Buscar

A Legalidade da Subjetividade Direito de Família

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Resumo de “A Legalidade da Subjetividade”
Autor do texto íntegro: Israel Carone Rachid
	No âmbito do Dreito Positivo, todo homem é capaz de contrair direitos e obrigações na ordem civil. Assim, no campos dos Direitos das Coisas, das Obrigações e das Sucessões, muitos direitos podem ser desrespeitados e reparados. E, se não houver reparação, o prejuízo ficará no campo material. No Direito de Família é diferente, pois, muitas vezes estão em questão os sentimentos, frustrações que podem marcar vidas.
	Mas a vontade das pessoas, os valores subjetivos (sentimentos) podem ser levados ao mundo exterior sem ressalvas às normas legais?
	Por exemplo: quando uma mulher deciter ter um filho só para sí, encontra um homem que concorda, visando a não necessidade de responsabilidade pelo filho. O filho nascerá e não terá o nome do pai em seu registro de nascimento. Mais vale a vontade da mãe ou o direito do filho?
	O direito do filho é personalíssimo e indisponível, porém pode ser prejudicado caso a mãe, não casada, não declare o nome do suposto pai, a fim de ser averiguada oficiosamente a procedência da alegação, de acordo com a Lei n. 8.560, de 29dez1992, em seu art. 2º. Alcançando a maioridade, o filho poderá pleitar o reconhecimento de sua paternidade, porém em face de quem? Haverá, aí, a prevalência da subjetividade da mãe, em detrimento da subjetividade do filho.
	Outro exemplo: um casal está desavindo. O litígio conjugal se transforma em litígio judicial. O casal passa a alimentar uma relação prazerosa de dor, uma vez que a batalha forense significa a manutenção de uma relação entre eles. 
	Diante do juiz, os litigantes tentam desmentir acusações lançadas um contra o outro. A subjetividade de cada um foi violentamente ferida. Um advogado, para fundamentar seu pedido, pensa apenas no êxito da missão, colocando em segundo plano aspectos emocionais que envolviam o casal. Tal preocupação com o fundamento jurídico de um pedido tem representado, em inúmeros casos, o afundamento de relações conjugais.
	Ocorre que os legisladores criam leis e todos estão submetidos a elas. Às vezes, as leis criam problemas para as pessoas, ao invés de resolvê-los. Deveriam os amantes buscar, eles próprios, soluções subjetivas, as quais não são oferecidas pelo Poder Judiciário. O Juiz, um terceiro, estranho a relação conjugal, dificilmente fará um dos litigantes o destinatário da felicidade.
	No plano processual, a tentativa de conciliação entre os cônjujes desavindos, com o objetivo de transformação de divórcios e separações judiciais em consensuais, têm obtido resultados satisfatórios e menos traumáticos.
	O art. 283, do CPC, traz que a petição inicial pode ser emendada no prazo de 10 (dez) diaz. Dessa forma, além disso, poderia a lei permitir que o cônjuge, ao formular o pedido de separação judicial ou divórcio, não apresente, de imediato, com a petição inicial, os fatos e fundamento jurídico de sua pretensão, com o fim viabilizar uma conciliação entre as partes envolvidas. Afinal, as normas de procedimento devem servir para fazer prevalecer os direitos substantivos, não para limitá-los.
	O amor povoa a subjetividade. Entretanto nossas leis não tratam do amor... Nas salas de audiência, o local onde alguém deve ser ouvido, muitas das vezes não se ouve quem quer falar. As pessoas estão carentes por razão da falta de tempo do outro. O grande número de processos não deve significar que o juiz não tem tempo para ouvir.
	Todos os operadores do Direito: advogados, defensores públicos, promotores de justiça e juízes devem ampliar-se subjetivamente nos casos a serem levados a juízo e julgados. A preservação da subjetividade, no Direito de Família, deve sempre ser buscada.
RACHID, Israel Carone. A legalidade da subjetividade. In: PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Repensando o Direito de Família – Anais do I Congresso Brasileiro de Direito de Família. Belo Horizonte: Del Rey, 1999. 
Disponível em: http://www.ibdfam.org.br/_img/congressos/anais/57.pdf, acessado em 04/09/16, às 17h38min.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais