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Dosimetria Simplificada (Arnaldo Bruno Oliveira)

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MAGISTRATURA ESTADUAL (Grupo de Estudo) 
https://www.facebook.com/groups/222528931228108/ 
 
DOSIMETRIA DA PENA SIMPLIFICADA 
(Material voltado para a sistematização do conteúdo) 
 
Tendo em vista a complexidade do tema e a resumida literatura específica 
sobre o assunto, o presente material visa sistematizar as informações mais relevantes a 
serem observadas no sistema trifásico adotado pelo Código Penal brasileiro. Sem 
pretensão de ser elucidativo sobre a base penalista necessária, é um trabalho voltado aos 
que já possuem alguma prática com sentença penal, notadamente, no nível exigido pelos 
concursos públicos em suas provas práticas (sendo este o público-alvo). Ao final é 
apresentado um modelo padrão a ser seguido com os institutos a serem observados pelo 
magistrado na sentença penal condenatória de forma organizada e voltada para melhor 
assimilação global do conteúdo. Neste resumo foi tomado o devido cuidado em 
observar os espelhos apresentados pelas bancas nas provas práticas em busca de um 
esgotamento de possíveis pontos a serem atribuídos ao dispositivo (que em algumas 
TJ`s foi a parte da sentença de maior pontuação) - o padrão adotado segue a linha 
CESPE/UNB. Procurou-se abordar aspectos legais, doutrinários e jurisprudências, sem 
descuidar da necessidade de se observar a realidade de uma prova prática de concurso. 
 
Imperatriz/MA, 15/02/2014. 
 
Arnaldo Bruno S. Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1º Fase (Circunstâncias Judiciais) 
 
