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APOSTILA JECRIM QUESTIONÁRIO PROF. RENATO MASSONI DOMINGUES

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Renato Massoni Domingues 
 
Advogado desde 1997; atua nos Estados de SP, SC, RJ, PR e RO; nas 
áreas de contencioso Cível, Empresarial, Imobiliária, Ambiental, 
Possessória, Contratual, Consumidor, Criminal com mais de 100 
Tribunais de Júri ( SP, SC, RO) , dentre outras. Atualmente é advogado 
de corporações marítimas como Maersk Line, faculdades como 
CESURG-RS, SINDIMÓVEIS-SC – Sindicato dos Corretores de Imóveis –
SC, atuando em Joinville, Florianópolis e Região de Balneário Camboriú 
e Oeste-SC. Professor desde 1989 em diversos cursos e Instituições 
públicas e privadas; inclusive em 18 faculdades e universidades, em 
graduações e pós graduações em Administração de Empresas, Direito, 
Ciências Contábeis, Psicologia e Logística, bem como fundador de 
alguns destes. É Especialista em Psicologia e Mestre em Direitos Difusos 
e Coletivos; autor de obras publicadas como artigos científicos e livro 
pela UNIVALI- Universidade do Vale do Itajaí-SC, onde foi professor por 
quase 10 anos no curso de Direito; orientador de centenas de trabalhos 
científicos publicados. É professor universitário cadastrado no CNPQ – 
currículo lattes web link: 
 
http://lattes.cnpq.br/2156702710837540 
 
 
QUESTIONÁRIO DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS LEIS: 
9.099/95 e 10.259/01, normas do FONAJE, Constituição Federal, 
Código de Processo Penal, relacionadas. 
 
 
1- QUAL CRITÉRIO ADOTADO PARA A FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA 
JURISDICIONAL DO JECRIM PELA LEI Nº 9.099/95 E DEMAIS RELACIONADAS 
? CITE OS FUNDAMENTOS LEGAIS. 
 
 R: Art. 61 da lei do JECRIM. O fundamento jurídico é o teto da pena em abstrato 
fixada no tipo penal, seja de crime ou contravenção era de até um ano de 
detenção. Atualmente, após o advento da lei 10259/01 o teto o teto passou a ser 
de 02 (dois) anos de reclusão, nos termos do art. 2º, § único, desta lei, que 
derrogou a 9099/95 elevando-se o teto de um ano para dois anos, que é o critério 
de identificação da competência jurisdicional de processamento de fatos de delitos 
de pequenas causas criminais. 
 
2- CONTRAVENÇÕES PENAIS PODEM SER JULGADAS NO JECRIM. 
 
R: Sim. Conforme art. 60 e 61 da lei. Não só podem como devem ser julgadas no 
Jecrim. 
 
3-CITE E COMENTE OS PRINCIPIOS NORTEADORES DO JECRIM, 
DIRECIONADOS PELA LEI Nº 9.099/95. 
 
R: Princípio da oralidade: limita a documentação ao mínimo possível. As partes 
debatem e dialogam, procurando encontrar uma resposta penal que seja justa 
para o autor do fato e satisfaça, para o Estado, os fins de prevenção geral e 
especial. 
 
Principio da informalidade: imprime ao processo um rito sem formalidades inúteis. 
 
Principio da simplicidade: busca a finalidade do ato processual pela forma mais 
simples possível. 
 
Princípio da celeridade: a lei visa a dar maior rapidez aos atos processuais, como 
nas citações e intimações, que, no juízo comum, sempre foram fonte de atrasos, 
corrupção e reclamações. 
 
Princípio da economia processual: visa a realização do maior numero de atos 
processuais na mesma audiência. 
 
4- O JECRIM SEGUE TOTALMENTE AS REGRAS DO CPP ?. POR QUE ? 
 
R: Não. Conforme demonstra os últimos artigos do da lei do Jecrim “aplica-se 
subsidiariamente naquele que for necessário”. 
 
5-COMO SE DÁ A FASE PROCESSUAL DE CITAÇÃO NO JECRIM. 
 
