
é central na proposta dos NASF’s, remete à
compreensão de uma tecnologia de gestão denominada
apoio matricial (BRASIL, 2010). O apoio matricial se
configura como um arranjo organizacional que viabiliza
o suporte técnico em áreas específicas para equipes
responsáveis pelo desenvolvimento de ações básicas
de saúde. Nesse arranjo, as equipes do NASF devem
oferecer suporte à Estratégia Saúde da Família, no acom-
panhamento de casos assistidos pelas equipes, compar-
tilhando e discutindo as experiências vivenciadas nos
seus territórios. Esse compartilhamento deve-se dar sob
a forma de co-responsabilização, podendo se efetivar
através de discussões de casos, intervenções conjuntas
junto às famílias e comunidades, em atendimentos
conjuntos e também na forma de educação permanente
ou capacitação (BRASIL, 2006).
Entretanto, em virtude da formação tradicional
na psicologia, a atuação profissional é predominan-
temente pautada por questões teórico-práticas limitadas
às teorias terapêutico-curativas, com predominância da
psicologia clínica, o que leva a um reducionismo da
compreensão do processo saúde-doença ou a uma
“psicologização” desse fenômeno. Tal representação e
perfil predominante dos profissionais levam, muitas
vezes, à simplificação e ao não reconhecimento da
Psicologia como uma disciplina de relevância social e
como uma área de conhecimento importante para a
promoção da saúde coletiva (RONZANI, RODRIGUES,
2006).
Alguns autores como DIMENSTEIN (1998) e
RONZANI, RODRIGUES, (2006) discutem a inserção do
psicólogo na APS, apontando para as difi-culdades
encontradas por este profissional e argumentam que a
mera transposição do modelo clínico tradicional nesse
contexto e a formação deficitária para o trabalho na saúde
pública são graves entraves que limitam sua atuação
nesta área. A necessidade de superação desses
entraves tem gerado novos campos de saber e buscado
ampliar a inserção da psi-cologia no âmbito da saúde.
Nessa perspectiva, visando superar essa
inadequação e limitação da psicologia clínica clássica,
observamos que, desde a década de setenta, algumas
experiências têm sido criadas, buscando responder mais
efetivamente às demandas por saúde da maioria da
população. Dentre estas, destacamos as experiências e
contribuições da psicologia social crítica, da psicologia
social-comunitária e da psicologia institucional, uma vez
que, ao considerarem a realidade concreta dos sujeitos,
enfatizam a importância dos trabalhos em grupo, tais
como, oficinas terapêuticas, terapias ocupacionais, arte-
terapia, entre outros, privilegiando o compartilhamento
de vivências, saberes e poderes entre os diferentes
atores envolvidos. Destacamos, aí, as contribuições da
educação popular, do materialismo histórico e dialético
e da psiquiatria comunitária, embasada, também, na
psicanálise, perspectivas essas, que tem reorientado as
diferentes práticas psi no Brasil (CODO, LANE, 2006).
No âmbito da atenção mais individualizada e
emergencial, observamos, em 1987, na USP, a criação de
uma alternativa de atenção psicológica mais abrangente
à população: o plantão psicológico ou, também
chamado, de serviço de escuta psicológica (SEP). Este
serviço surgiu, objetivando proporcionar uma escuta
psicológica profunda e/ou emergencial àqueles que
necessitam de uma assistência psicológica mais imediata
e breve (MORATO, 1999). Esta é uma modalidade de
atendimento desenvolvida pela Abordagem Centrada
na Pessoa (ACP), que tem como seu principal expoente
o psicólogo Carl Rogers. Nesse contexto, ressaltamos a
contribuição da ACP por enfatizar as qualidades da
relação humana como fator mobilizador do crescimento
e da autonomia dos sujeitos assistidos.
Nessa perspectiva, os sujeitos têm a possibi-
lidade de experimentar de formagenuína seu sofrimento,
cabendo ao psicólogo(a), por meio de uma escuta sen-
sível e respeitosa, acompanhar, refletir e problematizar
o sofrimento vivido pelos usuários, possibilitando,
assim, uma melhor elaboração deste, o alívio e o enfren-
tamento das dificuldades apresentadas (MORATO,
1999).