1 – Art. 59, circunstâncias judicias. 
Discricionariedade do magistrado na aplicação da pena base. O juiz terá que motivar a 
pena. Na segunda e terceira fase quem dá a carga valorativa é o legislador. Na 1º fase é 
o juiz. 
2 – Quais os limites para dosagem da pena base? 
Art. 53 CP; Art. 59, II, CP. A pena base obrigatoriamente deverá ser estabelecida 
entre o mínimo e o máximo. 
3 – Qual o ponto de partida? 
Pena mínima em abstrato. (Posicionamento dos Tribunais Superiores) 
4 – As circunstâncias judiciais do art. 59 deverão ser analisadas individualmente? 
Sim! De forma simultânea. 
Princípio da paridade de armas, assim como o réu precisa saber o fundamento das 
valorações negativas, o MP ou o querelante também devem conhecer o motivo das 
valorações benéficas ao réu. 
5 – Cada crime é imputado com sua pena base. Cada condenação gerará sua pena 
base. 
Analisar as circunstâncias judicias uma única vez, apesar de crimes diversos 
(antecedentes, conduta socail, personalidade – direito penal do autor). A pena base é 
uma mescla de direito penal do autor e direito penal do fato. (Exemplo de análise fática: 
“o motivo do crime X”... “Percebe-se que a vítima não contribuiu para a prática do 
crime...” - análise conjunta). 
6 – Forma de apresentação da circunstância: 
6.1 Favorável. (+) 
6.2 Desfavorável. (-): em efeitos práticos equivale-se a uma postura neutra, não 
movimentação da pena. 
6.3 Neutra. (0): quando não tem elementos para valorar a circunstância; quanto tem 
que se evitar o bis in idem (próprio do tipo ou em caso atenuante e agravante, caso de 
aumento ou diminuição). Quando a circunstância se mostrar de outra fase, deve-se 
deixar para valorar no momento posterior do sistema trifásico. 
7 – Reconhecimento x Valoração (observar a diferença entre reconhecer em uma 
fase e valorar na seguinte) 
Ver S. 241 STJ. 
8 – Exasperação da pena-base: 
8.1 Circunstâncias judiciais desfavoráveis movimentam a pena - quando valoradas (+). 
9 – É possível se compensar circunstâncias judiciais? 
Não! Apenas uma desfavorável já retira a pena-base da mínima. 
CÁLCULO DA PENA BASE 
“Segurança jurídica dos julgados”. Os Tribunais Superiores ao longo do avanço 
jurisprudencial trouxeram critérios não absolutos, mas norteadores do cálculo da pena-
base. 
Segurança Jurídica e Proporcionalidade. 
Critério ideal de 1/8 (calculado sobre o intervalo da pena mín. e máx.) segundo a 
jurisprudência. (Como regra geral) 
Não colocar o cálculo de 1/8 na prova... Pois é criação da jurisprudência, deve servir 
como parâmetro e não como valor fixado. De acordo com a gravidade das 
circunstâncias pode-se ultrapassar o padrão de 1/8. Depende do caso concreto. Não se 
trata de critério absoluto. 
Existe uma circunstância judicial que não poderá atuar para exasperar a pena base: 
o comportamento da vítima (cautela, negligência ou provocação). 
Verificar art. 67, CP (este artigo refere-se à segunda fase, entre atenuantes e 
agravantes). 
A corrente que prepondera nos Tribunais Superiores é a que defende não existir 
preponderância entre as circunstâncias, apesar da última, comportamento da 
vítima, não ser usada contra o réu. Como o critério de 1/8 não é absoluto, nada 
impede que o juiz no caso concreto possa aplicar a pena no máximo, apesar da 
peculiaridade desta última circunstância. 
Essa regra aplica-se a toda parte especial do CP e de leis penais extravagantes, 
desde que não exista disposição em contrário. 
Observação: Lei de drogas, art. 42, preponderância: natureza, quantidade da 
substância ou produto, a personalidade e a conduta social do agente. Aplicável na 
dosimetria da pena base para qualquer crime relacionado à Lei de drogas. Natureza e 
quantidade é avaliado como “objeto” do crime, inserido em “circunstâncias do 
crime”. 
Para a Lei de drogas, conduta social, personalidade e circunstâncias do crime, por força 
do art. 42 são circ. preponderantes. Terão valor maior que as restantes. Cada circ. 
continuará valendo 1/8. Para a lei de drogas, o comportamento da vítima (seu 1/8) 
deve ser dividido entre as preponderantes da Lei de Drogas (essa é uma 
peculiaridade a ser observada). 
Maus antecedentes e Reincidência entram para todos os crimes imputados ao réu (na 
avaliação conjunta dos crimes em concurso) quando presentes, pois são avaliados 
individualmente (situação peculiar de cada réu). 
 
2º Fase (atenuantes e agravantes) 
 
