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Logística Materiais e Armazenamento_AULAS 1 ATÉ 6

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
Logística – Materiais e Armazenagem 
Aula 1 
 
 
Professora Rosinda Angela da Silva 
 
 
 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa Inicial 
A armazenagem não é uma atividade nova nas organizações, pois 
sempre houve necessidade de estocar produtos, seja por falhas no controle 
dos estoques, por questões sazonais ou até mesmo por inconsistência nas 
entregas dos fornecedores. 
Ao avaliar os aspectos históricos atrelados à armazenagem, observa-se 
que ela apresenta três grandes momentos: 
 Inicialmente foi a necessidade humana de guardar alimentos, devido às 
sazonalidades e questões climáticas comuns na produção agrícola. 
 Em um segundo momento, o imperativo da armazenagem esteve 
atrelado às questões militares (belicismo). Pense que para prover os 
exércitos, estratégias logísticas foram traçadas para garantir a 
movimentação e armazenagem de provisões suficientes para abastecer 
as linhas de frente. Isso fez a diferença entre nações vencedoras e 
vencidas. 
 Atualmente, a armazenagem é um mecanismo chave no suporte às 
estratégias das organizações que têm como foco atender prontamente o 
mercado consumidor e também garantir os processos produtivos. 
Esses três grandes momentos ocorreram em tempos distintos de país 
para país e impactaram de forma diferenciada também, pois a necessidade de 
armazenagem tem suas particularidades. 
Especificamente no caso do Brasil, sempre houve necessidade de 
armazenagem para os produtos in natura, já que é um grande produtor 
agrícola. Pouco tempo atrás, uma visão bastante comum no interior do país e 
nas áreas portuárias eram os grandes silos repletos de produtos 
(principalmente grãos) aguardando transporte ou vazios aguardando a safra. 
Com o passar do tempo, a industrialização também exigiu dos 
empresários investimentos com armazenagem, com isso a paisagem urbana, 
principalmente nos parques industriais, passou a contar com grandes 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
construções de armazéns gerais. Normalmente grandes estruturas metálicas 
próprias para guardar temporariamente produtos de diversas naturezas. 
Essa mudança teve como principal causa a abertura do comércio 
internacional, o que fez com que houvesse uma aceleração nos investimentos 
com movimentação interna e armazenagem. Com a real possibilidade de 
importar produtos de vários pontos do mundo, surgiu a necessidade de ter 
estrutura física para acomodar os estoques, uma vez que a reposição de 
produtos importados tem um lead time geralmente maior que a produção 
nacional. 
Ainda, para justificar uma importação, os lotes negociados são maiores e 
temporariamente a empresa pode ficar sem ter onde guardar os produtos, até 
serem disponibilizados para vendas. 
Outra causa de impacto nos investimentos em armazenagem foi o 
aumento no poder de compra das classes C e D. As empresas entenderam que 
essas classes estavam ávidas pelo consumo de uma infinidade de produtos. 
Perceberam também que para atender essa demanda, os produtos deveriam 
estar nos pontos de venda ao alcance dos compradores, os quais não 
apresentavam disposição para “encomendar” e aguardar sua entrega. 
Esses fatores fizeram com que as organizações começassem a 
contemplar em seus Planejamentos Estratégicos (PE) o debate sobre 
localizações estratégicas de armazenagem, para fazer com que o produto 
estivesse cada vez mais rapidamente ao alcance dos consumidores. 
Tema 1 – Fundamentos da armazenagem 
O entendimento sobre armazenagem é necessário porque a 
administração moderna enfatiza que manter estoques, ou seja, armazenar 
produtos, é prejudicial à saúde financeira da empresa, pois tecnicamente o 
capital que o gestor investiu em estoque não traz retornos. Observe o que 
Moura (2006) diz a esse respeito: 
a armazenagem é uma conveniência econômica, em vez de 
uma necessidade, no sistema logístico. As mercadorias podem 
ser colocadas em pontos de demanda, sem a necessidade de 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
instalações de armazenagem (e de estoques). No entanto, o 
efeito pode ser a programação péssima de produção, o serviço 
péssimo ao usuário e o uso ineficiente dos serviços de 
transporte, o que contribui para as perdas de rendimentos ou 
para o aumento das despesas (MOURA, 2006). 
O autor menciona que é possível abastecer o mercado sem a 
necessidade de armazenagem, desde que a organização seja excelente em 
programação e gerenciamento dos processos de abastecimento. No entanto, 
para atingir esse patamar, os gestores necessitam estar capacitados e atentos 
aos movimentos da demanda, para saber o exato momento de iniciar o 
processo de reposição, seja da matéria-prima para garantir a fabricação ou do 
bem nas gôndolas dos varejistas. 
Nesse ponto ainda ocorrem algumas falhas, pois há dificuldade em 
captar as informações do mercado e traduzir em números factíveis de 
produção. Isso significa que enquanto houver descompasso entre o ritmo de 
produção e o de vendas, haverá necessidade de armazenagem em algum 
ponto da cadeia. 
A partir disso, compreende-se então que a operação de armazenagem 
impacta diretamente no nível de serviço que a empresa oferece ao cliente. 
Dessa forma os fundamentos da armazenagem necessitam ser conhecidos e 
estruturados de maneira que auxilie as organizações a atingir seus objetivos. 
No entanto, admite-se certa complexidade no gerenciamento dessa atividade 
devido à interdependência de vários departamentos da empresa e até mesmo 
da cadeia de fornecimento. Por isso, segundo Moura (2006, p. 6-7) os fatores 
que demonstram a necessidade de armazenagem são: 
 Necessidade de compensação das diferentes capacidades das 
fases de produção 
Isso ocorre quando é necessário otimizar o setup (preparação das 
máquinas) e também quando se faz necessário manter uma reserva técnica de 
estoques para garantir a produção. 
 Equilíbrio sazonal 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
Acontece devido à dependência em que se encontram a fase de 
aquisição e a de armazenagem, tais como: periodicidade das colheitas e do 
cultivo dos produtos alimentícios; nos efeitos da moda, quanto à determinação 
dos artigos próprios da estação respectiva, no caso da indústria têxtil. 
 Garantia de continuidade da produção 
É essencial regular a montagem dos produtos, principalmente quando os 
fornecimentos dependem da existência de matérias-primas ou produtos 
semiacabados os quais somente são conseguidos com programação de longo 
prazo. 
 Custos e especulação 
 Convém aguardar uma oportunidade de obtenção de ganhos ou de 
estabilização das conjunturas: quando houver ganhos econômicos na compra 
de quantidades maiores ou perspectiva de aumento dos preços dos produtos, 
por exemplo. 
Entretanto, existem fatores que impactam negativamente quando a 
organização mantém produtos em estoques, tais como: 
 Os custos da armazenagem, entre os quais: instalações, estruturas 
físicas, mão de obra, equipamentos e movimentação dos materiais no 
armazém; 
 O capital imobilizado no material estocado; 
 Obsolescência e perda de material, devido sua perecibilidade. 
Esses elementos indicam que a armazenagem exige espaço físico 
interno ou externo à organização, onde estão alocados os produtos para 
venda, os quais serão movimentados e transportados conforme a necessidade 
da distribuição. Essa definição é complementada quando se entende que, para 
armazenar, mesmo que temporariamente, são necessários recursos físicos, 
tecnológicose de pessoas para que o processo seja efetivado. 
Segundo Ballou (2007), a empresa tem quatro razões básicas para 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
6 
destinar parte de seu espaço físico para armazenagem: reduzir custos de 
transporte e produção; coordenar suprimento e demanda; auxiliar no processo 
de produção e auxiliar no processo de marketing. 
A partir da visão do autor, percebe-se que a armazenagem é bastante 
ampla e sinérgica com outros setores das organizações. Na prática, trata-se de 
um dos pilares da logística interna da organização, conhecida como 
intralogística. 
Tema 2 – Princípios da armazenagem 
Com todo o investimento que já houve nas áreas de engenharia, 
arquitetura, organização e sistemas, muitos princípios, melhorias e métodos já 
foram propostos para aperfeiçoar o desempenho de um armazém. Para ilustrar 
esse desenvolvimento, a seguir serão apresentados os vinte princípios básicos 
da armazenagem adaptado do material de Moura (2006). 
Tal conteúdo é necessário para que o gestor tome conhecimento dos 
principais conceitos envolvidos na fase de idealização de um espaço que 
comportará uma armazenagem eficiente: 
 Planejamento: planejar estrategicamente a movimentação, a 
armazenagem e o controle de materiais que contemplam os planos 
estratégicos de manufatura, marketing e distribuição. 
 Sistema híbrido: planejar um sistema que integre as operações de 
movimentação, estocagem e controle de coisas diferentes de maneiras 
diferentes. 
 Fluxo de materiais: implementar um layout para armazéns, com base 
no fluxo de entrada e saída de materiais. 
 Controle: planejar e implementar sistemas que realmente auxiliem no 
controle físico dos materiais, bem como propiciar controles fiscais, de 
inventários e administrativos. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
7 
 Simplificação: primar pela simplificação das operações de 
movimentação, armazenagem e controle de materiais. 
 Capacidade de reabastecimento: planejar um sistema que maximize a 
reposição para o armazém. 
 Capacidade de espaço: maximizar a utilização da capacidade de 
estocagem com base no espaço cúbico. 
 Tamanho unitário: incentivar a unitização de cargas para aumentar a 
quantidade, o tamanho e o peso da carga movimentada armazenada. 
 Automação/mecanização: quando necessário, ou quando possível, 
automatizar as funções de movimentação, armazenagem e controle. 
 Seleção do equipamento: investir em equipamentos de movimentação 
com base nas características e necessidade do fluxo de mercadorias, 
tamanho da carga, da armazenagem e do controle. 
 Padronização: eleger padrões e métodos adequados que facilitem a 
movimentação, a armazenagem e o controle. 
 Adaptabilidade/flexibilidade: planejar prédios e depósitos que 
consigam responder rapidamente às mudanças exigidas pelo mercado. 
 Layout/corredor: garantir que comprimentos, larguras, alturas e 
disposições dos corredores atendam às necessidades de 
movimentação, armazenagem e controle. 
 Utilização: maximizar a utilização de pessoal, dos equipamentos e do 
espaço de armazenagem. 
 Manutenção: primar pelas manutenções preventivas e programar os 
reparos em prédios, equipamentos de movimentação e estrutura de 
armazenagem. 
 