Diferentemente das psicoterapias de longa e de
curta duração, este tipo de atenção psicológica pode se
resumir a apenas um encontro, exigindo do psicólogo,
habilidade e discernimento para responder significa-
tivamente à demanda dos sujeitos no momento de sua
necessidade (MORATO, 1999).
No esteio dessas propostas e tentativas de ade-
quação da psicologia clínica no âmbito da atenção
Atuação da Psicologia na Estratégia Saúde da Família: a Experiência de um Psicólogo em uma Residência Multiprofissional
371R bras ci Saúde 15(3):369-376, 2011
primária à saúde foi criado, em 2004, na Universidade
Federal da Paraíba (UFPB), o Projeto Para Alem da
Psicologia Clínica Clássica: Psicologia e Atenção à
Saúde na Comunidade Maria de Nazaré. Esse projeto
teve seu início quando uma professora e um grupo de
estudantes extensionistas do curso de psicologia da
UFPB integrantes do Projeto Educação Popular e
Atenção à Saúde da Família (PEPASF) começaram a
identificar uma demanda cada vez mais crescente por
atenção psicológica na referida comunidade, ao passo
em que percebiam a inadequação e insuficiência dos
instrumentais teórico-metodológicos estudados na
academia para responder a tal demanda. Desde então,
este projeto tem propiciado um enriquecimento à
formação dos futuros profissionais da psicologia,
aproximando o ensino acadêmico da realidade social e
ampliando o campo de atuação psi na atenção à saúde
(SILVA et al., 2010).
Essas experiências, tanto as que enfatizam a
importância dos trabalhos em grupo quanto as que estão
no âmbito da atenção psicológica mais individual, assim
como a formação na extensão popular, inspiraram a
prática deste psicólogo durante o período da Residência.
O SEP, especialmente, foi utilizado como uma estratégia
de atuação e de inserção no processo de trabalho das
equipes.
As experiências citadas evidenciam tanto as limi-
tações da formação do psicólogo como as experiências
já existentes que avançam na busca de superação dos
limites teórico-metodológicos da psicologia clássica.
Nesse sentido, entende-se como necessário o compar-
tilhamento de práticas, nos serviços de saúde, que
possibilitem o aprendizado a partir da própria expe-
riência.
É frente a esse contexto de limitações e desafios,
colocados à formação dos trabalhadores de saúde, que
foi criada a Portaria Interministerial MEC/MS Nº 45, de
12 de janeiro de 2007. Esta portaria dispõe sobre a
Residência Multiprofissional em Saúde, que tem como
principal proposta a capacitação de profissionais para
o trabalho em equipe, tentando abranger o conjunto de
ações e serviços da atenção básica em saúde, visando
humanizar a assistência e promover a integralidade da
atenção (BRASIL, 2009).
O estabelecimento de financiamento regular para
os Programas de Residências Multiprofissionais de
Saúde no Brasil e o investimento na sua potencialidade
pedagógica e política tem, por objetivo, possibilitar tanto
a formação de profissionais quanto contribuir com a
mudança do desenho tecnoassistencial do SUS
(BRASIL, 2006).
Foi, nesse sentido, criada a I Residência Multipro-
fissional em Saúde da Família e Comunidade (RMSFC),
do Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva (NESC) da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em parceria
com a Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa
(SMS-JP). Esta Residência se constituiu como um
espaço privilegiado de construção e de reflexão acerca
do trabalho em saúde. Envolvendo uma carga horária
de 60 horas semanais, os residentes desenvolveram
atividades teóricas e práticas, tendo a oportunidade de
vivenciar intensamente o cotidiano da Estratégia Saúde
da Família. A proposta da Residência possibilitou ao
autor um olhar e um agir reflexivo através da realização
de ações de núcleo e de campo, ligadas especificamente
à psicologia e/ou sendo de caráter interdisciplinar, junto
com os colegas residentes e com as equipes.
