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Psicologia Jurídica - História da Psicologia Forense

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Aula 3 e 4: História da Psicologia Forense
Disciplina: Psicologia Forense
Professora: Jesiane Marins
Referência: CAIRES, M.A.F. Psicologia jurídica: implicações conceituais e aplicações práticas. São Paulo: Vetor, 2003
Breve histórico da medicina legal, psiquiatria forense e Psicologia Jurídica 
Psicólogo jurídico deve tentar unir ação/conduta, desejos, necessidades e motivos nas suas avaliações no âmbito jurídico.
Primeiras atividades dos peritos
Séc V a.C- Antigo Egito- os primeiros peritos foram os agrimensores (marcadores de terras). Desenvolveram fórmulas matemáticas e aritméticas para obterem uma medida exata dos produtos que seriam pagos pelas dívidas dos impostos.
1.900 a.C- Hebreus com a fixação de pastores nas terras áridas da Judéia- aproveitamento da prática dos agrimensores. Na época as leis eram bíblicas e os juízes eram os que tinham os poderes político e militar da região, por serem responsáveis pelas suscetíveis batalhas.
 1.900 a.C.- envolvimento de questões médicas- anulações de casamentos, esterilidade, impotência, homicídios e lesões corporais.
1370- França, realizou a perícia gráfica para apurar acusação de falsificação realizada por um camareiro do rei.
História da grafologia- 1622 Camillo Baldi (médico, professor) escreveu sobre o assunto: “Tratado sobre como, através de uma carta, chega-se ao conhecimento da natureza e das qualidades do autor”.
600 a.C.- Grécia antiga, continuavam com a atividade agrimensora e recorriam as parteiras nas questões jurídicas, já que somente elas na época tinham acesso a intimidade da mulher. Ex: Lenda da mudança da medicina para estudantes do sexo feminino.
260 a.C.- as leis eram legisladas e executadas pelo rei , sendo esse mesmo o perito para as questões judiciais.
3 períodos da prática da Medicina Legal:
1- Primeiro ou fictício: abrangia as normas legais ditadas pelos povos judeus, hebreus e romanos.
2- Segundo ou de Transição ou Metafísico- que envolve o Código Criminal Carolino (1532), as obras do pai da Medicina Forense (Ambrose Paré-1575).
3- Terceiro ou Positivo- Surge no séc XVII e tentam mesclar as duas grandes teorias: Clássica e Positiva. A partir desse momento todos os homens têm o livre-arbítrio e teriam que passar a se basear na lei e ao cidadão para a harmonia e paz social. Essas leis teriam que ser de conhecimento à todos. A pena é sinônimo de castigo e por meio das leis o indivíduo tinha o livre-arbítrio de ser punido.
Idéia que predominou até metade do Séc XIX. Ao final desse mesmo século estudantes da criminologia afirmaram que o homem ele não pode ter o livre-arbítrio porque é produto dos meios biológico e social. 
O crime passa ser a considerado um fenômeno natural e social e não mais de razão, obtendo a responsabilidade de não cometer danos à sociedade em que ele vive. Pena agora é sinônimo para a sociedade como defesa. 
A partir desse momento surge a necessidade de se implantar uma equipe multidisciplinar, que pudesse estar dando suporte àquele indivíduo que agiu contra a lei e não se coloca como um responsável social.
Reforma psiquiátrica: 
Período da Idade Média- Séc II d.C.- os atos criminosos e a loucura eram vistos como maldições, associados a espíritos malignos, Sendo o tratamento por meio da punição e maltrato ao louco, como forma de expulsar os demônios.
 Renascença (Séc XVI e XVIII)- começam a desaparecer com as superstições místicas e a darem um lugar para o louco, tendo a obrigação de serem ouvidos por um médico.
No final do Séc XVIII- o Hospital em Bicêtre-Paris, era considerado “casa dos horrores”.
Philipe Pinel- nomeado diretor do hospital, começa a separar as doenças e as necessidades de cada internado, com o objetivo de estudá-lo e tratá-lo.
Surge o hospital psiquiátrico, com o objetivo de afastar o indivíduo de qualquer contato social para não atrapalhar o seu desenvolvimento natural.
Superlotação dos hospitais, por não terem o objetivo de inseri-los novamente na sociedade. (alienação).
Separaram o que era alienado do que era criminoso, criando em 1838 a primeira “Lei de proteção aos alienados”. (impedimento da violência ou abandono, mesmo sob cuidado da família, ficariam sob a guarda e fiscalização da autoridade pública.
1º Hospital no Brasil foi inaugurado por D. Pedro II em 1852, mas ainda com o objetivo de exclusão.
Reforma psiquiátrica (1978)- acontece no Brasil pelo Movimento de Trabalhos na Saúde Mental (MTSM), implantando diversos setores que seriam os responsáveis em dar suporte aos ditos “loucos”. NAPS e CAPS. (equipe multidisciplinar).
Psiquiatria clássica (diagnóstico e cura) X Reforma psiquiátrica (cuidados psíquicos e relação com o meio social).
O primeiro médico a exercer legalmente a função de opinar sobre as condições mentais do indivíduo envolvidos foi Paulo Zacchia (meados do Séc XVIII). Foi considerado pai da Medicina Legal e o fundador da psicopatologia forense.
Publicação da medicina legal em 1814
Criação das faculdades de Medicina em 1832.
1º Hospital psiquiátrico no Brasil em 1852
1º Manicômio judiciário em 1921, com o objetivo de proteger a sociedade e o criminoso.
Surgem as perícias destinadas aos psicopatas com o objetivo de avaliar a periculosidade dos alienados mentais criminosos.
Década de 20, acontece o 1º diagnóstico da esquizofrenia. Um pedófilo e canibal.
Páginas 48 e 49 do livro
1985- primeiro concurso nas varas de família, infância e juventude.
Judiciário com participação intensa da Psicometria e da Psicanálise
Não há uma metodologia intensa voltada para o judiciário
Atribuições do psicólogo jurídico: emitir laudos que possam contribuir para a finalização do processo, mediação dos conflitos, atendimento ao apenado.
Conflito ao psicólogo devido aos dois papéis que são delegados. Parecerista e psicoterapeuta.
Diferença do psicólogo para o psiquiatra.
Psicodiagnóstico: Situação bipessoal de duração limitada, com o objetivo de conseguir uma descrição e compreensão mais profunda possível, da personalidade do paciente ou grupo familiar. Para isso abrange aspectos passados, presentes e futuros.
tempo limitado (3 a 4 sessões).
Momentos do psicodiagnóstico: primeiro contato e entrevista inicial com o indivíduo; aplicação de testes e técnicas projetivas; encerramento do processo com devolução ao indivíduo, informe escrito ao remetente.
Enquadramento: esclarecimento dos papéis, lugar onde se realizarão as entrevistas e duração do processo.
Escassez no material de Psicologia Jurídica e principalmente na área da perícia
Deve-se estudar a população e a cultura local para depois saber qual é o teste que se encaixa com as necessidades do local.
Diferença entre o parecer jurídico para o parecer clínico
falta de vontade própria e obrigação nesse parecer
falta da motivação para contribuir nas informações
não possuem uma “queixa clínica”
A psicopatologia no âmbito jurídico ou clínico se posiciona como primária e secundária.
Primária: diz respeito a definição dos fatos, ao acontecimento, onde foi o primeiro momento de insanidade.
Secundária: diz respeito ao funcionamento patológico do organismo, criação e geração.