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 Obsolescência: adotar a revisão periódica para identificar se os itens e 
se a estrutura não está obsoleta e perdendo produtividade. 
 Desempenho: acompanhar e mensurar periodicamente a produtividade 
do armazém. 
 Auditoria: implementar programa de auditoria dos sistemas, por meio 
da movimentação, da armazenagem e do controle, para se certificar que 
o armazém atende as normas internas e externas. 
 Instalação: projetar a instalação (pé-direito, estanterias, saídas de 
emergência, sistemas de ventilação, entre outros) de modo que seja 
suficiente para acomodar a quantidade de itens que a organização 
deseja. 
 Segurança: investir em segurança do colaborador que trabalha no 
armazém, da movimentação dos materiais, da armazenagem e do 
controle dos itens. 
Esses princípios foram desenvolvidos ao longo dos anos com os 
mapeamentos das necessidades das organizações e de algumas 
implementações em empresas que investiram nas melhores práticas de 
mercado. No entanto, alguns desses princípios podem ser úteis para certas 
organizações e para outras não, o fato é que eles são os resultados de anos de 
estudos e aplicações práticas. 
Vale ressaltar ainda que a construção do conhecimento nas 
organizações é algo em constante movimento, e esses princípios podem ser 
alterados e complementados a qualquer momento. 
Tema 3 – Objetivos da armazenagem 
O objetivo da armazenagem é garantir a integridade física dos produtos e 
dos colaboradores. Até algum tempo, as empresas perceberam que uma parte 
de seus investimentos se destinam a essa área. Essa percepção finalmente se 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
9 
traduziu em revitalizações para os armazéns já existentes, bem como em 
projetos meticulosamente desenvolvidos para novos espaços de 
armazenagem, para que garantissem a integridade física dos produtos e dos 
colaboradores. 
Com essa nova perspectiva, os gestores dos processos logísticos de 
armazenagem passaram a definir quais os objetivos básicos que esse setor 
deveria apresentar para justificar sua existência na organização. Isso porque o 
processo de armazenagem pode ser facilmente terceirizado para os 
operadores logísticos que contam com know-how suficiente para tal tarefa. 
Na prática, os objetivos da armazenam dependem do tipo da empresa e 
do tipo de produto que ela armazena. Mas para propiciar o entendimento, de 
forma genérica, um dos objetivos é maximizar a utilização do espaço físico 
disponível para ampliar a capacidade de armazenagem de produtos acabados. 
No entanto, observe que esse objetivo faz sentido quando a empresa 
atende uma cadeia varejista, mas pode não fazer sentido para outra, que atua 
em segmento diferente e que armazena insumos produtivos ou produtos 
commodities, por exemplo. 
Moura (2006) define que o objetivo básico da armazenagem é: “maximizar 
o uso efetivo dos recursos, enquanto são satisfeitas as necessidades dos 
usuários”. E isso leva em consideração os seguintes aspectos: 
 Os armazéns têm três recursos escassos: espaço, equipamentos e 
pessoas. 
 Os usuários de um armazém têm duas exigências básicas: que o 
produto certo esteja disponível no lugar certo e no tempo certo e que o 
produto seja recebido em condições. 
A partir disso, o autor ainda complementa que, com base nestes recursos 
escassos e nas necessidades do usuário, um armazém deve atingir objetivos 
primários, conforme a seguir: 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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Maximizar: 
 Utilização da mão de obra; 
 Utilização do equipamento; 
 Utilização do espaço; 
 Utilização da energia; 
 Giro dos estoques; 
 Acesso a todas as mercadorias; 
 Proteção a todos os itens; 
 Controle de perdas; 
 Serviços aos consumidores; 
 Produtividade. 
Minimizar: 
 Custos. 
Esses objetivos são atingidos quando o armazém realiza com 
competência as suas funções básicas, como receber materiais, estocá-los até 
sua utilização e retirá-los do estoque quando necessário. Certamente uma 
organização pode ter dificuldade em atingir todos esses objetivos 
imediatamente, entretanto, os gestores vão buscar o maior deles sempre com o 
foco de tornar seu processo de armazenagem eficiente e eficaz, para que 
possa dar suporte à estratégia da empresa. 
Tema4 – Flexibilidade na armazenagem 
As atividades de movimentação e armazenagem por si só não agregam 
valor ao cliente. Essa frase, bem conhecida, passa a ideia de que essas tarefas 
são apenas custos ou despesas, sendo ainda um empecilho para a melhoria da 
competitividade da empresa. Isso em parte é verdade, mas há muito tempo 
essas tarefas passaram a fazer parte das estratégias operacionais das firmas 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
11 
que entendem movimentação e armazenagem como desafio e não como 
inibidor de crescimento. 
Essa mudança de visão fez com que pesquisas fossem desenvolvidas 
buscando a melhoria contínua no processo de movimentação e armazenagem. 
Sem dúvida, a Tecnologia da Informação (TI) foi a grande aliada, e com isso 
novas ferramentas de trabalho e novos equipamentos foram concebidos. Esses 
progressos trouxeram ganhos para as empresas, possibilitando a utilização do 
estoque como diferencial competitivo. 
Segundo Banzato (2003, p. 20), em linhas gerais, a melhoria contínua 
aplicada nos armazéns tem trazido ganhos nos seguintes aspectos: 
 Redução do espaço físico dos armazéns; 
 Aumento dos níveis de serviços ao cliente, com aumento da resposta de 
atendimento e da customização; 
 Redução das devoluções de clientes e das cobranças; 
 Níveis reduzidos de estoques obsoletos e lentos; 
 Flexibilidade adicional para pedidos especiais ou críticos; 
 Aumento dos giros dos estoques. 
Alguns desses aspectos apresentados ainda são desafios para muitas 
empresas no Brasil, mas é fato que cada vez mais a armazenagem terá que 
oferecer flexibilidade, pois os lotes estão cada vez menores e a variedade de 
produto cada vez maior. Além disso, o ciclo de vida do produto está cada vez 
menor, fazendo com que esse armazém seja flexível para mudar de 
configuração quantas vezes o marketing considerar necessário. 
Como o marketing nem sempre consegue trazer para a produção os 
números exatos das necessidades de mercado, é papel do Setor de 
Armazenagem dispor de espaço para acomodar os excedentes, seja de 
matérias-primas ou de material acabado. Dessa forma, a flexibilidade do 
espaço para armazenagem auxiliará a manter o equilíbrio entre a oferta e a 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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demanda. 
Banzato (2003) defende que a flexibilidade do armazém deve ser 
projetada e deve ocorrer em todas as funções, tais como no recebimento, na 
movimentação de materiais, na estocagem, na separação, no sortimento, na 
expedição, na rotulagem, na embalagem e no sistema de gerenciamento e 
capital humano. 
Quando um armazém consegue imputar flexibilidade em todos os 
processos inerentes a armazenagem, o mesmo consegue manter suas 
vantagens competitivas. Outro fator determinante em quão flexível pode ser um 
armazém reside no conhecimento do volume da movimentação de itens diários 
do depósito. Quanto maior for o giro dos estoques desse depósito, maior será a 
velocidade das operações envolvidas e maior será a necessidade de 
flexibilidade. 
Tema 5 – Desafios da armazenagem 
Pode-se dizer que na atualidade as lojas virtuais são os maiores 
“clientes” dos armazéns e da logística de transporte. Diante disso, muitas 
organizações já passaram a utilizar os centros de distribuição ou os armazéns 
como mini fábricas, pois já estão desenvolvendo atividades de finalização dos 
produtos dentro de tais espaços. 
Com essa tática, reduzem o estoque de produtos acabados dentro da 
indústria e também nos depósitos dos grandes varejistas, pois o produto sai da 
fábrica semiacabado e aguarda o “pedido” do varejista. Esses produtos em 
processo são finalizados de acordo com o pedido e encaminhados ao varejista 
ou distribuidor. Com isso, atinge-se o objetivo de reduzir estoques sem 
aumentar o tempo de entrega. 
Entretanto, para que isso seja realizado com efetividade, as 
organizações envolvidas nesses processos necessitam ter estratégias bastante 
claras e acordos comerciais confiáveis. Assim, percebe-se que um dos maiores 
desafios da armazenagem hoje é se manter eficiente em agilidade e custo para 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
13 
as organizações. Pois para que esse departamento agregue valor ao produto, 
são necessários investimentos em tecnologia da informação, capacitação do 
capital humano, escolhas assertivas de localização e eficiência do sistema 
logístico disponível. 
Para uma visão dos desafios futuros, as organizações terão que 
estruturar melhor seus ambientes de armazenagem, para que possam utilizá-
los de forma mais inteligente em termos econômicos. Devido a isso, é possível 
entender que a armazenagem do futuro será de períodos cada vez mais 
breves, pois não haverá interesse em manter produtos em estoque em nenhum 
ponto da cadeia. 
Outra situação que futuramente será o diferencial da armazenagem 