Portanto, pretende-se, com o presente artigo,
relatar a experiência vivenciada por um psicólogo numa
Residência Multiprofissional em Saúde da Família e
Comunidade na cidade de João Pessoa-PB. Este esforço
se deu com o objetivo de se compreender mais pro-
fundamente a práxis vivida para praticá-la melhor e de
compartilhar com outras práticas psi os ensinamentos
oriundos desta experiência (HOLLIDAY, 2006; MINAYO,
2006).
Desse modo, o referido artigo compõe-se de um
relato da experiência em que o autor discorre sobre seu
processo de inserção na Unidade, expondo as dificul-
dades encontradas e as estratégias para superá-las.
Tomou-se como base para este relato as observações
realizadas e os dados registrados no diário de campo e
narrativas produzidos pelo psicólogo. As atividades
descritas aconteceram entre julho de 2009 e junho de
2011, período referente à duração da RMSFC.
A EXPERIÊNCIA VIVENCIADA A PARTIR DA
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE
DA FAMÍLIA E COMUNIDADE
Para uma melhor compreensão da experiência
vivenciada, consideramos importante situar o leitor
acerca do processo de organização da RMSFC, nos
diferentes territórios de sua abrangência. Nesse sentido,
esclarecemos, que os 22 (vinte e dois) residentes
participantes foram divididos em sete campos de prática
na área urbana do município de João Pessoa e
distribuídos por 3 (três) Distritos Sanitários. Em sua
maioria, os residentes estiveram inseridos em Unidades
Integradas de Saúde da Família (USF), cada uma com 4
(quatro) Equipes de Saúde da Família (ESF).
Os núcleos profissionais que compuseram esta
Residência foram: Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição,
Farmácia, Psicologia, Odontologia, Serviço Social e Edu-
cação Física, sendo representados pelos Preceptores
MEIRA e SILVA
372 R bras ci Saúde 15(3):369-376, 2011
(Professores da UFPB), Tutores (Servidores da SMS-
JP, locados nos NASF) e Residentes.
O processo de inserção na Unidade Integrada
de Saúde da Família
A inserção dos residentes nos territórios se deu
a partir de duas atividades específicas: a discussão de
dois casos e a elaboração da cartografia dos territórios
onde nos inserimos.
Assim, inicialmente, quando chegamos à
Unidade, foram-nos repassados dois casos de uma das
quatro equipes de saúde. Eram casos de difícil resolução
elaborados pela própria equipe. O objetivo era que nós
conhecêssemos a rede de saúde, refazendo o itinerário
terapêutico que aquele(a) usuário(a) havia feito em
busca de seu próprio cuidado. Essa atividade serviu
mais para nos aproximarmos dessa equipe e termos um
primeiro contato com os usuários, que, propriamente,
para conhecermos a Rede de Saúde, experiência que
fomos ter um ano mais tarde, com o estágio na Rede
Secundária do Município.
Depois dos casos, realizamos o processo da
cartografia, conhecendo o perfil epidemiológico e os
determinantes sociais de saúde-doença do território.
Esse foi um momento de bastante entrosamento dos
residentes com as equipes, especialmente, com os
Agentes Comunitários de Saúde (ACS’s), que nos
apresentaram os detalhes e as histórias de suas
comunidades.
A cartografia se caracteriza como uma ferramenta
utilizada para o diagnóstico e conhecimento do
território, sendo um instrumento essencial para o
planejamento e direcionamento de ações das equipes
de Saúde da Família ou de qualquer outro trabalhador
de saúde inserido nesse contexto (PEREIRA,
BARCELLOS, 2006).
A partir desse momento da cartografia, o grupo
de residentes multiprofissionais se fixou nessa Unidade,
onde se manteve até o fim da Residência. O grupo era
composto por quatro profissionais de diferentes
núcleos: uma Farmacêutica, uma Enfermeira, um
Educador Físico e um Psicólogo(no caso, este autor).
