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Direito do Consumidor 9 sem 2014 1

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Prévia do material em texto

Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 1 
 
 
Direito do Consumidor 
 
"O fim material de toda a atividade humana é o consumo." 
Willian Beveridge 
 
 
Por Rommel Andriotti 
1º semestre de 2014 
 
 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 2 
 
 
NOTA DA EDIÇÃO 
Olá caro colega, e seja bem-vindo ao maravilhoso mundo do Direito! 
O resumo que você tem em mãos foi confeccionado com o maior esmero possível, e é resultado 
do meu entendimento das aulas que assisti e das pesquisas que realizei sobre o tema. 
Em razão disso, nenhum professor, aluno, instituição, é responsável por este conteúdo. Ele foi 
elaborado como um caderno de estudante, e por isso não há garantia de isenção de erros. 
Entretanto, conforme mencionado, o que você lerá foi confeccionado com muita dedicação, e 
por isso certamente poderá acrescentar valor aos seus estudos. 
É importante ressaltar ainda que esse material não tem fins lucrativos. Você tem minha 
autorização para utiliza-lo como desejar, bem como para divulgar esse material a vontade. 
Conhecimento é para ser disseminado, multiplicado e perpetuado! 
Por fim, com a devida vênia, gostaria de com estas poucas palavras dedicar este material à minha 
querida avó, Egenil Ferreira, por ter construído sobre firmes alicerces morais aquilo que me é 
mais precioso – minha família. Não há palavras que possam externar com fidelidade o quão 
imensa é minha gratidão à esta humilde e simpática vovó. 
Como ler esse material 
Cada aula é iniciada com um título grande que indica o número da aula, a data que ela me foi 
lecionada, e seu tema principal. 
Ex.: 
AULA C4 (12.12.2013) - OS REGIMES DE CASAMENTO 
Depois, vocês verão textos corridos, eventualmente divididos por outros títulos e subtítulos, 
como esse: 
1. As citações 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 3 
 
 
Quando eu for citar algum autor, jurisprudência, notícias, etc., eu seguirei padrões para facilitar 
a identificação do que está sendo lendo. 
O layout normal é este que você está lendo agora. Quando eu fizer um comentário pessoal, 
ele estará escrito dessa forma, como anotações em um caderno. 
Se eu transcrever uma citação ou dica especifica do professor, a observação estará assim, 
em giz. 
Quando transcrevermos um artigo de lei, ele estará assim: 
CF. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção 
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade (...) 
Ao transcrevermos uma sumula ou jurisprudência o layout será esse: 
STF Súmula nº 691 - 24/09/2003 - DJ de 9/10/2003, p. 5; 
DJ de 10/10/2003, p. 5; DJ de 13/10/2003, p. 5. 
Competência - Conhecimento de Habeas Corpus Contra 
Indeferimento de Liminar em HC Impetrado em Tribunal 
Superior. 
Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de 
habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, 
em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere 
a liminar. 
(Conhecimento na Hipótese de Flagrante 
Constrangimento Ilegal - HC 85185, HC 86864 MC-DJ de 
16/12/2005 e HC 90746-DJ de 11/5/2007)! 
Se eu for citar um filosofo ou mesmo um cientista antigo, a fonte será essa, como 
se escrito em papiro. 
Se faremos uma citação jornalística, a forma será a seguinte, em homenagem à máquina de 
escrever: 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 4 
 
 
Folha de São Paulo - 23/08/2013 - 23h40 
Brigas de Joaquim Barbosa com membros do STF são tema de matéria do 'New York 
Times' 
As brigas entre Joaquim Barbosa e os demais membros do (STF) Supremo Tribunal 
Federal foram tema de matéria do jornal americano "The New York Times" nesta sexta-
feira (23). À publicação, o chefe do Judiciário brasileiro voltou a dizer que não pretende 
se candidatar a nenhum cargo. 
A matéria caracterizou Barbosa como uma pessoa "direta" e "sem medo de aborrecer o 
status quo". "Quando o presidente do Tribunal, Joaquim Barbosa, adentra a corte, os outros 
dez ministros se preparam para o que pode vir depois", escreveu o correspondente 
americano Simon Romero, que viajou do Rio à Brasília para a entrevista.1 
Por fim, estrangeirismos estarão em itálico (fumus boni iuris et Periculum in mora), e partes 
importantes estarão devidamente destacadas. 
Você pode ajudar na confecção desse resumo notificando quaisquer erros que você encontre ou 
me enviando material para complementarmos a aula. Estarei disponível 24/7 no e-mail: 
rommel.andriotti@outlook.com 
Enfim, espero que vocês gostem e aproveitem este material. 
Bons estudos! 
 
Rommel Andriotti 
 
 
 
1 Obviamente, citações bibliográficas ou jornalísticas estarão devidamente apontadas em notas de rodapé como 
essa. No caso, a notícia acima foi encontrada em: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/08/1331441-brigas-
de-joaquim-barbosacom-membros-do-stf-e-tema-de-materia-do-new-york-times.shtml 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 5 
 
 
 
 
1 SUMÁRIO 
2 Fundamentos constitucionais do direito do consumidor ..................................................... 11 
2.1 A sociedade de consumo ............................................................................................... 11 
2.2 A defesa do consumidor como cláusula pétrea ............................................................. 12 
2.3 A ordem econômica e a proteção ao consumidor ......................................................... 12 
2.4 A tramitação do código de defesa do consumidor no congresso nacional ................... 13 
2.5 Direitos dos usuários na prestação de serviços públicos ............................................... 13 
2.6 Incidência de impostos sobre mercadorias e serviços ................................................... 14 
2.7 Ordem econômica e seus demais princípios (defesa da concorrência, meio ambiente, 
busca do pleno emprego) ......................................................................................................... 14 
3 Competência legislativa ........................................................................................................ 15 
4 A relação jurídica de consumo .............................................................................................. 16 
4.1 Elementos subjetivos ..................................................................................................... 16 
4.2 Elementos objetivos ....................................................................................................... 16 
4.3 Correntes para a abrangência da aplicação do CDC ...................................................... 17 
4.3.1 Finalistas.................................................................................................................. 17 
4.3.2 Maximalista ............................................................................................................. 17 
4.3.3 Finalismo aprofundado ........................................................................................... 17 
4.4 Conceitos de consumidor ............................................................................................... 19 
4.4.1 1º conceito – o Destinatário Final ........................................................................... 19 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 6 
 
 
4.4.2 2º conceito de consumidor – Coletividade de pessoas .......................................... 20 
4.4.3 3º conceito de consumidor – A vítima do evento .................................................. 21 
4.4.4 4º conceito de consumidor – os que estão expostos às práticas comerciais......... 21 
4.5Conceitos de fornecedor ................................................................................................ 22 
4.6 Do ente despersonalizado .............................................................................................. 22 
4.7 Teoria da destinação final .............................................................................................. 23 
5 Vulnerabilidade ..................................................................................................................... 23 
5.1 Vulnerabilidade econômica ............................................................................................ 24 
5.2 Técnica ............................................................................................................................ 24 
5.3 Jurídica............................................................................................................................ 24 
5.4 Lembrete ........................................................................................................................ 25 
6 Interesses transindividuais ................................................................................................... 25 
6.1 Sinopse dos direitos trans-individuais ........................................................................... 26 
6.1.1 Sinopse dos direitos difusos ................................................................................... 26 
6.1.2 Sinopse dos direitos coletivos em “stricto senso” .................................................. 26 
6.1.3 Sinopse individuais homogêneos ............................................................................ 27 
6.2 Os efeitos da decisão nas ações transindividuais .......................................................... 27 
6.3 Fungibilidade das ações de interesses transindividuais ................................................ 27 
6.3.1 Ação civil coletiva e ação civil pública..................................................................... 27 
6.4 Dispersão dos lesados .................................................................................................... 28 
7 A relação jurídica de consumo e os elementos necessários para a sua compreensão ........ 30 
7.1 Estado fornecedor .......................................................................................................... 30 
7.2 Fornecedor ..................................................................................................................... 30 
7.2.1 Pessoa Jurídica ........................................................................................................ 30 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 7 
 