serão as automatizações maciças dos depósitos e a utilização de sistemas 
informatizados de controle, tudo isso para agilizar o processo de distribuição 
dos produtos para o mercado consumidor. Não deixará de ser considerado um 
desafio devido aos altos custos dos investimentos nesses equipamentos. 
Na prática 
Leia parte da matéria jornalística: “Setor Farmacêutico Impulsiona 
Crescimento da Logística no Brasil”, disponível em: 
<http://jornaldiadia.com.br/2016/?p=165672>. 
“São Paulo, junho de 2016 – Em abril de 2016, o setor farmacêutico 
alcançou um faturamento R$ 1,25 bilhões, movimentando 68,64 milhões de 
unidades de unidades de medicamentos. No mesmo período do ano passado, 
o faturamento correspondia a R$ 1,14 bilhão com a movimentação de 66,79 
milhões de unidades de medicamentos, segundo a pesquisa realizada pelo IMS 
Health com base na rede de associados da Abradilan (Associação Brasileira de 
Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos). 
Com base nos dados de crescimento citados acima, o setor 
farmacêutico é um dos poucos que cresce em cenário de crise, e ao mesmo 
tempo, impulsiona os negócios de outros segmentos, devido a sua demanda de 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
14 
armazenamento e distribuição de medicamentos em todo o país. 
Exemplo disso, é a Ativa Logística (www.ativalog.com.br), empresa com 
mais de 20 anos e considerada um dos maiores operadores logísticos de 
medicamentos e cosméticos no Brasil. Diante desse cenário, a Ativa cresceu 
30% em 2014, em 2015 o crescimento foi de 18% e para 2016 a perspectiva é 
de 20%. 
Segundo o presidente da Ativa Logística, Clóvis A. Gil, a empresa tem 
crescido e prosperado. “Entre os setores que atendemos, alguns tiveram um 
pequeno declínio no movimento, mas outros, como o segmento de 
medicamentos genéricos, seguem crescendo.” Em 2015, o embarque de 
genéricos aumentou 24,6%. Atualmente, 45% dos mais de 1000 clientes 
atendidos pertencem ao segmento farmacêutico, responsável pela 
movimentação de 14 mil toneladas de produtos mensalmente. 
Ele explica que a especialização em medicamentos e cosméticos requer 
cumprir uma série de exigências feitas pela Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (Anvisa). Os caminhões da Ativa são equipados com baús 
isotérmicos e a empresa tem câmaras frias com temperaturas entre 2°C e 8°C 
e salas climatizadas entre 15°C e 25°C. Além disso, em todas as unidades, a 
empresa mantém um farmacêutico responsável, que garante as condições 
adequadas de armazenamento. 
Para aumentar a produtividade e atender mais clientes e superar esse 
momento de dificuldade da economia interna, a Ativa Logística investiu R$ 8 
milhões em renovação da frota e na ampliação dos centros de distribuição das 
cidadesde Viana (ES), Curitiba (PR) e Itapevi (SP). “No início de 2016 já 
inauguramos duas unidades próprias nas cidades de Resende (RJ) e Juiz de 
Fora (MG) para ampliar a abrangência geográfica e aumentar a capacidade de 
transporte na região em que já operamos”. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
15 
A partir da reportagem e do seu conhecimento inicial de armazenagem 
desenvolva as atividades a seguir: 
a. Contextualize em qual dos três grandes momentos da armazenagem 
essa reportagem se refere. 
b. Justifique porque o setor de medicamentos tem conseguido crescer 
durante a crise. 
c. Cite e justifique dois desafios da armazenagem que são mencionados 
na matéria jornalística. 
d. Explique a estratégia de crescimento que a empresa mencionada na 
matéria jornalística adotou. 
Síntese 
Nesse primeiro contato com os conceitos de armazenagem, assuntos 
pertinentes foram apresentados com o intuito de prepará-lo para a construção 
do conhecimento nesse tema, considerado de extrema importância para as 
organizações. 
Diante disso, alguns pontos de reflexão devem ser levados em 
consideração: 
 A armazenagem tem como fundamentos: elevar o nível de serviço 
entregue ao cliente e combater a concorrência; 
 A armazenagem requer investimentos em fatores essenciais, como 
espaço, instalações, pessoas e tecnologia da informação; 
 Os princípios da armazenagem foram construídos a partir do 
conhecimento das pessoas, das iniciativas das empresas e dos estudos 
das academias e instituições especializadas nessa área; 
 Os principais objetivos da armazenagem são maximizar o uso dos 
recursos e suprir as necessidades dos usuários; 
 Compete aos gestores buscar incansavelmente imputar cada vez mais 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
16 
flexibilidade para atividade de armazenagem, para que ela seja útil nas 
organizações; 
 É importante estar atento às mudanças no mercado consumidor e às 
práticas adotadas pelas organizações, pois os desafios serão cada vez 
maiores, principalmente com o crescimento do e-commerce. 
Referências 
RUSSO, Clovis Pires. Armazenagem, Controle e Distribuição. Curitiba: 
InterSaberes, 2013. 
BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transporte, administração de 
materiais e distribuição física. Tradução de Hugo T. Y. Yoshizaki, 1. ed., 18. 
reimpr. São Paulo: Atlas, 2007. 
BANZATO, Eduardo. et al. Atualidades na armazenagem. São Paulo: IMAM, 
2003. 
MOURA, Reinaldo Aparecido. Manual de logística: armazenagem e 
distribuição física. Volume 2. São Paulo: IMAM, 1997, 4. ed., 2006. 
Sites consultados: 
http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2003_TR0112_0473.pdf 
https://www.youtube.com/watch?v=Uf2LQ41m4yA 
https://www.youtube.com/watch?v=pCg2Lee7CXk 
http://www.imam.com.br/logistica/noticias/armazenagem/2290-localfrio-inicia-
armazenagem-de-produtos-farmaceuticos 
http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/b2b1b880436841eb88f7ec74bfb02
411/RDC+39-2013+Concess%C3%A3o+de+CBPF.pdf?MOD=AJPERES 
http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/a-importancia-da-
armazenagem/62513/ 
https://www.youtube.com/watch?v=ZnPMKW7ya-k 
https://www.youtube.com/watch?v=P1onrKGZmNo 
http://www.guialog.com.br/artigo/Y686.htm 
1
Logística – Materiais 
e Armazenagem 
Aula 1
Profa. Rosinda Angela da Silva
Aula 1 – Vídeo 1
Logística: Materiais 
e Armazenagem
� Organização das aulas 
Materiais e 
Armazenagem
6 – Sistemas de 
Controles (T.I. 
e Indicadores)
2 – Operações e 
Armazenagem3 – Planejamentos 
da Estrutura Física 
do Armazém
1 – Conceitos 
Fundamentais da 
Armazenagem
4 – Métodos de 
Estocagem e 
Movimentação 
de Materiais
5 – Dispositivos 
de Segurança no 
Armazém
Aula 1
Conceitos e 
Definições de 
Armazenagem
2 – Princípios da 
Armazenagem
3 – Objetivos da 
Armazenagem
1 – Fundamentos 
da Armazenagem
4 – Flexibilidade 
na Armazenagem
5 – Desafios da 
Armazenagem
Introdução
Por que devemos estudar 
a Armazenagem?
O que precisamos?
� Planejamento
� Recursos humanos e físicos 
� Organização
� Gerenciamento 
� Controle
2
Armazenagem moderna
� Flexível 
� Organizada
� Tecnológica
� Automatizada
� Estratégica 
Aula 1 – Vídeo 2
Armazenagem X Sistema JIT 
Proposta do JIT
� “Puxar” o estoque
� Meta: eliminar estoques 
� Economia de recursos 
(financeiros, espaços, 
equipamentos, pessoas)
Proposta da Armazenagem
� Reduzir distâncias
� Otimizar custos de transporte
� Resposta Rápida (RR) 
� Suportar estratégias de MKT
Utilizando os dois sistemas
� JIT na produção
� JIT para itens críticos
� Armazenagem de itens: 
críticos, sazonais, estratégicos 
3
Aula 1 – Vídeo 3
Por que a Armazenagem 
precisa de princípios 
e regras? 
Fatores de impacto 
� Tipo de material
� Embalagem (unitizada, 
granel, individual)
� Volume de estoque
� Espaço necessário
E o que mais? 
� Fluxo da operação 
� Pessoas (quantidade 
e qualificação)
� Equipamentos de 
movimentação interna 
Aula 1 – Vídeo 4 
Objetivos estratégicos 
da armazenagem
4
Buscar o equilíbrio
� O cliente quer o produto 
na gôndola
� A empresa quer reduzir os 
custos de armazenagem 
Objetivos estratégicos
� Disponibilizar o produto que 
o cliente deseja
� Minimizar os custos desta 
estratégia 
� Chegar antes da concorrência
Aula 1 – Vídeo 5
Flexibilidade na prática
Tornando o armazém mais 
contemporâneo
� Deixar de estocar “volume” 
de produtos para “estocar” 
variedade de produtos
Customizando a 
armazenagem
� Priorizar estruturas 
versáteis e modulares 
� De fácil mudança: fluxos, 
estanterias, layout
5
Aula 1 – Vídeo 6
Armazenagem estratégica
Centro de Distribuição 
Avançado (CDA)
� Estrutura escalonada 
� Recebe grandes 
carregamentos consolidados
� Rápido atendimento
Cross-docking � Múltiplos fornecedores
� Clientes comuns
� Não há estoque 
� Separação de pedidos
� Intensa movimentação 
de cargas
6
� Transit Point � Atende geograficamente
� Instalação passageira 
� Não mantém estoques 
� Recebem cargas consolidadas
� Fracionam e despacham
Merge in transit � Junção de JIT com 
cross-docking
� Para itens de alto valor 
agregado
� Consolida componentes
� Monta e despacha 
Aula 1 – Vídeo 7
Síntese da aula 1
7
O que se espera 
da Armazenagem?
� Versatilidade
� Flexibilidade
� Custo controlado
� Estrutura adequada 
O que podemos fazer?
� Atenção
� Qualificação
� Ferramentas
� Sistemas 
� Flexibilidade 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
Logística – Materiais e Armazenamento 
Aula 2 
 