Ver S. 231 STJ: As circunstâncias atenuantes não podem conduzir a pena abaixo do 
mínimo legal. Por interpretação analógica extensiva (da jurisprudência) também 
não podem ficar acima do máximo estabelecido, o que só é permitido na 3º fase. Esse 
entendimento quanto à primeira fase é disposição legal. Quanto à segunda fase é 
aplicação jurisprudencial. 
Se existe uma atenuante ou agravante e é causa de aumento ou diminuição de pena. 
Deve-se reconhecer em ambas as fases, mas a valoração é dada na fase posterior. 
Art. 65, I, CP: menoridade (na data do fato), os tribunais diferenciam capacidade de 
maturidade – a lei civil não revogou a lei penal neste ponto (permanece vigente o 
parâmetro de 21 anos, em que pese a mudança na legislação civil da maioridade para 
18, a doutrina segue chamando esta atenuante de “menoridade”). A idade do 
septuagenário é apurada na data da sentença. O Estatuto do Idoso não visa 
beneficiar o idoso infrator, portanto prevalece o entendimento de 70 anos no CP 
(não alterado para 60 pela legislação e cunho civil). Quando o Tribunal confirma 
punição de um réu de 71 anos, mas este tinha 68 anos na época da sentença, não incide 
o benefício - o que vale nesta atenuante é a idade na data da sentença. No entanto, 
entende a doutrina que se o réu de 68 anos é absolvido na sentença e o tribunal 
reforma o julgado, é válido o benefício. 
Circunstância atenuante pode ser reconhecida de ofício? Caso seja uma agravante, 
é possível? 
O juiz deve reconhecer a circunstância atenuante. Com relação a agravante, art. 385 
CPP, segunda parte: o juiz também pode reconhecer de ofício as agravantes. O 
acusado defende-se dos fatos e não da tipificação penal atribuída. Só poderá 
reconhecer se o MP tiver aditado a denúncia. HC 70407 RJ. Ou seja, é possível na 
agravante, desde que narrada na denúncia ou constardo aditamento, “ainda que 
tipificada erroneamente”. 
O ônus da prova da idade do acusado é de sua responsabilidade. S. 74 STJ: “para 
efeitos penais o reconhecimento da menoridade do réu requer prova hábil”. 
(qualquer documento oficial - tese também aplicável ao septuagenário) 
S. 75 STJ. 
Art. 115 CP – Art. 65, I, CP. 
Art. 65, III, d), CP (confissão espontânea): Confissão espontânea x Confissão 
voluntária (ambas são atenuantes, art. 65, III, d, e art. 66). Os tribunais dizem que 
todo ato de confissão perante o juiz será confissão espontânea. No entanto, se 
surgirem elementos que indiquem confissão voluntária, o juiz deve levar em 
consideração e não aplicar o benefício. Deve usar o art. 66, atenuante inominada, 
circunstância relevante. (Exemplo de confissão voluntária, mas não espontânea, que se 
retrata em um contexto fático: “- Estou confessando porque o advogado pediu...”). 
A autoridade poderá ser o juiz, o delegado de polícia e até mesmo o MP em uma fase 
extrajudicial. Se o agente confessa o crime no inquérito e confessa em juízo, em 
sendo condenado fará jus a atenuante. Se na fase de inquérito nega o crime e em 
juízo se retrata e confessa, merecidamente fará jus à atenuante. Quando ele confessa no 
inquérito e nega o crime em juízo, vindo o juiz a condenar, o réu faz jus à atenuante? 
Depende... Como regra geral, quem confessa em inquérito e nega em juízo, perde o 
direito a atenuante. Por outro lado, existe exceção: se o juiz na sentença condenatória 
levar em consideração como um dos elementos para condenação do réu aquela 
confissão em sede de inquérito, deverá reconhecer a atenuante. (ver art. 155 CPP – 
“teoria do livre convencimento motivado”). 
Ver inf. 501 STF. 
Na confissão qualificada (quando o agente admite a prática do crime mas alega em seu 
favor uma excludente de ilicitude ou de culpabilidade) em caso de condenação, existiria 
a atenuante ? 
Para o STJ a confissão qualificada não gera atenuação da pena. Para o STF a 
confissão qualificada gera direito a atenuante. 
Art. 61, I (reincidência): 
Quem é reincidente possui maus antecedentes. Nem todo mundo que possui maus 
antecedentes é reincidente. O conceito de reincidência está no art. 63 CP, verifica-se a 
reincidência quando o agente comete o novo crime depois de transitar em julgado a 
sentença que o tenha condenado no país anterior. (conceito de réu tecnicamente 
primário). 
Crime + Crime = Reincidência 
Contravenção Penal + Crime = Não reincidência. 
Contravenção + Contravenção (art. 7º LCP) = Reincidência. 
 