Exemplo: homem que foi processado por ter agredido um colega no trabalho, e depois foi agredindo a outras pessoas que estavam ao seu redor. (psicopatologia primária- agressividade). Ao ser investigado clinicamente, percebeu-se que este mesmo, já tinha tido um acidente de trabalho, com uma barra de ferro que caiu sobre a sua cabeça e tinha batido com o carro em um poste de luz e ficado desacordado durante um bom tempo. Esses acidentes mexeram com seu equilíbrio emocional, desencadeando tais comportamentos. (psicopatologia secundária).
Resistência do periciado ao psicólogo, por terem medo do laudo e das investigações. Os periciados relatam que o psicólogo chega a informações que são desconhecidas ao sujeito e conseqüentemente mentirosas, o que acaba prejudicando no resultado do processo.
Necessidade demaiores formações para o psicólogo que atua na área da Psicologia forense, por essa se diferir da clínica e o perito vir impregnado de conceitos e termos clínicos aprendidos na graduação.
Psicologia Jurídica
A Psicologia Jurídica ou Psicologia Criminal consiste na aplicação dos conhecimentos psicológicos ao serviço do Direito. Dedica-se à proteção da sociedade e à defesa dos direitos do cidadão, através da perspectiva psicológica. Dedica-se ao estudo do comportamento criminoso. Clinicamente, tenta construir o percurso de vida do indivíduo criminoso e todos os processos psicológicos que o possam ter conduzido à criminalidade, tentando descobrir a raiz do problema, uma vez que só assim se pode partir à descoberta da solução. Descobrindo as causas das desordens, sejam elas mentais e/ou comportamentais (criminosas, neste caso), também se pode determinar uma pena justa, tendo em conta que estes casos são muito particulares e assim devem ser tratados em tribunal.
O psicólogo jurídico tem como primeira ferramenta o comportamento do indivíduo que se encontra envolvido com algum ato que vai contra a lei. Caso a análise do comportamento não seja suficiente para prestar um parecer sobre a personalidade do criminoso, é preciso fazer uma avaliação psicológica, com o objetivo de descobrir qual transtorno, distúrbio ou patologia se faz presente na pessoa, responsável por ir contra as leis.
A literatura fala todo tempo de Psicologia Jurídica e Psicologia forense, sendo a primeira mais citada. A pequena diferença é que a Psicologia Jurídica tem uma forma mais ampla de prestar ajuda e suporte a lei e a Psicologia forense, como o próprio significado do nome relata, está voltada mais para o foro judicial.
Áreas de aplicação da Psicologia Jurídica:
 Psicologia Jurídica e o menor ou Psicologia Jurídica e as questões da infância e juventude: violência contra criança e adolescente; proteção do filho nos cuidados com a mãe; crianças e adolescentes desaparecidos; trabalho com pais que possuem adolescentes com prática infratora; atendimento terapêutico.
- Psicologia Jurídica e o Direito de Família: separação, disputa de guarda, regulamentação de visitas, paternidade, perícia e atuação do assistente técnico.
- Psicologia Jurídica e Direito Cível: interdição, indenizações, heranças, entre outros.
- Psicologia Jurídica do trabalho: acidentes de trabalho e indenizações.
- Psicologia Jurídica e o Direito Penal: exame de corpo delito e insanidade mental.
- Psicologia do Testemunho: estudo de acidentes, acontecimentos no cotidiano, falsas memórias em depoimentos de testemunhas, proteção a testemunhas que foram vítimas de violência no ambiente familiar.
- Psicologia da Delinqüência: A delinqüência é um problema comportamental caracterizado por realizações de atos criminosos em indivíduos de menoridade penal. São várias as causas que levam um menor a praticar atos criminosos como problemas socioeconômicos, relacionamento com os pais e familiares, problemas escolares e ainda disposição a problemas psicopatológicos (o que seria classificado como um transtorno de conduta). A principal causa de delinqüência no ponto de vista psicológico é o distanciamento dos pais que não conhecem o dia-a-dia de seus filhos e nem mesmo os próprios. Já para o sociológico, a delinqüência é fruto da exclusão e da errônea privação de bens e serviços e riquezas e benefícios. No ponto de vista sociológico, educacional, psicológico e religioso, os delinqüentes rejeitam os valores morais, deturpam a “liberdade de expressão”, agem conforme suas próprias vontades, não se preocupam com o próximo, vivem de forma extravagante (libertinagem), se apegam aos vícios, se satisfazem com a violência e ainda a pratica de forma explícita, etc.
- Psicologia Penitenciária ou Carcerária: Contribuição na elaboração de projetos para humanização dentro dos presídios, suporte psicológicos aos que se sentem doentes psicologicamente, trabalho com os funcionários da penitenciária, criação de programas para 
a prevenção de DST/AIDS, trabalho com os apenados que prestam serviços a comunidade.
- Psicologia Policial/Militar e das Forças Armadas:processo seletivo dos militares, policiais civis e do exército, treinamento aos militares e curso sobre direitos humanos aos mesmos. 
- Psicologia Jurídica: investigação e formação ética: formação do psicólogo jurídico, supervisão, estágios, pesquisa em Psicologia Jurídica e o controle das questões éticas.
- Vitimologia: proteção e ajuda a vítima; atendimento a famílias vitimizadas.
11- Psicologia Jurídica e Magistrados: modelos mentais, variação de penalidade, tomada de decisão dos juízes, seleção de magistrados.
Conclusão:
Apesar da Psicologia Jurídica ser uma área recente no Brasil e requer ainda um enorme crescimento e credibilidade no trabalho, por parte das pessoas do Direito, mas apresenta utilidade em uma vasta área no âmbito da justiça, onde os conhecimentos sobre o comportamento humano e os processos mentais podem contribuir para uma sociedade mais equilibrada e justa nas decisões legais.
Referência:
FRANCA, Fátima. Reflexões sobre psicologia jurídica e seu panorama no Brasil. Psicologia Teoria e prática. [online]. jun. 2004, vol.6, no.1 [citado 06 Agosto 2009], p.73-80. Disponível em: <http://pepsic.bvspsi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151636872004000100006&lng=es&nrm=iso>. ISSN 1516-3687. Acesso dia: 23 de Junho de 2008.
RESOLUÇÃO CFP N.º 007/2003
Institui o Manual de Elaboração de Documentos Escritos produzidos pelo psicólogo, decorrentes de avaliação psicológica e revoga a Resolução CFP º 17/2002.
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, no uso de suas atribuições legais e regimentais, que lhe são conferidas pela Lei no 5.766, de 20 de dezembro de 1971;
CONSIDERANDO que o psicólogo, no seu exercício profissional, tem sido solicitado a apresentar informações documentais com objetivos diversos;
CONSIDERANDO a necessidade de referências para subsidiar o psicólogo na produção qualificada de documentos escritos decorrentes de avaliação psicológica;
CONSIDERANDO a freqüência com que representações éticas são desencadeadas a partir de queixas que colocam em questão a qualidade dos documentos escritos, decorrentes de avaliação psicológica, produzidos pelos psicólogos;
CONSIDERANDO os princípios éticos fundamentais que norteiam a atividade profissional do psicólogo e os dispositivos sobre avaliação psicológica contidos no Código de Ética Profissional do Psicólogo;
CONSIDERANDO as implicações sociais decorrentes da finalidade do uso dos documentos escritos pelos psicólogos a partir de avaliações psicológicas;
CONSIDERANDO as propostas encaminhadas no I FORUM NACIONAL DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA, ocorrido em dezembro de 2000;
CONSIDERANDO a deliberação da Assembléia das Políticas Administrativas e Financeiras, em reunião realizada em 14 de dezembro de 2002, para tratar da revisão do Manual de Elaboração de Documentos produzidos pelos psicólogos, decorrentes de avaliações psicológicas;
CONSIDERANDO a decisão deste Plenário em sessão realizada no dia 14 de junho de 2003, 
RESOLVE:
Art. 1º - Instituir o Manual de Elaboração de Documentos Escritos, produzidos por psicólogos, decorrentes de avaliações psicológicas.