 
7.2.2 Ente despersonalizado ............................................................................................ 30 
7.2.3 Pessoa Física ............................................................................................................ 30 
7.3 Atividade ........................................................................................................................ 31 
7.4 Elementos Objetivos da Relação Jurídica de Consumo ................................................. 31 
7.4.1 Produtos .................................................................................................................. 31 
7.4.2 Serviços ................................................................................................................... 32 
7.4.3 Aplicação do CDC às instituições financeiras .......................................................... 32 
8 Política nacional das relações de consumo .......................................................................... 32 
8.1 Noções ............................................................................................................................ 32 
8.2 Princípios ........................................................................................................................ 33 
8.2.1 Princípio da vulnerabilidade do consumidor .......................................................... 33 
8.2.2 Princípio da intervenção estatal ............................................................................. 33 
8.2.3 Boa fé objetiva ........................................................................................................ 35 
8.2.4 Princípio da harmonização dos interesses.............................................................. 36 
8.2.5 Educação e informação ........................................................................................... 36 
8.2.6 Controle de qualidade e segurança ........................................................................ 37 
8.2.7 Proteção à criação industrial e vedação da concorrência desleal .......................... 38 
8.2.8 Racionalização e melhorias de serviços públicos ................................................... 38 
8.3 Instrumentos .................................................................................................................. 39 
9 Direitos básicos do consumidor ............................................................................................ 40 
9.1 Noções ............................................................................................................................ 40 
9.1.1 Resolução 39 de 24 de agosto de 1985 .................................................................. 40 
9.2 Direito a ser ouvido ........................................................................................................ 40 
9.3 Consumo sustentável ..................................................................................................... 40 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 8 
 
 
9.4 Diálogo das Fontes ......................................................................................................... 40 
9.5 Proteção da saúde e segurança ..................................................................................... 44 
10 Fato do produto e serviço ..................................................................................................... 44 
10.1.1 E o comerciante? .................................................................................................... 47 
10.1.2 Tá, ok... Mas e a prestação de serviço, como fica? ................................................ 48 
11 Vício do produto ou serviço .................................................................................................. 50 
12 Espécies de responsabilidade ............................................................................................... 50 
12.1 Inerente ...................................................................................................................... 50 
12.2 Adquirida .................................................................................................................... 50 
12.3 Presumida ................................................................................................................... 50 
13 Espécies de defeito ............................................................................................................... 51 
14 O chamamento (“recall”) ...................................................................................................... 51 
15 Fornecedores ........................................................................................................................ 51 
15.1 Espécies de Fornecedores .......................................................................................... 51 
15.1.1 Real.......................................................................................................................... 51 
15.1.2 Aparente .................................................................................................................52 
15.1.3 Presumido ............................................................................................................... 52 
15.2 Responsabilidade Subsidiária do Comerciante (recapitulação) ................................. 52 
15.3 E a força maior e o caso fortuito? .............................................................................. 52 
15.4 Excludentes que não foram previstas expressamente no CDC .................................. 53 
15.4.1 Risco do desenvolvimento ...................................................................................... 53 
16 Excludentes de responsabilidade no código de defesa do consumidor ............................... 54 
16.1 Excludentes de responsabilidade de produtos (relembrando) .................................. 54 
16.2 Responsabilidade Subjetiva do profissional liberal .................................................... 54 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 9 
 
 
16.3 Sociedades coligadas .................................................................................................. 55 
16.4 Prazo prescricional no fato do produto e do serviço ................................................. 55 
17 Vício do produto e do serviço ............................................................................................... 56 
17.1 Noções ........................................................................................................................ 56 
17.2 Vício de qualidade por inadequação .......................................................................... 56 
17.2.1 Oculto ...................................................................................................................... 56 
17.2.2 Aparente ................................................................................................................. 56 
17.3 Espécies ...................................................................................................................... 56 
17.3.1 Qualidade ................................................................................................................ 57 
17.3.2 Vícios de quantidade ............................................................................................... 58 
17.3.3 Disparidade de informações ................................................................................... 59 
17.4 Observações ............................................................................................................... 59 
17.4.1 Prazo legal para que o vício de qualidade por inadequação seja sanado .............. 59 
17.4.2 Prazo convencional para o conserto ....................................................................... 60 
17.4.3 As alternativas do consumidor e o seu uso imediato ............................................. 60 
17.4.4 Substituição do produto e abatimento de preço ................................................... 60 
17.4.5 Durabilidade x Mobilidade ...................................................................................... 60 
17.5 Obsolescência programada ........................................................................................ 61 
18 Desconsideração da personalidade jurídica ......................................................................... 61 
18.1 Noções ........................................................................................................................ 61 
19 Oferta .................................................................................................................................... 62 
19.1 Fase pré-contratual .................................................................................................... 63 
20 Publicidade ............................................................................................................................ 64 
20.1 Ofertas publicitárias e não publicitárias ..................................................................... 64 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 10 
 
 
20.2 Auto regulamentação publicitária .............................................................................. 64 
20.2.1 Diferença entre publicidade e propaganda ............................................................ 65 
20.3 Espécies de publicidade ilícita .................................................................................... 65 
20.3.1 Simulada ou clandestina ......................................................................................... 65 
20.3.2 Enganosa ................................................................................................................. 65 
20.3.3 Abusiva .................................................................................................................... 65 
21 Inversão do ônus da prova .................................................................................................... 66 
22 Bibliografia ............................................................................................................................ 67 
 
 
AULA 01 (29.01.2014) - INTRODUÇÃO 
Apresentação do conteúdo programático 
O plano de aula do semestre está disponível na página de aluno online de cada um, também 
acessível em: 
Indicações Bibliográficas 
 Direitos do consumidor. Professor José Geraldo Brito Filomeno. Atlas. 
 Direito do consumidor. Ronaldo Alves de Andrade. Manoli. 
 Curso de direito do consumidor. Rizzatto Nunes. Saraiva. 
 Direito do consumidor. Fabrício Bolzan. 
Sistema de Avaliação 
Avaliação continuada 
Serão realizados dois fichamentos valendo 0,5 cada, da seguinte forma: 
 12/03/2014 – Aspectos administrativos da proteção ao consumidor 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 11 
 
 
 26/03/2014 – Defesa do consumidor em juízo (individual) 
Atenção: Os fichamentos devem ser entregues nos dias designados. 
Folha disponível no chileno – 1 folha (frente e verso) 
Quem não puder ir no dia deve deixar com um amigo de confiança para entregar no dia. Notem 
que essa é a única forma de entregar o fichamento no caso de o aluno não conseguir ir 
pessoalmente no dia da entrega do fichamento. 
Avaliação regimental 
 São três questões dissertativas, valendo uma 2,00 e duas 2,5. 
 Limite dez linhas 
 Desconta-se pontos por erros gramaticais 
2 FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO DO CONSUMIDOR 
2.1 A SOCIEDADE DE CONSUMO 
A sociedade de consumo surge na virada do século XIX para o século XX, tendo como pilares a 
produção em massa e a publicidade. 
A produção de massa existe na 
medida em que não há mais a 
produção isolada de produtos por 
apenas uma pessoa. O que existe é 
a produção em série, com a 
produção unificada e centralizada, 
em que cada operário fica 
responsável por cada fase da 
produção, o que melhora a produtividade mas gera a alienação do operário. 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 12 
 
 
O estado passa a ter de interferir nas relações de consumo pois a produção em massa acaba 
permitindo lesões aos consumidores, sendo que essas lesões são de tal modo sui generis que 
necessitam de uma proteção própria, oriunda de regulamentação própria. 
2.2 A DEFESA DO CONSUMIDOR COMO CLÁUSULA PÉTREA 
Não é possível estudar nenhum ramo do direito sem se atentar para a influência da constituição 
e seus princípios. A defesa do consumidor é cláusula pétrea, pois é direito individual, previsto no 
artigo 5º, XXXII, e os direitos individuais são cláusulas pétreas conforme o artigo 60, §4º, IV, CF. 
Art. 5º. XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a 
defesa do consumidor; 
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de 
emenda tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o votodireto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
2.3 A ORDEM ECONÔMICA E A PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR 
A ordem econômica, também prevista constitucionalmente, protege expressamente o direito do 
consumidor. 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do 
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim 
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames 
da justiça social, observados os seguintes princípios: 
I - soberania nacional; 
II - propriedade privada; 
III - função social da propriedade; 
IV - livre concorrência; 
V - defesa do consumidor; 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 13 
 
 
2.4 A TRAMITAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR NO CONGRESSO NACIONAL 
A confecção do código de defesa do consumidor se deu em 1990. A urgência era tanta que havia 
inclusive determinação expressa para que o legislativo fizesse o CDC. Essa determinação 
encontra-se no ato das disposições constitucionais transitórias2, art. 48 da ADCT. 
ADCT. Art. 48 - O Congresso Nacional, dentro de cento e 
vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará 
código de defesa do consumidor. 
2.5 DIREITOS DOS USUÁRIOS NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS 
Encontra-se previsto constitucionalmente conforme segue: 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, 
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, 
sempre através de licitação, a prestação de serviços 
públicos. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre: 
(...) 
II - os direitos dos usuários; 
Note no entanto que essa proteção é ampla, e excede o consumidor. A ressalva que se faz é em 
relação aos serviços públicos prestados por pessoa jurídica de direito público, pois nesses casos 
só se entende relação de consumo nos casos em que há uma contraprestação do usuário. 
Obviamente nas hipóteses em que o estado presta um serviço universal que não há 
contraprestação por parte do contribuinte, não há que se falar em relação de consumo. 
AULA 02 (05.02.2014) – FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DA PROTEÇÃO AO 
CONSUMIDOR CONT. 
 
 
2 Disponível em: http://www.dji.com.br/constituicao_federal/cfdistra.htm - acesso em 29/01/2014 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 14 
 
 
2.6 INCIDÊNCIA DE IMPOSTOS SOBRE MERCADORIAS E SERVIÇOS 
O contribuinte não é necessariamente consumidor, já dizia o professor Filomeno. 
Mas a CF diz: 
CF. art. 150. § 5º - A lei determinará medidas para que 
os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos 
que incidam sobre mercadorias e serviços. 
A constituição diz consumidor e impostos. A discussão era se esse artigo tratava de uma relação 
tributária ou uma relação de consumo. A posição mais aceita anteriormente é que era uma 
relação tributária, sendo que não se aplicava o código de defesa do consumidor quando do 
pagamento de taxas. 
Atualmente, entende-se que esse direito, embora presente dentre os dispositivos tributários da 
constituição, seja um direito de consumo. O código continua não se aplicando em esfera de 
prestação de serviço público, mas a garantia da informação tem um viés de direito do consumidor, 
e não tributário. 
Uma lei regulamentou o dispositivo constitucional: Lei ordinária 12.741/2012 
2.7 ORDEM ECONÔMICA E SEUS DEMAIS PRINCÍPIOS (DEFESA DA CONCORRÊNCIA, MEIO AMBIENTE, 
BUSCA DO PLENO EMPREGO) 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do 
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim 
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames 
da justiça social, observados os seguintes princípios: 
IV - livre concorrência; 
V - defesa do consumidor; 
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante 
tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental 
dos produtos e serviços e de seus processos de 
elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 15 
 
 
VIII - busca do pleno emprego; 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo 
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao 
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
É evidente portanto que a constituição protege simultaneamente o direito do consumidor, a 
busca pelo pleno emprego, e o direito ao meio ambiente. Ocorre que por muitas vezes, essas três 
coisas não se coadunam nos casos concretos. 
Exemplo - Em um caso de uma licença dada indevidamente para a construção de um prédio, e 
esse problema é percebido somente depois da construção, só há duas soluções: 
1. Multar a construtora e os responsáveis e manter o prédio mesmo ferindo o meio 
ambiente; 
2. Ou determinar a demolição do empreendimento e lesar gravemente o direito de diversos 
adquirentes que não tinham nenhuma culpa da construção indevida e compraram suas 
unidades em plena boa-fé. 
Por isso, esse tipo de questão é muito complexa, e muitas vezes é solucionada de acordo com as 
convicções pessoais do julgador da demanda, e não um raciocínio lógico jurídico, pois ambas as 
soluções são juridicamente defensáveis, sendo que em uma há a prevalência de princípios 
favoráveis ao consumidor e à propriedade, e em outra há a prevalência de princípios favoráveis 
ao meio ambiente. 
3 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito 
Federal legislar concorrentemente sobre: 
V - produção e consumo; 
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao 
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, 
histórico, turístico e paisagístico; 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 16 
 
 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
I - legislar sobre assuntos de interesse local; 
O tema não é fácil. Legalmente, todos os entes políticos podem legislar sobre relação de consumo 
– uma vez que dentre os assuntos de interesse local de um munícipio encontram-se questões 
consumeristas também. 
No artigo 1º do código de defesa do consumidor, está trazido: 
 Art. 1° O presente código estabelece normas de 
proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e 
interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, 
inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas 
Disposições Transitórias. 
As normas do CDC são de ordem pública, cogentes e imperativas, ou seja, que não podem ser 
alteradas ou inobservadas pelas partes. Isso significa que o juiz de uma causa que tenha relação 
com o direito do consumidor deverá primeiro verificar a lei, e então o contrato entre as partes, 
eventualmente anulando as cláusulas que firam o disposto no texto legal. 
4 A RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO 
A RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO E OS ELEMENTOS NECESSÁRIOS À SUA COMPREENSÃO 
4.1 ELEMENTOS SUBJETIVOS 
Na relação jurídica de consumo há 
 O fornecedor; 
 O consumidor. 
4.2 ELEMENTOS OBJETIVOS 
O bem de consumo, este se subdividindo em: 
 Produto; 
 Serviço. 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 17 
 
 
4.3 CORRENTES PARA A ABRANGÊNCIA DA APLICAÇÃO DO CDC 
São três as correntes, a maximalista, a finalista, e a finalista aprofundada. 
4.3.1 Finalistas 
A corrente finalista defende a teoria que o consumidor – destinatário final seria apenas aquela 
pessoa física ou jurídica que adquire o produto ou contrata o serviço para utilizar para si ou para 
outrem de forma que satisfaça uma necessidade privada, e que não haja, de maneira alguma, a 
utilização deste bem ou deste serviço com a finalidade de produzir, desenvolver atividade 
comercial ou mesmo profissional. Essa posição é umainterpretação restritiva do artigo 2º. 
4.3.2 Maximalista 
A corrente maximalista interpreta literalmente o artigo 2º do CDC, afirmando que sua aplicação 
se dá da seguinte forma: 
A corrente maximalista defende a teoria de que o consumidor – destinatário final seria toda e 
qualquer pessoa física ou jurídica que retira o produto ou o serviço do mercado e o utiliza como 
destinatário final. 
Nesta corrente não importa se a pessoa adquire ou utiliza o produto ou serviço para o uso privado 
ou para o uso profissional, com a finalidade de obter o lucro. 
4.3.3 Finalismo aprofundado 
A terceira corrente afirma que dependendo do caso concreto a pessoa jurídica pode ser 
considerada consumidora ou não. 
Esta corrente, também é conhecida como teoria finalista temperada ou teoria finalista aprofundada. 
Porém, não consideramos que esta teoria seria um mero aprofundamento da teoria finalista. É bem 
verdade que esta teoria mescla elementos da teoria finalista e também da teoria maximalista. Desta 
forma, consideramos errônea a denominação finalista temperada ou finalista aprofundada, sendo, 
pois, mais adequado denominá-la como teoria mista. 
Nesta corrente doutrinária, o consumidor – destinatário final seria aquela pessoa que adquire o 
produto ou o serviço para o uso privado, porém, admitindo-se esta utilização em atividade de 
produção, com a finalidade de desenvolver atividade comercial ou profissional, desde que seja 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 18 
 
 
provada a vulnerabilidade desta pessoa física ou jurídica que está adquirindo o produto ou 
contratando o serviço. 
“Em casos difíceis envolvendo pequenas empresas que utilizam insumos para a sua produção, mas 
não em sua área de expertise ou com uma utilização mista, principalmente na área dos serviços, 
provada a vulnerabilidade, concluiu-se pela destinação final de consumo prevalente. Esta nova 
linha, em especial do STJ, tem utilizado, sob o critério finalista e subjetivo, expressamente a 
equiparação do art. 29 do CDC, em se tratando de pessoa jurídica que comprove ser vulnerável e 
atue fora do âmbito de sua especialidade, como hotel que compra gás. Isso porque o CDC conhece 
outras definições de consumidor. O conceito-chave é o da vulnerabilidade.”[14] 
A teoria mista trata diferenciadamente aqueles que adquirem um produto ou serviço para utilizá-
lo como forma de produção, pois estes adquirentes podem possuir tanta vulnerabilidade em relação 
ao produto ou serviço que está sendo adquirido, como qualquer outra pessoa que o utilizaria para 
satisfação de uma necessidade própria. 
Seria, por exemplo, a padaria que compra um veículo automotor para utilizá-lo na entrega das 
encomendas e este apresenta diversos vícios de produção; ou ainda, a empresa de entrega de 
correspondências que adquire um veículo para utilizar no transporte de mercadorias e este 
apresenta os mesmos problemas encontrados no automóvel adquirido pela padaria. Há de se notar 
que tanto o padeiro como a empresa de entrega de correspondências possuem habilidades distantes 
da produção de automóveis, portanto podem não ter o menor conhecimento técnico sobre veículos, 
da mesma maneira que qualquer outra pessoa que adquire o veículo para uso privado. Para a teoria 
mista, são todos igualmente vulneráveis neste aspecto. 
Esta corrente, entre as três já mencionadas, apresenta mais concordância com o princípio 
fundamental do Código de Defesa do Consumidor, que é a proteção dos mais fracos perante os 
mais fortes, daqueles que são, portanto, notadamente, vulneráveis. 
O Código do Consumidor brasileiro tem como elemento fático a proteção dos vulneráveis, em 
observância da boa-fé empregada na relação jurídica de consumo. 
Seguindo a corrente finalista, o padeiro e a empresa de entrega de correspondências, sujeitos de 
direitos que utilizamos como exemplo neste item, mesmo sendo, visivelmente, as partes 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 19 
 