R: A citação do réu será sempre pessoal e far-se-á no próprio juizado, sempre que 
possível, ou por mandato. 
 
Não encontrando o acusado para ser citado, deve o juiz processante encaminhar 
as peças existentes ao Cartório Distribuidor a fim de proceder sua distribuição ao 
juízo da Vara Criminal competente, considerando-se atualmente a admissibilidade 
de citação editalícia, após a reforma do Código de Processo Penal de 2008. 
Remetido o processo para o juízo comum por esse fundamento, devem ser 
aplicados em favor do acusado os benefícios regulados na lei 9.099/95, 
considerando que sua revelia não obsta o gozo desses benefícios. 
 
A citação é realizada no próprio juizado e ato citatório poderá ser praticado pelo 
escrivão ou responsável pelo expediente cartorário, além do oficial de justiça. 
 
Quando o acusado for analfabeto, deve o mandado citatório ser assinado a rogo 
por alguém depois de colhido a impressão digital do acusado. 
 
 
 
 
6- É OBRIGATÓRIA A CITAÇÃO EXCLUSIVAMENTE PESSOAL DOS 
ACUSADOS NO JECRIM. 
 
R: Não. Esta pode ser feita por edital, por AR, etc. 
 
7- O QUE É O CHAMADO PRINCIPIO DA OPORTUNIDADE INOVADOR NA 
ESTRUTURA PROCESSUAL PENAL BRASILEIRA QUE SURGIU COM A LEI Nº 
9.099/95. ? 
 
R: O MP aprecia a conveniência de não ser proposta a ação penal, oferecendo ao 
autor do fato o imediato encerramento do procedimento pela aceitação de pena 
menos severa. Este mister, portanto, não é absoluto. 
 
8-NO JECRIM PODE OU NÃO OCORRER DISPENSA E TAMBEM DE OUTRO 
MODO A UTILIZAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL DOS ARTS. 5 A 23 DO CPP. 
 
R: Tanto no comum como no juizado de pequenas causas não há necessidade do 
inquérito policial, lembrando que a 9099/95 criou a figura administrativa de Direito 
Processual Penal do chamado termo circunstanciado ( TC) , que substitui o 
inquérito policial quando não estiverem presentes necessidades de investigação 
dos fatos , a cargo e discricionariedade da Autoridade Policial , seja de Polícia 
Civil ou do departamento de Polícia . 
 
 
9- O QUE É O CHAMADO TC DECORRENTE DA LEI 9.099/95. 
 
R: TC é um documento escrito que contem todas as informações do velho boletim 
de ocorrência, todavia mais completo, documento administrativo policial que 
poderá substituir o inquérito policial a critério da Autoridade Policial nos termos do 
artigo 144 da CF/88. Deve ser sucinto e conter poucas peças, garantindo o 
exercício do principio da oralidade. Ele deverá ser autuado ( terá autos) Nele 
deverá existir campo para os registros necessários: noticia, vitima, autor do fato, 
histórico, testemunhas, exames requisitados, informações complementares, 
compromisso de comparecimento ao juizado especial criminal, assinaturas e 
despachos, enfim, tudo que for necessário ao cumprimento das fases previstas 
nas leis do Jecrim na fase policial e deverá ao final , tanto quanto os autos de um 
inquérito policial finalizado pelo delegado , ser protocolado e entregue à 
Autoridade Judicial Competente, ou seja, o juiz presidente do Jecrim da Comarca 
ou Seção Judiciária Federal , segundo a natureza do delito . 
 
Em vários Estados unidades da federação do Brasil, atualmente em 2010 tanto 
Polícias Militares, Polícias Civis, a Polícia Federal e até Polícias Rodoviária e 
Ferroviária Federal estão podendo fazer BO(s) e TC(s) e não mais exclusivamente 
as polícias civis e federal. 
 