�
Art. 2º - O Manual de Elaboração de Documentos Escritos, referido no artigo anterior, dispõe sobre os seguintes itens:
Princípios norteadores;
Modalidades de documentos;
Conceito / finalidade / estrutura;
Validade dos documentos;
Guarda dos documentos.
Art. 3º - Toda e qualquer comunicação por escrito decorrente de avaliação psicológica deverá seguir as diretrizes descritas neste manual.
Parágrafo único – A não observância da presente norma constitui falta ético-disciplinar, passível de capitulação nos dispositivos referentes ao exercício profissional do Código de Ética Profissional do Psicólogo, sem prejuízo de outros que possam ser argüidos.
Art. 4º -Esta resolução entrará em vigor na data de sua publicação. 
Art. 5º - Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 14 de junho de 2003.
ODAIR FURTADO
Conselheiro Presidente
�
MANUAL DE ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS
DECORRENTES DE AVALIAÇÕES PSICOLÓGICAS
Considerações Iniciais
A avaliação psicológica é entendida como o processo técnico-científico de coleta de dados, estudos e interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos, que são resultantes da relação do indivíduo com a sociedade, utilizando-se, para tanto, de estratégias psicológicas – métodos, técnicas e instrumentos. Os resultados das avaliações devem considerar e analisar os condicionantes históricos e sociais e seus efeitos no psiquismo, com a finalidade de servirem como instrumentos para atuar não somente sobre o indivíduo, mas na modificação desses condicionantes que operam desde a formulação da demanda até a conclusão do processo de avaliação psicológica.
 
O presente Manual tem como objetivos orientar o profissional psicólogo na confecção de documentos decorrentes das avaliações psicológicas e fornecer os subsídios éticos e técnicos necessários para a elaboração qualificada da comunicação escrita.
As modalidades de documentos aqui apresentadas foram sugeridas durante o I Fórum Nacional de avaliação psicológica, ocorrido em dezembro de 2000.
Este Manual compreende os seguintes itens:
Princípios norteadores da elaboração documental;
Modalidades de documentos;
III.	Conceito / finalidade / estrutura;
IV.	Validade dos documentos;
V.	Guarda dos documentos.
I - PRINCÍPIOS NORTEADORES NA ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS
 O psicólogo, na elaboração de seus documentos, deverá adotar como princípios norteadores as técnicas da linguagem escrita e os princípios éticos, técnicos e científicos da profissão.
– Princípios Técnicos da Linguagem Escrita 
 O documento deve, na linguagem escrita, apresentar uma redação bem estruturada e definida, expressando o que se quer comunicar. Deve ter uma ordenação que possibilite a compreensão por quem o lê, o que é fornecido pela estrutura, composição de parágrafos ou frases, além da correção gramatical.
 O emprego de frases e termos deve ser compatível com as expressões próprias da linguagem profissional, garantindo a precisão da comunicação, evitando a diversidade de significações da linguagem popular, considerando a quem o documento será destinado. 
A comunicação deve ainda apresentar como qualidades: a clareza, a concisão e a harmonia. A clareza se traduz, na estrutura frasal, pela seqüência ou ordenamento adequado dos conteúdos, pela explicitação da natureza e função de cada parte na construção do todo. A concisão se verifica no emprego da linguagem adequada, da palavra exata e necessária. Essa “economia verbal” requer do psicólogo a atenção para o equilíbrio que evite uma redação lacônica ou o exagero de uma redação prolixa. Finalmente, a harmonia se traduz na correlação adequada das frases, no aspecto sonoro e na ausência de cacofonias. 
2 – Princípios Éticos e Técnicos
Princípios Éticos
 Na elaboração de DOCUMENTO, o psicólogo baseará suas informações na observância dos princípios e dispositivos do Código de Ética Profissional do Psicólogo. Enfatizamos aqui os cuidados em relação aos deveres do psicólogo nas suas relações com a pessoa atendida, ao sigilo profissional, às relações com a justiça e ao alcance das informações - identificando riscos e compromissos em relação à utilização das informações presentes nos documentos em sua dimensão de relações de poder. 
 Torna-se imperativo a recusa, sob toda e qualquer condição, do uso dos instrumentos, técnicas psicológicas e da experiência profissional da Psicologia na sustentação de modelos institucionais e ideológicos de perpetuação da segregação aos diferentes modos de subjetivação. Sempre que o trabalho exigir, sugere-se uma intervenção sobre a própria demanda e a construção de um projeto de trabalho que aponte para a reformulação dos condicionantes que provoquem o sofrimento psíquico, a violação dos direitos humanos e a manutenção das estruturas de poder que sustentam condições de dominação e segregação.
 Deve-se realizar uma prestação de serviço responsável pela execução de um trabalho de qualidade cujos princípios éticos sustentam o compromisso social da Psicologia. Dessa forma, a demanda, tal como é formulada, deve ser compreendida como efeito de uma situação de grande complexidade.
Princípios Técnicos
 O processo de avaliação psicológica deve considerar que os objetos deste procedimento (as questões de ordem psicológica) têm determinações históricas, sociais, econômicas e políticas, sendo as mesmas elementos constitutivos no processo de subjetivação. O DOCUMENTO, portanto, deve considerar a natureza dinâmica, não definitiva e não cristalizada do seu objeto de estudo.
 Os psicólogos, ao produzirem documentos escritos, devem se basear exclusivamente nos instrumentais técnicos (entrevistas, testes, observações, dinâmicas de grupo, escuta, intervenções verbais) que se configuram como métodos e técnicas psicológicas para a coleta de dados, estudos e interpretações de informações a respeito da pessoa ou grupo atendidos, bem como sobre outros materiais e grupo atendidos e sobre outros materiais e documentos produzidos anteriormente e pertinentes à matéria em questão. Esses instrumentais técnicos devem obedecer às condições mínimas requeridas de qualidade e de uso, devendo ser adequados ao que se propõem a investigar.
 A linguagem nos documentos deve ser precisa, clara, inteligível e concisa, ou seja, deve-se restringir pontualmente às informações que se fizerem necessárias, recusando qualquer tipo de consideração que não tenha relação com a finalidade do documento específico.
 Deve-se rubricar as laudas, desde a primeira até a penúltima, considerando que a última estará assinada, em toda e qualquer modalidade de documento.
II - MODALIDADES DE DOCUMENTOS
Declaração *
Atestado psicológico
Relatório / laudo psicológico 
4. Parecer psicológico *
* A Declaração e o Parecer psicológico não são documentos decorrentes da avaliação Psicológica, embora muitas vezes apareçam desta forma. Por isso consideramos importante constarem deste manual afim de que sejam diferenciados.
III - CONCEITO / FINALIDADE / ESTRUTURA 
1 – Declaração
 1.1. Conceito e finalidade da declaração 
 É um documento que visa a informar a ocorrência de fatos ou situações objetivas relacionados ao atendimento psicológico, com a finalidade de declarar: 
Comparecimentos do atendido e/ou do seu acompanhante, quando necessário;
Acompanhamento psicológico do atendido;
 c) Informações sobre as condições do atendimento (tempo de acompanhamento, dias ou horários).