 
vulneráveis da relação jurídica estabelecida com a fabricante dos automóveis, não poderiam se 
utilizar do CDC para elucidar seu problema, pois não seriam considerados consumidores. 
Assim sendo, fica evidenciado uma proteção incompleta do Código de Proteção e Defesa do 
Consumidor, pois não estaria atingindo o objetivo de harmonizar as relações jurídicas de consumo 
entre os sujeitos de direitos vulneráveis e os sujeitos que estão na posição de comando. 
Se a corrente finalista não transmite uma proteção integral, a teoria maximalista, por sua vez, faz 
uma proteção demasiada, quando incumbe ao CDC uma tarefa que seria do Código Civil brasileiro: 
regulamentar a relação jurídica entre dois fornecedores, que devem ser tratados como iguais. 
Destarte, não restam dúvidas de que a corrente que adota a teoria mista é a mais condizente com o 
intento e com os princípios que conduzem todo o Código de Proteção e Defesa do Consumidor, a 
saber: o reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor e a aferição da boa-fé nas relações 
entre consumidores e fornecedores3. 
Hoje em dia o STJ encontra-se em um “meio termo”, no sentido de que diante de um caso 
concreto ele pode reconhecer até que uma empresa de grande porte é consumidora, desde que 
provada sua hipossuficiência técnica, ou seja, ele se aproxima mais do finalismo aprofundado. 
Sugestão: Ler direitos difusos. RT. 
AULA 03 – 12 DE FEVEREIRO DE 2014 
4.4 CONCEITOS DE CONSUMIDOR 
Há quatro conceitos de consumidor, todos abstraídos do próprio código de defesa do consumidor. 
4.4.1 1º conceito – o Destinatário Final 
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que 
adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário 
final. 
 
 
3 Norat, Markus Samuel Leite. 2012. 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 20 
 
 
Esse conceito trazido pelo artigo 2º é muito importante pois trata do consumidor como 
destinatário final. Há muita discussão na doutrina com relação ao que seria o “destinatário final”, 
pois há destinatários finais que utilizam o produto adquirido com bem de produção ao invés de 
bem de consumo. Por exemplo, um agricultor que compra um trator é destinatário final – ele não 
repassará o trator -, mas, no entanto, esse produto adquirido por ele na verdade só o foi para 
ajudá-lo a aprimorar a produtividade de seu plantio, ou seja, o trator nesse caso se trata de bem 
de produção, muito embora o agricultor seja o destinatário final. 
Fica muito claro que os destinatários finais de bens de consumo estão amparados pela lei, mas e 
os compradores destinatários finais de bens de consumo – as normas protetivas do Código de 
Defesa do Consumidor se aplica a eles? 
No entendimento de Rizzatto Nunes, o que ocorre é que alguns bens são típicos de produção, e 
outros tem veiculação de tal forma que podem ser usados tanto como bens de consumo como 
bens de produção. O maquinário necessário para operar uma usina de álcool por exemplo só 
poderia ser regulado pelo código civil, uma vez que trata-se de bem típico de produção. Aliás, a 
aplicação do CDC neste tipo de relação jurídica seria até pior para as partes, uma vez que 
estagnaria as tratativas dos contratantes, além desse tipo de negociação ser muito mais aberta 
à liberdade contratual (no sentido de ambas as partes influírem no conteúdo do contrato) do que 
os negócios jurídicos comuns de consumo, que normalmente seguem a lógica dos contratos de 
adesão, colocando o consumidor em clara situação de desvantagem e hipossuficiência. 
4.4.2 2º conceito de consumidor – Coletividade de pessoas 
CDC. Art. 2º. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor 
a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, 
que haja intervindo nas relações deconsumo. 
Como sabemos, há os interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. O parágrafo único 
do artigo 2º amplia o trazido pelo caput, equiparando aos consumidores “destinatários finais” 
aqueles que sejam parte de um grupo (coletividade de pessoas) que por qualquer razão tenha 
sido afetado por uma relação de consumo. 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 21 
 
 
Rizzatto Nunes explica que “é essa regra que dá́ legitimidade para a propositura de ações coletivas para 
a defesa dos direitos coletivos e difusos, previstas no Título III da lei consumerista (arts. 81 a 107), e 
particularmente pela definição de direitos coletivos (inciso II do parágrafo único do art. 81) e direitos 
difusos (inciso III do parágrafo único do art. 81) e na apresentação das pessoas legitimadas para proporem 
as ações (art. 82).” (Rizzatto Nunes, 2013, p. 133). 
4.4.3 3º conceito de consumidor – A vítima do evento 
CDC. Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se 
aos consumidores todas as vítimas do evento. 
É um dos tipos de consumidores por equiparação. São denominados “bystanders” ou 
“circunstantes”, ou seja, são todos aqueles que estão nos arredores de um acidente. Existe 
responsabilidade civil contratual e extracontratual, esta última fundada na lei. Isso se aplica à 
este conceito de consumidor. Diante disso, a análise do artigo 17 permite afirmar que todos 
aqueles que, embora não figurem como consumidores diretos, sofram consequências de um 
acidente oriundo de uma relação de consumo também serão considerados consumidores, e 
portanto gozaram dos benefícios materiais e processuais por sê-lo. 
4.4.4 4º conceito de consumidor – os que estão expostos às práticas comerciais 
CDC. Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, 
equiparam-se aos consumidores todas as pessoas 
determináveis ou não, expostas às práticas nele 
previstas. 
“Se alguém promete algo no mercado de consumo ela está obrigada ao cumprimento” 
– Prof. Filomeno 
É outro caso de consumidor por equiparação. Envolve a fase chamada “pré-contratual”, ou seja, 
anterior ao contrato. Essa fase abrange as ofertas, a publicidade, e as práticas abusivas. 
Por causa da disposição trazida por este artigo, o simples fato de alguém estar exposto em um 
ambiente de consumo pode fazer com que, dependendo do caso concreto, ele seja considerado 
consumidor, mesmo que não tenha adquirido nada e nem consumido nada. 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 22 
 
 
4.5 CONCEITOS DE FORNECEDOR 
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, 
pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como 
os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade 
de produção, montagem, criação, construção, 
transformação, importação, exportação, distribuição ou 
comercialização de produtos ou prestação de serviços. 
O conceito fala por si só. 
Em relação ao profissional liberal, ele tem de ter ensino superior e estar inscrito em órgão de 
classe. 
4.6 DO ENTE DESPERSONALIZADO 
Além de pessoas físicas e jurídicas, há os entes despersonalizados. Quanto à estes, surgem 
dúvidas quanto à aplicação ou não do código de defesa do consumidor. 
Tratando de fornecedor, é muito clara a posição dominante de que os entes despersonalizados 
podem ser considerados fornecedores. Por exemplo, uma pessoa jurídica só se torna pessoa 
jurídica após o registro. Ora, se temos uma “fábrica de quintal” que não se registrou, ela ainda 
não é pessoa jurídica, mas é ente despersonalizado. É por casos como esse que ao definir 
fornecedor o artigo 3º incluiu os entes despersonalizados. Portanto, ente despersonalizado pode 
ser fornecedor. 
E quanto à possibilidade de o ente despersonalizado ser considerado consumidor? 
É plenamente possível que um ente despersonalizado seja considerado consumidor. Um exemplo 
são os condomínios edilícios, pois eles também não são pessoas jurídicas, mas sim entes jurídicos 
despersonalizados 4 . O condomínio pode fazer compras, e por isso pode ser considerado 
 
 
4 Os condomínio não podem ser registrados. Eles recebem um CNPJ meramente para fins fiscais, mas eles não são 
considerados pessoas jurídicas para o direito civil brasileiro, tanto o sendo que eles são representados por síndicos, 
o que seria impossível para uma sociedade comum, cuja representação se dá na forma do direito societário. 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 23 
 
 
consumidor e ver aplicado o CDC se as mercadorias adquiridas se mostrarem inadequadas para 
o consumo. Outro exemplo: O PROCON é um ente despersonalizado. Se ele compra café para 
seus funcionários e esse café vem estragado, é obvio que ele será considerado consumidor e terá 
direito à aplicação do CDC no caso concreto. 
4.7 TEORIA DA DESTINAÇÃO FINAL 
Existem teorias para a aplicação do código de defesa do consumidor. A teoria adotada pelo Brasil 
é a da destinação final, que é um conceito objetivo. Por este conceito, se o comprador é o usuário 
final do bem de consumo, ele é o consumidor. Essa teoria é bastante objetiva e é a utilizada no 
Brasil. 
A outra teoria seria a teoria do sujeito, que tem cunho subjetivo. Para os países que seguem essa 
teoria, o que determina se algo envolve relação de consumo ou não é se o sujeito usa o bem de 
consumo de modo profissional ou não. Essa teoria é criticada pois há vários casos em que os bens 
de consumo tem uso hibrido (ou misto), por exemplo: Um computador para advogados, um carro 
para o taxista, etc., pode ser usado tanto profissionalmente quanto para o lazer pessoal, de modo 
que a teoria tem uma falha neste aspecto. Os tribunais europeus, quando deparados com essas 
situações de uso híbrido, aplicam os códigos de consumo de suas legislações. 
5 VULNERABILIDADE 
Vulnerabilidade é uma situação onde existe um tipo de hipossuficiência, ou seja, que por alguma 
razão há uma disparidade de poderes entre os contratantes. Veremos a classificação da Cláudia 
Lima Marques, teoria mais conhecida e usada pela lei vigente (e portanto a classificação que 
cai na OAB): 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 24 
 
 
5.1 VULNERABILIDADE ECONÔMICA 
Essa espécie de vulnerabilidade é percebida na relação entre os agentes econômicos e os consumidores. 
Esses agentes têm o poder de impor suas condições aos consumidores, deixando-os em desfavor nessa 
ligação entre as parte. Essa situação pode ser observada nos contratos de adesão.5 
5.2 TÉCNICA 
É a disparidade de conhecimento de cunho técnico entre fornecedores e consumidores sobre o 
bem de consumo comercializado. A questão da vulnerabilidade técnica pode ser muito relativa. 
Essa vulnerabilidade ocorre pela própria posição que o consumidor ocupa na relação contratual 
que possui com o fornecedor. 
A vulnerabilidade técnica decorre do fato de o consumidor não possuir conhecimentos específicos sobre os 
produtos e/ou serviços que está adquirindo, ficando sujeito aos imperativos do mercado, tendo como único 
aparato a confiança na boa-fé da outra parte. Pode ser observado o que Cláudio Bonatto[3] disserta nessa 
mesma linhagem: 
“Esta vulnerabilidade concretiza-se pelo fenômeno da complexidade do mundo moderno, que é ilimitada, 
impossibilitando o consumidor de possuir conhecimentos das propriedades, malefícios, e benefícios dos 
produtos e/ou serviços adquiridos diuturnamente. Dessa forma, o consumidor encontra-se totalmente 
desprotegido, já que não consegue visualizar quando determinado produto ou serviço apresenta defeito ou 
vício, colocando em perigo, assim, a sua incolumidade física e patrimonial.” 
Verifica-se que essa vulnerabilidade vem em decorrência da concepção de consumidor observado por John 
Kenedy,quando, na declaração dos direitos fundamentais dos Estados Unidos declarou o consumidor como 
hipossuficiente.6 
5.3 JURÍDICA 
É praticamente uma vertente da vulnerabilidade técnica. A vulnerabilidade jurídica se refere ao 
desconhecimento do contratante em relação ao próprio contrato que está assinando. Por muitas 
vezes o contratante não tem a menor chance de discutir as cláusulas do contrato, seja por 
 
 
5 Barcelos da Silva, Fabiana. 2009. 
6 Idem à anterior 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 25 
 
 
desconhecimento ou porque a situação é tal que não contratar com o fornecedor represente um 
risco ao bem estar do consumidor. 
Por essas razões, se inclui a vulnerabilidade jurídica como um dos tipos de hipossuficiência do 
consumidor. 
5.4 LEMBRETE 
Quadro resumo da relação jurídica de consumo e os elementos necessários para sua 
compreensão 
 
AULA 04 – 19 DE FEVEREIRO DE 2014 
6 INTERESSES TRANSINDIVIDUAIS 
 Quanto aos 
titulares 
Quanto à 
origem 
Quanto à 
Divisibilidade 
Quanto aos 
efeitos da 
decisão 
Difusos Indeterminados Fato Indivisíveis Erga Omnes 
Elementos
Subjetivos
Consumidor
Fornecedor
Objetivos
Produtos
Serviços
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 26 
 
 
Coletivos 
“stricto senso” 
Determinados 
ou 
determináveis 
Relação jurídica 
de base 
Indivisíveis Ultra partes 
(Afeta o grupo) 
Individuais 
Homogêneos 
Determinados 
ou 
determináveis 
Fato Divisíveis Erga Omnes 
 
6.1 SINOPSE DOS DIREITOS TRANS-INDIVIDUAIS 
A matéria já foi lecionada em semestre anterior. Veremos rapidamente os principais conceitos. 
Para maior aprofundamento, acesse: 
https://onedrive.live.com/redir?resid=37A6E1632A7B9EFA!1005&authkey=!AKsh5B6igzNPG40
&ithint=file%2c.pdf 
6.1.1 Sinopse dos direitos difusos 
Quanto aos direitos difusos, os titulares são indeterminados pois não se pode determinar com 
precisão aqueles que foram prejudicados e aqueles que não foram; a origem se dá pelo fato, já 
que é um acontecimento que faz com que haja a criação da relação de um direito difuso. 
6.1.2 Sinopse dos direitos coletivos em “stricto senso” 
Quanto aos direitos coletivos, os titulares são determinados ou determináveis, ou seja, não é 
toda a sociedade que é afetada, mas um grupo determinável de pessoas, como por exemplo os 
interesses que dizem respeitos aos contratantes de um mesmo plano de saúde. 
Os direitos coletivos tem sua origem com uma mesma relação jurídica base que existe para um 
determinado de pessoas, abstratamente as unindo. 
Tratando da divisibilidade, no caso dos interesses coletivos há a ideia de indivisibilidade, pois os 
interesses dos integrantes do grupo se confundem, de modo que uma decisão favorável ao grupo 
torna todos vencedores, e uma decisão desfavorável torna todos sucumbentes. 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 27 
 
 
6.1.3 Sinopse individuais homogêneos 
O artigo 81 não especifica as características dos direitos individuais homogêneos como faz com 
os direitos difusos e coletivos. 
Segundo promotor de justiça Hugo Nigro Mazzilli, os titulares dos direitos individuais 
homogêneos são determinados ou determináveis, ou seja, pessoas concretas e não a sociedade 
como um todo. 
A origem desses direitos se dá com a existência de um fato, ou seja, um acontecimento 
juridicamente relevante que une os titulares do direito. 
Diferentemente dos demais direitos transindividuais, há a divisibilidade na análise dos lesados. 
Dessa forma, é possível a prolação de decisões diferentes para os diferentes litisconsortes ativos. 
6.2 OS EFEITOS DA DECISÃO NAS AÇÕES TRANSINDIVIDUAIS 
Os interesses difusos, quando suscitados em ações judiciais, tem sua tutela concedida por um 
decisão que tem efeitos erga omnes, ou seja, que gera efeito extra partes – para toda a sociedade. 
Nos interesses coletivos, os efeitos da decisão são ultra partes, pois vão além daquelas partes, 
mas limitadamente ao grupo que a produziu. Essa expressão significa que somente o grupo que 
produziu a decisão em comento é que será afetado por ela. 
No caso dos direitos individuais homogêneos, os efeitos da decisão são erga omnes. 
Lembrem-se que nos dois primeiros tipos de direitos, aplica-se simultaneamente a LACP e o CDC, 
enquanto que para o terceiro – direitos individuais homogêneos – aplica-se residualmente o CC. 
6.3 FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES DE INTERESSES TRANSINDIVIDUAIS 
6.3.1 Ação civil coletiva e ação civil pública 
Hugo Nigro Mazzili afirma que, “o mais correto, sob o ponto de vista doutrinário” é denominar “ação civil 
pública” a ação que verse a defesa de interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos que for 
proposta pelo Ministério Público; e “ação coletiva” quando proposta por associações civis. Porém, admite 
o autor que, “sob o enfoque puramente legal”, será ação civil pública qualquer ação movida com base na 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 28 
 