 
Isso porque o tanto o TC e um BO, que documentos decorrentes de atos 
administrativos de setores de segurança pública no Brasil, foram classificados 
pelos Tribunais e doutrinas como não tendo natureza investigativa, portanto não 
ferindo a regra constitucional e prerrogativas das Polícias Judiciárias Estaduais 
Civis e do DPF – Departamento de Polícia Federal, nos termos do artigo 144 da 
Constituição Federal. 
 
Este é um tema farto em muitas monografias de Direito, dissertações de mestrado 
, doutrinas e jurisprudências neste sentido, motivo pelo qual ainda predomina no 
Brasil esta permissão . 
 
Ocorre que o Estado de SP que foi pioneiro a este respeito recentemente por 
questões de gestão de segurança pública e de custos operacionais e logísticos da 
Polícia Militar , bem como atendendo a pedidos de setores políticos e de cúpulas 
da Polícia Civil, em 2010 vem retrocedendo, mediante normas administrativas 
atualmente proibindo a Polícia Militar de lavrar TC, mas mantendo-se o dever 
administrativo de elaboração do BO –PM, que não tem relação com o BO – 
boletim de ocorrência da Polícia Civil ou do DPF – Departamento de Polícia 
Federal . 
 
10- O TC É NULO SE NÃO FOR INSTRUIDO PELO TRADICIONALBO. 
 
R: Pode acontecer de ser lavrado somente o TC sem o BO. . O BO não anula o 
TC, pois este contém as mesmas informações que o Boletim de Ocorrência. 
 
11- PODE O POLICIAL MILITAR LAVRAR TC PELA LEI DO JECRIM E PELAS 
NORMAS DE SC, COMO FUNCIONA. 
 
R: Pela Lei do JECRIM 9099/95 em sua interpretação literal ou gramatical NÃO , 
MAS PELA CONSTITUIÇÃO , art. 144 , e aplicação de princípios constitucionais , 
SIM, porque o TC é classificado como ato administrativo sem natureza 
investigativa de delito , apenas de coleta de informações , ao contrário do inquérito 
policial que é de exclusividade das polícias civis nos Estados e da Policia Federal , 
quanto polícias judiciárias . 
 
12- COMO É FEITO O ENCAMINAMENTO DO TC AO JUIZO COMPETENTE ? 
 
R: A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará TC e o 
encaminhará imediatamente ao juizado, com o autor do fato e a vitima, 
providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. (art. 69) 
 
Em vários lugares há convênios de cooperação de agendas e de atos entre os 
delegados e juízes e Ministério Público a este respeito . 
 
 
 
 
 
13- PODE O JUIZ LEIGO ATUAR NO JECRIM ? 
 
R: Na tentativa de conciliação, sim, mas jamais na condução de atos de 
exclusividade de juiz togado, por exemplo presidir atos de andamento processual 
de ação penal , etc. 
 
14- O JUIZ TOGADO AO RECEBER O TC, QUAIS AS PROVIDÊNCIAS DEVERÁ 
TOMAR ? 
 
R: Em primeiro lugar proferirá um despacho recebendo os autos do TC e 
determina intimação do Ministério Público para manifestar-se no que de Direito, 
seja requerendo diligências à Autoridade Policial, seja manifestando-se pela 
transação penal ou não fundamentada em petição escrita e conforme o caso até 
oferecimento de denúncia. 
 
Em seguida, conforme a manifestação do MP, se for superadas dúvida e o 
acusado tiver direito aos benefícios da transação penal, então logo em seguida 
vem a intimação das partes vítima e acusado, bem como do Ministério Público 
para participarem de audiência preliminar de tentativa de conciliação quando 
couber e de transação penal ( se cabível). 
 
Superada esta fase administrativa judicial antes da ação pena, presentes os 
requisitos o MP oferece denúncia e é aberta a ação penal pelo rito sumaríssimo, 
nos termos do artigo 394 atuais do CPP, podendo ainda o acusado ser 
beneficiado com o instituto da sursis processual , onde é parada a ação penal , e 
após o cumprimento das provas e obrigações processuais celebradas entre o réu 
e o MP , extingue-se a punibilidade sem condenação de mérito e seus efeitos . 
 
