Buscar

Apostila LIBRAS pdf

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Disciplina: Língua Brasileira de Sinais- LIBRAS 
Professora: Elizete F. Medeiros 
E-mail: elizeteunb@gmail.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os Órgãos do Aparelho Auditivo e seu Funcionamento 
 
Como o Ouvido Funciona 
 
 O ouvido capta vibrações do ar (sons) e as transforma em impulsos nervosos que o cérebro 
"ouve". O ouvido externo é composto pelo pavilhão e pelo canal auditivo. A entrada do canal auditivo 
é coberta de pêlos e cera, que ajudam a mantê-lo limpo. 
 O canal auditivo leva o som a uma membrana circular e flexível, chamada tímpano, que vibra ao 
receber ondas sonoras. Esta, por sua vez, faz vibrar, no ouvido médio, três ossículos, que ampliam e 
intensificam as vibrações, conduzindo-as ao ouvido interno. 
 O ouvido interno é formado por um complexo sistema de canais contendo líquido aquoso. 
Vibrações do ouvido médio fazem com que esse líquido se mova e as extremidades dos nervos 
sensitivos convertem esse movimento em sinais elétricos, que são enviados ao cérebro, através do 
nervo da audição (nervo auditivo). 
(O modo como os sinais elétricos são interpretados pelo cérebro ainda não está claramente 
entendido.) 
O Som 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sentindo o Som: 
 
 
 
 
 
 
 O som é produzido quando alguma coisa faz o ar se mover. Esse movimento 
chama-se vibração. Quando as moléculas de ar vibram, elas batem umas contra as 
outras, fazendo com que as vibrações se espalhem pelo ar sob a forma de ondas, 
produzindo o som. 
 
Os sons que produzimos vêm da garganta. Coloque a mão na parte da frente do pescoço e 
emita um som. Você sente a vibração da garganta? Do mesmo modo, você pode sentir a 
vibração do couro de um tambor. 
Dentro da garganta existem feixes de músculos chamados cordas vocais. Quando queremos 
falar ou cantar, expiramos o ar dos pulmões através das cordas vocais e isso faz as cordas 
vocais vibrarem e produzirem sons, que alíngua e a boca transformam em palavras. 
 
 
 
 
 
Ondas Sonoras Transformadas em Sinais 
 
 
 
 
 O Ouvido e o Cérebro 
 
 
 
 
 
 
 
O que é Surdez? 
 
Surdez é o nome dado à impossibilidade e dificuldade de ouvir, podendo ter como causa 
vários fatores que podem ocorrer antes, durante ou após o nascimento. A deficiência auditiva 
pode variar de um grau leve a profunda, ou seja, a criança pode não ouvir apenas os sons mais 
fracos ou até mesmo não ouvir som algum. 
 
 
 
