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Resenha 1º Cap. Livro : O URBANISMO - Françoise Choay

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Resenha do livro "O Urbanismo - Françoise Choay"
Após a revolução industrial ocorreu uma segregação dentro da cidade. As pessoas se mudaram dos campos para os bairros populosos.
Começasse a formação de cortiços, com áreas insalubres, falta de higiene, aglomerações, degeneração de doenças, e muitos outros problemas que trazem uma péssima qualidade de vida para os habitantes. É neste momento, que surge a necessidade de aplicar o Urbanismo nas cidades industriais.
 Em O Urbanismo, Choay conta a história da linha do tempo do inicio das ideias urbanística até o desenvolvimento dele e suas propostas.
 "O urbanismo não questiona a necessidade das soluções que preconiza. Tem a pretensão de uma universalidade científica:...'o ponto de vista verdadeiro'". Frase dita por Le Corbusier e citada pelo autor que resume bem o significado do urbanismo.
 No século XIX, diversos arquitetos e pensadores começar a observar e questionar a cidade industrial. Classificaremos esta fase como o Pré-Urbanismo.
 Os bairros indústrias foram separados dos bairros residenciais e foram ramificados os meios de comunicações e transporte. Porém, a degradação social aumentava com o passar do tempo.
 Alguns pensadores humanitários -homens da Igreja, higienistas, dirigentes municipais e principalmente médicos- publicam uma série de artigos denunciando a deterioração física e moral em que se vive o proletário, além dos relatórios enviados para o Parlamento da Inglaterra que contribuiu para a criação da legislação do trabalho e habitação.
 Outro grupo de polemistas, composto por pensadores políticos, também denunciam suas observações com relação a situação vivida na cidade. Engels, pensador político e considerado o pioneiro na sociologia urbana, foi um dos principais analistas da urbanização, na qual, informações que até mesmo Marx utilizará vinte anos depois em O Capital. Podemos citar também Matthew Arnold, Fourier, Proudhon, Carlyle e Ruskin.
 Eles faziam críticas à higiene física e moral das cidades, os lixões fétidos amontoados, a ausência de jardins nos bairros públicos, a segregação, fealdade e monotonia das construções, a longa distância da habitação até o emprego na cidade.
 Essas indagações não foram fatos isolados, a polêmica vira conceito dos pensamentos econômicos e filosóficos do fim do século XVIII e começo do século XIX.
 É notável comentar que, com exceção de Engels e Marx, esses pensadores não continuaram coerentes com a lógica de suas análises, não consideraram que essas condições seria o inverso de uma nova ordem. Não consideraram que a abolição de uma ordem geraria outra ordem, o que resultou em um grande caos na arquitetura, uma fase de desordem.
Foi definido então, os modelos urbanísticos para entrar em uma ordem: o modelo progressista, o modelo culturalista, e, mais tarde, o modelo naturalista.
 Começando com o modelo progressista, podemos dizer que ele visa adaptar o ambiente aos desejos e necessidades dos homens, criar uma construção apropriada para sua natureza.
 Critica o indivíduo "alienado" e propõem um homem consumado, um homem tipo, independente do lugar ou tempo em questão.
Suas idéias traziam bastante verde, ar, luz e água, distribuídos igualmente a todos. O princípio do progresso social é o visuísmo, porém, deve haver uma coincidência entre beleza e lógica. Ela recusa qualquer herança do passado. Aderindo à arranjos novos, racionais e simples. Esses elementos, Vitor Hugo aplicou na medieval Paris. Um edifício padrão considerável, era o 'alojamento padrão', onde o objetivo agora não era mais o de construir mansão para o burguês, o agiota ou para o marquês, e sim, construir 'o palácio onde o homem deve alojar-se' como dizia Considèrant. Além do autoritarismo político que se dissimula em todas as propostas, para a função de rendimento máximo.
O segundo modelo, é o culturalista, extraídos das obras de Ruskin e de Morris, pioneiro do Arts & Crafts. O foco agora não era mais o indivíduo, e sim o grupamento humano, a 'bela totalidade perdida'. Observamos que as necessidades materiais desaparecem diante das espirituais, as modalidades urbanas são menos rigorosas. Este modelo, oposto do primeiro, da importância para o orgânico. Além disso, remete a nostalgia da arquitetura antiga, medieval. Este modelo não enxerga o humano como um homem-tipo, mas o humano com diferentes necessidades.
 Não tem a intenção de fazer da cidade uma área de progresso para industrialização, mas sim, para a cultura.