 Neste documento não deve ser feito o registro de sintomas, situações ou estados psicológicos.
 1.2. Estrutura da declaração
 a) Ser emitida em papel timbrado ou apresentar na subscrição do documento o carimbo, em que conste nome e sobrenome do psicólogo, acrescido de sua inscrição profissional (“Nome do psicólogo / N.º da inscrição”).
 b) A declaração deve expor: 
 - Registro do nome e sobrenome do solicitante;
 - Finalidade do documento (por exemplo, para fins de comprovação);
 - Registro de informações solicitadas em relação ao atendimento (por exemplo: se faz acompanhamento psicológico, em quais dias, qual horário); 
 - Registro do local e data da expedição da declaração;
 - Registro do nome completo do psicólogo, sua inscrição no CRP e/ou carimbo comas mesmas informações.
 Assinatura do psicólogo acima de sua identificação ou do carimbo.
2 – Atestado Psicológico
 2.1. Conceito e finalidade do atestado
 É um documento expedido pelo psicólogo que certifica uma determinada situação ou estado psicológico, tendo como finalidade afirmar sobre as condições psicológicas de quem, por requerimento, o solicita, com fins de:
Justificar faltas e/ou impedimentos do solicitante;
Justificar estar apto ou não para atividades específicas, após realização de um processo de avaliação psicológica, dentro do rigor técnico e ético que subscreve esta Resolução;
Solicitar afastamento e/ou dispensa do solicitante, subsidiado na afirmação 
atestada do fato, em acordo com o disposto na Resolução CFP nº 015/96.
 2.2. Estrutura do atestado
 A formulação do atestado deve restringir-se à informação solicitada pelo requerente, contendo expressamente o fato constatado. Embora seja um documento simples, deve cumprir algumas formalidades:
 a) Ser emitido em papel timbrado ou apresentar na subscrição do documento o carimbo, em que conste o nome e sobrenome do psicólogo, acrescido de sua inscrição profissional (“Nome do psicólogo / N.º da inscrição”).
O atestado deve expor: 
Registro do nome e sobrenome do cliente;
Finalidade do documento;
Registro da informação do sintoma, situação ou condições psicológicas que justifiquem o atendimento, afastamento ou falta – podendo ser registrado sob o indicativo do código da Classificação Internacional de Doenças em vigor;
Registro do local e data da expedição do atestado;
Registro do nome completo do psicólogo, sua inscrição no CRP e/ou carimbo com as mesmas informações; 
Assinatura do psicólogo acima de sua identificação ou do carimbo.
 Os registros deverão estar transcritos de forma corrida, ou seja, separados apenas pela pontuação, sem parágrafos, evitando, com isso, riscos de adulterações. No caso em que seja necessária a utilização de parágrafos, o psicólogo deverá preencher esses espaços com traços.
 
 O atestado emitido com a finalidade expressa no item 2.1, alínea b, deverá guardar relatório correspondente ao processo de avaliação psicológica realizado, nos arquivos profissionais do psicólogo, pelo prazo estipulado nesta resolução, item V.
3 – Relatório Psicológico
 3.1. Conceito e finalidade do relatório ou laudo psicológico
	 O relatório ou laudo psicológico é uma apresentação descritiva acerca de situações e/ou condições psicológicas e suas determinações históricas, sociais, políticas e culturais, pesquisadas no processo de avaliação psicológica. Como todo DOCUMENTO, deve ser subsidiado em dados colhidos e analisados, à luz de um instrumental técnico (entrevistas, dinâmicas, testes psicológicos, observação, exame psíquico, intervenção verbal), consubstanciado em referencial técnico-filosófico e científico adotado pelo psicólogo.
 A finalidade do relatório psicológico será a de apresentar os procedimentos e conclusões gerados pelo processo da avaliação psicológica, relatando sobre o encaminhamento, as intervenções, o diagnóstico, o prognóstico e evolução do caso, orientação e sugestão de projeto terapêutico, bem como, caso necessário, solicitação de acompanhamento psicológico, limitando-se a fornecer somente as informações necessárias relacionadas à demanda, solicitação ou petição.
 3.2. Estrutura
 O relatório psicológico é uma peça de natureza e valor científicos, devendo conter narrativa detalhada e didática, com clareza, precisão e harmonia, tornando-se acessível e compreensível ao destinatário. Os termos técnicos devem, portanto, estar acompanhados das explicações e/ou conceituação retiradas dos fundamentos teórico-filosóficos que os sustentam.
 O relatório psicológico deve conter, no mínimo, 5 (cinco) itens: identificação, descrição da demanda, procedimento, análise e conclusão.
 1.Identificação
 2.Descrição da demanda
 3. Procedimento
 4. Análise
 5. Conclusão
 
 3.2.1. Identificação
 É a parte superior do primeiro tópico do documento com a finalidade de identificar:
	 O autor/relator – quem elabora;
	 O interessado – quem solicita;
	 O assunto/finalidade – qual a razão/finalidade. 
	 No identificador AUTOR/RELATOR, deverá ser colocado o(s) nome(s) do(s) psicólogo(s) que realizará(ão) a avaliação, com a(s) respectiva(s) inscrição(ões) no Conselho Regional.
	 
 No identificador INTERESSADO, o psicólogo indicará o nome do autor do pedido (se a solicitação foi da Justiça, se foi de empresas, entidades ou do cliente).
	 
 No identificador ASSUNTO, o psicólogo indicará a razão, o motivo do pedido (se para acompanhamento psicológico, prorrogação de prazo para acompanhamento ou outras razões pertinentes a uma avaliação psicológica).
 3.2.2. Descrição da demanda
	 
 Esta parte é destinada à narração das informações referentes à problemática apresentada e dos motivos, razões e expectativas que produziram o pedido do documento. Nesta parte, deve-se apresentar a análise que se faz da demanda de forma a justificar o procedimento adotado.
	 3.2.3. Procedimento
 A descrição do procedimento apresentará os recursos e instrumentos técnicos utilizados para coletar as informações (número de encontros, pessoas ouvidas etc) à luz do referencial teórico-filosófico que os embasa. O procedimento adotado deve ser pertinente para avaliar a complexidade do que está sendo demandado.
 3.2.4. Análise
 É a parte do documento na qual o psicólogo faz uma exposição descritiva de forma metódica, objetiva e fiel dos dados colhidos e das situações vividas relacionados à demanda em sua complexidade. Como apresentado nos princípios técnicos, “O processo de avaliação psicológica deve considerar que os objetos deste procedimento (as questões de ordem psicológica) têm determinações históricas, sociais, econômicas e políticas, sendo as mesmas elementos constitutivos no processo de subjetivação. O DOCUMENTO, portanto, deve considerar a natureza dinâmica, não definitiva e não cristalizada do seu objeto de estudo”.
 Nessa exposição, deve-se respeitar a fundamentação teórica que sustenta o instrumental técnico utilizado, bem como princípios éticos e as questões relativas ao sigilo das informações. Somente deve ser relatado o que for necessário para o esclarecimento do encaminhamento, como disposto no Código de Ética Profissional do Psicólogo.
 O psicólogo, ainda nesta parte, não deve fazer afirmações sem sustentação em fatos e/ou teorias, devendo ter linguagem precisa, especialmente quando se referir a dados de natureza subjetiva, expressando-se de maneira clara e exata.
 3.2.4. Conclusão
 Na conclusão do documento, o psicólogo vai expor o resultado e/ou considerações a respeito de sua investigação a partir das referências que subsidiaram o trabalho. As considerações geradas pelo processo de avaliação psicológica devem transmitir ao solicitante a análise da demanda em sua complexidade e do processo de avaliação psicológica como um todo.