 
Professora Rosinda Angela da Silva 
 
 
 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa Inicial 
Para a maioria das empresas, a atividade intralogística de 
Armazenagem (logística interna), é vista como complexa, geradora de altos 
custos e não agregadora de valor para o cliente. 
Tanto a complexidade do gerenciamento da armazenagem quanto os 
custos dependem dos volumes de estoques que a empresa decide manter. 
Então estima-se que, se a organização consegue gerenciar bem seus 
estoques, tecnicamente não terá dificuldade em gerir seu sistema de 
armazenagem e manter os custos controlados. 
Na realidade, se bem gerenciada, essa atividade é capaz de trazer 
competitividade para organização. Entretanto, para isso, os gestores precisam 
conhecer os conceitos e os fundamentos que regem essa função 
imprescindível para ascorporações que desejam abastecer o mercado 
consumidor com seus produtos. 
As atividades de Armazenagem e Movimentação de materiais interagem 
com as demais atividades da organização em maior ou menor grau e, para 
entender melhor como cada atividade pode interagir, o conhecimento sobre sua 
operacionalização se faz necessário. 
Pense que, para garantir insumos para sua produção em tempos de 
crise ou sazonalidades e até mesmo de transição de fornecedor, uma indústria 
opta por trabalhar com determinado volume de estoque. Da mesma forma, um 
atacadista, distribuidor e varejista também opta em manter certo volume de 
estoque em seus depósitos para abastecer mais rapidamente as áreas de 
venda. 
É importante saber que, por mais que diversas estratégias já tenham 
sido desenvolvidas para reduzir as operações de armazenagem, tais como 
Reposição Automática, VMI (Vendor Managed Inventory – Estoque Gerenciado 
pelo Fornecedor), e ECR (Efficient Consumer Response – Resposta Eficiente 
ao Consumidor), muitas organizações ainda mantêm seus CDs (Centros de 
Distribuição) ou Armazéns (próprios ou locados) em pontos estratégicos para 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
garantir a reposição dos pontos de vendas. Certamente isso exige 
planejamento e controle de todas as atividades no processo de armazenagem 
e por isso é útil estudar as operações envolvidas em um Armazém. 
Tema 1 – Operação: Recebimento de materiais 
 
Em algumas corporações, na prática, a Armazenagem é um setor 
estruturado que possui rotinas diárias desenvolvidas por colaboradores 
capacitados. 
Segundo Moura, (1997) p. 9, as principais funções da Armazenagem 
são: 
 Recebimento (descarga); 
 Identificação e classificação; 
 Conferências (qualitativa e quantitativa); 
 Endereçamento para o estoque; 
 Estocagem; 
 Remoção do estoque (separação de pedidos); 
 Acumulação de itens; 
 Embalagem; 
 Expedição; 
 Registro das operações. 
 
A partir dessa classificação apresentada pelo autor, é possível mensurar 
a quantidade de atividades que ocorrem em um processo de armazenagem, as 
quais necessitam de procedimentos, acompanhamentos e controles para 
manter a eficiência da intralogística (termo utilizado para designar as atividades 
internas ligadas à logística) da empresa. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
Setor de Recebimento 
O Setor de Recebimento faz parte do Departamento de Almoxarifado, 
Armazém ou Depósito e é responsável pela conferência na entrada dos 
produtos adquiridos pela empresa. Segundo Paoleschi, (2013) p. 68, as 
principais conferências são: “quantidade, peso, classificação fiscal, 
empilhamento máximo, volume, validade, marca, cor, voltagem, vencimento da 
nota fiscal e embalagem retornável”. 
A atividade de recebimento pode ser dividida ainda em dois momentos: 
o fiscal e o físico. O recebimento fiscal é uma conferência que os 
colaboradores necessitam fazer quando a nota fiscal que acompanha os 
produtos chega até a empresa. Alguns autores preferem deixar claro que essa 
não é uma tarefa que deve ser realizada pelos Almoxarifes, e sim por pessoas 
do Departamento Fiscal. Mas na prática, no ato do recebimento, uma prévia 
conferência é realizada, até para que o colaborador identifique se é uma 
compra, uma devolução, um retorno, um complemento ou outra situação. 
Com o advento da Nota Fiscal Eletrônica (NFE) implantado no Brasil, 
atualmente as empresas recebem notificação de emissão do Documento 
Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (DANFE). Isso ocorre em tempo real, ou 
seja, assim que o material foi faturado pela empresa fornecedora. Com isso, 
realmente o setor fiscal recebe esse arquivo antecipadamente e pode conferi-lo 
previamente sem o envolvimento dos almoxarifes. Porém, boa parte das 
empresas continua conferindo apenas depois que o material chega a área de 
recebimento. 
A informatização das notas fiscais é benéfica para o setor de 
Recebimento porque tem informação da quantidade exata de itens que 
chegarão à empresa com antecedência. Com isso, os colaboradores podem se 
preparar melhor para receber os pedidos e consequentemente organizar 
espaço no armazém para acomodá-los. 
O recebimento físico consiste em avaliar qualitativamente os produtos 
que chegam: verificar a integridade da embalagem, aspecto visual do produto, 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
prazo de validade e outros. Essa ação desenvolvida pelo Setor de 
Recebimento é apenas um filtro, pois parte do material será segregada para 
que o Controle de Qualidade possa analisar tecnicamente o material. 
Na conferência quantitativa é verificado se as quantidades físicas 
recebidas estão de acordo com os valores das notas fiscais. Nesse caso, o 
material segue o trâmite normal da operação; caso esteja diferente, o setor de 
Compras é acionado para comunicar o fornecedor e negociar a situação. 
Segundo Paoleschi, (2013), p. 70, essas conferências podem utilizar os 
seguintes métodos: 
Manual: pequenas quantidades. 
Por meio de cálculos: embalagens padronizadas com grandes 
quantidades. 
Por meio de balanças contadoras pesadoras: grande quantidade de 
pequenas peças, como parafusos, porcas ou arruelas. 
Pesagem: materiais de maior peso ou volume, pode ser feita com o 
veículo transportador em balanças rodoviárias ou ferroviárias, casos em que o 
peso líquido será obtido por meio da diferença entre o peso bruto e a tara do 
veículo. Materiais de menor peso podem ser conferidos por pesagem direta em 
balança. 
Medição: em geral efetuada por trenas, paquímetros, réguas, 
micrômetros ou balanças. 
Todos esses cuidados na fase de Recebimento farão com que os 
produtos que adentrem a empresa estejam de acordo com as negociações. 
Para garantir um procedimento padrão de conferência, normalmente um 
checklist é utilizado. 
A seguir, temos um exemplo genérico de checklist de Recebimento 
(Folha de Verificação): 
 
 
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6 
Checklist de Recebimento 
Data: 
Fornecedor: 
Número da Nota Fiscal: 
Família de Produtos: 
 Itens a verificar Sim Não Ocorrência Cód. Operador 
Há pedido de compra? 
Está no prazo? 
Número do Pedido? 
Quantidade de 
volumes? 
 
Embalagem adequada? 
Peso confere? 
Código de barras? 
Condição de Frete? 
Condição de 
pagamento? 
 
........ 
........ 
Nota fiscal Ok? 
Em caso de inconsistências, contatar o Departamento de Suprimentos, Ramal: _______ 
 
***Família de produtos: MP (Matéria-prima) GGF (Gastos Gerais de Fabricação), EMB. 
(Embalagens), EPI (Equipamento de Proteção Individual) …*** 
 
O modelo de checklist apresentado pode e deve ser adaptado para a 
necessidade de cada empresa. Pense que a utilização de procedimentos já 
estabelecidos facilita o trabalho dos colaboradores envolvidos no recebimento, 
evita erros e traz agilidade para a aceitação ou recusa do material, respeitando 
o tempo dos transportadores, 0071ue normalmente têm pressa em descarregar 
a mercadoria para seguir viagem. 
 