 
Lei 7.347/1985, ainda que seu autor seja uma associação civil, um ente estatal, o Ministério Público, ou 
qualquer outro colegitimado; e será ação coletiva qualquer ação fundada nos arts. 81 e seguintes do Código 
de Defesa do Consumidor. 
Luiz Manoel Gomes Júnior prefere fazer uma diferenciação para “facilitar a compreensão dos institutos”, 
denominando ação civil pública aquela prevista na Lei nº 7.347.1985 e de ação coletiva quando veiculada 
a pretensão prevista no Código do Consumidor, “ainda que ambos os sistemas se integrem e completem 
mutuamente”.7 
6.4 DISPERSÃO DOS LESADOS 
Às vezes, a defesa de interesses de um grupo determinado ou determinável de pessoas pode convir à 
coletividade como um todo. Isso geralmente ocorre em diversas hipóteses, como quando a questão diga 
respeito à saúde ou à segurança das pessoas; quando haja extraordinária dispersão de interessados, a tornar 
necessária ou, pelo menos, conveniente sua substituição processual pelo órgão do Ministério Público; 
quando seja proveitoso à coletividade o zelo pelo funcionamento correto, como um todo, de um sistema 
econômico, social ou jurídico. 
Assim dispõe a Súmula n. 7, do Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo, de cujo elaboração 
participamos: "0 Ministério Público está legitimado à defesa de interesses individuais homogêneos que 
tenham expressão para a coletividade, como: a) os que digam respeito à saúde ou à segurança das pessoas, 
ou ao acesso das crianças e adolescentes à educação; b) aqueles em que haja extraordinária dispersão dos 
lesados; c) quando convenha à coletividade o zelo pelo funcionamento de um sistema econômico, social ou 
jurídico. 
Fundamenta-se assim o enunciado da súmula: "A legitimação que o Código do Consumidor confere ao 
Ministério Público para a defesa de interesses individuais homogêneos há de ser vista dentro da destinação 
institucional do Ministério Público, que sempre deve agir em defesa de interesses indisponíveis ou de 
interesses que, pela sua natureza ou abrangência, atinjam a sociedade como um todo (Pt. n. 15-939/91)". 
 
 
7 PRATES, Marília Zanella. AÇÃO CIVIL PÚBLICA OU AÇÃO COLETIVA? - Em sequência a um artigo de Manuela Pereira 
Sávio. Processos Coletivos, Porto Alegre, vol. 3, n. 2, 01 abr. 2012. 
Disponível em: http://www.processoscoletivos.net/doutrina/31-volume-3-numero-2-trimestre-01-04-2012-a-30-
06-2012/142-acao-civil-publica-ou-acao-coletiva-em-sequencia-a-um-artigo-de-manuela-pereira-savio - Acesso em: 
23-Mar-2014 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 29 
 
 
Exemplificativamente, há sério abalo na captação da poupança popularou na confiança de mercado das 
empresas, sempre que ocorrem falhas de gravidade no respectivo sistema. Por razões como essas, o 
Ministério Público é chamado a intervir na defesa de interesses coletivos, em favor de credores em questões 
falimentares ou em favor de titulares de valores imobiliários, para evitar prejuízos ou obter em seu proveito 
o ressarcimento de danos sofridos não raro por milhares de pessoas. 
Como se viu, na atuação ministerial em defesa dos chamados interesses individuais homogêneos, deve 
firmar-se interpretação de caráter finalístico. O art. 129, III, da Constituição, comete ao Ministério Público 
a defesa de interesses difusos e coletivos. Quanto aos difusos, não há distinguir; por coletivos, entretanto, 
aí estão os interesses da coletividade como um todo. A defesa dos interesses de meros grupos determinados 
de pessoas (como consumidores individualmente lesados) só se pode fazer pelo Ministério Público quando 
isto convenha à coletividade como um todo, como nos exemplos acima invocados: se é extraordinária a 
dispersão de lesados; se a questão envolve defesa da saúde ou da segurança dos consumidores; se a 
intervenção ministerial é necessária para assegurar o funcionamento de todo um sistema econômico social 
ou jurídico. Não se tratando de hipótese semelhantes a defesa de interesses de consumidores individuais 
deve ser feita por meio de legitimação ordinária, ou, se por substituição processual, por outros órgãos e 
entidades que não o Ministério Público, sob pena de ferir-se a destinação institucional deste último8. 
SUGESTÃO DE LEITURA: HUGO NIGRO MAZZILLI 
AULA 05 – 26 DE FEVEREIRO DE 2014 
 
 
8 MAZZILLI, Hugo Nigro. A defesa dos interesses difusos em juízo : meio ambiente, consumidor e outros interesses 
difusos e coletivos. 8.ed. Rio de Janeiro : Freitas Bastos, 1995. 629 p. Cap. 8: Proteção ao consumidor , p. 99-131. 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 30 
 
 
7 A RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO E OS ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA A 
SUA COMPREENSÃO 
7.1 ESTADO FORNECEDOR 
Foi colocado na norma pois havia uma grande dificuldade de responsabilizar o estado nos anos 
80. Então, em algumas ocasiões, o Estado pode ser julgado sob o prisma do CDC, por se constituir 
fornecedor. 
7.2 FORNECEDOR 
7.2.1 Pessoa Jurídica 
Tanto no caso do conceito de consumidor quanto no de fornecedor, a referência é a “toda pessoa 
jurídica”, independentemente de sua condição ou personalidade jurídica. Isto é, toda e qualquer 
pessoa jurídica. O legislador poderia muito bem ter escrito no caput do art. 3o apenas a expressão 
“pessoa jurídica” que o resultado teria sido o mesmo. Não resta dúvida de que toda pessoa jurídica 
pode ser consumidora e, evidentemente, por maior força de razão, é fornecedora.9 
7.2.2 Ente despersonalizado 
Os entes despersonalizados também se afiguram como fornecedores. É de [se] enquadrar no 
conceito de ente despersonalizado as chamadas “pessoas jurídicas de fato”: aquelas que, sem 
constituir uma pessoa jurídica, desenvolvem, de fato, atividade industrial, comercial ou de 
prestação de serviços, sendo exemplo para tanto o camelô.10 
7.2.3 Pessoa Física 
Há muita dúvida com relação à aplicação do conceito de fornecedor às pessoas físicas. Segue 
entendimento de Rizzatto Nunes sobre o tema: 
 
 
9 NUNES, LUIS. Curso de direito do consumidor, 8ª Edição.. Saraiva, 2013. VitalBook file. Minha Biblioteca. 
10 Idem 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 31 
 
 
No que respeita à pessoa física, tem-se, em primeiro lugar, a figura do profissional liberal como 
prestador de serviço e que não escapou da égide da Lei n. 8.078. Apesar da proteção recebida da 
lei (o profissional liberal não responde por responsabilidade objetiva, mas por culpa — cf. o § 4o 
do art. 14)101, não há dúvida de que o profissional liberal é fornecedor. 
Há, ainda, outra situação em que a pessoa física será́ identificada como fornecedora. É aquela em 
que desenvolve atividade eventual ou rotineira de venda de produtos, sem ter-se estabelecido como 
pessoa jurídica. Por exemplo, o estudante que, para pagar a mensalidade da escola, compra joias 
para revender entre os colegas, ou o cidadão que compra e vende automóveis — um na sequência 
do outro — para auferir lucro, etc.11 
7.3 ATIVIDADE 
Serviço é, tipicamente, atividade. Esta é ação humana que tem em vista uma finalidade. Ora, toda 
ação se esgota tão logo praticada. A ação se exerce em si mesma. Daí, somente poderia existir 
serviço não durável. Será́ uma espécie de contradição falar em serviço que dura. Todavia, o 
mercado acabou criando os chamados serviços tidos como duráveis, tais como os contínuos (p. ex., 
os serviços de convenio de saúde, os serviços educacionais regulares em geral etc.). Com isso, o 
CDC, incorporando essa invenção, trata de definir também os serviços como duráveis e não 
duráveis12 
7.4 ELEMENTOS OBJETIVOS DA RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO 
7.4.1 Produtos 
CDC. Art. 3º. § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. 
 