Tínhamos muitas dúvidas a respeito do que iria
acontecer na Unidade e, também, do que já estava
acontecendo: O que viemos fazer aqui? Por onde
podemos começar? Será que estamos fazendo certo? O
que os trabalhadores de saúde esperam de nós? E o que
podemos oferecer? Essas eram algumas das questões
que sondavam nosso imaginário.
Quando o processo da cartografia terminou,
passamos a participar da organização do grupo de
idosos da Unidade Integrada e desenvolvemos o que
chamamos de Projeto “Moranguinho”, numa escolinha,
juntamente com duas dentistas e suas Auxiliares de
Consultório Dentário (ACD’s). Esse projeto surgiu a
partir da leitura que fizemos da cartografia. Era uma das
necessidades apontadas pelas dentistas. O objetivo do
projeto era promover um hábito alimentar mais saudável
entre as crianças do bairro.
Na realização desse projeto, fizemos várias
articulações com a direção e com as professores da
escola e dividimos as turmas pelas séries, realizando
atividades adequadas para cada faixa etária. Encenamos
peças, teatro de fantoches, fizemos jogos educativos,
piqueniques e ainda escrevemos cartinhas para os pais
das crianças. Foi uma oportunidade que tivemos de
realizar um trabalho de promoção da saúde, usando
nossos saberes e criatividade em uma ação que tinha
muito sentido para a equipe. Esta foi uma das principais
atividades interdisciplinares que desenvolvemos juntos,
enquanto grupo de residentes.
Por não haver práticas estabelecidas para
nossos núcleos, alguma experiência anterior na Unidade
que nos guiasse ou nos facilitasse a inserção, acabamos
realizando, num primeiro momento, atividades e
processos mais ligados ao campo da saúde coletiva.
Esse dado reflete os desafios e inseguranças colocadas
ao psicólogo, no contexto do atual modelo de assis-
tência viabilizado pelo SUS (FRANÇA, VIANA, 2006).
Tentamos nos inserir no processo de trabalho a
partir da estratégia do Acolhimento que as equipes
vinham desenvolvendo. Esta inserção pelo acolhimento
também tinha sido uma sugestão da Residência, à época
em que estávamos estudando um módulo sobre o tema.
Chegamos a nos dividir para essa tarefa, escolhendo
duas equipes e ficando uma dupla de residentes em
cada uma delas. No entanto, não conseguimos nos
inserir nas equipes satisfatoriamente a partir da referida
estratégia.
Acredito que a grande razão disso se devia ao
fato de que, até então, estávamos planejando somente
entre nós, residentes ou RMSFC, e não juntamente com
as equipes. Pensávamos sobre como deveria ser um
acolhimento ideal, mas não dialogávamos com os
trabalhadores de saúde sobre como eles vinham
realizando o próprio acolhimento ou como eles queriam
realizá-lo. No momento mesmo de nosso planejamento,
onde problematizávamos essas questões, discutíamos
nossas dificuldades e criávamos estratégias de nos
inserir no processo de trabalho, os próprios traba-
lhadores das equipes não estavam presentes, ou, se
estavam, eram minoria. Somente depois de alguns meses
de trabalho é que atentamos para a necessidade de
planejar, cotidianamente, as ações com as equipes, não
mais para as equipes.
Atuação da Psicologia na Estratégia Saúde da Família: a Experiência de um Psicólogo em uma Residência Multiprofissional
373R bras ci Saúde 15(3):369-376, 2011
Nesse sentido, cabe lembrar as reflexões
desenvolvidas por AMATUZZI, (2008), que, funda-
mentando-se numa psicologia humanista e nos
pressupostos da educação popular, advoga que a ação
do psicólogo, partindo da realidade concreta vivida pelas
pessoas, deve ser elaborada em conjunto com essas
pessoas, de forma participativa. E mais ainda: que o
conhecimento, assim, produzido, será mais completo e
pertinente se ele puder, enquanto parte desse processo,
contar com a colaboração efetiva dessas pessoas, num
esforço conjunto de explicitação dos problemas e
desafios de sua análise sistemática e de seu
enfrentamento concreto.