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7 
Tema 2 – Avaliação da Qualidade 
Entre as atividades do Controle de Qualidade, aprovar a entrada de 
matérias primas e componentes dentro das especificações exigidas pela 
empresa é uma das mais importantes do setor e requer extrema 
responsabilidade. 
A avaliação e aprovação dos insumos pelo Setor de Qualidade garantirá 
que os produtos que irão para linha de produção ou para estoque atendem às 
necessidades da organização.Com produtos de qualidade assegurada, é 
possível afirmar que os setores Produção, Marketing, Vendas, Finanças, 
Compras e Armazenagem não correrão o risco de parar suas atividades 
decorrentes de um material de qualidade inadequada. 
Para analisar os materiais que chegam à empresa, a inspeção técnica 
realizada pelo Controle de Qualidade deve seguir um procedimento padrão, o 
qual contempla, no mínimo, os itens propostos por Paoleschi, (2013) p. 70: 
 Características dimensionais; 
 Características específicas; 
 Restrições de especificação; 
 Embalagem para transporte; 
 Embalagem final. 
Esses itens serão comparados com especificações técnicas do produto, 
as quais devem ter sido encaminhadas ao fornecedor com antecedência. 
Também serão conferidas com as descrições nas notas fiscais, ordens de 
compras ou contratos de fornecimento. Isso depende da criticidade do produto 
que a empresa adquire para suas atividades produtivas ou até mesmo para as 
revendas. 
Para tal, o Controle de Qualidade utiliza os instrumentos de medição 
(equipamentos metrológicos) para garantir que os padrões informados aos 
fornecedores estão sendo atendidos. Geralmente os principais instrumentos 
usados pelas indústrias são os paquímetros em suas diversas configurações, 
 
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8 
micrômetros, termômetros, relógios comparadores e apalpadores, réguas 
graduadas, trenas e afins. 
A utilização de cada equipamento depende do tipo de produto que a 
empresa utiliza em seu processo produtivo e tal prática tem como objetivos 
principais: 
 Manter padrões dos produtos; 
 Garantir a qualidade dos produtos finais; 
 Permitir reprodutibilidade e repetibilidade; 
 Auxiliar as empresas a manterem seus processos e produtos em 
conformidade com as normas; 
 Permitir a intercambiabilidade de peças. 
Isso se tornou fundamental devido às novas necessidades do mercado, 
uma vez que os clientes estão mais exigentes e os produtos cada vez mais 
sofisticados. 
Questões como a globalização dos mercados, os avanços na tecnologia 
e as exigências de indústrias e fabricantes têm feito com que as empresas 
busquem garantir a qualidade dos seus produtos. E esse processo se inicia no 
momento em que os Setores de Recebimento e Controle de Qualidade avaliam 
adequadamente os produtos que adentram na organização. 
Tema 3 – Liberação ou recusa dos materiais 
Após o Setor de Controle de Qualidade fazer todas as avaliações 
pertinentes ao produto, ele estará apto a ser encaminhado para a linha de 
produção, para a estocagem ou para área de vendas. Para garantir que apenas 
as matérias primas e componentes aprovados pelo Controle de Qualidade 
seguirão para a linha de produção ou para armazenagem, um POP 
(Procedimento Operacional Padrão) ou uma Instrução de Trabalho (I.T.) deve 
ser seguido. 
Caso o material tenha sido rejeitado pelo Controle de Qualidade, terá 
 
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9 
que ser segregado e identificado para não correr o risco de ser utilizado 
erroneamente até ser devolvido ao fornecedor ou encaminhado para o 
descarte. Esses procedimentos de liberação ou rejeição geralmente 
apresentam o seguinte padrão: 
O colaborador do Controle de Qualidade faz os testes pertinentes para a 
certificação de que o produto está de acordo com as especificações técnicas 
exigidas pela empresa. Na maioria dos casos, essa avaliação da qualidade é 
realizada apenas em parte do lote entregue (amostragem). 
Caso o produto esteja dentro do esperado, dá-se sequência na 
aceitação do item e os trâmites de entrada são executados. Entretanto, caso o 
material não atenda às exigências acordadas entre empresa cliente e empresa 
fornecedora, será necessário devolver o item ao fabricante. 
Para isso, o Setor de Compras será formalmente notificado (via e-mail, 
telefone, documentação interna ou outro) sobre a necessidade de troca ou 
devolução da mercadoria, entrando em contato com o fornecedor e negociando 
a devolução. É preciso esclarecer que, mesmo que a responsabilidade da 
devolução seja do Departamento de Compras (é dessa forma na maioria das 
organizações, mas não é uma regra rígida), o Controle de Qualidade dará todo 
o suporte técnico para que essa devolução seja justificada e registrada como 
ocorrência de fornecimento. 
Diante disso, o Controle de Qualidade emite um Relatório de Não 
Conformidade (RNC), o qual é enviado ao fornecedor, explicando os motivos 
técnicos da devolução e solicitando uma ação de melhoria por parte do 
fornecedor. O Controle de Qualidade acompanhará a negociação do Setor de 
Compras com o fornecedor para se certificar que o produto com defeito será 
substituído e garantir que o problema será sanado de tal forma que não 
ocorrerá mais. 
A seguir, temos um modelo padrão de RNC para uma devolução de 
material em desacordo com o pedido de compras. 
 
 
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10 
 
Relatório para Ação: 
Corretiva X Nº 
XXX 
Preventiva Data: XX/XX/XXXX 
Controle da Qualidade 
 
Processo Fornecedor X Administrativo 
Reclamação de 
cliente 
 
 
 Descrição: XXXXXXXXXXXX Código interno: XXXXXX Produto: XXXXXXXXXXXXX 
Qtde do Lote: XXXXXXXXX 
N. Fiscal: XXXXXXXX 
Data de Emissão: XX/XX/XXXX 
Desenho ou Especificação: XXX 
Fornecedor / U.F: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX Cliente: XXXXXXXXXXXXXX 
DESCRIÇÃO DA NÃO CONFORMIDADE (REAL OU POTENCIAL). 
QUANTIDADE NÃO 
CONFORME. 
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXX 
Disposição do Material: Concessão N° => 
Aceito Condicional Sucatear Devolver ao Fornecedor 
Retrabalhar Rejeitado X Outros 
COLOCAR AQUI INFORMAÇÃO AO PRAZO QUE O FORNECEDOR TERÁ PARA RESPONDER A NÃO CONFORMIDADE, 
BEM COMO O PRAZO PARA CORRIGIR A FALHA DE FORMA QUE EVITE A REINCIDÊNCIA. 
1) Possíveis causas da Não Conformidade: 
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX 
2) Abrangência da Não Conformidade: 
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX 
3) Ação Corretiva / Preventiva (para os campos 1 e 2): 
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX 
Resp: XXXXXXXXXXX Data: / / Prazo: / 
Verificação da Eficácia da Ação Corretiva / Preventiva: 
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX. Resp: XXXXXXXXXXX Data: / / 
XXXXXX XXXXXXXXX XXXXXX 
Inspetor da Qualidade Coordenador de Qualidade Comprador ou Área de 
Recebimento 
RNC: Revisão: 02 
 
 
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11 
O modelo padrão apresentado pode e deve ser adaptado e otimizado 
para cada tipo de organização, mas é válido lembrar que o ideal é que a 
devolução do material rejeitado pelo Controle de Qualidade seja realizada o 
mais breve possível para que não ocorra desabastecimento nas linhas de 
produção ou nas áreas de vendas. 
Tema 4 – Movimentação de materiais 
Das pirâmides do Egito à Muralha da China, ou qualquer outra grande 
obra que encanta a humanidade até hoje, todas necessitaram de grande 
movimentação de materiais. Por mais que verdadeiros exércitos tenham 
trabalhado nessas obras, foram as técnicas de movimentação e os 
equipamentos que, por mais rudimentares que fossem, auxiliaram o homem 
nesses empreendimentos. Com esse fato, percebe-se a importância da 
mecanização da movimentação. Atualmente, com todos osavanços 
tecnológicos aplicados na fabricação dos equipamentos, cada vez mais o 
colaborador torna-se o operador, deixando de utilizar a força física. 
Então, para que o Setor de Armazenagem tenha agilidade na execução 
das tarefas, a empresa precisa investir em equipamentos de movimentação 
interna para que seja possível movimentar mais em menos tempo. Esse 
conceito, que é o mesmo da produtividade, significa que não é possível 
conceber que uma empresa aspire velocidade nas atividades do armazém com 
operações manuais. 
Mas Moura (2000) contesta e afirma que um fator frequentemente 
negligenciado, a movimentação manual, pode ser na verdade a mais fácil, a 
mais eficiente e o método menos dispendioso de movimentar o material. Logo, 
somente depois de provado que o manuseio humano é o mais caro, perigoso 
ou lento é que poderá o analista voltar sua atenção para os equipamentos, que 
serão apresentados posteriormente. 
Para subsidiar a tomada de decisão mais assertiva, serão apresentados 
os princípios que norteiam um bom projeto de movimentação e manuseio de 
 
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12 
materiais. Segundo Gaither, (2002) p.199, estes princípios são: 
 Os materiais devem movimentar-se entre as instalações em fluxos 
lineares, minimizando ziguezagues ou recuos; 
 Processos de produção relacionados devem ser organizados a fim de 
proporcionar fluxos lineares de materiais; 
 Dispositivos mecânicos de manuseio de materiais devem ser projetados 
e localizados, e localizações de armazenamento de materiais devem ser 
escolhidas a fim de que o esforço humano despendido em dobrar, 
alcançar, levantar e caminhar seja minimizado; 
 Materiais pesados ou volumosos devem ser movimentados na distância 
mais curta quando da localização dos processos que os usam próximo 
às áreas de recebimento e embarque; 
 O número de vezes que cada material é movimentado deve ser 
minimizado; 
 A flexibilidade do sistema deve prever situações inesperadas, como 
quebras de equipamentos de manuseio, mudanças na tecnologia do 
sistema de produção e expansão futura de capacidades de produção; 
 O equipamento móvel deve transportar cargas completas todas as 
vezes; cargas vazias ou parciais devem ser evitadas. 
Com essas informações percebe-se que, para determinar um Sistema 
de Movimentação interna e de manuseio de materiais adequados, um estudo 
do ambiente se faz necessário, pois o custo para alteração de um projeto que 
não atende à necessidade da organização é dispendioso. Ainda, percebe-se 
que os equipamentos de movimentação interna são ferramentas que prestam 
suporte para que a Armazenagem seja realmente estratégica para uma 
organização. 
Segundo Moura (2000), na escolha dos métodos de movimentação, o 
 