 
11 Idem 
12 Idem 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 32 
 
 
7.4.2 Serviços 
CDC. Art. 3º. § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante 
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as 
decorrentes das relações de caráter trabalhista. 
7.4.3 Aplicação do CDC às instituições financeiras 
O código de defesa do consumidor é aplicável às instituições financeiras. 
A norma especificamente cita as instituições financeiras, em uma intenção do legislador de garantir 
que o CDC se aplique a tais instituições, citando-as expressamente, e impedindo portanto que essas 
tentem alterar o regime jurídico que lhes seria aplicável. 
AULA 06 – 12 DE MARÇO DE 2014 
8 POLÍTICA NACIONAL DAS RELAÇÕES DE CONSUMO 
8.1 NOÇÕES 
Antes deve-se entender o que são políticas públicas. As políticas públicas normalmente são muito 
discutidas em períodos eleitorais, e consistem na forma com que a estrutura estatal é utilizada 
para alcançar seus objetivos sociais. As políticas podem ser subdivididas: 
Política de governo – São transitórias, e consistem na forma com que cada partido interpreta e 
considera a melhor forma de governo, como uma política mais conservadora ou mais liberal, 
Política de estado – São mais perenes, permanentes. São políticas e princípios que são extraídos 
da finalidade das leis que são promulgadas, bem como, obviamente, da Constituição Federal do 
País. 
A política nacional das relações de consumo é uma política de estado, que foi instituída pela 
Constituição Federal e ampliada pelo código de defesa do consumidor. A política nacional das 
relações de consumo no Brasil consiste no conjunto de objetivos que dão forma à um programa 
de ação estatal voltado à proteção do consumidor. 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 33 
 
 
No Brasil essa política é pró-consumidor. 
8.2 PRINCÍPIOS 
8.2.1 Princípio da 
vulnerabilidade do 
consumidor 
Lembremos que há a 
vulnerabilidade 
econômica, técnica e 
jurídica. A 
vulnerabilidade 
econômica é 
importante para 
lembrar da disparidade entre consumidores e 
consumidores, mas ela não é a especificamente 
contemplada pelo código de defesa do consumidor. 
8.2.2 Princípio da intervenção estatal 
O estado interfere no consumo, mediante legislação, 
sempre em favor do mais fraco. 
CDC. Art. 4º. II - ação 
governamental no 
sentido de proteger 
efetivamente o 
consumidor: 
Vejamos os tipos de intervençãoestatal nas relações de 
consumo: 
1 CURIOSIDADE 
15 de março é o dia internacional do 
consumidor. Após a Segunda Guerra, 
os ordenamentos jurídicos mudaram 
muito. Em 15 de março de 1962, 
houve o discurso de John F. Kennedy 
onde ele fez um pronunciamento que 
ficou muito famoso, pois ele trouxe 
nesse discurso uma série de direitos 
que os consumidores deveriam ter, 
como o direito à informação, à 
integridade física, ao respeito, etc. 
Essas coisas não eram debatidas dessa 
forma anteriormente, pois sempre os 
ordenamentos privilegiaram os 
fornecedores, detentores dos meios 
de produção. 
Nesse discurso, Kennedy disse “We 
are all Consumers”. Obviamente a 
frase está inserida no contexto do 
discurso, mas ela ficou muito célebre e 
é muito usada nos livros de direito de 
consumidor, pois é evidente que 
atualmente todos são consumidores, 
mesmo os fornecedores. Portanto, 
conceder direitos aos consumidores é 
conceder direitos para todos, pois 
todos são beneficiados. 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 34 
 
 
8.2.2.1 a) por iniciativa direta; 
A interferência direta nas relações de consumo consiste em privilegiar o hipossuficiente 
equilibrando a relação de consumo. 
Orlando Gomes disse, em seu livro de Contratos, trazendo o pensamento do francês Lacordaire 
para o Brasil: “entre o fraco e o forte, a liberdade escraviza e a lei liberta”. 
Isso significa que quando alguém é livre para contratar, essa liberdade absoluta prejudica o 
contratante mais fraco. Pelo pacta sunt servanda o contrato foi livre, mas o entorno daquele 
contrato e suas implicações sociais tornam aquele contrato irrecusável para o mais fraco, de 
modo que a liberdade desse é uma mera ilusão. 
Compreendendo isso, os ordenamentos jurídicos protegem com a lei as partes mais fracas, como 
ocorre no Código de Defesa do Consumidor. 
8.2.2.2 b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas; 
Esse incentivo está relacionado a um dos instrumentos para a execução da política nacional de 
consumo, e portanto se coaduna com o inciso V do artigo 5º: 
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações 
de Consumo, contará o poder público com os seguintes 
instrumentos, entre outros: 
 V - concessão de estímulos à criação e 
desenvolvimento das Associações de Defesa do 
Consumidor. 
8.2.2.3 c) pela presença do Estado no mercado de consumo; 
Essa presença do estado no mercado de consumo não é o estado como fornecedor, mas sim o 
estado como fiscalizador. O exemplo mais corriqueiro é o PROCON. 
8.2.2.4 d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, 
durabilidade e desempenho. 
Existe uma normatização quanto ao padrão mínimo de qualidade. Há uma excludente de 
responsabilidade chamada “controle administrativo” em outros ordenamentos jurídicos. No 
Brasil não há essa previsão específica, até porque o inciso V do artigo 4º diz: 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 35 
 
 
 V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios 
eficientes de controle de qualidade e segurança de 
produtos e serviços, assim como de mecanismos 
alternativos de solução de conflitos de consumo; 
Então, o que o estado impõe é que o produto tenha um mínimo de qualidade. Se houver dano 
ao consumidor, não há responsabilização civil do estado, e responsabiliza-se o fornecedor na 
extensão do dano que tenha sido gerado por sua culpa. 
8.2.3 Boa fé objetiva 
CDC. Artigo 4º. III - harmonização dos interesses dos 
participantes das relações de consumo e 
compatibilização da proteção do consumidor com a 
necessidade de desenvolvimento econômico e 
tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais 
se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição 
Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas 
relações entre consumidores e fornecedores; 
Se coaduna com o 422 do CC: 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim 
na conclusão do contrato, como em sua execução, os 
princípios de probidade e boa-fé. 
A boa fé objetiva traz a ideia de dever de diligencia do fornecedor. Isso fica muito claro com o 
exemplo do artigo 23 do CDC: 
CDC. Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios 
de qualidade por inadequação 13dos produtos e serviços 
não o exime de responsabilidade. 
Então, vê-se que a boa-fé subjetiva não se aplica ao CDC. O princípio da boa-fé objetiva é muito 
mais exigente em seus requisitos do que a boa-fé objetiva. 
 
 
13 Produto ou serviço que não atinge a finalidade a que se destina. Ex.: Geladeira que não esfria. 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 36 
 
 
Veja que no final do artigo 4º do CDC há a prevalência do equilíbrio das relações entre 
consumidores e fornecedores. Note que embora haja a proteção do consumidor, tal proteção é 
mitigada em casos em que há possibilidade de abuso do direito, como é o caso do direito de 
arrependimento do artigo 49. 
8.2.4 Princípio da harmonização dos interesses 
CDC. Artigo 4º. III - harmonização dos interesses dos 
participantes das relações de consumo e 
compatibilização da proteção do consumidor com a 
necessidade de desenvolvimento econômico e 
tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais 
se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição 
Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas 
relações entre consumidores e fornecedores; 
Há a necessidade de harmonizar a demanda e a oferta dos consumidores e fornecedores. Quanto 
ao meio deste inciso, nota-se primeiro que vários são os princípios estabelecidos 
8.2.5 Educação e informação 
CDC. Art. 4º. IV - educação e informação de fornecedores 
e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com 
vistas à melhoria do mercado de consumo; 
Antes, importa compreender que existe educação formal e informal. A formal é a educação 
trazida pelos jardins, escolas, ginásios, colégios, etc. A informal acontece por meio de impressão 
de cartilhas, pôsteres, informativos, etc. Hoje em dia a informal é a mais utilizada, especialmente 
porque a internet possibilita o compartilhamento destas cartilhas em PDF. 
A educação de que trata o inciso em comento envolve a informação sobre os produtos e sobre 
quais os deveres e direitos de cada um sob essa perspectiva consumerista. 
Em relação à informação, a questão atualmente é relativa com a qualidade dessa. 
Contemporaneamente, a informação é muito abundante, e notavelmente o problema de 
informação hoje é seu excesso, e não sua falta. 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 37 
 