Prosseguindo, no relato da experiência enfocada,
recordo que até o começo de 2010, eu ainda não havia
realizado quase nenhuma atividade específica da
psicologia, exceto algumas poucas visitas, a pedido de
alguns ACS’s.
Todavia, percebia que havia uma expectativa por
parte dos trabalhadores, a respeito do meu trabalho, em
relação à necessidade do atendimento clínico. Parecia
que enquanto não atendesse como psicólogo na Uni-
dade, não estava fazendo muita coisa. As expectativas
dos trabalhadores eram expressas de maneira clara,
quando perguntavam: “O que vocês vão fazer agora?
Como vai ser o trabalho de vocês?”. E, também, de
maneira hostil, como, certa vez, um trabalhador nos
disse: “Você devia tá é atendendo aqui, isso sim!”,
negando outras atividades que eu vinha realizando com
os colegas residentes. Esse comentário reflete o
estereótipo que se tem do psicólogo, de ser aquele
profissional que “atende” as pessoas, de forma isolada
e individual. Atitude que retrata também o desconhe-
cimento dos pressupostos preconizados para a atenção
básica, onde as ações coletivas, interdisciplinares e
educativas são muito enfatizadas (BRASIL, 2010).
É importante lembrar que nenhum trabalhador,
além de uma enfermeira que fora Residente em Saúde da
Família, havia tido a oportunidade de trabalhar com
algum(a) psicólogo(a) junto à Equipe, nos moldes que
estava sendo possível através da RMSFC. O que
aumentava minhas expectativas em relação ao trabalho,
deixando-me ora inseguro, ora instigado, com a
possibilidade de sua realização.
Delineando as ações e organizando o processo
As ações e os processos de inserção na Resi-
dência eram discutidos nas preceptorias de núcleo
(psicologia) e de campo (da saúde coletiva). Nas
preceptorias de núcleo, juntamente com os outros dois
psicólogos residentes e a preceptora, discutíamos a
inserção da psicologia no Saúde da Família, as
diferenças e as semelhanças entre o caráter Político da
Psicologia e sua dimensão Clínica. Receávamos produzir
uma “psicologização” dos processos de saúde-doença
na Unidade de Saúde, a partir do momento que
começássemos a fazer escutas individuais, assim como
imaginávamos que poderíamos ser muito sobrecar-
regado pelas equipes. Ao mesmo tempo, entendíamos
que este aspecto clínico era uma das coisas que os
trabalhadores mais precisavam e mais esperavam de
nossa atuação como Psicólogo.
Na verdade, como já dito anteriormente, não
havia muitos referencias sobre o papel da psicologia e
sobre a atuação do Psicólogo na Saúde da Família, por
isso, esse trabalho se tornava desafiador, original, rico,
mas, também, por vezes, desgastante, cansativo.
A dificuldade de me inserir no processo de
trabalho das equipes a partir do meu núcleo profissional
começou a ser diluída quando eu resolvi atender, a partir
de março de 2010, de maneira pouco planejada, alguns
casos que me chegavam por alguns ACS’s. Eu já tinha
uma experiência com uma modalidade de atendimento
que me parecia mais condizente com a realidade da
Saúde da Família do que a psicoterapia tradicional de
longa duração: o Serviço de Escuta Psicológica (SEP).
Comecei a ter um feedback positivo dos usuários
e dos ACS’s. Estes me diziam, depois de alguma visita,
da melhora daqueles, que eu havia atendido. Passei a
me sentir mais seguro e, a partir disso, percebi que podia
organizar as escutas que estava fazendo. Escolhi um
turno da semana para esses atendimentos e comecei a
explicar aos trabalhadores qual era o objetivo daquele
tipo de atenção psicológica.
Começar a ouvir as pessoas por esse tipo de
serviço não respondia somente às expectativas dos
trabalhadores, mas, também, às minhas expectativas,
pois, além de me sentir mais útil, essa estratégia de
atuação me possibilitou uma importante inserção nas
equipes. O SEP representou a possibilidade de, traba-
lhando diretamente com o usuário, propor intervenções
no interior das equipes, no processo de trabalho delas,
onde se davam os descompassose os desafios de um
cuidado integral com o usuário.
