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O PODER DO ESTADO

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Prof. Marcia Guerra TGE/FACHA - 1 - 
FACHA – Faculdades Integradas Hélio Alonso 
Curso de Direito 
Teoria Geral do Estado 
2010 
 
O PODER DO ESTADO 
 Para Dalmo de Abreu Dallari, existem duas classificações do Poder do 
Estado: 
a) Poder do Estado como poder político, incondicionado e preocupado em assegurar 
sua eficácia e sem qualquer limitação; 
b) Poder do Estado como poder jurídico, nascido do direito e exercido exclusivamente 
para a consecução de fins jurídicos. 
 Ainda segundo o autor, o poder do Estado é sempre político e jurídico, ainda 
que em graus diferentes. 
 De que maneira você entende esta afirmação? 
 
Para Georges Burdeau, o Estado não só tem um poder, mas é o poder, ou 
seja, o Estado é a institucionalização do Poder. Para ele, o Poder do Estado possui as 
seguintes características: 
a) seu modo de enraizamento no grupo lhe dá uma originalidade que repercute na 
situação dos governantes e sua finalidade o liberta da arbitrariedade das vontades 
individuais; 
b) seu exercício obedece a regras que o limitam. 
 De que maneira você entende esta afirmação? 
 
Georg Jellinek, por sua vez, vê o Poder do Estado desdobrado em poder 
dominante e poder não dominante. 
O Poder dominante apresenta duas características: 
a) É um poder originário, porque o Estado Moderno afirma a si mesmo como o 
princípio originário dos submetidos. 
b) É um poder irresistível, por ser um poder dominante. Dominar significa mandar de 
um modo incondicionado e poder exercer coação para que se cumpram as ordens 
dadas. 
O Poder não-dominante é o que se encontra em todas as sociedades que não 
o Estado. A característica principal do poder não-dominante é que não dispõe de força 
para obrigar com seus próprios meios à execução de suas ordens. 
 
Prof. Marcia Guerra TGE/FACHA - 2 - 
CARACTERÍSTICAS DO PODER DO ESTADO 
 
a) Uno: o que ocorre é uma distribuição de funções. 
b) Indivisível: não pode ser dividido efetivamente. 
 
TEORIA DA SEPARAÇÃO DOS PODERES 
 
 A discussão sobre a necessidade de se evitar os malefícios oriundos da 
concentração de elevado nível de poder em uma mesma pessoa ou instituição alcança 
os clássicos. Platão, no Diálogo das leis, aplaudindo Licurgo por contrapor o poder da 
Assembléia dos Anciãos ao poder do Rei, já afirmava que “não se deve estabelecer 
jamais uma autoridade demasiado poderosa e sem freio nem paliativos”. E Aristóteles, 
em sua obra “A política”, chegou a esboçar a tríplice divisão do poder em “Legislativo, 
Executivo e Administrativo”. 
 No século XIV, em 1324, aparece a obra “Defensor Pacis”, de Marsílio de 
Pádua, estabelecendo uma distinção entre o Poder Legislativo, representado pelo 
Povo, e o Poder Executivo, representado pelo Rei. 
 John Locke (1632-1704), nos seus célebres Two Treatises on Government 
(1660), pode ser apontado como um dos primeiros a, de forma sistemática, traçar 
algumas das premissas do princípio da separação de poderes. Designados 
“legislativo”, “executivo”, “federativo” e “prerrogativo”, suas funções seriam, 
respectivamente, a criação de regras jurídicas (legislativo), a aplicação/execução 
destas regras no espaço nacional (executivo), se refere ao direito de fazer paz e a 
guerra, de celebrar tratados e alianças e de conduzir os negócios com pessoas e 
comunidades estrangeiras, e corresponde a uma faculdade de cada homem no estado 
natural, antes, pois, de entrar em sociedade (federativo), a promoção do bem comum, 
onde houver omissão ou lacuna da lei (prerrogativa), de competência do monarca. Os 
“órgãos” primariamente responsáveis por tais funções seriam o Parlamento — ele 
próprio “dividido em” ou “composto” por duas câmaras — constituía o “supreme power” 
fundamentalmente baseado na sua função legislativa (mas não só), enquanto a Coroa 
soberana pontificava no “governo”, “administração” e “tribunais” funcionalmente 
competentes para o desempenho das funções executiva, federativa e prerrogativa. 
 Essa estrutura foi pensada numa época em que tinha como pano de fundo uma 
sociedade feudal estamental e as estruturas sociais do absolutismo. 
 Também com o intuito de limitar o poder do rei, Montesquieu (1689-1755) 
elaborou a conhecida separação dos Poderes em: Executivo, Legislativo e Judiciário. 
Prof. Marcia Guerra TGE/FACHA - 3 - 
 Tal como Locke, a doutrina da divisão de poderes de Montesquieu distingue, a 
nível funcional, vários poderes, mas opta por uma divisão tripartida: legislativo, 
executivo e judicial. Suas instituições são o Parlamento, o Governo e os Tribunais. As 
principais diferenças em relação ao modelo de John Locke, como já vimos, estão na 
autonomia do poder judiciário e no fato do executivo reunir os poderes federativo e 
prerrogativo. 
O Legislativo “faz as leis para algum tempo ou para sempre e corrige ou ab-
roga as que estão feitas”. 
 O Judiciário “pune os crimes ou julga as demandas dos particulares”. 
 E o Executivo exerce as demais funções do Estado, a administração geral do 
Estado, constituindo-se, por isso, no executor das leis em geral’. 
 Para Montesquieu a “natureza” do homem o levaria a usar o poder até 
encontrar os limites. Portanto fazia-se necessária a divisão dos poderes; para que 
cada poder freiasse o outro (sistema de freios e contrapesos). 
 
CHECKS AND BALANCES – SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS 
 
 Os mecanismos que foram criados para garantir a harmonia e a 
interdependência entre os Poderes vieram a se tornar conhecidos como “técnica dos 
freios e contrapesos”. 
 Como eles estão presentes na Constituição Brasileira de 1988? 
 
PODER LEGAL E PODER LEGÍTIMO 
 
 A legalidade, nos sistemas políticos, exprime basicamente a observância das 
leis, isto é, o procedimento da autoridade em consonância estrita com o direito 
estabelecido. 
 O poder legal representa o poder em harmonia com os princípios jurídicos, que 
servem de esteio à ordem estatal. 
 A legitimidade, por sua vez, decorre da anuência, de uma significativa parcela 
da sociedade, quanto à condução impressa ao governo pelo governante. 
 Nem todo o governo é legal e legítimo ao mesmo tempo. Àquele que consegue 
conciliar estas duas características chamamos, atualmente, de Estado de Direito.

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