 
Portanto, não adianta apenas informar. A informação só tem sentido quando acompanhada de 
educação. A política pública vai o sentido de que a informação deve ser clara, em idioma pátrio, 
simples e objetiva, sucinta, de modo que qualquer pessoa possa compreender o conteúdo e 
significado da informação trazida junto ao rotulo/embalagem do produto. 
AULA 07 – 19 DE MARÇO DE 2014 
8.2.6 Controle de qualidade e segurança 
CDC. Art. 4º. V - incentivo à criação pelos fornecedores 
de meios eficientes de controle de qualidade e 
segurança de produtos e serviços, assim como de 
mecanismos alternativos de solução de conflitos de 
consumo; 
Esse padrão de qualidade se refere a um controle mínimo de segurança para que o produto i) 
atinja a finalidade a que se propõe; ii) Atinja tal finalidade sem colocar em risco a segurança do 
consumidor. 
Meios alternativos de soluções de conflitos 
 V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios 
eficientes de controle de qualidade e segurança deprodutos e serviços, assim como de mecanismos 
alternativos de solução de conflitos de consumo; 
Quando surgiu o CDC havia uma grande preocupação em se criar meios alternativos de solução 
de conflitos, que hoje em dia se consubstanciam na arbitragem e na mediação. Essa preocupação 
tem razão de existir em razão da busca por celeridade e por descongestionar a justiça pública. 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 38 
 
 
8.2.7 Proteção à criação industrial e vedação da concorrência desleal 
CDC. Art. 4º. VI - coibição e repressão 
eficientes de todos os abusos praticados 
no mercado de consumo, inclusive a 
concorrência desleal e utilização indevida 
de inventos e criações industriais das 
marcas e nomes comerciais e signos 
distintivos, que possam causar prejuízos 
aos consumidores; 
Trata-se da proteção das criações industriais e 
a vedação da concorrência desleal. Ambos 
estão previstos especificamente na lei 9279/96, 
que é a lei da propriedade industrial. No CDC, a proteção da criação industrial é residual, ou seja, 
tudo o que não se enquadra na proteção industrial entra na proteção genérica da concorrência 
desleal. 
Importa se lembrar que a proteção à criação industrial é protegida por cláusula pétrea 
constitucional: 
CF. Art. 5º. XXIX - a lei assegurará aos autores de 
inventos industriais privilégio temporário para sua 
utilização, bem como proteção às criações industriais, à 
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a 
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse 
social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do 
País; 
Então, as criações industriais tem ampla proteção no ordenamento jurídico brasileiro, 
inicialmente constitucional e então se desdobrando para as esferas legais infraconstitucionais. 
8.2.8 Racionalização e melhorias de serviços públicos 
CDC. Art. 4º. VII - racionalização e melhoria dos serviços 
públicos; 
Esta proteção ao consumidor se estende também às permissionárias e concessionárias, ou seja, 
se estende também a serviços públicos prestados por particulares. 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 39 
 
 
Estudo constante das modificações de consumo 
VIII - estudo constante das modificações do mercado de 
consumo. 
É realizado pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), e visa analisar o 
mercado, perceber suas modificações e a evolução do consumo. 
8.3 INSTRUMENTOS 
Os instrumentos efetivam os princípios, e neles são encontrados ora o poder judiciário, ora no 
poder executivo, ora o Ministério Público, etc. A Defensoria Pública também é um instrumento 
de efetivação: 
CDC. Art. 6º. VII - o acesso aos órgãos judiciários e 
administrativos com vistas à prevenção ou reparação de 
danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou 
difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e 
técnica aos necessitados; 
Temos, tratando dos instrumentos, o artigo 5º do CDC: 
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações 
de Consumo, contará o poder público com os seguintes 
instrumentos, entre outros: 
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita 
para o consumidor carente; 
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do 
Consumidor, no âmbito do Ministério Público; 
III - criação de delegacias de polícia especializadas no 
atendimento de consumidores vítimas de infrações 
penais de consumo; 
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e 
Varas Especializadas para a solução de litígios de 
consumo; 
O sentido das varas especializadas é no sentido de ter um julgador especializado na área do 
direito a ser analisada. 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 40 
 
 
 V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento 
das Associações de Defesa do Consumidor. 
De modo a facilitar os litígios coletivos. 
9 DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR 
9.1 NOÇÕES 
9.1.1 Resolução 39 de 24 de agosto de 1985 
É uma resolução da ONU que preveem diversos direitos consumeristas e que foram 
recepcionados por grande parte dos ordenamentos jurídicos contemporâneos. O CDC 
recepcionou a maior parte deles, sendo apenas dois deles excluídos do ordenamento jurídico 
brasileiro – que são o direito a ser ouvido (veto do artigo 6º, IX) 
9.2 DIREITO A SER OUVIDO 
Toda a vez que houvesse um projeto de lei que afetasse o consumo, as associações de 
consumidores deveriam ser consultadas pelos parlamentares. 
9.3 CONSUMO SUSTENTÁVEL 
O consumo deve se dar de modo a não prejudicar os ecossistemas, ainda que isso acabe por 
onerar um pouco mais a sociedade. 
9.4 DIÁLOGO DAS FONTES 
 Art. 4º A Política Nacional das Relações de 
Consumo tem por objetivo o atendimento das 
necessidades dos consumidores, o respeito à sua 
dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus 
interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de 
vida, bem como a transparência e harmonia das relações 
de consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação 
dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 41 
 
 
 VII - racionalização e melhoria dos serviços 
públicos; 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
 X - a adequada e eficaz prestação dos serviços 
públicos em geral. 
Dessa forma, percebe-se que o Código de Defesa do Consumidor tanto impõe o dever do estado 
em melhorar os serviços públicos, pelo artigo 4.º, como garante aos consumidores o direito à 
bons serviços públicos, no artigo 6º. 
Importante notar também pelo artigo 7º que os direitos tratados pelo código não são exaustivos, 
ou seja, o rol ali trazido é ampliável pelos mais diversos diplomas legais em vários níveis 
legislativos distintos. 
 Art. 7° Os direitos previstos neste código não 
excluem outros decorrentes de tratados ou convenções 
internacionais de que o Brasil seja signatário, da 
legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos 
pelas autoridades administrativas competentes, bem 
como dos que derivem dos princípios gerais do direito, 
analogia, costumes e eqüidade. 
Daí vem a expressão “Diálogo das Fontes”, expressão criada pelo jurista alemão Erik Jiaque, e 
popularizada no brasil pela professora Cláudia Lima Marques. O diálogo das fontes envolve uma 
análise sistemática do sistema de proteção consumerista brasileiro, de modo que a interpretação 
das normas aplicáveis ao caso concreto não pode pura e simplesmente se restringir ao disposto 
no Código de Defesa do Consumidor, mas sim levando-se em conta todos as normas que versem 
sobre o tema, o que inclui o Código Civil, Processo Civil, Decretos, Portarias, etc. 
 Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, 
todos responderão solidariamente pela reparação dos 
danos previstos nas normas de consumo. 
Trata-se de uma situação de solidariedade legal. 
FICHAMENTO 
 
Por Rommel Andriotti Direito do Consumidor 42 
 
 
Segue sugestão/modelo de fichamento, que deverá ser entregue na próxima aula. Com uma letra 
normal ele ocupará a integralidade das duas páginas (uma folha, frente e verso), sem faltar e sem 
sobrar. O fichamento que segue é uma base orientadora - eu não me responsabilizo por cópias. 
Espero que ajude! 
O Código de Defesa do Consumidor (CDC), Lei 8078 de 11/09/1990, é Diploma Legal que traz 
em seu bojo tanto normas de caráter material como processual, bem como normas para lides 
individuais ou coletivas. 
Em relação à proteção e defesa dos direitos consumeristas de caráter individual, temos a previsão 
do artigo 83 do Código de Defesa do Consumidor, que diz: “para a defesa dos direitos e interesses 
protegidos por este código são admissíveis todas

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