Eu realizava, em média, três ou quatro aten-
dimentos num turno e escolhi um dia da semana em que
o corredor, onde ficava a sala, estava mais silencioso,
sem tantos usuários aguardando atendimento médico
ou de enfermagem. Usava uma agenda, que ficava
comigo, para anotar o nome dos usuários, a hora do
atendimento e que trabalhador (a categoria profissional
e a equipe) estava me demandando aquele(a) usuário(a).
Em algumas semanas, a procura pelo atendimento
foi aumentando, outros trabalhadores, como médicos e
enfermeiras, já estavam encaminhando seus usuários. E
MEIRA e SILVA
374 R bras ci Saúde 15(3):369-376, 2011
o “SEP”, já identificado pela sigla, ia se firmando como
uma estratégia de minha atuação.
Os desdobramentos do SEP
Aprendendo com a “experiência” e com o
“mundo concreto”, como diria ROGERS, (1997) e
FREIRE, (2011), respectivamente, fui respondendo, aos
poucos, aos desafios colocados. Com o Serviço de
Escuta Psicológica já instituído e reconhecido pelos(as)
trabalhadores(as), eu escolhia alguns casos para discutir
com a equipe sobre o que poderíamos fazer juntos em
relação àquela pessoa ou àquela família. Estes espaços
de discussão de casos foram muito proveitosos. Foram
espaços de reconhecimento mútuo da capacidade de
reflexão e de ação de cada trabalhador (a). O caso
discutido trazia uma novidade, seja a partir de um tema
levantado ou, simplesmente, a partir de outra forma de
olhar a questão, o que sempre instigava a co-
responsabilização da equipe em torno daquela pessoa
ou família.
CHIAVERINI et al. (2011) nos coloca, numa
recente publicação de um guia prático de matriciamento
em saúde mental, que a discussão de casos permite que
a clínica e os problemas trazidos pelo usuário ou pela
equipe sejam analisados pelos diversos ângulos, dentro
de uma perspectiva interdisciplinar. É um espaço de troca
em que os profissionais envolvidos partilham os
diferentes entendimentos e questionamentos que têm
do caso.
Um aspecto muito positivo nas discussões de
caso, que surgiu na nossa experiência, foi a possibi-
lidade, em alguns momentos, de discutir as dificuldades
pessoais dos profissionais em relação ao paciente e sua
situação. É importante ressaltar que as discussões eram
realizadas somente com a equipe de saúde responsável
por aquele indivíduo ou família, não abrangendo as
quatro equipes da Unidade de uma vez, o que propiciava
um clima mais seguro para o diálogo com os traba-
lhadores.
As visitas domiciliares que eu realizava com as
equipes passaram a ter mais sentido, ou porque ficaram
mais ligadas àquilo que havia sido discutido na equipe,
representando, assim, um momento de continuação do
Projeto Terapêutico Singular, ou porque o(a) usuário(a)
não podia ou não queria vir ao atendimento na Unidade.
Ambas as situações refletiam um papel ativo dos ACS’s
na avaliação da fragilidade do caso e no amadurecimento
em relação à necessidade do uso ou não do SEP.
As avaliações que fizemos um torno do perfil da
demanda que chegava para o atendimento psicológico
(a grande maioria mulheres de meia idade) e a própria
mobilização que se criava em torno de alguns casos
discutidos geravam a necessidade de buscar outros
serviços especializados na rede de saúde ou na rede da
assistência social. Nos aproximamos do Centro de
Referência da Mulher (serviço que visa apoiar mulheres
em situação de violência doméstica) e criamos uma
parceria com o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial),
visitando os serviços, conhecendo os profissionais,
convidando-os para ações na Unidade e discutindo
casos conjuntamente.
Outra ideia que surgiu com uma das enfermeiras
foi de fazermos juntos algumas interconsultas, como
uma maneira de diminuir a demanda que chegava para o
SEP e, ao mesmo tempo, de poder repassar um pouco
do conhecimento técnico da escuta psicológica.