15- O REPRESENTANTE DO MP AO RECEBER OS AUTOS COM O TC E 
DEMAIS DOCUMENTOS COM DESPACHO DE VISTOS DETERMINADOS PELO 
JUIZ COMO DEVERÁ PROCEDER. 
 
R: Juiz recebe, autua, e intima as partes. Sob os autos para o MP, este toma 
ciência. Neste momento processual o MP pode pedir algo que esteja faltando 
(docs) inclusive o FAC (folha de antecedentes criminais) para ter certeza de que o 
réu seja primário, dentre inúmeras possibilidades conforme o tipo de delito ( crime 
ou contravenção ) apurados . 
 
16- QUAL O PROCEDIMENTO DO MP EM SE TRATANDO DE ACUSADO 
REINCIDENTE EM CRIME DOLOSO. 
 
R: Não tem direito no JECRIM. Conforme art. 74 e seguintes. 
 
17- IDEM COM ACUSADO PRIMÁRIO E DE BONS ANTECEDENTES. 
 
R: Deve propor os benefícios que a lei manda. 
 
18- PODE DURANTE A AUDIÊNCIA PRELIMINAR AS PARTES ENVOLVIDAS E 
OS OPERADORES DO DIREITO EM SUAS FUNÇOES BUSCAR EVENTUAL 
COMPOSIÇÃO AMIGÁVEL DE DANOS MATERIAIS, MORAL, A INTIMIDADE, A 
IMAGEM, A PRIVACIDADE, ESTETICOS. 
 
R: Sim . Os danos cíveis poderão ser negociados entre as partes vítima do delito e 
agressor , acusado , que em compondo-se ( fechando acordo ) estes pontos 
deverão ser homologados pelo juiz togado presidente do Jecrim, constituindo-se 
título executivo judicial . 
 
Também tudo aquilo que é de direito subjetivo da vítima do delito poderá ser por 
ela negociada, por exemplo o declínio ao direito de representação ou retirada 
desta desde que no prazo decadencial de lei, etc. Se for delito de ação penal 
privada, por exemplo injúria, calúnia e difamação nem se fala, porque a autonomia 
da vítima é total a este respeito por tratar-se de direitos disponíveis . 
 
Mas aquilo que não versar sobre bens e direitos disponíveis deverão ser 
analisados processualmente pelo MP e pelo juiz presidente do Jecrim, momento a 
momento do rito administrativo judicial ou na fase de ação penal. 
 
Isso nos termos da interpretação processual e constitucional do artigo 72 da Lei 
9099/95. 
 
Lembrando que a busca da conciliação é moral e processualmente obrigatória no 
Jecrim, aliás no Direito em geral, nos termos dos princípios processuais e 
constitucionais, mais especificamente os norteadores do Jecrim ; sendo, portanto, 
muito importante a postura conciliadora dos profissionais do Direito envolvidos . 
 
19- QUAL O PAPEL DO JUIZ NA AUDIÊNCIA PRELIMINAR. 
 
R: Na audiência preliminar o juiz esclarecerá sobra à possibilidade da composição 
dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa 
de liberdade. (art. 72) 
 
20- QUAL O PROCEDIMENTO A SER ADOTADO PELO JUIZ EM CASO DE NAO 
COMPOSIÇÃO DOS DANOS CIVIS E FORMALIZADO EVENTUAL 
REPRESENTAÇÃO CRIMINAL PELO OFENDIDO QUANTO A CONDUTA 
TIPICA. 
 
R: Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao 
ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será 
reduzido a termo (art. 74 parágrafo único). Havendo representação ou tratando-se 
de crime a ação penal publica incondicionada, o MP poderá propor a aplicação 
imediata de pena restritiva de direito ou multa, a ser especificada na proposta (art. 
76) a título de transação penal . 
 