 Vale ressaltar a importância de sugestões e projetos de trabalho que contemplem a complexidade das variáveis envolvidas durante todo o processo. 
 Após a narração conclusiva, o documento é encerrado, com indicação do local,data de emissão, assinatura do psicólogo e o seu número de inscrição no CRP. 
	
4 – Parecer
 4.1. Conceito e finalidade do parecer
	 Parecer é um documento fundamentado e resumido sobre uma questão focal do campo psicológico cujo resultado pode ser indicativo ou conclusivo.
 O parecer tem como finalidade apresentar resposta esclarecedora, no campo do conhecimento psicológico, através de uma avaliação especializada, de uma “questão-problema”, visando a dirimir dúvidas que estão interferindo na decisão, sendo, portanto, uma resposta a uma consulta, que exige de quem responde competência no assunto.
 4.2. Estrutura
 O psicólogo parecerista deve fazer a análise do problema apresentado, destacando os aspectos relevantes e opinar a respeito, considerando os quesitos apontados e com fundamento em referencial teórico-científico.
 Havendo quesitos, o psicólogo deve respondê-los de forma sintética e convincente, não deixando nenhum quesito sem resposta. Quando não houver dados para a resposta ou quando o psicólogo não puder ser categórico, deve-se utilizar a expressão “sem elementos de convicção”. Se o quesito estiver mal formulado, pode-se afirmar “prejudicado”, “sem elementos” ou “aguarda evolução”.
 
 O parecer é composto de 4 (quatro) itens:
 Identificação
 Exposição de motivos
 Análise
 Conclusão
 4.2.1. Identificação
 Consiste em identificar o nome do parecerista e sua titulação, o nome do autor da solicitação e sua titulação.
 4.2.2. Exposição de Motivos
 Destina-se à transcrição do objetivo da consulta e dos quesitos ou à apresentação das dúvidas levantadas pelo solicitante. Deve-se apresentar a questão em tese, não sendo necessária, portanto, a descrição detalhada dos procedimentos, como os dados colhidos ou o nome dos envolvidos.
 4.2.3. Análise
 A discussão do PARECER PSICOLÓGICO se constitui na análise minuciosa da questão explanada e argumentada com base nos fundamentos necessários existentes, seja na ética, na técnica ou no corpo conceitual da ciência psicológica. Nesta parte, deve respeitar as normas de referências de trabalhos científicos para suas citações e informações.
 4.2.4. Conclusão
 Na parte final, o psicólogo apresentará seu posicionamento, respondendo à questão levantada. Em seguida, informa o local e data em que foi elaborado e assina o documento.
V – VALIDADE DOS CONTEÚDOS DOS DOCUMENTOS
 O prazo de validade do conteúdo dos documentos escritos, decorrentes das avaliações psicológicas, deverá considerar a legislação vigente nos casos já definidos. Não havendo definição legal, o psicólogo, onde for possível, indicará o prazo de validade do conteúdo emitido no documento em função das características avaliadas, das informações obtidas e dos objetivos da avaliação.
 Ao definir o prazo, o psicólogo deve dispor dos fundamentos para a indicação, devendo apresentá-los sempre que solicitado.
VI - GUARDA DOS DOCUMENTOS E CONDIÇÕES DE GUARDA
Os documentos escritos decorrentes de avaliação psicológica, bem como todo o material que os fundamentou, deverão ser guardados pelo prazo mínimo de 5 anos, observando-se a responsabilidade por eles tanto do psicólogo quanto da instituição em que ocorreu a avaliação psicológica.
 Esse prazo poderá ser ampliado nos casos previstos em lei, por determinação judicial, ou ainda em casos específicos em que seja necessária a manutenção da guarda por maior tempo.
 Em caso de extinção de serviço psicológico, o destino dos documentos deverá seguir as orientações definidas no Código de Ética do Psicólogo.
Os desafios da intervenção psicológica na promoção de uma nova cultura de atendimento do adolescente em conflito com a Lei
Referência: XAUD, Geysa Maria Brasil. Os desafios da intervenção psicológica na promoção de uma nova cultura de atendimento do adolescente em conflito com a lei. 
- O primeiro passo para uma nova cultura foi a maneira de responsabilizar esse adolescente sobre seus atos e seus comportamentos.
- A criança passa a ter o direito das regras legais e sociais, mas responde por elas.
- As novas maneiras de exigir da criança e do adolescente e lhes proporcionar direitos, exigiram reformulações do saber e fazer em 2 dimensões:
1ª Dimensão institucional: criar órgãos próprios que pudessem dar assistência a essa criança ou adolescente em conflito com a Lei. Ex: Delegacias, Promotorias, Juizados e Centros sócio-educativos. 
Essa nova organização incorporou nos Juizados da Infância e Juventude um funcionamento interdisciplinar.
Nesta dimensão existem 2 demandas: 1ª demanda social: são os casos que a criança não será punida pela Lei, mas precisa de um órgão que direcione as questões familiares, as relações interpessoais e a educação para serem oferecidas. Exige o cumprimento das regras sociais para que essa criança consiga se estabilizar. 2ª Demanda judicial: os adolescentes se responsabilizarão diante da justiça pelos seus atos e serão inserido em sistema sócio-educativo.
2ª Dimensão pessoal: nova maneira dos profissionais pensar e agir com as crianças em conflito com a Lei. Mudanças nas crenças e nos valores dos adolescentes quanto dos atores do sistema.
Neste momento visualiza-se a importância do psicólogo no âmbito dos conflitos dos menores de idade.
Anteriormente a divisão das dimensões:
- O Código de Menores (1927 a 1990) buscava excluir os menores, comportamentos desviantes, da sociedade, independente do ato ser de ordem social ou jurídica. Eram empurrados para longe dos olhos sociais.
- Os abrigos eram comparados as prisões convencionais.
- Os adolescentes era divididos em 2 grupos: normais e irregulares (vagabundos, abandonados, infratores).
- O psicólogo neste momento tinha uma prática sem compromisso, pois o Juiz era quem determinava, sozinho, o destino do adolescente.
Divisão das dimensões com o ECA (8.069/90)- as crianças passam a ter os mesmos direitos que os adultos e a responder judicialmente pelos seus atos.
- Doutrina da Proteção Integral: objetivo era oferecer um caráter civilizatório.
- O psicólogo neste momento é o interlocutor entre a instituição e o adolescente. Usa argumentos para sensibilizar o adolescente para o processo sócio-educativo.
- O psicólogo buscará elaborar os seguintes movimentos no adolescente: 1º negar-se enquanto indivíduo para reconhecer-se no grupo social; 2º negar o grupo social para reconhecer-se como indivíduo singular.
- O psicólogo busca a aproximação e o comprometimento da família com o adolescente em conflito.
- O psicólogo busca desenvolver a capacidade resiliente no adolescente, ou seja, investigar as pressões que pesam sobre aquele adolescentes e proporcionar-lhe alguma forma de alivia-las.
Contexto Garantista a partir do ECA: favorecer mudanças nas dimensões social e institucional, contribuindo para o adolescente em conflito com a Lei, o direito ao convívio familiar, comunitários e social.
- Os direitos a profissionalização e escolarização são garantidos aos adolescentes que se encontram internados, por serem considerados indivíduos na fase do desenvolvimento.
- Abandono neste momento do caráter moralista, do preconceito e da discriminação. Crenças essas consideradas da velha prática. Ex: “ Não tem jeito”. Pág.95 (1º parágrafo).