CASOS ESPECÍFICOS: 
- Sentença extintiva da punibilidade por prescrição da pretensão punitiva não gera 
reincidência. 
- Sentença extintiva da punibilidade por prescrição da pretensão executória, poderá 
gerar reincidência. 
- Sentença que concede perdão judicial não gera reincidência (art. 120 CP). 
- Anistia e abolitio criminis não gera reincidência. No entanto, indulto não impede os 
efeitos da reincidência. 
- Transação penal e suspensão condicional do processo não gera reincidência. 
- Crimes militares próprios e crimes políticos não geram reincidência. 
- Réu reabilitado continua sujeito aos efeitos da reincidência durante o prazo depurador, 
prazo prescricional (contado da extinção da pena, exceção ao prazo do livramento 
condicional ou do sursis penal, quando não ocorra revogação), de cinco anos. 
Ver art. 64, I, CP. 
O documento para comprovação de antecedente criminal ou reincidência é a 
certidão cartorária. 
Folha de antecedente criminal trazida para o processo pode ser considerada como 
comprovante de antecedentes? 
O STF, atualmente, entende que se a folha tiver todos os elementos necessários para se 
verificar os antecedentes ou a situação de reincidência, ela serve como comprovação. 
Ver Súmula 241 STJ. 
Cada agravante e cada atenuante equivale a 1/6, segunda fase do sistema trifásico. 
Ver. Art. 33, 4º 
PENA INTERMEDIÁRIA OU PROVISÓRIA 
 
Dosimetria da pena na segunda fase. 
Proporcionalidade / Segurança Jurídica., 
S. 231 e S. 241 STJ. 
Princípio da paridade de armas. 
Patamar de 1/6 para cada atenuante e agravante. (cada uma corresponde 1/6) 
Um sexto será em cima da pena base ou do intervalo da pena em abstrato, 
observado o que for maior... 
Concurso entre atenuantes e agravantes, a pena deverá aproximar-se do limite das 
circunstâncias preponderantes: motivo, reincidência, personalidade – art. 65, I, CP - 21, 
70 anos. (art. 67). Critério próprio da segunda fase. 
Posição atual do STF (em análise ao art. 67, CP): 1º preponderante (personalidade do 
agente – menoridade e septuagenário), 2º preponderante (motivo do crime – pode 
atuar como atenuante ou agravante: crime cometido por relevante valor social/moral, 
motivo torpe, motivo fútil, não se reconhece concurso de motivos, ou um ou outro), 3º 
preponderante (reincidência – agravante). 
Confissão não é circunstância preponderante, nem faz parte da personalidade do agente. 
1º hipótese: Concurso entre atenuante e agravante que estão no art. 67, CP: 
Exemplo: no confronto entre menoridade e reincidência, a primeira prepondera (uma 
contra outra, apenas, 1 x 2, não). Sendo assim, a pena neste caso deverá ser atenuada. 
No entanto, a circunstância que vem em sentido contrário tira força da que prevalece. 
1/6 da atenuante da menoridade x 1/6 da agravante = prevalece atenuação de 1/12 em 
favor da menoridade. No confronto a vencedora sempre prevalecerá com 1/12. 
Sempre usar um parágrafo para atenuantes e um para agravantes. Exceção feita ao 
concurso entre as duas, tratado em um só parágrafo. Exemplo: “concorrendo a 
circunstância da menoridade com a agravante da reincidência, em análise ao art. 67 do 
CP e a luz da posição do STF, verifico que aquela prepondera sobre esta, razão pela 
qual atenua a pena em seis meses...” 
Exemplo: “Concorrendo a circunstância atenuante da menoridade com as agravantes 
do motivo fútil e reincidência,(uma a uma, a menoridade perde a força pela metade, 
mas a agravante que sobre soma ainda 1/6) em observância do art. 67 CP e a luz da 
posição do STF, verifico que estas justas preponderam sobre aquela, razão pela qual 
agravo a pena em...”. 
2º hipótese: Concurso entre atenuante e agravante quando uma não está no art. 
67: 
Sempre será preponderante a que estiver no art. 67. A que prepondera também 
continuará apenas com metade de 1/6, ou seja, 1/12. (entre menoridade x vítima 
crianças. A atenuante prevalecerá com 1/12). 
Exemplo: Tumulto x Reincidência (presente no art. 67). A agravante prevalece e segue 
com 1/12. 
3º hipótese: Concurso entre atenuante e agravante quando ambas estão fora do 
art. 67 e tem natureza distinta (subjetiva x objetiva): 
Circunstâncias subjetivas prevalecem, porque o legislador dá preponderância a elas em 
geral. 
Uma Atenuante subjetiva x Agravante objetiva (as duas fora do art. 67 - prevalece a 
primeira). 
Confissão (natureza subjetiva) x Crime praticado contra criança (natureza objetiva). 
Prevalece a primeira. 
4º hipótese: Concurso entre atenuante e agravante fora do art. 67 com natureza 
idêntica (subjetiva x subjetiva, objetiva x objetiva): 
Não há grau de preponderância. Elas se equivalem, razão pela qual não haverá 
atenuação nem agravação. 
 
