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1 Contabilidade Básica Princípios da Contabilidade A resolução de nº 750/93, emitida pelo Conselho Federal de Contabilidade, definiu alguns Princípios Contábeis com o intuito de padronizar a contabilidade. Utilizando como base a Resolução nº 750/93, atualizada pela Resolução nº 1.282/10, é possível destacar: Princípio da Entidade Segundo este princípio, o patrimônio deve ser reconhecido como objeto da contabilidade, e é preciso diferenciar o patrimônio da pessoa física e o da pessoa jurídica, ou seja, a figura do dono da empresa e a empresa não podem se confundir. Para você entender melhor como funciona esse princípio, imagine um sócio que faz o pagamento de suas contas pessoais com o dinheiro da empresa. Ao fazer isso, ele está indo contra o Princípio da Entidade, pois não está reconhecendo a autonomia, ou seja, a diferença entre pessoa física e pessoa jurídica. Princípio da Continuidade Este princípio versa sobre a continuidade ou não da empresa. Por ele estende-se que a continuidade influencia o valor econômico dos ativos e também o vencimento dos passivos, em especial quando a extinção da empresa tem prazo determinado, previsto ou previsível. Para o entendimento deste princípio você pode imaginar determinadas épocas em que ocorrem muitas chuvas no Brasil. Com o objetivo de socorrer os necessitados, são criadas empresas que irão durar somente o tempo das obras de reconstrução do lugar atingido pelas chuvas, por exemplo. Deve-se imaginar, nestes casos, que as dívidas dessa empresa terão o prazo de vencimento influenciado por este fato, uma vez que ninguém irá vender ou fornecer dinheiro por mais de dois anos, por exemplo, para uma empresa que tem prazo de continuidade de somente um ano. 2 Princípio da Oportunidade De acordo com este princípio, determinado fato deve ser registrado no exato momento em que acontece. Outra interpretação está ligada ao registro, mesmo que tecnicamente estimável, de variações patrimoniais. Isso quer dizer que, ainda que haja apenas a possibilidade do lançamento ocorrer, o fato deve ser registrado. Assim, no caso das ações judiciais, por exemplo, é preciso que seja feita a provisão do valor, ou seja, um registro, mesmo que aproximado, dos valores referentes a esta ação, para que o resultado da empresa não seja impactado de uma só vez. Princípio do Registro pelo Valor Original Este princípio trata do registro dos componentes do patrimônio, sempre expressos a valor presente, na moeda do país, e que deverão ser mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive naquelas que configuram agregações ou decomposições no interior da entidade. Sob esta ótica, concluímos que os componentes patrimoniais deverão ser feitos com base nos valores de entrada. O bem, o direito ou a obrigação ― quando integrados ao patrimônio ― não podem ter elementos agregados ― parcial ou integralmente ― a outros elementos patrimoniais. Enquanto o bem permanecer como parte do patrimônio, o valor original de registro deverá ser mantido. Imagine o valor inicial de compra de um carro. Depois, obviamente, com o passar do tempo, este carro sofrerá desvalorização ― pelo desgaste, pelo uso e outras condições. Porém, estas condições deverão ser registradas em uma conta à parte ― chamada de depreciação acumulada ― para que o bem sempre esteja registrado na contabilidade de acordo com o que determina o referido princípio. Princípio da Competência Este princípio trata da relação entre as receitas e as despesas. De acordo com ele, as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem. Assim, as receitas consideram-se realizadas quando, nas transações com terceiros, estes efetuarem o pagamento ou assumirem forte compromisso em efetivá-lo. Também será reconhecida quando da extinção parcial ou total de 3 um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento (ao mesmo tempo) de um ativo de valor igual ou maior. Já as despesas consideram-se incorridas quando o ativo correspondente deixar de existir, por transferência de sua propriedade a terceiro, pela diminuição ou extinção de um ativo e pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo. Imagine contas que têm seu período de competência, ou seja, são referentes a um determinado mês, e deverão ser reconhecidas naquele período. Isso acontece, por exemplo, com os salários. Em cada mês que você trabalha, seu salário é reconhecido para o ganho de receita daquele determinado mês, e, geralmente (isso porque algumas empresas fazem o pagamento no mesmo mês), o pagamento ocorre no início do mês seguinte. O que é preciso destacar, neste caso, é que contas como o salário, energia, água, telefone, entre outras que são consumidas no mês, precisam ser reconhecidas como referentes àquele mês. Princípio da Prudência Para este princípio deverão ser adotados menores valores para os componentes do Ativo e maiores valores para os componentes do Passivo sempre que estes apresentarem alternativas igualmente válidas para registro. Aceitar o Princípio da Prudência consiste em utilizar a hipótese que resulte em menor patrimônio líquido. Como exemplo deste caso, podemos citar uma situação do seu dia a dia: Quando é necessário ter uma sobra de dinheiro no mês, já que é difícil aumentar o valor das receitas, é preciso ser pessimista, conservador ou prudente com relação a elas, sempre reconhecendo seus valores como menores. No caso dos passivos, para evitar possíveis surpresas, você deve superestimá- los. Desta forma, quando houver o confronto de receitas e despesas, haverá uma folga de recursos.
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