- A escuta não fica voltada para o subjetivo e sim para o objetivo, ou seja, para o que é dever e direito desse cidadão em conflito com a Lei.
Psicólogo na Vara de Infância e Juventude
- Participar, quando determinado, de audiências para esclarecer aspectos técnicos em Psicologia;
- Realizar acompanhamento psicológico de adolescentesinseridos em programas ligados a Vara da Infância e Juventude, quando solicitado;
- Realizar visitas domiciliares e/ou visitas institucionais, quando necessário ou designado pelo Juiz;
- Assessorar autoridades judiciais no encaminhamento a práticas psicológicas e médicas específicas, quando necessário;
- Participar de reuniões de equipe para discussão de casos e procedimentos técnicos quando necessário;
- Contribuir para criação de mecanismos que venham agilizar e melhorar a prestação do Serviço;
- Participar da elaboração e execução de programas sócio-educativos destinado a crianças em situação de risco;
- Atuar em pesquisa e programas de prevenção à violência;
- Oferecer supervisão, treinamento e avaliação aos estagiários de Psicologia que prestam serviço a Vara da Infância e da Juventude;
ECA e medidas socioeducativas:
Advertência - Consiste na admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada (art. 115 do ECA). Seu propósito é alertar o adolescente e seus genitores ou responsáveis para os riscos do envolvimento no ato infracional. Para sua aplicação, basta prova de materialidade e indícios de autoria.
Obrigação de reparar o dano - Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade judiciária poderá aplicar a medida prevista no art. 116 do ECA, determinando que o adolescente restitua a coisa, promovendo o ressarcimento do dano, ou outra forma compense o prejuízo da vítima.
Prestação de serviços à comunidade – Medida sócio-educativa prevista no art. 112, III e 117 do ECA, consiste na prestação de serviços comunitários, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como programas comunitários ou governamentais.
Liberdade assistida – Entre as diversas fórmulas e soluções apresentadas pelo Estatuto, para o enfrentamento da delinquência juvenil, a medida sócio-educativa da Liberdade assistida se apresenta com grande relevância, em virtude da possibilidade do adolescente cumpri-la junto à família, porém com o controle sistemático do Juizado da Infância e da Juventude.
Inserção em regime de semiliberdade - Por semiliberdade, como regime e política de atendimento, entende-se como medida sócio-educativa destinada a adolescentes infratores que trabalham e estudam durante o dia e à noite recolhem-se a uma entidade especializada. Existem dois tipos de semiliberdade: o primeiro é aquele determinado desde o início pela autoridade judiciária, através do devido processo legal; o segundo caracteriza-se pela progressão de regime (o adolescente internado é beneficiado com a mudança de regime, do internato para a semiliberdade).
E a medida sócio-educativa de internação que é a mais severa de todas as previstas no Estatuto, por privar o adolescente de sua liberdade. Deve ser aplicada somente aos casos mais graves, em caráter.
O CASE,(centro de atendimento Sócio-Educativo)  é o lugar onde é cumprido o art. 121 do ECA, a internação como sexta e ultima medida para os jovens infratores, os jovens que ali se encontram são praticamente desconhecidos pela sociedade,  A internação de um menor infrator não é aprovada por crimes como roubar um par de tênis. No Case, estão os jovens que cometeram assassinatos, estupros, roubos seguidos de morte e tráfico de drogas. 
O papel do psicólogo jurídico na violência intrafamiliar: possíveis articulações
Definição de violência doméstica: é a violência, explícita ou velada, praticada dentro de casa, usualmente entre parentes (marido e mulher). Inclui diversas práticas, como a violência e o abuso sexual contra as crianças, violência contra a mulher e contra o homem, maus-tratos contra idosos, e a violência sexual contra o parceiro. 
Mesclam fantasia e realidade
As variáveis culturais e psíquicas dificultam o tratamento desse problema.
Tipos de violência:
Pode ser dividida em violência física — quando envolve agressão direta, contra pessoas queridas do agredido ou destruição de objetos e pertences do mesmo;
 violência psicológica — quando envolve agressão verbal, ameaças, gestos e posturas agressivas; 
violência sócio-econômica, quando envolve o controle da vida social da vítima ou de seus recursos econômicos. Também alguns consideram violência doméstica o abandono e a negligência quanto a crianças, parceiros ou idosos.
Não retrata somente os laços consangüíneos, mas as relações que são construídas e efetuadas.
O psicólogo tenta definir dentro desses atos os processos inconscientes que geram a ação.
Questionamentos sobre a intervenção do psicólogo na violência doméstica/intrafamiliar:
Qual é o limite entre a proteção aos direitos da criança e o respeito a convivência familiar?
Que nível de violência intrafamiliar justifica a intervenção?
Em que circunstâncias afastar uma criança de seus pais biológicos pode representar um benefício?
Considerações
O que se deve considerar é que a família está doente; precisa de apoio no presente.
A sociedade deve ter medidas de prevenção, medidas de punição aos agressores e de reestruturação dos mesmos.
Ambos os indivíduos são agredidos (agressor (punido e deslocado da família para outro lugar)).
As instituições jurídicas, policiais e educacionais não contam com sistemas de diagnósticos para tratamento.
Exigência do exame do corpo delito sem instrumentos para realização do mesmo.
Falta de condições materiais e formação técnica.
Falta de proteção do Estado ao abusado.
Reabilitação de ambas as partes
Instituições que dão suporte a prevenção e a reabilitação desses indivíduos: associação de moradores, igreja, movimentos sociais, escolas e universidades.
Sistema jurídico é irreflexivo (puni, mas não reflete sobre).
Psicólogo na Vara de Família
O psicólogo solicitado pelo juiz da Vara de Família, quando atua como perito num processo de disputa de guarda, fica limitado a subsidiar a decisão judicial quanto à incumbência pela guarda dos filhos. Para tal, elabora laudo pericial baseado no diagnóstico individual da psicopatologia manifesta e incipiente do casal parental e das crianças (MACHADO; CORREA,1999). 
Mediação na Vara de Família:
Mediação Familiar
Segundo Almeida (1999), a mediação é uma prática social cujo objetivo é o estabelecimento ou restabelecimento da comunicação e de relações que podem ser enriquecedoras para as pessoas, ela pode ou não lidar com as situações de conflito e não ajuda somente a comunicação pelas partes, mas também os dois sistemas que estão interagindo: a família e o Judiciário. 
Essa prática social deve ser fundamentada teórica e tecnicamente, por meio da qual uma terceira pessoa, que seja treinada e neutra na situação, ensina às partes que estão em disputa, a buscarem recursos pessoais para conseguirem transformar o conflito (BARBOSA, 1999).
A criança no processo de litígio:
O litígio causa uma intensa crise emocional a todos da família, principalmente se não há consenso sobre a guarda. Os filhos por sua vez, podem se tornar objeto de posse, causando um desgaste emocional fortíssimo, pois na quebra do contrato matrimonial, muitas vezes é esquecido o compromisso parental e a família a qual oferecia proteção contra os perigos externos, parece desmoronar, podendo transformar o mundo da criança, em um mundo mais ameaçador e inseguro (BRITO; NERY, 1999).
Síndrome de alienação parental
Há também a manipulação das crianças para obter maior êxito no resultado da separação, a área familiar passa a transfigurar as dificuldades sociais, de relacionamento e imaturidade diante do processo litigioso (SANGALLI, 1999). Essas situações de manipulação são chamadas de Alienação Parental ou Síndrome da Alienação Parental, processo do qual foi estudado pelo psiquiatra norte americano Richard Gardner:
 [...] A alienação parental é um processo que consiste em programar uma criança para que odeie um de seus genitores (o genitor não- guardião) sem justificativa, por influência do outro genitor (o genitor guardião),com quem a criança mantém um vínculo de dependência afetiva e estabelece um pacto de lealdade inconsciente. Quando essa síndrome se instala, o vínculo da criança com o genitor alienado (não-guardião) torna-se irremediavelmente destruído (GARDNER, 1998 apud SILVA, 2008, p. 24). 
