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Universidade Federal do Rio Grande do Norte Disciplina: ELE-0583 Laboratório de Comunicações I Discentes: Ianca Maria Leite da Costa José Humberto Alves Junior Prof Dr. Marcio Eduardo da Costa Rodrigues, Eng° EXPERIÊNCIA: MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA ELÉTRICA março/2016 EXPERIÊNCIA: MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA ELÉTRICA Relatório técnico acerca do experimento realizado no laboratório de Eletrotécnica no dia 2 de março de 2016. SUMÁRIO Introdução --------------------------------------------------------------------------- Pag 4 Desenvolvimento ------------------------------------------------------------------ Pag 5 Instrumentos Utilizados Explanação teórica Descrição do experimento Resultados obtidos Conclusão -------------------------------------------------------------------------- Pag 11 Introdução Condição de máxima transferência de potência entre um gerador e uma carga resistiva Esta atividade permite que o aluno perceba que, ao conectar uma fonte de tensão (ou de corrente) real a uma carga resistiva de valor R, o valor para R que possibilita uma maior absorção de potência pela carga é quando R=rint. Em outras palavras, o objetivo dessa atividade é observar na prática a influência do casamento de impedância no teorema da máxima transferência de potência. O teorema supracitado é de extrema importância para sistemas que buscam trabalhar com a máxima eficiência na transferência de potência entre carga e gerador. Por exemplo, no contexto de uma antena é interessante que a mesma consiga radiar o máximo de potência recebida da fonte, pois a potência refletiva torna o sistema menos eficiente. A expectativa dessa prática é somar o conhecimento teórico as especificidades adquiridas apenas na prática e ainda rever um pouco da teoria, numa comparação do sistema teoria versus prática. 2. DESENVOLVIMENTO Instrumento Utilizados: Fonte de tensão; Resistores; Resistor variável (potenciômetro); Multímetro digital; Cabos conectores. b) Explanação teórica: Compreendendo o teorema da máxima transferência de potência: Em um circuito contendo uma fonte de tensão E, contendo uma resistência interna rint, conectados em série com uma resistência de valor R o teorema da máxima transferência de potência diz que quando a resistência da carga for igual à resistência interna da fonte, haverá um pico na potência. Para compreender esse teorema, vamos considerar o circuito mostrado na figura A, onde uma bateria é representada por uma fonte independente conectada em série com uma resistência. Observamos que a resistência interna da fonte causa uma queda de tensão na saída, quando esta estiver alimentando uma carga. Figura A – Fonte real alimentando uma carga Dessa forma, podemos definir a potência útil (Pu) a partir da potência gerada (Pg) e a potência perdida (Pp), conforme a equação abaixo: Pu = Pg - Pp (1) Onde: Pu = V . I (2) ; Pg = E . I (3) e Pp = r . I² (4). Portanto, se substituirmos (3) e (4) em (1), podemos escrever que a potência útil como: Pu = E.I - r.I² (5) Podemos ainda definir o rendimento (n), como uma razão entre a potência útil e a potência gerada, ou seja: Nota-se que, a equação da potência útil, representa uma função do segundo grau, onde E e r são parâmetros constantes, sendo a potência e a corrente variáveis em função da carga. O gráfico dessa função é uma parábola como vista na figura B, abaixo: Figura B - Curva característica da potência útil. Como Pu = I(E - rI), logo Pu=0 quando I=0 ou (E - rI) =0, Assim concluímos que a corrente de curto circuito observada no gráfico vale E/r ; consequentemente, Io (corrente para Pu,máx) = Icc/2 = E/2r. Substituindo o valor de Io na equação do gerador, obtemos: Vo = E - r.Io = E/2 Assim, como o valor da carga Rl = Vo/Io = r, ou seja, a máxima transferência de potência ocorre quando a carga (Rl) é igual à resistência interna do gerador (r). c) Descrição do experimento: Inicialmente, houve uma explanação geral da prática que seria realizada e nos foi apresentado um circuito já montado, na bancada do laboratório, na seguinte forma: a fonte de tensão conectada em série com quatro resistores de 150 Ω (totalizando 600 Ω, que representou a resistência interna da fonte) e o resistor variável, que representou a carga. Figura C - Resistor variável A partir desse ponto, com o auxílio do multímetro, ajustou-se a resistência do resistor variável para uma série de valores (250, 400, 500, 600, 700, 800 e 1.000 Ohms), de forma que levando em consideração a imprecisão do instrumento, o valor fosse o mais próximo possível. A cada ajuste realizado no potenciômetro, o circuito era ligado e verificava-se o valor da tensão em seus terminais com o auxílio do multímetro. A cada medida anotada de tensão, também era verificado o valor de corrente, colocando o multímetro em série com o circuito. Figura D - Medindo tensão, resistência e corrente com o multímetro d) Resultados obtidos: A partir dos valores de corrente e tensão calculados, e utilizando-se da equação (5), podemos calcular a potência útil e comparar o resultado conforme tabela abaixo: Teoria Resistência (R) 250 400 500 600 700 800 1000 Voltagem (V) 4,262 5,815 6,618 7,290 7,860 8,349 9,147 Corrente (mA) 17,051 14,538 13,238 12,151 11,229 10,437 9,147 Pútil (mW) 72,682 84,545 87,621 88,589 88,265 87,149 83,669 Rendimento (%) 28,80 39,29 44,72 49,26 53,11 56,41 61,80 Prática Resistência 250 400 500 600 700 800 1000 Voltagem (V) 4,02 4,33 5,8 7,03 7,45 7,78 8,6 Corrente (mA) 16,22 15,08 13,15 11,38 10,75 10,04 9,02 Pútil (mW) 77,467 82,647 87,754 88,39 87,682 86,297 83,215 Rendimento(%) 32,27 37,03 45,08 52,48 55,11 58,07 62,33 Conforme previsto, a potência útil máxima ocorreu com o casamento de impedância entre a carga e a resistência interna do gerador. Observamos também que o rendimento (%n), ficou próximo dos 50% teórico para o caso da carga igual a 600 ohms. Observe abaixo o gráfico de Potência útil teórica vs prática: Figura C - gráfico da potência útil (teórica vs prática) Na teoria, considerando a tensão da fonte 14,8 V, que foi a tensão medida nos terminais da fonte no laboratório, os valores de V, I e Pútil.max, seriam: V = 14,8/2 = 7,4 V I = E / 2r = 14,8 / 1200 = 0,0123 A ou 12,3 mA Pútil,max = E²/4r = 14,8²/4 x 600 = 0,09126 W ou 91,266 mW Comparando com os valores obtidos em laboratório, obtêm-se os seguintes erros: Para a tensão: Єrelativo = (|7,03 - 7,4|/7,4)*100 = 5% Para a corrente: Єrelativo = (|11,38 - 12,3|/12,3)*100 = 7,47% Para a potência útil: Єrelativo = (|88,39 - 91,26|/91,26)*100= 3,14% 3 - Conclusão Com base nos resultados obtidos, concluímos que o objetivo principal da prática foi atingido, tendo em vista que o erro relativo da máxima potência útil transferida foi de apenas 3,14 %. Um erro considerado tolerável quando levado em consideração as perdas envolvidas na situação real, como a resistência dos cabos e a imprecisão dos instrumentos de medição, bem como no ajuste fino do potenciômetro. O experimento também foi importante para verificar que em uma situação real sempre vamos nos deparar com essas diferenças de resultados quando comparado com a teoria, de maneira que novos conhecimentos foram adquiridos e somados aos obtidos em sala de aula.
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