Ocorre que apesar do texto da lei falar em “ aplicação de pena ...” pena no Direito 
é sanção decorrente de julgamento dentro de ação penal incidindo-se todos os 
princípios nela inerentes, ou seja, aqui não é pena , não tem natureza de pena , 
apenas da infelicidade do legislador utilizar este termo e dos operadores do Direito 
assim reproduzirem indiscriminadamente, porque as partes acusadas , em grande 
número não são culpados e sentem-se violados com a transação penal , porque 
tem um efeito psicossocial de condenação moral , etc... 
 
O que às vezes dificulta a compreensão do leigo a este respeito e até de poder 
tomar uma melhor decisão que é no sentido de procurar aceitar a proposta de 
transação penal. 
 
São algumas das mazelas práticas do dia a dia nos Tribunais de Pequenas 
causas Criminais, Juizados Especiais Criminais – Jecrim (s) em todo o país . 
 
 
21- EXPLIQUE O ART. 76 DA LEI 9.099/95, SOBRE A TRANSAÇÃO PENAL 
 
R: Quando for representação ou ação penal publica incondicionada, não sendo 
caso de arquivamento, o MP poderá propor a aplicação da pena restritiva de 
direito ou multa. 
 
Quando a pena de multa for à única medida aplicável, o juiz poderá reduzi-la pela 
metade. 
 
Não caberá a proposta quando ficar comprovado que o autor da infração tinha 
sido beneficiado anteriormente pelo mesmo instituto seja onde for, na mesam 
comarca o não, não indicar uma boa conduta social e antecedente, etc, nos 
termos do artigo 76 da Lei 9099/95. 
 
Aceita a proposta pelo autor da infração esta será apreciada pelo juiz. Acolhendo 
a proposta do MP o juiz aplicará a pena restritiva de direito ou multa que não 
importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir um novo 
beneficio durante cinco anos. Da sentença, caberá recurso de apelação. 
 
 
22- A PROPOSTA DE TRANSAÇÃO PENAL É DIREITO OBJETIVO DO RÉU OU 
MERA FACULDADE DO MP. 
 
R: Preenchidos os pressupostos objetivos e subjetivos, a proposta deixa de ser 
faculdade do acusado, seja publica, seja particular, constituindo direito subjetivo 
do autor do fato. 
 
Na prática é direito objetivo do réu ooferecimento. Se este aceita ou não, é um 
direito subjetivo. Isso nos termos de doutrinas e julgamentos majoritários 
atualmente em 2010 , mas nos primeiros anos de Jecrim entendia-se que era 
faculdade do MP . 
 
23- O QUE É A TRANSAÇÃO PENAL DA LEI DO JECRIM. COMO FUNCIONA. 
QUAL O FUNDAMENTO LEGAL. 
 
R: No sentido comum: negócio jurídico .No sentido jurídico é ato de transigir , 
negociação de bens processuais entre as partes legitimadas ativa e passiva 
processuais em ação penal de pequenas causas. 
 
Este ato gera obrigações jurídicas e pode extinguir outras nos termos da lei , por 
exemplo , se aceitar proposta de pagamento de dinheiro para casas de caridade , 
terá esta obrigação mas de outro lado extinguir-se-á a sua punibilidade e não terá 
mais obrigações penais perante o Estado . 
 
Assim através de concessões recíprocas entre Estado representado pelo MP nas 
ações públicas e até pela vítima nos delitos de ação penal provada de 
competência do Jecrim, então as possíveis e futuras partes processuais ANTES 
DA AÇÃO PENAL PODERÃO ASSIM PROCEDER, justamente para que não 
venha a ação penal a ser aberta . 
 
Ela tem trâmite nos termos art. 76 e seguintes c/c art. 89 da Lei 9099/95. 
 
Alguns autores sustentam que não se trata de um negocio entre o MP e o acusado 
ou sua defesa: cuida-se de um instituto que permite ao juiz de imediato aplicar 
uma sanção que não é pena ao acusado, justa para a acusação e o próprio 
acusado, a título de caráter sócio educativo, porque lá adiante caso fosse 
condenado iria receber uma então pena semelhante, então por que seguir adiante 
? 
 