A alienação parental é um termo genérico que reúne várias situações distintas. Ela corresponde à relação particular de um ou vários filhos com somente um dos dois genitores. Sobrepõe-se também a casos de sequestro parental ou de alcoolismo, abuso sexual, maus-tratos ou negligência por parte do genitor de quem as crianças estão cortadas. Em certos casos, esta alienação se justifica totalmente e se constitui até no único modo de preservação mental da criança (GOUDARD, 2008).
E a SAP (Síndrome da Alienação Parental), é uma patologia psíquica grave, da qual acomete o genitor que tem o desejo de romper o vínculo da criança com o outro e a manipula afetivamente para conseguir efetuar seu objetivo (SILVA, 2008).
A separação
A separação e o consequente divórcio não são um evento, mas sim um processo de transição. A adaptação dos filhos depende da qualidade e quantidade do contato com o genitor que não detém a guarda, do ajustamento psicológico do que detém a guarda e de sua capacidade de cuidado, do nível de conflito conjugal, das dificuldades socioeconômicas e de fatores estressores que incidiram sobre a vida familiar.
Diferentes tipos de guardas
Guarda conjunta ou compartilhada: o filho mora com um dos pais, que tem a guarda física, porém, os direitos e deveres em relação ao menor são conjuntos.
É um chamamento dos pais que vivem separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental, como faziam na constância da união conjugal.
É de suma importância que a guarda compartilhada venha a ser aplicada de forma correta, pois assim, ameniza vários prejuízos graves que as crianças de pais separados adquirem, além de ajudar as crianças que atualmente são “órfãos de pais vivos”, das quais têm seus vínculos destruídos com o genitor não guardião pela síndrome da alienação parental (SAP). 
Os sentimentos de abandono e desapego ao genitor ausente fazem com que essas crianças apresentem sintomas psicossomáticos ou psicológicos desta perda. A guarda compartilhada torna-se um sistema parental que melhor atende as necessidades da criança, dentro do processo de separação, pois não há perdas de referências e dificuldades de relacionamento. (SILVA, 2008).
Guarda física: o filho passa um período na casa da mãe e outro na casa do pai.
Guarda alternada: a criança muda de casa em períodos iguais ou pré-estabelecidos.
Guarda unilateral: um dos pais possui a guarda e o outro o direito à visitas.
Guarda unilateral temporária: um dos pais cede a guarda por razão específica durante um período, depois, pode solicitá-la outra vez. 
O psicólogo e a Vara Criminal
Perito psicólogo: faz análise da sanidade mental do criminoso.
Psicologia Penitenciária ou Carcerária: estudos sobre reeducandos, intervenção junto ao recluso, prevenção de DST/AIDS em população carcerária, atuação do psicólogo, trabalho com agentes de segurança, stress em agentes de segurança penitenciária, trabalho com egressos, penas alternativas (penas de prestação de serviço à comunidade).
Trabalho do psicólogo no presídio:
1.   Entrevista inicial: Abordagem feita tanto pelo serviço de psicologia quanto pelo serviço social;    essa entrevista é realizada em média 05 dias após o ingresso do indivíduo no Presídio, colhem-se dados de identificação, saúde, dinâmica familiar, envolvimento com drogas, experiências com o trabalho. Realizam-se orientações no sentido de informar-lhe qual o funcionamento do Estabelecimento, seus direitos, as regras, quais os serviços oferecidos, as formas de contato com os outros serviços, visitas familiares.  Abre-se um prontuário. 
2.   Entrevista de orientação: É o nome dado a entrevista de acompanhamento do interno durante sua estada no Presídio, é um procedimento também feito pelo serviço social, o recluso solicita a entrevista através de um memorando (bilhete), que encaminha a um dos serviços, via de regra, busca orientação quanto a sua saúde, sua família, sua situação jurídica, dificuldades de convívio, dificuldades de ordem pessoal. E quando a solicitação não é da competência do serviço, encaminha-se ao setor adequado. É nessa entrevista, quando um vínculo de confiança se estabelece, que se propõem a orientação psicológica, quando há a predisposição do sujeito.
3.   Orientação Psicológica: este atendimento que tem um caráter terapêutico mais específico, vai atender às solicitações do sujeito, nos seus aspectos mais individuais, quando ele se dispõe a tentar compreender, junto com o psicólogo, a sua subjetividade, a sua singularidade. Este serviço também é oferecido em casos de soropositividade para o HIV, em sintomas de síndrome de abstinência, na fase que chamamos de saturação, que se referem àquelas pessoas que têm diversas passagens pelo sistema, e se dispõem a refletir sobre porque isso acontece, e aqueles que estão prestes a sair e se angustiam com a expectativa e com o medo do retorno.
4.   Grupos de Convivência: com objetivo de promover a interação dos sujeitos, bem como estabelecer relações que possibilitem a reflexão sobre aspectos referentes à dignidade, autoestima, respeito por si e pelo outro, cidadania, participação política, favorecendo a vida em comunidade.
5.   Atendimento familiar: atividade desenvolvida através de encaminhamentos do serviço social, com objetivo de manutenção do vínculo familiar.
ATIVIDADES
 1
Estudo de caso : Sujeito D, 30 anos, sexo masculino, 1º grau completo, solteiro e detido em Instituição de Segurança Máxima, enquanto aguarda a conclusão do Laudo Médico-pericial e Julgamento.
Apresentação jurídica dos fatos: O sujeito D matou a jovem S, por motivo desonesto, meio cruel agindo com fingimento, precedidos da prática de atos libidinosos e seguidos de desprezo e ocultação ao cadáver.
Apuração psiquiátrica: apresentou dificuldades na fala até os 06 anos de idade., terrores noturnos e pesadelos a partir dos 12-13 anos. Desmaio aos 11 anos sem causa aparente. Quedas acidentais atropelamento por motocicleta. Vida escolar irregular, por repetência e troca de várias instituições escolares com indícios de razoável grau de indisciplina. Vida laborativa ativa desde os 14 anos, com dificuldade de adaptar-se as normas do trabalho. Residiu em alguns trabalhos devido a sua relação desarmônica com a família. Prestou serviço militar por 2 anos, mas por problemas de indisciplina desacreditaram sua meta. Nenhuma relação duradoura com amigos, familiares e namoradas. Tabagista e nega o uso de drogas.
Um dos seus 3 irmãos, teve envolvimento com a polícia (furto). Prima paterna com surtos psicóticos de natureza esquizofreniformes. Avô materno muito violento.
Apuração psicológica: criança ágil, arteira, muito ativo, vivia ao ar livre, elétrico, de fazer muita coisa ao mesmo tempo, o mais arteiro dos irmãos. Memórias afetivas pouco precisas. Se sente enraivecido pela obrigação que tinha em assistir ao curtume (matar bois). Gostava de dançar e dublar Michael Jackson, referindo acentuada flexibilidade corporal. Boa adaptação na escola, marcada dificuldade de alfabetização e aprendizagem. Tinha como meta ser famoso. Queria ser famoso além da realidade do poder do ser humano. Não tinha controle sobre a euforia, só a conseguia saciar quando satisfazia a solicitação da mente e do corpo.