Terceira Fase (causas de aumento e diminuição de pena) 
 
Permite-se a dosagem da pena abaixo do mínimo e acima do máximo previsto 
abstratamente. 
Na execução penal os benefícios são calculados em cima da pena aplicada e não dos 30 
anos do art. 75, CP. Súmula 715 do STF. 
A inobservância do sistema trifásico é causa de nulidade do processo de aplicação da 
pena. 
As causas de aumento e diminuição estão previstas tanto na parte geral com na parte 
especial do Código Penal, além de constar em leis penais especiais. Podem aparecer em 
valor fixo ou variado. Faz-senecessária a análise do iter criminis percorrido pelo 
agente. 
Ao final da terceira fase chega-se a pena definitiva (após pena-base, pena 
intermediária). Está pena é do réu ou crime? Depende... Se o acusado responde por 
apenas um crime, está já será sua pena definitiva. Se praticou mais de um crime, 
observar a aplicação do concurso de crimes para chegar a pena definitiva do réu. 
Diferenciar: causas de aumento de pena (terceira fase da dosimetria da pena) x 
qualificadoras (altera a pena em abstrato, basta apenas uma para esse efeito, por isso é 
incorreto o termo homicídio “duplamente qualificado”, já que a qualificadora incidirá 
apenas uma vez, a outra será reconhecida em alguma das três fases da dosimetria da 
pena em concreto. Em regra, primeiro como agravantes, caso tenham previsão nesta 
fase, e em seguida, como circunstância judicial, na que melhor se amoldar). 
Na dúvida entre uma qualificadora que também agrava o crime entre outra que não 
agrava, prioriza-se a que não agrava para qualificar o crime, deixando a segunda para a 
segunda fase de dosimetria. 
Art. 68, p. ú., concurso entre causas de diminuição e aumento, entre si – aumento + 
aumento ou diminuição + diminuição, se ambas tiverem previsão na parte especial (ou 
aumento da parte especial + aumento da parte especial ou diminuição da parte especial 
+ diminuição da parte especial), o juiz pode (faculdade, dever de motivar) escolher 
apenas uma delas, desprezando a outra, preferindo a que mais aumente ou diminua. No 
concurso entre as causas de diminuição e aumento da parte geral e especial, devem 
incidir as duas. 
Art. 157, p. 2º, a pena terá aumento de 1/3 até 1/2 (roubo com causa de aumento de 
pena). 
Observar o critério sucessivo, cumulativo ou efeito em cascata. Cálculos feitos 
sempre em cima do valor em concreto encontrado na última operação. Exemplo: Duas 
causas de diminuição de pena em uma pena de seis anos. Pena: 6 anos, menos ½ = 3 
anos – 1/ 3 = 2 anos (critério sucessivo). Para os tribunais, usa-se o critério cumulativo 
também para as causas de aumento de pena. 
Não existe compensação entre causas de diminuição e aumento de pena, visto o 
critério cumulativo. Exemplo: 9 anos – 1/3 = 6 anos, 6 anos + 1/3 = 8 anos. Melhor, 
tecnicamente, iniciar pelas causas de diminuição de pena. Utilizar dois parágrafos 
quando tratar de diminuição e aumento. 
 