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13 
leitor deverá ter sempre em mente que a solução conveniente para a maioria 
dos problemas de movimentação envolve, dentro das condições físicas e de 
meio ambiente que existam ou que se pretendam, e no sentido de reduzir os 
custos de projeto, uma combinação apropriada de: 
 Características do material; 
 Exigências dos movimentos; 
 Capacidade do método (equipamento). 
A movimentação de materiais não necessita exatamente ser um setor 
dentro da organização, pois na maioria dos casos é uma tarefa atrelada ao 
Almoxarifado ou Depósito. Segundo Paoleschi, (2013) p. 131: 
 
“O setor de movimentação de materiais tem como atividade 
fundamental manter a fábrica operando sem interrupção nas suas 
atividades, com o contínuo e incessante trabalho de movimentação e 
abastecimento de insumos, embalagens, componentes, produtos 
gerados e equipamentos utilizados pela produção”. 
 
Como no depósito a movimentação de materiais é uma das ações que 
mais ocorrem, a adequação do espaço, a estrutura física e os equipamentos de 
movimentação devem se complementar e buscar atingir alguns objetivos, tais 
como os citados por Tadeu, 2010, p. 294 e 295: 
 Aumentar a capacidade de utilização do armazém; 
 Aumentar a produtividade; 
 Eliminar o manuseio onde for possível; 
 Melhorar a segurança com a redução dos riscos de acidentes e 
utilização de critérios de ergonomia para reduzir a fadiga dos 
trabalhadores; 
 Melhorar o fluxo de materiais no armazém, envolvendo o recebimento, a 
movimentação e a expedição; 
 
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14 
 Minimizar a distância e o estoque de produtos em processo; 
 Minimizar perdas com refugo, quebras, desperdício e desvios; 
 Proporcionar um fluxo uniforme, livre de gargalos; 
 Reduzir custos. 
 
Por mais que a movimentação seja uma das ações que mais ocorrem no 
depósito, muitas vezes não é vista como agregadora de valor para o produto, 
sendo considerada custo. Por isso, nessa função é incessante a busca pela 
redução dos custos de mão de obra, materiais, equipamentos, perdas e outros. 
O lado positivo é que, mesmo com essa visão de custo, muito se tem 
investido na movimentação de materiais para agilizar as tarefas dentro dos 
depósitos, o que trouxe um pouco mais de destaque à função. 
Os estudos do Instituto de Movimentação e Armazenagem (IMAM) 
conceituada instituição da área de logística, têm corroborado para isso. Através 
deles foi concluído que um sistema de movimentação interna precisa propiciar 
velocidade nas operações e o papel de maior destaque nesse aspecto fica por 
conta dos equipamentos de movimentação, os quais trazem vários benefícios 
para as empresas, tais como: 
 Redução do esforço físico do homem; 
 Movimentação mais segura, sem acidentes e danos aos materiais; 
 Redução do custo de movimentação de materiais; 
 Aumento de produção e capacidade de estocagem; 
 Redução de área utilizada para estocagem. 
 
 
 
 
 
 
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15 
Exemplo de movimentação manual de materiais: 
 
 
Exemplo de movimentação de materiais com equipamentos: 
 
 
 
 
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16 
 Comparação entre a movimentação manual e mecânica: 
 
Fonte: http://gcmeneghellologistica.blogspot.com.br/2012/03/movimentacao-de-material-os-
oito.html 
 
Observa-se então que, em boa parte das empresas que trabalham com 
estoques, a movimentação de materiais ocorre dentro dos Almoxarifados, entre 
as linhas de produção, nas áreas de armazenagem, nos pátios externos da 
empresa e nos Centros de Distribuição e outros locais. Os procedimentos 
podem ocorrer por processos manuais ou mecanizados, o que deve ser 
monitorado para garantir a segurança de todos os envolvidos nos processos. 
Tema 5 – Os custos no processo de armazenagem 
Em relação aos custos que ocorrem nas atividades de armazenagem, o 
correto gerenciamento dependerá da capacidade da empresa em identificar e 
entender quais impactos serão gerados nos custos totais. A partir disso, é 
possível traçar um plano de ação para melhoria e controle desses custos. 
Os custos mais visíveis em um sistema de armazenagem são: 
 Equipamentos e veículos de movimentação interna: compra ou 
substituição para suprir a necessidade do armazém. 
 Combustível: impacta diretamente no custo da operação, pois quanto 
maior a demanda por movimentação, mais combustível será necessário. 
 Mão de obra: o impacto pode ser medido pela quantidade de produtos 
armazenados ou pela qualificação exigida pelo sistema do armazém. 
 
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17 
 Manutenção dos equipamentos: os equipamentos não podem falhar em 
operações confiáveis, por isso a manutenção preventiva é 
imprescindívelpara manter todos os equipamentos em perfeitas 
condições de uso. 
 Perdas por manuseio: o custo atrelado às perdas pelo manuseio nem 
sempre são fáceis de identificar. Isso dependerá da quantidade de itens 
no estoque, bem como da complexidade da operação de manuseio. É 
importante destacar que, quanto mais qualificada a mão de obra, 
menores serão essas perdas. 
 Gastos com manutenção da infraestrutura e outros: o armazém deve ser 
mantido nas melhores condições possíveis, então manutenções prediais 
constantes trarão mais garantia na qualidade do material armazenado. 
 
Fato que merece atenção ao entender tudo isso é que os custos 
ocorrem em todos esses elos e afetam diretamente no preço final do produto 
ao consumidor. Diante disso, compete ao gestor da Logística da organização 
monitorar seus fornecedores e provedores de serviços logísticos, para que o 
esforço realizado internamente na organização atinja os objetivos almejados. 
Banzato, 2003, p. 263-264, sugere algumas dicas simples para reduzir 
os custos de armazenagem: 
 Treinar os colaboradores para assegurar a produtividade; 
 Reforçar o respeito aos funcionários pelos produtos; 
 Evitar perda de tempo com atrasos, principalmente no retorno às 
atividades após o almoço; 
 Implementar e gerenciar o housekeeping nos depósitos; 
 Considerar a utilização de mão de obra temporária; 
 
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18 
 Negociar bem as manutenções das instalações físicas; 
 Evitar todo e qualquer tipo de erro para minimizar retrabalhos; 
 Tentar negociar entregas maiores com os clientes; 
 Substituir o sistema de iluminação do ambiente com lâmpadas 
econômicas; 
 Pensar de forma criativa em recompensas para os colaboradores, não 
apenas com valores monetários. 
Os resultados positivos serão percebidos mais rapidamente se, além do 
envolvimento interno da organização, houver aderência também dos 
fornecedores e provedores. 
 
Leitura complementar 
Complemente seus estudos sobre custos na armazenagem consultando 
o artigo disponível no link a seguir: 
http://www.ilos.com.br/web/os-custos-de-armazenagem-na-logistica-
moderna/ 
 
Na Prática 
 
Leia parte da matéria jornalística a seguir: 
 
Correios: de medalhas a obstáculos, Olimpíada movimenta 30 
milhões de objetos 
Por Sabrina Craide – Repórter da Agência Brasil - Data: 26/06/2016 
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-06/correios-de-medalhas-obstaculos-
olimpiada-movimenta-30-milhoes-de-objetos 
 
 
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19 
“Quem assiste aos Jogos Olímpicos ao vivo ou pela televisão muitas 
vezes não se dá conta da estrutura que existe para que a competição 
aconteça. Cada arena, cada jogo e cada disputa exigem equipamentos e 
preparação específicos. Neste ano, a realização dos jogos no Rio de Janeiro 
envolve a movimentação de 30 milhões de itens, entre equipamentos 
esportivos, móveis, utensílios, bagagens, barreiras e alambrados. 
O armazenamento e transporte desses objetos estão sendo feitos pelos 
Correios. São 980 mil equipamentos esportivos, como 25 mil bolinhas de tênis, 
2,9 mil bolas de futebol, 840 bolas de basquete. Para a competição de tiro 
esportivo, por exemplo, serão usados 320 mil pratos que servem como alvo 
para os atletas. Já os atletas paraolímpicos que disputarão o goalball vão 
utilizar 2,3 mil vendas para os olhos. Entre as 5 milhões de peças de mobiliário 
que serão usadas na Vila dos Atletas e outras instalações estão 100 mil 
cadeiras, 72 mil mesas, 34 mil camas e colchões, 24 mil sofás e 19 mil 
aparelhos de televisão. 
Todos esses itens estão sendo armazenados em três centros logísticos 
no Rio de Janeiro, sendo dois em Duque de Caxias e um na Barra da Tijuca, 
em uma área total de 100 mil metros quadrados. Para o transporte dos objetos 
serão utilizados cerca de 170 caminhões e dois mil equipamentos de 
movimentação, como paleteiras, empilhadeiras, tratores e guindastes”. (...) 
 