Estudo de caso 2: No ginásio de esportes realizavam-se atividades esportivas com alunos/adolescentes do Colégio Estadual 'Professor Germano Wagenführ'. O denunciado, responsável pela cantina/lanchonete existente no local, permitiu que o adolescente A., de quinze (15) anos de idade, comprasse um copo de 'vodka' com coca cola, bebida esta, conhecida como 'cuba', cujo componente principal, é o álcool. O menor pagou pela mesma quantia R$ 6,00 (seis Reais).
Em seguida, o adolescente,de posse da referida bebida alcoólica, distribuiu a mesma entre os seus amigos, todos adolescentes, sendo que, ingeriram a mesma..., de dezessete (17) anos de idade; .... de quinze (15) anos de idade; .., de dezesseis (16) anos de idade; o próprio menor..., e ainda .... de quinze (15) anos de idade.
Importante ressaltar que, foi apurado ainda que, para que um adolescente pudesse adquirir/comprar bebida alcoólica naquele local, bastava 'pedir e pagar’, sendo que então, o denunciado a entregava".
Estudo de caso 3: O ato criminoso sob investigação de ter sido praticado trata-se de estupro (Marli) e atentado violento ao pudor (Alcione). Na leitura do parecer médico-legal não se destacou o local do sinistro sob suspeita, no entanto pelas circunstâncias expostas deduz-se que o ato tenha ocorrido na própria residência da família, na localidade de São Martinho Município de Aurora. Os atos foram relatados por Marli a sua mãe em março de 1981. O suspeito pelos atos criminosos é GOSVIN, Z, pai de Marli, Alcione e Eliana. O pai, certamente, aproveitou-se de sua autoridade paterna, bem como da submissão de suas filhas para praticar os atos criminosos. 
O histórico é duvidoso carece de informações precisas, contradições e sentimentos. O ato em si, o local e os dados foram relatados de maneira insuficiente. O fato de Marli já ter tido conjunção carnal não serve de álibi para excluir a suspeita, conforme consta no parecer. Depois de determinado lapso temporal é impossível precisar a quanto tempo o ato sexual foi praticado. O fato de não ter sido a primeira denúncia que o acusado sofre de tais atos e narrados, da mesma maneira, é intrigante. Certamente a mulher vendo que poderia prejudicar fortemente sua família, colocando-a sob perigo, retratou-se da primeira denúncia quando acusou seu marido de estupro contra sua outra filha Eliana. Igualmente, é grande a possibilidade de que IRMA tenha se retratado justamente por estar sob coação. Testemunhos de Eliana auxiliariam na constatação deste fato. Percebe-se que exames para a verificação de crimes sexuais são de difícil comprovação via laudo pericial, cuja única finalidade é de aferir se houve ou não relação sexual. In casu, a vítima não era mais virgem, fator este que potencializa a incerteza quanto ao fato-crime, tornando o laudo mero instrumento de relato de circunstâncias superficiais que se restringe à análise temporal da ocorrência das últimas relações sexuais. Na maioria das vezes os crimes de estupro ocorrem por meio de grave ameaça, apercebida por meio dos depoimentos e testemunhos prestados ao decorrer do procedimento inquisitorial ou do trâmite processual. Na verdade este é o único instrumento do qual o perito pode-se valer para verificar a efetiva ocorrência do estupro, mormente por grave ameaça.
Identifique as áreas de atuação do psicólogo que poderiam dar suporte ao caso apresentado acima. Explique a relação da área escolhida com o caso apresentado.
Conceitue de forma dissertativa a Psicologia Jurídica?
Quais são os papéis do psicólogo nas diversas áreas de atuação da justiça. Explique-as.
2
Caso 1: Jorge , está sendo acusado de matar o próprio filho, que foi encontrado morto, nos dia 28 de março de 2010, dentro do seu próprio quarto, na casa onde morava com seus pais. 
Caso 2: João, foi condenado a cumprir 3 anos de prisão, em regime fechado, por ter praticado 3 assaltos a mão armada, em grandes bancos da cidade Paulista. Nos assaltos, 3 pessoas ficaram baleadas e 2 pessoas morreram. João está no seu segundo mês no presídio e tem apresentado descontroles emocionais freqüentes, que tem afetado a relação interpessoal dentro da sua cela. 
Caso 3: Patrícia, foi condenada a cumprir 1 ano e 2 meses de prisão, em regime fechado, sendo que a mesma encontra-se grávida de 5 meses, tendo apenas 19 anos, sem nenhuma experiência como mãe, anteriormente a esta gravidez. Mesmo assim, Patrícia tem se mostrado equilibrada e cooperativa para com as outras detentas que se encontram na mesma situação
Caso 4: Crianças e adolescentes de um abrigo tem apresentado muitas queixas em relação as inseguranças sobre a vida e o encontro de uma família substituta. A presente situação tem trazido inquietações aos profissionais deste espaço, pois não conseguem articular o problema com a situação e manter o equilíbrio emocional dessas crianças. Caso 5: Maria foi violentada pelo marido e procurou a polícia não com o intuito de prestar queixa, mas de saber quais são os apoios que ela pode encontrar em programas do governo em relação as mulheres que são agredidas. 
Caso 6: O juiz, da Vara Criminal, solicitou um psicólogo para avaliar o presente caso. Alfredo já praticou 3 estupros a menores de idade, seguidos de permanência destas meninas em cativeiro. O juiz não consegue identificar se Alfredo tem desvio de conduta, problemas orgânicos ou psicopatológico. 
Caso 7: Os Conselheiros do Conselho Tutelar do município XXXXX tem apresentado as seguintes queixas. Muitos pais chegam ao conselho tutelar, com filhos que se apresentam desde cedo, envolvidos com o tráfico de drogas ou o próprio vício das drogas, sem saber quais procedimentos devem ser tomados.
Caso 8: Fábio está há 3 meses preso, esperando o julgamento, sobre o assassinato da sua ex mulher. Fábio tem apresentado comportamentos violentos e libidinosos em relação aos outros detentos. O psicólogo na penitenciária foi chamado para intervir no caso. 
Diante dos casos expostos, aponte quais são os papéis que o psicólogo deve desempenhar nas presentes situações. Justifique suas escolhas.
3
Identifique o tipo de violência gerado em cada caso abaixo e explique porque esse tipo foi escolhido para ser relacionado com a situação.
Art. 7o  São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
A- "Paciente relata que brigou com o namorado e este, então, a empurrou contra um ônibus, fazendo com que ela fosse atropelada (sua face foi atingida)".
B- "Paciente relata que mora com um companheiro alcoólatra, que havia bebido muito e tentou bater nela. Ela o afastou e estava sentada no sofá vendo TV. 
C- "Paciente grávida de oito meses relata que o marido a abandonou desempregada e com o filho para criar.(...)".
D- "Relata que, como o seu marido não dormiu em casa, ela foi no trabalho dele para tirar satisfação, e ele começou a discutir com ela e a xingar na frente dos colegas de trabalho".
E- "Paciente relataque estava em casa, começou a discutir com o marido, pois ele estava debochando do seu filho mais velho. Falava que não gostava dela nem deste filho, que só gostava do filho mais novo".
F- "A paciente relata que o marido chegou em casa embriagado, agressivo, xingando-a. Em seguida, deu um soco forte no seu ouvido e muitos pontapés".
G- "Relata que largou o emprego para morar em uma outra cidade com o marido e chegando lá, depois de um tempo, o marido começou a trai-la com outras mulher. Ele se separou dela e a deixou sem a família e sem dinheiro para voltar para sua casa".

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