O SEP também nos abriu a possibilidade de
realizar formação com os trabalhadores, em que discu-
timos vários temas relacionados à Saúde Mental: a
Reforma Psiquiátrica, os modelos de Atenção Psicos-
social, a História da Loucura, entre outros. Também
chegamos a discutir sobre as atitudes facilitadoras
(Empatia, Aceitação Incondicional e Autenticidade) que
embasavam minha prática de escuta. Era importante
explicitar esses conceitos e desmistificar a figura do
psicólogo, fazendo com que eles também percebessem
que, de alguma forma, já ouviam os usuários e poderiam
ouvir melhor, sem que isso significasse ser psicólogo
ou diminuísse a importância técnica de meu saber
específico. Nesse sentido, observamos que o psicólogo
também pode desempenhar um papel de educador na
relação com as equipes de saúde.
O apoio matricial, como buscamos construir,
constitui uma forma de trabalho que se aparta radical-
mente do fazer tradicional do psicólogo. Implica um
desprendimento: poder ofertar a uma equipe de trabalho
multiprofissional, interdisciplinar, o conhecimento
adquirido. Isso não significa que o parceiro da equipe
vai reproduzir a formação acadêmica adquirida pelo
psicólogo, mas com esse conhecimento, o outro pode
dar conta de melhorar sua relação com o usuário,
conseguir ouvir melhor e potencializar suas ações
(CAMPOS, GUARIDO, 2010).
O perfil de demanda e os encaminhamentos
possíveis
No começo de cada atendimento eu costumava
falar ao usuário o objetivo daquele serviço de escuta e
seu caráter mais pontual. Dizia que poderia haver retor-
no, mas que não se caracterizava como uma psicoterapia,
com atendimento regular. Caso identificássemos essa
necessidade, eu poderia encaminhá-la(o) ao serviço de
referência.
Alguns casos se findavam numa só escuta,
Atuação da Psicologia na Estratégia Saúde da Família: a Experiência de um Psicólogo em uma Residência Multiprofissional
375R bras ci Saúde 15(3):369-376, 2011
outros eu remarcava o retorno. Havia usuários que
precisavam ou que já estavam tomando alguma
medicação psicotrópica, então, era encaminhado para a
consulta médica. Algumas escutas eram mais breves,
só necessitavam de algumas orientações, outras eram
mais profundas, mais demoradas. Às vezes, era
necessário fazer a visita domiciliar, porque a escuta
individual não era suficiente diante da problemática
daquela pessoa. Outros poucos, eu cheguei a enca-
minhar ao serviço secundário para psicoterapia, embora
este não tenha conseguido responder à necessidade
das pessoas que encaminhei. O serviço de referência
(Centro de Atenção Integral à Saúde) estava sobre-
carregado para esta demanda e ainda ficava distante do
território da Unidade, dificultando o acesso aos usuários.
As queixas mais recorrentes trazidas pelos(as)
usuários(as) eram: crianças com queixa de agressividade
na escola, adulto com depressão ou dizendo-se com
síndrome do pânico, luto pela morte de parentes,
dificuldades no casamento, sofrimento pela sobrecarga
de trabalho, sofrimento por ser um(a) cuidador(a) de
algum(a) parente e a violência doméstica contra a mulher.
Esta última foi, até o momento em que parei de fazer os
atendimentos, a queixa mais frequente. A maioria dos
atendimentos eram realizados com mulheres de meia
idade, casadas, donas de casa e/ou com trabalho
externo. Acreditamos que essa grande demanda feminina
no SEP era reflexo do caráter machista da sociedade e
do fato de que, historicamente, a mulher vem assumindo
o papel dos cuidados de saúde consigo e com a família.
Os trabalhadores que mais me demandaram foram os
Agentes Comunitários de Saúde, seguido pelos(as)
médicos(as), e as enfermeiras.