 Apesar dos dois modelos trazerem propostas bem opostas, eles não foram em seu todo muito rígido. Seus próprios pensadores questionam técnicas de seu uso.
 Porém, os modelos serviram de inspiração para as propostas do século XX, que fará uma analogia do caso: modelos de modelos.
É neste período que Marx e principalmente Engels criticará a cidade. Mas não como um objeto, e sim como um problema geral, e sua forma futura está ligada ao advento da sociedade sem classes. A cidade seria o berço da história, e toda a desordem ocorrida no século passado não seria considerada por eles como desordem, mas como a expressão do tempo, que agora precisaria ser ultrapassada.
 Primeiro deveria ser resolvido à implantação social, depois a comunista: o futuro permaneceria aberto. Com o passar dos momentos, a questões deveriam ser resolvidas sem ter que criar um modelo fixo. Como a elaboração da cidade-campo, que junta às duas funções em uma, seria a resposta de projeto urbanístico para aquela época.
 O inverso de tudo isso acontecia nos EUA, com o Antiurbanismo Americano. A cidade é criticada em diferentes ângulos, em busca da restauração de uma espécie de estado rural, que para eles, comportaria o desenvolvimento econômico e seria aberto para a manifestação da personalidade e da liberdade.
No século XX, o Pré-Urbanismo passa para Urbanismo, o que difere que ao invés de seguir com pensadores, o Urbanismo agora conta com profissionais, arquitetos.
 Para a nova versão do modelo progressista, é criado o CIAM, um congresso de arquitetos que desenvolveram a Carta de Atenas, com doutrinas para a arquitetura moderna. Seu arquiteto mais influente foi Le Corbusier.
E põem se em prática a ideia da cidade-jardim vertical.
 Entretanto, o novo modelo culturalista já havia se desenvolvido antes do Urbanismo em si. A cidade industrial será um objeto de estudo. Arquitetos como o pioneiro Camille SitteEbenezer Howard, B.Parker que desenvolverão projetos seguindo a indicação do sol, conforto térmico, luz, dentre outros aspectos.
 Nos EUA, Frank Lloyd Wright desenvolveu o Naturalismo, modelo derivado do anti-urbanismo americano. Na qual, dizia que o homem só iria encontrar o seu valor como um todo se vivesse em contato direto com a natureza. Ele propunha não mais apartamentos, mas casas individuais, com no mínimo quatro acres do terreno para agricultura. A cidade, a Broadacre, deveria ser descentralizada, e a única proposta urbanística que recusa completamente a limitação.
 Porém, recentemente, surge uma crítica de segundo grau aos modelos anteriores. O modelo progressista tinha ideal de transformar a cidade num progresso, incluindo o tecnológico. Mas, não foi isso que ocorreu, por isso, se desenvolveu a proposta urbanística de Tecnotopia, que, utilizando os meios mais tecnológicos tinha como ideia deixar o solo livre, se comprometer em uma arquitetura de circulação vertical.
 Outra crítica, feita principalmente por pensadores como P. Geddes e L. Mumford, sugere uma antrópolis, com vista a um planejamento Humanista. O espaço temporal é levado em conta. Agora o geógrafo colabora com o higienista e os dois colaboram com o sociólogo do concreto.
 O planejamento urbano segue o signo de continuidade histórica, social, psicológica e geográfica, em consagração do urbanístico contemporâneo.
 Este modelo critica principalmente o modelo progressista e se aproxima do modelo culturalista.
 Porém, ainda há outro problema que foi observado: a higiene mental. As propostas urbanísticasdo passado não levavam em conta a criminalidade nascida da sociedade que se prefigura em todo o projeto de uma cidade. Não leva em conta o estresse, problemas psicológicos e mentais que os habitantes adquirem por levar uma rotina estafada que a cidade contemporânea proporciona.
 Hoje, conseguimos notar que os planos urbanísticos de nossas cidades por mais elaborados que sejam nunca conseguem se adequar de uma maneira perfeita ao nosso homem contemporâneo. Algumas poucas cidades apresentam boa adaptação, mas não sabemos como será no futuro. Talvez nosso próximo modelo urbanístico seja uma proposta que comporte nossa sociedade que vive guiada pelos meios de comunicação. Enquanto isso, nos resta estudar os exemplos de urbanismos registrados na nossa história para conseguirmos evoluir cada vez mais, criando uma qualidade de vida maior para nossa sociedade. O Urbanismo é uma boa opção para quem deseja fazer isso.

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