Concurso de Crimes (observações) 
 
STF: em concurso de crimes o que importa para a dosagem de aumento é a quantidade 
de crimes ou número de resultados. 
1/6-------------2 
1/5-------------3 
¼---------------4 
1/3--------------5 
½ (art. 70)----6 ou mais 
2/3 (art.71)---7 ou mais 
No concurso (formal ou continuado), o “regime” previsto para a maior das penas é o 
que acompanha a pena definitiva do condenado. Exceção feita ao concurso material, 
onde reclusão e detenção devem ser colocadas em separado. No caso de formal e 
continuado, caso duas penas tenham o mesmo patamar máximo e regimes 
diferentes (reclusão e detenção), deve prevalecer o mais grave, reclusão. 
Pena de multa (espelho da pena privativa), além de dosar a quantidade de dias-multa 
(1º fase), dosar o valor da de cada dia-multa, situação econômica do réu, art. 60 CP (2º 
fase). Segundo art. 49, a pena de multa é calculada em dias-multa (no mínimo 10, no 
máximo 360 dias-multa, regra). Observar se lei especial não traz disposição diversa 
(exemplo: art. 33, 34, lei 11.343). Ver art. 60, p. 1º, CP, art. 49, p. 1º. 
Para concurso de crimes, ver art. 72 CP, aplicação da multa distinta e 
integralmente. Para o STF não se aplica o art. 72 para o crime continuado, aplica-
se também a regra da exasperação. Nas demais a pena de multa deve ser somada 
(concurso material e formal). 
 
Regime prisional (observações) 
 
Art. 33, caput e p. 2°, 3º, CP. 
Verificar a reincidência. Observar as circunstâncias judicias para se estabelecer o 
regime prisional ideal (art. 59, III, CP). 
Súmula 718 STF: a opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não 
constitui motivação idônea. 
Súmula 719 STF: a imposição. 
Súmula 440 STJ: fixada a pena base no mínimo... (verificar se houve circunstâncias 
não valoradas para não ocorrência de bis in idem) 
Na sentença não se deve determinar regime fechado para crimes punidos com detenção. 
Usa-se o mais gravoso, semi-aberto, notadamente quando a reincidência estiver 
envolvida 
Súmula 269 STJ: é admissível a adoção do regime semi-aberto aos reincidentes... Se 
favoráveis as circunstâncias judiciais. (penas até 4 anos e réu reincidente com circ. jud. 
favoráveis, a súmula permite que ele inicie o regime de cumprimento no semi-aberto. 
Mas se tiver alguma desfavorável somada a reincidência, o regime deve ser o fechado). 
Para condenações até 4 anos por força do art. 33, p. 2º, c), para ir do regime aberto ao 
fechado, somente com reincidência e uma circunstância desfavorável. 
 
 
 
MODELO DE DISPOSITIVO 
(PARA SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA) 
 
Lembrar que as provas de sentença penal em média reservam 180 linhas 
(dispensado o relatório), este modelo de dispositivo é pautado em cerca de 90 
linhas por tratar da análise completa de possibilidades de uma prova. É válido 
ainda recordar que em uma prova prática “pular linhas” é sempre arriscado (pode 
resultar em falta de espaço diante do número de elementos), o que é feito neste 
material para facilitar a compreensão de todos. 
 
DISPOSITIVO 
 
 Ante o exposto, julgo (parcialmente) procedentes os pedidos formulados na 
denúncia, para: 
a) Absolver os réus da imputação pelo delito de ____, com fundamento no art. 
386, inciso ____, CPP; 
b) Determinar a extinção da punibilidade de todos os réus pelo delito de ____, (e, 
ainda, a de Fulano de Tal pelo delito de ____), tendo em vista a prescrição da 
pretensão punitiva (art. 107, ___, CP); 
c) Determinar o declínio da competência deste juízo em relação a Sicrano 
(menor/foro privilegiado) e ao crime de ____ (falsificação de documento, p.ex.), 
cometido por Abel; 
d) Condenar os réus Fulano de Tal e Beltrano de Sal, aplicando ao caso o 
disposto no art. 383, CPP (emendatio libelli), pela prática dos delitos de ___ 
(CP, art. __), ____ (CP, art. __), todos c/c art. 29, CP (se for o caso de concurso 
de pessoas, e não formação de quadrilha)(em concurso 
formal/material/continuado) (lembrar: se for quadrilha, não temos crime 
continuado!). Passo a dosar a pena a ser aplicada ao caso, de acordo com o art. 
68, CP. 
 
As condutas incriminadoras atribuídas aos réus incidem no mesmo juízo de 
reprovabilidade, portanto, impõe-se uma única apreciação das circunstâncias 
judiciais enunciadas no art. 59, CP, a fim de se evitar repetições desnecessárias. 
Analisadas as diretrizes do art. 59 do CP, denoto que os réus agiram com culpabilidade 
reprovável, por atuarem com frieza e de forma premeditada; ao contrário do que ocorre 
com o réu Beltrano, o réu Fulano é possuidor de maus antecedentes, entretanto, deixo de 
avaliar tal circunstância nesse momento para evitar o bis in idem (súmula 241 do STJ), 
reservando sua aplicação para a segunda fase do processo de dosimetria, uma vez que se 
caracteriza a reincidência; os réus são possuidores de boa conduta social; poucos 
elementos foram coletados a respeito da personalidade do agente, razão pela qual deixo 
de valorá-la; o motivo do crime constitui circunstância agravante, razão pela qual deixo 
de valorá-la nesse momento, como forma de evitar a ocorrência de bis in idem; as 
circunstancias do crime constituem causa de aumento de pena, razão pela qual deixo de 
valorá-la nesse momento, como forma de evitar a ocorrência de bis in idem; as 
consequências são normais a espécie; o comportamento da vítima em nada influenciou a 
prática do delito (lembrar: cada circunstância judicial altera em 1/8 a pena. Se umacircunstância judicial de um dos réus não se comunicar, esclarecer a que réu se 
aplica!) 
 