Dificuldades, limites e finalização do SEP
Uma dificuldade que apareceu com o processo,
foi que alguns usuários começaram a faltar aos atendi-
mentos, o que nos levou a desenvolver uma estratégia
de entregar um bilhete aos usuários ou aos seus ACS’s,
com data e hora da consulta. Isso diminuiu o absen-
teísmo.
Um dos principais limites do SEP foi que algunscasos precisaram de psicoterapia, mas não foi possível
responder satisfatoriamente a essa necessidade, pois
nem sempre foi possível ter horários fixos junto às
equipes. As atividades externas da Residência (estágios
em outros serviços, reuniões, etc.) faziam com que eu
tivesse certa instabilidade no serviço. Essa experiência
também demonstrava, por outro lado, a ineficiência da
rede secundária de saúde para responder à demanda
por acompanhamento psicológico mais sistemático.
Quando retornamos das férias, em janeiro de
2011, já depois de ter vivenciado o estágio na Rede
Secundária, ainda mantivemos o Serviço de Escuta
Psicológica. Em abril de 2011, ao retornarmos do Estágio
Eletivo, resolvemos parar de fazer os atendimentos, pois
precisávamos preparar nossa saída da Unidade e
priorizar a confecção deste artigo, para a finalização da
Residência.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na experiência vivenciada e discutida, obser-
vamos algumas possibilidades de contribuições da
psicologia no âmbito da atenção primária á saúde. Neste
contexto, foi destacada a importância do serviço de
escuta psicológica como um disparador dos processos
coletivos e de inserção do saber e da práxis da psicologia
no trabalho em saúde. Além disso, o referido serviço
também contribuiu para a minimização do sofrimento
psíquico dos usuários da USF em questão.
As discussões de caso, a elaboração de projetos
terapêuticos singulares, a realização de interconsultas
e a formação em saúde mental foram estratégias
coletivas importantes na mudança do processo de
trabalho das equipes. Assim como as atividades
educativas de campo, como o projeto “Moranguinho”
e a inserção no grupo de idosos.
Essa experiência aponta para a necessidade da
inserção da psicologia na Estratégia Saúde da Família
para além de seu aspecto historicamente clínico e
individual. A prática que se estabeleceu aconteceu como
parte de um trabalho em Saúde Coletiva que demanda,
da gestão do cotidiano, saberes de várias ordens, por-
tanto, com caráter interdisciplinar e até transdisciplinar
(CAMPOS, GUARIDO, 2010).
Nesse contexto, destacamos a importância dos
fundamentos teórico-metodológicos da psicologia
social-comunitária, da educação popular freireana e da
psicologia humanista rogeriana, no processo de
construção da práxis do psicólogo, no enfocado âmbito
de atenção à saúde.
Analisar a contribuição da Psicologia na
Estratégia Saúde da Família a partir da minha própria
experiência foi um desafio constante, visto que, sendo
sujeito do próprio processo, busquei o equilíbrio entre
distanciar-me do vivido e voltar a ele, para melhor
analisá-lo. Os acontecimentos narrados, ainda vivos na
memória, tomavam um sentido diferenciado, na medida
em que tal experiência se recriava no processo de
sistematizá-la.
Foi um aprendizado ter vivido, através da
RMSFC, os tensionamentos do dia-a-dia no trabalho
MEIRA e SILVA
376 R bras ci Saúde 15(3):369-376, 2011
em saúde, ter posto à prova meu saber específico e ter
ofertado uma possibilidade de troca com os traba-
lhadores das equipes. Como diria CAMPOS, GUARIDO,
(2010) viver o contraditório na prática psi da atenção
básica e percorrer o caminho do consultório para este
amplo espaço social é abrir mão do trabalho protegido,
de paradigmas técnicos estabelecidos e se lançar para
um pensar psicológico que se torne possível sempre
que as relações se construam.
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CORRESPONDÊNCIA
Mateus do Amaral Meira
R.Giácomo Porto, 300, apt. 903, Miramar
58.032-110 João Pessoa – Paraíba - Brasil
E-mail
mateus.am@gmail.com

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