 
 
O Estado Juiz economiza tempo e dinheiro, o MP também, o acusado também , e 
a intenção estatal de gestão de segurança pública é atingida, porque as 
estatísticas comprovam que a reincidência de comportamentos anti sociais após 
as transações penais é baixa. Assim o procedimento é extinto e extingue-se a 
punibilidade nos termos do artigo 107 do Código Penal . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24- UMA VEZ OFERECIDA A PROPOSTA DE TRANSAÇÃO PENAL AO 
ACUSADO, QUAL SUAS OPÇOES E CONSEQUENCIAS PROCESSUAIS DE 
CADA OPÇÃO ? 
 
R: Aceita a proposta pelo acusado, independentemente das provas e do mérito de 
eventual pretensão punitiva penal, será submetida a apreciação do juiz (art. 76,§ 
3º.). Acolhendo a proposta do MP aceita pelo autor da infração, o juiz aplicará a 
sanção restritiva de direito ou multa, que não são penas porque inexistem 
condenações ou sequer ação penal, e, ainda, não importará em reincidência, 
sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo beneficio no prazo de 
5 anos, nos termos do que determina o artigo 76,§ 4º. Da Lei 9099/95. 
 
25- UMA VEZ INICIADA A AÇÃO PENAL E NÃO OCORRENDO A TRANSAÇÃO 
PENAL QUAL O RITO ADOTADO PELA LEI DO JECRIM. 
 
R: O rito sumaríssimo. (art. 77) derrogado pela reforma do CPP de 2008 que 
assim o mentem . 
 
26- SE O RÉU ACEITAR A PROPOSTA DE SURSIS PROCESSUAL O QUE 
ACONTECE COM O ANDAMENTO DA AÇÃO PENAL INSTAURADA. 
 
R: Suspende-se o andamento do processo até a comprovação do cumprimento 
das obrigações processuais celebradas na audiência admonitória, após seu 
cumprimento comprovado nos autos, extingue-se a punibilidade do réu e são 
arquivados os autos . 
 
27- COMO PODEM SER AS INTIMAÇÕES DE TESTEMUNHAS NO JECRIM. 
 
R: As testemunhas arroladas pelas partes serão intimadas por correspondência, 
com aviso de recebimento pessoal, e quando obstada a intimação via correio, será 
intimada através de oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta 
precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação, conforme art. 78  
3º c/c art. 67. Também por edital, nos temos do artigo 3º. do Código de Processo 
Penal e dos artigos finais da Lei 9099/ 95 e reforma do CPP . 
 
28- APÓS O INTERROGATORIO DO REU, QUAL A FORMA DE SUTENTAÇÃO 
DA ACUSAÇÃO E DEFESA ADOTADAS PELA LEI DO JECRIM. 
 
R: Após interrogar o acusado, passa-se imediatamente aos debates orais ou 
excepcionalmente em caso de não podendo as partes na audiência ou outro 
motivo do juízo, será aberto prazo comum para apresentação de memoriais 
escritos pelas partes processuais e em seguida deverá ocorrer a prolação da 
sentença (art. 81).O principio da oralidade não é absoluto porque a lei busca 
inspiração do processo penal inglês. Debates orais, todavia, lavra-se uma ata 
constando às razões de acusação. 
 
29- EXPLIQUE A PRODUÇÃO DE PROVAS E MEIOS PELO ART. 81 DA LEI 
9.099/95. 
 
R: Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento 
podendo o juiz limitar ou excluir as que considerarem excessivas, impertinentes ou 
protelatórias, o que não obsta as partes de produzir provas antes da audiência 
acima. Quanto aos meios específicos de provas, temos a documental, pericial, 
testemunhal e o interrogatório do acusado. 
 
30- QUAIS OS RECURSOS PROCESSUAIS CABIVEIS NA AÇÃO PERANTE O 
JECRIM. 
 
