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Prof. José Araújo (DIP) - Resumo Prova 2
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FACAMP – Faculdades de Campinas Faculdade de Relações Internacionais Campinas, 14 de novembro de 2012 Direito Internacional Privado Prof. José Evangelista Resumo Direito Internacional Privado Nádia Araújo 2ª Prova Bimestral: 21/11/12 3º Ano / 2º Semestre – Turma B Representante: Bárbara Hanashiro Sumário: Capítulo 14: Contratos Internacionais........................................................................01 Ana Flávia, André Massei, Caio Barros, Caroline Ribeiro, Gustavo Krzizanski, Luciana de Oliveira, Luís Felipe Capítulo 15: Direito de Família no DIPr.....................................................................11 Amanda Spinelli, Bárbara Hanashiro, Daniela Lopes, Desiree Almeida, Gabriella Karam, Juliana Franco, Karina Szücs, Rafael Soares, Vinícius Possari Capítulo 16: Sucessão Internacional............................................................................21 Camille Mallis, Gabriela Ferreira, Isabella Micelli Capítulo 17: Arbitragem Internacional.......................................................................23 Jóice Domeniconi, Júlia Landers, Karel Pianez Capítulo 18: Alimentos no Plano Internacional..........................................................29 Diego Acciari, João Magaldi, Natalya Moraes, Rafael Chies, Raíssa Comisso, Túlio Nardacchione Capítulo 19: Aspectos Civis de Sequestro de Menores..............................................35 André Maluf, Guilherme Garrido, Marcelo Moreira Caso Sean Goldman.......................................................................................................38 Bruna Raffi, Ísis Gimenes, Natália Ferreira (3ºC), Yagho Toledo FACAMP – Faculdades de Campinas 3ºB 2012 1 Capítulo 14: Contratos Internacionais O que caracteriza a internacionalidade de um contrato é a presença de um elemento que o ligue a dois ou mais ordenamentos jurídicos. As partes podem procurar prever situações de conflito, estabelecendo regras de direito substantivo para resolver eventuais problemas, como estabelecer o foro onde o contrato será julgado. Todo contrato será regido por uma lei nacional. Ao negociar as cláusulas de contrato internacional é preciso saber como decidem os tribunais locais (no Brasil, o que vale é o local de celebração). Como as regras de conflito variam, procura-se a criação de normas internacionais uniformes (evitar fórum shopping). Ex: Convenção UNCINTRAL sobre Compra e Venda Internacional. As normas materiais uniformes promovem a modificação e unificação de uma parcela do direito privado material, o que possibilita as partes liberdade na escolha da lei aplicável. A Conferência de Haia cogita fazer uma futura convenção sobre a lei aplicável aos contratos internacionais, com ênfase na utilização da autonomia da vontade. 14.1 – Histórico das regras de conexão É a regra do local de celebração (Idealizada por Bartolo). Regras de conexão definidas pela escola estatutária italiana (vigente em vários países, inclusive o Brasil). A princípio, o uso da lei local de celebração fazia sentido pela dificuldade da contratação entre ausentes. (dificuldade de comunicação e deslocamento). Savigny formulou sua teoria sobre conflito de leis, criticou a regra da lei do local de constituição, preferindo o da execução (local onde realmente ocorrem as ações importantes, como pagamento, etc.). Com o desenvolvimentos da comunicação e transporte, ambas perdem importância, e a autonomia de vontade aparece como fator determinante da lei aplicável. Acolhida nos EUA pela via jurisprudencial e na Europa pela via convencional (Convenção de Roma). Contudo as regras criadas pela escola italiana ainda tem influencia nos países de tradição romano-germânica da América Latina. No Brasil, antes do advento do Código Civil, seguíamos as “ordenações” (lei do local de celebração), mas havia regras no Regulamento 737 (Código Comercial) que dispunham sobre os contratos comerciais ajustados em país estrangeiro, utilizando a lei do local de execução. Bevilaqua o utilizou como regra geral que continua até hoje (art FACAMP – Faculdades de Campinas 3ºB 2012 2 13, mantido pela LICC, art.9). No Brasil, só com uma modificação na LICC e a substituição do Código Civil será possível adotar o principio da autonomia da vontade. 14.2 – Regra de conexão no Brasil Art. 9° da LICC, a regra geral para a lei aplicável é a do local da constituição da obrigação. A única mudança feita foi a supressão da expressão “salvo estipulação em contrário”, que acarretou a proibição à autonomia da vontade. O caput do art. 9 cuida da lei aplicável à validade substancial, ou aos chamados aspectos de fundo de contrato, para os contratos celebrados entre presentes. Para os contratos celebrados entre ausentes vale a lei de residência do proponente. A noção de residência também depende da definição do direito brasileiro, servindo melhor à mobilidade inerente aos contratos por sua flexibilidade, ao invés do conceito domiciliar, que por sua rigidez apresenta maiores dificuldades. Domicilio: dois conceitos, um material (a residência) e um anímico (vontade de residir com caráter permanente). 14.3 - O princípio da autonomia da vontade Idealizador: francês Charles Dumolin. Distinguia-se da escola italiana por suas ideias sobre a escolha pelas partes de uma lei para contratos internacionais e regimes patrimoniais. Os contatos internacionais só passaram a ter relevância quando houve uma revolução no transporte e na comunicação. Isso porque antes o que era internacional era a viagem, o transporte, não o contrato. A maioria levava suas mercadorias ao porto e as vendia ao dono do navio, que as transportava por seu risco. Com a separação das atividades, e a revolução, os vendedores passaram a se relacionar direto com os compradores, por meio de contratos. Nesse momento, as questões de DIPr passaram a ser sobre fatos que ocorriam na entrega da mercadoria, na definição da responsabilidade de cada parte. Hoje o lugar da contratação, ao invés de representar um local que designa a parte com maior poder de barganha, pode ser totalmente aleatória, dada a facilidade de locomoção dos comerciantes e das informações. Não é necessário comparecer, negociar e assinar um contrato em determinado local para definir a lei aplicável. Dai a importância das escolhas das partes, da lei que regerá suas relações jurídicas, bem como do local em que um litígio será julgado e das normas processuais. Essa teoria só foi usada na prática na França no sec. XIX e XX. (Acórdão American Trading Co.). Na Inglaterra os tribunais aceitaram a autonomia da vontade por diversas razões: Laissez-faire (teoria predominante no sec. XIX); FACAMP – Faculdades de Campinas 3ºB 2012 3 Quando envolvia a lei americana, o Hanter Act, cuja regra obrigatória sobre responsabilidade civil no transporte de mercadoria era mais abrangente. O principio da autonomia da vontade tornou-se universalmente aceito, com adoção expressa tanto em convenções internacionais como na legislação interna de vários países. Nos países da Common Law tem tido plena aceitação. 14.3.1 – O princípio no Brasil Código Civil de 1916 – Aprovação da autonomia da vontade graças á expressão “salvo estipulação em contrário”. Bevilaqua pergunta até onde ia a liberdade das partes para escolher a lei aplicável ás obrigações livremente contraídas. A vontade das partes só podia ser exercida com relação