1) Réu Fulano de Tal – crime 1 
Tendo em vista as circunstâncias judiciais analisada, fixo a pena-base, para o Réu 
Fulano de tal, em X anos de reclusão e X dias-multa, que fixo em 1/30, dada a ausência 
de demonstração acerca da situação econômica do réu. 
(Circunstâncias atenuantes) Concorrendo a circunstância atenuante prevista no art. 
65, __ (ou 66), CP, atenuo a pena-base em __, passando a dosa-la em ___ e X dias-
multa. (Circunstâncias agravantes) Não concorrem circunstâncias agravantes (lembrar: 
cada agravante ou atenuante aumenta/diminui a pena-base em 1/6). 
(Se for o caso de concurso entre atenuantes e agravantes) Concorrendo a 
circunstância atenuante descrita no art. __ e a agravante delineada no art. __, em 
observância ao art. 67, CP e, ainda, à luz do entendimento jurisprudencial dominante, 
verifico que a (atenuante/agravante – conferir quem prepondera no art. 67) prepondera 
sobre a outra, de modo que atenuo/agravo a pena base em __ (lembrar: se for uma 
atenuante e uma agravante, a que prepondera continua valendo 1/6; mas se houver, por 
exemplo, só uma atenuante (que prepondera) e duas agravantes, a preponderante fica 
valendo 1/12. Se houver concurso e nenhuma delas estiver descrita no art. 67: se uma 
delas tiver caráter subjetivo, preponderará; se nenhuma tiver caráter subjetivo, elas se 
compensarão. Reincidência e confissão compensam-se, verificar a posição atual dos 
tribunais superiores quanto a essa compensação específica na época da prova). 
(Causas de aumento/ diminuição da pena) Presente a causa de diminuição da pena 
prevista no art. __, CP, de acordo com os motivos expostos, diminuo a pena-base em 
___, passando a dosa-la em ____, em observância ao disposto na súmula 231 STJ. 
Por sua vez, concorrendo a causa de aumento de pena disposta no art. ___, aumento 
a pena-base em __, passando a fixa-la em ___. 
1.1 Réu Fulano de Tal – crime 2 
(Apresentar, novamente, as circunstâncias agravantes/atenuantes, as causas de 
aumento/diminuição de pena). 
1.2 Concurso de crimes 
Tendo sido verificada a ocorrência do concurso material/formal/ crime continuado 
(artigos 69 a 71, CP), fica o réu condenado definitivamente à pena de ___ anos e ____ 
dias-multa, mantendo, para estes, o valor já fixado. 
2 Réu Beltrano – crime 1 
2.1 Réu Beltrano – crime 2 
2.2 Concurso de crimes 
(Detração) Com fundamento no art. 387, § 2.º, CPP, comprovada a existência de 
prisão provisória do sentenciado Fulano por __ anos, fica o referido réu condenado a 
___ anos de reclusão. (Regime inicial de cumprimento da pena) Em vista do disposto no 
art. __, CP, os réus deverão iniciar o cumprimento da pena privativa de liberdade 
anteriormente dosada, em regime ________, por (explicar o motivo) (lembrar: os 
regimes iniciais de cumprimento de pena estão dispostos no art. 33, CP. Observar o 
tempo da pena e a reincidência do condenado). 
(Substituição da pena) Verifico que, no caso ventilado, se faz possível a 
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, nos moldes do art. 
44, CP, revelando ser a substituição suficiente a reprovação do delito, razão pela qual, 
observado o art. ___, CP, substituo a pena privativa de liberdade aplicada pela ____ 
(restritiva de direito a ser aplicada, e os motivos que determinam a sua aplicação). 
(Sursis penal) Nego aos condenados o benefício da suspensão condicional da pena, 
por não preencherem os requisitos impostos pelo art. 77, CP (lembrar: se couber 
substituição da privativa de liberdade por restritiva de direitos, não cabe sursis). 
(Prisão/ liberdade) Nos termos do art. 387, parágrafo único, do CPP e, por não 
vislumbrar nenhum dos requisitos ensejadores da custódia preventiva, concedo aos réus 
o direito de recorrer em liberdade (plena ou com limitação disposta no art. 312, CPP) 
(lembrar: artigos 312, 319, 320, 282 e 387, § 1.º, CPP). (Se alguém estava preso:) 
Expeça-se alvará de soltura, para o seu devido cumprimento, salvo se por outro motivo 
estiverem os réus presos. 
(Fixação do dano) Nos termos do art. 387, IV, CPP, tendo sido demonstrado o 
valor do prejuízo suportado pelas vítimas, e tendo em vista o pedido formulado na 
denúncia, fixo como valor mínimo de reparação do dano causado em R$ ___. (Se não 
houver: Deixo de aplicar o art. 387, IV, CPP, por não constar nos autos qualquer dado 
que leve à comprovação dos danos materiais sofridos pela vítima). 
Condeno os réus ao pagamento das custas processuais, em proporção (observado o 
disposto na Lei n.º 1.060/50). 
Oportunamente, após o trânsito em julgado desta decisão, tomem-se as seguintes 
providências: 
a) Lancem-se os nomes dos réus no rol dos culpados; 
b) Expeça-se guias de execução dos réus; 
c) Oficie-se ao TRE/Sigla do Estado, para que tome conhecimento desta decisão, 
cumprindo-se o disposto no art. 15, III, CF; 
d) Oficie-se ao órgão competente para o cadastro de antecedentes. 
 
P.R.I. 
 
Local, data. 
 
 
Juiz de Direito

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