A partir das informações da matéria e do seu conhecimento adquirido 
até o momento com o estudo do material, faça o que se pede: 
 
a. Escreva quais operações de recebimento de materiais ocorrem no 
Centro de Logística dos Correios. 
b. Cite e explique qual tipo de Documento responsável pelo recebimento 
dos itens esportivos pode ser utilizado para recebimento dentro de um 
padrão previamente estabelecido. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
20 
c. Justifique a necessidade da utilização de equipamentos de 
movimentação interna de materiais no Centro de Logística dos Correios. 
d. Apresente quatro objetivos que o uso de equipamentos de 
movimentação de materiais pode trazer para os Correios. 
Síntese 
Nessa aula, foram apresentadas parte das atividades envolvidas com o 
processo de armazenagem e seus impactos na organização. Em essência, é 
possível sintetizar os estudos nos seguintes tópicos: 
a. A decisão de armazenar é determinada pela estratégia de nível de 
serviço que a empresa quer oferecer ao cliente (por exemplo, 
atendimento a pronta-entrega demanda estoque, o que exige mais 
espaço para armazenagem); 
b. As atividades de Recebimento e Controle de Qualidade são as principais 
envolvidas na garantia de que apenas produtos de boa qualidade 
adentrem na empresa; 
c. Caso os produtos não atendam às especificações acordadas e 
informadas anteriormente aos fornecedores, serão devolvidos ou 
descartados; 
d. A movimentação de materiais é imprescindível para trazer velocidade e 
agilidade aos processos de armazenagem, porque reduz o esforço físico 
do colaborador e melhora a produtividade; 
e. Conhecer os princípios de movimentação interna de materiais auxilia a 
escolher equipamentos mais adequados às necessidades da empresa; 
f. Para manter itens em estoque alguns custos ocorrerão, como mão de 
obra capacitada, investimentos em estrutura física, equipamentos de 
movimentação interna e tecnologia da informação. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
21 
Referências 
 
RUSSO, Clovis Pires. Armazenagem, Controle e Distribuição. Curitiba: 
InterSaberes, 2013. 
 
BANZATO, Eduardo. [et al.]. Atualidades na armazenagem. São Paulo: 
IMAM, 2003. CDD-658-785. 
 
GAITHER, Norman. Administração da produção e operações. São Paulo: 
Cengage Learning, 2002. 
 
MOURA, Reinaldo Aparecido. Manual de logística: armazenagem e 
distribuição física. Volume 2. São Paulo: IMAM, 1997, 4ª edição, 2006. 
 
PAOLESCHI, Bruno. Almoxarifado e gestão de estoques. São Paulo: Érica, 
2009, 1ª edição. ISBN: 978-85-365-0254-0. 
 
TADEU, Hugo Ferreira Braga (org.). Gestão de estoques: fundamentos, 
modelos matemáticos e melhores práticas. São Paulo: Cengage Learning, 
2010. ISBN: 978-85-221-0875-6. 
 
1
Logística – Materiais
e Armazenagem
Aula 2 
Profa. Rosinda Angela da Silva
Aula 2 – Vídeo 1
Aula 2
Operações na 
Armazenagem
2 – Avaliação da 
Qualidade
3 – Liberação ou 
Recusa de Materiais
1 – Recebimento
4 – Movimentação 
de Materiais
5 – Os Custos no 
Processo de 
Armazenagem
Logística: Materiais 
e Armazenagem
� Organização da aula 2 
Introdução
� Dia a dia dos armazéns
� Algumas operações internas
� Recursos utilizados (Check List
e R.N.C.)
� Relevância das atividades de: 
• recebimento
• controle de qualidade
• movimentação interna
• gestão dos custos internos 
Aula 2 – Vídeo 2
2
Quem é o responsável pelo 
recebimento?
Perfil do almoxarife
� Educado e atencioso
� Organizado 
� Detalhista
� Responsável
� Caprichoso
Conhecimento necessário� Noções básicas de:
• Matemática 
• Informática
• Contabilidade 
• controle de estoques 
Aula 3 – Vídeo 3
Garantindo a qualidade na 
entrada dos materiais Normas e procedimentos
� Cada empresa pode ter as suas
� Depende da criticidade do 
item e da confiabilidade 
do fornecedor 
3
� Mas tem a ISO 9001
� Item 7.4 – Aquisição
• 7.4.2 – As informações de 
aquisição devem descrever 
o produto a ser adquirido 
e incluir, onde apropriado 
a) Requisitos para 
aprovação de produto, 
procedimentos, processos 
e equipamentos
b) Requisitos para 
qualificação de pessoal
c) Requisitos do sistema 
de gestão da qualidade
� A organização deve 
assegurar a adequação 
dos requisitos de aquisição 
especificados antes da sua 
comunicação ao fornecedor
• 7.4.3 – A organização deve 
estabelecer e implementar a 
inspeção ou outras atividades 
necessárias para assegurar 
que o produto adquirido 
atenda os requisitos de 
aquisição especificados 
Aula 2 – Vídeo 4 
Devolução de mercadorias 
4
� Impacta no indicador 
de qualidade 
� Impacta na avaliação 
do fornecedor
� Alerta para problemas 
mais graves
E se for importação?
� Direito internacional dá 
suporte a isso
� Verificar se compensa 
devolver ou retrabalhar 
� Negociar o custo com 
o fornecedor
Aula 2 – Vídeo 5
Quem são os clientes 
da operação interna: 
movimentação de materiais?
Áreas de recebimento 
e expedição
� Carga e descarga 
de caminhões
� Movimentação do pátio 
até o almoxarifado ou 
até o armazém 
As linhas de produção 
� Transportam do almoxarifado 
até a linha e da linha até a 
expedição ou armazenagem 
� Puxam ou empurram 
o estoque
5
Áreas de vendas
� Dos atacadistas
� Dos distribuidores 
� Dos varejistas 
� Dos atacarejos
Área de armazenagem
� É o dia a dia do armazém
� Movimenta sempre que 
necessário
� Atende aos separadores 
de pedidos
Área de movimentação 
de cargas
� Transportadoras
� Centros de distribuição 
� Aeroportos
� Portos e outros
Aula 2 – Vídeo 6
Composição do custo 
de armazenagem
CA = Q x T x P x I
2
� Má notícia: o custo 
nunca é zero!
CA = Q/2 x T x P x I
� Onde: 
• Q = Quantidade média do 
item (por isso divide por 2)
• T = Tempo 
• P = Preço do item 
• I = Coeficiente 
6
Coeficiente de 
armazenagem
� Mostra quanto custa 
guardar cada caixa 
em relação ao % do 
seu próprio preço
� Quanto maior o volume 
de estoques, maior 
será esse o custo
� Quanto maior o 
tempo que o item 
ficar estocado, maior 
será o custo e o risco
Aula 2 – Vídeo 7
Síntese de aula 2
� Foco nas operações 
internas
� Recebimento e papel 
do almoxarife 
� Qualidade, inspeção e 
liberação (ou recusa)
� Movimentação interna 
com foco no cliente 
interno
� Custo de armazenagem 
e custo decorrente 
da armazenagem 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
 
 
Logística: Materiais e Armazenamento 
 
 
 
 
 
 
Aula 3 
 
 
Prof. Rosinda Angela da Silva 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa inicial 
Olá! Seja bem-vindo à disciplina Materiais e Armazenamento. Temos 
como objetivo, na aula de hoje: 
1. Conhecer os elementos que impactam no planejamento da 
estrutura física do Armazém; 
2. Compreender a importância da definição da capacidade dos 
armazéns na fase de projeto; 
3. Analisar os tipos de layouts e docas existentes e o impacto das 
escolhas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para saber mais sobre os assuntos que serão trabalhados nesta aula, 
assista ao vídeo que está disponível no material on-line! 
 
1. Definição da 
Localização do 
Armazém 
5. Docas de 
Recebimento e 
Expedição 
Aula 3 – 
Planejamento da 
Estrutura Física do 
Armazém 
4. Layout do 
Armazém 
2. Projeto das 
Instalações 
3. Capacidade 
necessária para 
armazenagem 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
Contextualizando 
Investir em estrutura de armazenagem é uma necessidade para 
organizações que movimentam grandes volumes de mercadorias, por exemplo, 
os grandes supermercados, os atacadistas, distribuidores e varejistas em geral. 
Entretanto, decidir assertivamente sobre esse investimento requer análise crítica 
do negócio e também dos elementos operacionais envolvidos no processo. Isso 
significa dizer que a empresa precisa avaliar se realmente há necessidade de 
investir em espaço para armazenagem e conhecer a complexidade da operação 
que será executada para ter noção da dimensão do investimento necessário. 
O estudo do espaço da armazenagem deve começar pela determinação 
da localização mais adequada para a organização, a qual equilibre a relação 
benefício e custo. Nela o benefício significa compreender qual o diferencial 
competitivo que a empresa alcançará investindo em um Armazém, Centro de 
Distribuição (CD), Depósito, Galpão ou algo do gênero. Já o custo significa o 
dispêndio que a empresa realizará para construir esse espaço e adquirir todos 
os recursos necessários para viabilizar as operações em determinado local. 
Para isso, a ideia de fazer um projeto de construção de um novo espaço 
para armazenagem ou até mesmo para reformar um Armazém já existente (seja 
externo ou interno à empresa) é uma possibilidade interessante. Compreenda 
que os colaboradores envolvidos no processo decisório necessitarão de muitos 
dados, os quais serão transformados em informações úteis para as análises 
críticas. 
Para conseguir tais dados, as empresas precisam conhecer alguns 
fatores essenciais como: técnicas para escolha da localização, informações 
quantitativas e qualitativas sobre os produtos que serão armazenados, definição 
da capacidade de armazenagem que o armazém comportará, entre outros dados 
técnicos. Igualmente importante é conhecer os elementos essenciais que 
atendem as necessidades fisiológicas do capital humano, tais como refeitórios, 
bebedouros, armários, áreas de descanso e lazer, os quais devem ser 
contemplados desde a fase do projeto. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
Devido a esses e outros fatores, compreender como planejar a estrutura 
física de um armazém se faz tão importante nos dias atuais, pois por mais que 
as empresas busquem incessantemente reduzir sua armazenagem, essa ainda 
será uma necessidade para as organizações que possuem seus centros 
produtivos distantes do público consumidor de seus produtos. 
Definição da localização do Armazém 
Para escolher adequadamente o local para implementar um Armazém é 
necessário avaliar inúmeros elementos que impactam na atividade da 
armazenagem. 
Partindo do pressuposto que uma organização necessita definir onde 
construirá seu novo Centro de Distribuição (CD), as principais informações a 
serem consideradas no estudo da localização são: 
■ Localização ampla: definição da região – metropolitana ou área 
urbana; 
■ Localização restrita: definição da área – industrial ou comercial; 
■ Localização exata: bairro e rua (endereço final). 
Para chegar a esse endereço final, inúmeros dados são levantados para 
se chegar à localização ótima para essa atividade. Geralmente a decisão sobre 
a localização do CD é responsabilidade do gestor de Logística em comum acordo 
com a área de Marketing e com os tomadores de decisões das organizações 
(altos executivos, proprietários, acionistas majoritários ou outros). 
Ballou (2006) sugere um esquema simples de análise de fatores de 
impacto na decisão da localização, os quais foram ranqueados porgrau de 
importância que a empresa considera, sendo 1 o mais importante e 10 o menos 
importante. 
 
Fator Geral Manufatura Varejo Distribuição 
Transporte acessível 1 1 2 1 
Transporte externo 2 2 3 5 
 
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5 
Proximidade do cliente 3 3 6 6 
Disponibilidade de mão de obra 4 5 1 3 
Custos da mão de obra 5 6 7 4 
Transporte interno 6 4 4 2 
Situação sindical 7 7 5 9 
Impostos 8 8 10 7 
Leis estaduais de incentivo 9 10 ---- ---- 
Custos do terreno 10 ---- 8 8 
Serviços públicos ----- ---- 9 10 
Requisitos para JIT (Just in Time) ----- 9 ---- ---- 
 
Fonte: Adaptado de Ballou (2006, p. 398). 
 
Na tabela foram considerados elementos básicos que comumente são 
citados em estudos de localização de diversos tipos de empresas. No caso da 
Distribuição (escolha de um local para Centro de Distribuição - CD), percebe-se 
que as questões relacionadas com transporte e mão de obra (1. Transporte 
acessível, 2. Transporte interno; 3. Disponibilidade de mão de obra e 4. Custos 
da mão de obra) foram consideradas de alto impacto ocupando as quatro 
primeiras colocações no ranking. Vale reforçar que os fatores analisados 
dependem do segmento de atuação. Por exemplo: uma empresa que opera com 
produtos alimentícios, perecíveis, bebidas e medicamentos têm necessidades 
diferentes de empresas que operam com insumos industriais, componentes 
eletrônicos, produtos commodities como produtos agrícolas e outros. 
Gaither e Frazier (2002) afirmam que a localização de um armazém é de 
grande importância e que além de considerar os aspectos relacionados ao 
transporte e a mão de obra, a proximidade com os mercados os quais a empresa 
deseja atender também é relevante. Além disso, investimento na qualidade da 
comunicação com os destinatários dos produtos também auxilia a empresa a 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
6 
reagir rapidamente aos pedidos dos clientes. Esse é o papel estratégico do 
sistema de armazenagem: auxiliar a empresa a atingir suas metas de 
atendimento ágil e flexível ao mercado consumidor. 
Para a correta escolha de uma localização as empresas necessitam de 
grandes quantidades de dados e para facilitar esse trabalho utilizam modelos 
matemáticos e não matemáticos. De acordo com Bowersox e Closs (2008), os 
mais comuns são: 
■ Técnicas analíticas: as quais abrangem geralmente métodos que 
identificam o chamado centro de gravidade geográfico de uma rede 
logística, o qual é indicado para a escolha da localização de uma 
única unidade de CD. 
■ Técnicas de programação linear: também chamados de técnicas 
de otimização, pois seleciona o melhor curso de ação entre as 
opções disponíveis, considerando ao mesmo tempo as 
contingências específicas de cada negócio. 
■ Técnicas de simulação: são tentativas de reproduzir uma 
situação real, a qual é utilizada para compreender o 
comportamento do sistema ou de avaliar várias estratégias dentro 
dos limites impostos por um critério, ou vários critérios para a 
operação do sistema. 
Após essa fase da escolha do modelo que será utilizado, o próximo passo 
é definir o tamanho do depósito. Essa decisão está vinculada ao volume de 
estoques que o mesmo terá que comportar. E para saber disso, o analista deve 
levantar todas as informações pertinentes das atividades que ocorrerão no 
armazém, as quais podem ser: 
■ Recebimento de mercadorias; 
■ Descarregamento, Inspeção e Separação; 
■ Movimentação; 
■ Unitização, Paletização; 
■ Embalagem e reembalagem; 
 
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7 
■ Separação de itens de pedido para o cliente (picking); 
■ Etiquetagem e paletização dos produtos; 
■ Montagem de pedidos para o cliente (packing); 
■ Finalização de produtos semiacabados; 
■ Montagem de kits; 
■ Atividade de cross docking (recebimento da mercadoria e 
redespacho imediato, sem necessidade de armazenar); 
■ Consolidação/Quebra/Mistura de cargas; 
■ Expedição, Carregamento, Segurança; 
■ Resolução de problemas de documentação; 
■ Controle das condições climáticas dos armazéns, tais como 
temperatura, umidade, iluminação, ventilação, entre outros. 
A partir das definições das operações que serão realizadas e os custos 
prováveis das mesmas, é possível determinar o tamanho ótimo do depósito. 
Esse tamanho otimizado terá que considerar além do volume e a rotatividade 
dos estoques, questões como quantidade de equipamentos de movimentação 
interna, veículos industriais, mão de obra e suas necessidades (vestiários, 
banheiros, armários, refeitórios em alguns casos, ambiente para descanso e 
lazer, entre outros), espaço para atividades administrativas e para tecnologia da 
informação. 
 
Quer saber mais? Então assista ao vídeo que está disponível no material 
on-line! 
Projeto das instalações 
Um armazém bem planejado agrega valor ao produto/serviço da empresa 
porque auxilia no equilíbrio da demanda e ainda faz com que os estoques 
estejam mais próximos do público consumidor. Para planejar eficientemente é 
necessário conhecer as principais atividades do Armazém e isso ocorre na fase 
da escolha da localização, pois influencia diretamente no nível de serviço que a 
empresa deseja entregar ao cliente e também nos custos. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
8 
Nesse momento de projetar as instalações físicas, a informação das 
atividades que serão desenvolvidas no local é útil para que os colaboradores 
envolvidos no processo (engenheiros, projetistas, gestores de logística e 
interessados) possam idealizar os espaços necessários para cada atividade e, 
com isso, delinear com mais coerência qual estrutura física e tecnológica serão 
primordiais para atender tais necessidades. 
De acordo com Banzato (2003), no projeto de um armazém é necessário 
determinar o nível de flexibilidade desejado, com base no propósito da 
instalação. A empresa deve ter claro este objetivo, pois se o futuro depósito 
estocará itens de baixo giro, então não há necessidade de investir em recursos 
de resposta rápida como esteiras automatizadas, robotização e sistema porta 
pallets de última geração. Entretanto, se este espaço estiver sendo construído 
para que grandes cargas sejam rapidamente movimentadas para dentro e para 
fora da instalação, a empresa terá que investir em recursos que ofereçam 
flexibilidade. Exemplos de armazéns que exigem flexibilidade: armazéns para 
estoque de produtos acabados de alto giro, armazéns modelo cross docking e 
armazéns que servirão como suporte para manufatura (onde há finalização de 
produtos). 
Trabalhar sob a ótica de projeto auxiliará a empresa a atuar por etapas, 
iniciando no levantamento das necessidades dos recursos e o tempo que a 
equipe precisará para implementação. E tudo deve ser gerenciado com 
indicadores de acompanhamento para que o gestor visualize o progresso da 
implantação ou consiga corrigir os possíveis desvios em tempo hábil. 
Nessa fase do projeto, são identificadas as necessidades dos itens os 
quais serão estocados. Então, segundo Banzato (2003), é adequado registrar as 
informações a seguir, as quais fazem parte do perfil do produto: 
■ Tamanho, forma e peso dos itens; 
■ Tamanho, peso e forma das cargas; 
■ Tipo de base das cargas; 
■ Quantidade de reabastecimentos; 
 
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9 
■ Nível de atividade de SKU (Stock Keeping Unit – Unidade de 
manutenção em estoque); 
■ Quantidade recebida e expedida por carga; 
■ Necessidades especiais de acesso aos contentores; 
■ Necessidades especiais de movimentação e estocagem

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