R: No JECRIM os recursos foram restringidos para: a apelação (art. 82) e 
embargos de declaração (art. 83). Mas isto não significa que outras modalidades 
de recursos não sejam permitidas subsidiariamente, nos termos da aplicação da 
analogia que é permitida pelo Direito Processual Penal , nos temos da 
Constituição Federal e artigo 3º. do Código de Processo Penal. Dependendo da 
situação especifica, podem ser interpostos: recurso em sentido estrito, hábeas 
corpus, mandado de segurança, recurso extraordinário (STF), revisão criminal. 
 
Quanto ao recurso em sentido estrito, não é pacifico o entendimento de seu 
cabimento, nos termos de enunciados dos Colégios Nacionais dos Juizados 
Especiais Criminais , que reúnem-se anualmente e editam estes enunciados , que 
na prática têm efeitos de súmulas especiais para Jecrim(s) e Jec (s) . E existe um 
proibindo-se expressamente o uso de recurso em sentido estrito nas ações penais 
de Jecrim. 
 
Não são cabíveis: embargos infringentes, recurso especial (STJ) e correição 
parcial. 
 
31- COMO É O TRIBUNAL DE RECURSO DA APELAÇÃO DE CASOS DO 
JECRIM PELA LEI 9.099/95. COMO FUNCIONA ESTE EM BRUSQUE. 
 
R: Juizes togados da comarca são os próprios julgadores. Eles compõem o 
tribunal de recursos específico para análise de todos os recursos de matérias do 
universo dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais. 
 
Assim os autos e recursos não sobem para o Tribunal de Justiça ou Tribunais 
Federais, mas são encaminhados às Câmaras destes que são chamados de 
Tribunais de Recursos dos Juizados Especiais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Há questões polêmicas e ainda não pacificadas, por exemplo sobre o recurso de 
hábeas corpus, porque todas as leis de que regulamentam as matérias 
processuais penais do Jecrim nenhuma fala sobre o HC, e, os fundamentos legais 
deste estão primeiro hierarquizados na Constituição Federal e depois no Código 
de Processo Penal e não modificados há décadas, nem na reformado CPP de 
2008, assim, cabe pedido de HC para TJ (s) TRF (s) e STJ e STF em matérias de 
Jecrim (s) , mas os entendimentos têm sido políticos em não acatarem , devido o 
elevado número de pedidos e que sobrecarregariam ainda mais estes tribunais de 
2º. E de 3º. Graus no Brasil . 
 
32- QUAL O PRAZO DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSO DE APELAÇÃO NO 
JECRIM. ? 
 
R: O prazo recursal será de 10 dias, iniciando-se a contagem da sentença 
cientificada ao MP, ao réu e seu defensor. 
 
33- COMO SE CONTAM OS PRAZOS DA PERGUNTA ANTERIOR. 
 
R: Exclui-se o dia do começo e inclui-se o dia final do prazo recursal. Ex: 
intimadas às partes da sentença numa sexta feira, o prazo somente passará a fluir 
a partir da segunda feira, salvo se esta não for dia útil, quando então o prazo 
passará a transcorrer a partir do 1º dia útil. 
 
Findo o prazo num sábado ou domingo, prorrogar-se-á até a 2º feira se for dia útil. 
 
34- QUAL A FORMA OBRIGATORIA DE INTERPOSIÇÃO DE APELAÇÃO. DICA 
ART. 82R: Regra geral: art. 282 CPC. 
Comunicação ao juízo, a luz do art. 82 da lei do JECRIM. 
 
35- CABE EMBARGO DE DECLARAÇÃO DA SENTENÇA PENAL 
CONDENATORIA DO JECRIM E DO ACORDAO NA FASE RECURSAL. 
 
R: Sim. É necessário que exista, na sentença ou acórdão, obscuridade, 
contradição, omissão ou duvida, para o cabimento de embargos. Basta apenas um 
requisito para justificar o recurso. 
 
36- EXPLIQUE DETALHADAMENTE COMO FUNCIONA A EXECUÇÃO PENAL 
DA SENTENÇA CONDENATÓRIA PELO JECRIM. 
 
R: Forma de alusão a LEP. Expede-se a carta de guia para a vara de execuções 
da comarca para que se cumpra o estabelecido na sentença. Sentença 
condenatória instala-se a execução.

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