Retrospectiva Histórica da Educação dos Surdos 
 
 Ao tomarmos conhecimento da História da educação dos surdos no mundo, ficamos ao 
mesmo tempo, maravilhados com a evolução da humanidade e alertas sobre o quanto ainda tende a 
ser desvendado sobre as questões que envolvem a vida, do deficiente auditivo, seja do ponto de 
vista de sua formação pessoal, educacional ou social. 
 Até o fim do século XI, não havia escolas para surdos, pois este era considerado incapaz de 
ser ensinado e conseqüentemente de aprender, por isso, a pessoa surda era excluída da sociedade 
e muitas vezes tinha suas sobrevivências prejudicadas, chegando a ponto de ser proibido de possuir 
e herdar propriedades, casar-se, votar, ou seja, de exercer sua cidadania. 
 Esta injusta e dramática situação dos surdos perduraram por várias décadas, até que em 
1750 o padre – Abade De L’ Epée – na França, descobriu que a compreensão das idéias não 
dependia de ouvir palavras. De L’ Epée em contato com nativos surdos de Paris, pode conhecer a 
Língua de Sinais, reconhecendo assim sua importância e legitimidade para a comunidade surda. 
Fundou então a 1ª escola para surdos no mundo(1755), treinando e empregando um número grande 
de professores surdos que por sua vez, fundaram tantas outras escolas pela Europa. 
 Descobriu-se à partir daquele momento que a LÌNGUA DE SINAIS, possibilitava a seus 
usuários discutirem quaisquer assuntos, concretos ou abstratos de modo tão econômico, eficaz e 
gramatical quanto a língua falada. Assim, em 1869 havia 550 professores de surdos em todo o 
mundo. Em 1864 fundava-se na cidade de Washington a 1ª Universidade de Surdos-Mudos 
(atualmente a Galhaudet University). Todo este período foi considerado “brilhante” na educação dos 
surdos. 
 Entretanto, em 1870, uma corrente que fora crescendo por décadas, começou a levantar 
questionamentos em relação a Língua de Sinais, iniciando dilemas que perduram em alguns locais 
até os dias de hoje: “ De que valia o uso de sinais sem a fala? Não se deveria, em vez disso, ensiná-
los a falar e ler os lábios? Afinal, a maioria da sociedade é composta por ouvintes. O que é melhor, 
As vibrações que as ondas sonoras causam no ar são convertidas em sinais elétricos na 
cóclea do ouvido interno, onde penetram por uma membrana chamada janela oval e passam 
para um canal cheio de líquido. Tudo isso tem mais ou menos o tamanho do dedo mindinho e o 
formato de um caracol. O canal contém membranas com milhares de terminações nervosas 
parecidas com cílios. É o chamado órgão de Corti. As vibrações movimentam o líquido, que 
mexe os cílios e faz os nervos dispararem sinais elétricos. Esses sinais são transmitidos ao 
cérebro por meio do nervo auditivo. Vibrações mais fortes criam sons mais intensos. 
 
 
Os sinais provenientes da cóclea viajam até o cérebro através do nervo auditivo. Este 
transporta os sinais sonoros até a área do cérebro chamada córtex auditivo. É nessa área que 
o cérebro interpreta os sinais como "sons". Na verdade, não se sabe ao certo como o cérebro 
interpreta as ondas sonoras captadas pelo ouvido e transformadas em energia elétrica. 
 
integração ou educação? Assim, e, 1880 em Milão na Itália, houve o “célebre” Congresso 
Internacional de Educação de Surdos, no qual todos os professores surdos foram excluídos da 
votação. O oralismo saiu vencedor e o uso da Língua de Sinais nas escolas foi oficialmente abolido.e 
 Os alunos surdos foram proibidos de usar sua própria língua “natural” e, dali por diante, 
forçados a aprender, o melhor que pudessem, a ( para eles) “ artificial” língua falada. Permaneceu 
assim por várias décadas, o império oralista e com ele ( com a total supressão da Língua de Sinais) 
a deteriorização marcante no aproveitamento educacional das crianças surdas e na instrução dos 
surdos em geral. 
 Foi só na década de 1960, que historiadores e psicólogos, bem como pais e professores de 
crianças surdas, preocupados com a situação calamitosa da educação dos surdos começaram a 
indagar: O que está acontecendo? O que fazer? Surgiu então a Filosofia da Comunicação Total, que 
defende o emprego de todas as formas possíveis de comunicação com o surdo, incluindo a 
utilização de sinais em uma combinação com a fala, utilizadas simultaneamente. Com o advento da 
Comunicação Total, os sinais começam novamente a serem encarados como imprescindíveis na 
educação dos surdos. 
 Atualmente, diversos pesquisadores, sobretudo lingüistas de várias partes do mundo se 
preocupam em estudar e divulgar a língua de sinais como sendo uma verdadeira língua, dotada de 
uma estrutura gramatical própria e natural da comunidade surda. 
 O BILINGUISMO defende a aquisição da Língua de Sinais como 1ª língua e a língua oral 
como 2ª língua e que toda pessoa surda tem o direito de exercer a sua condição BICULTURAL. 
 No Brasil, estima-se hoje que existam 2 milhões de surdos estudando em escolas exclusivas 
para surdos ou integrados no ensino regular. 
 “A Língua de Sinais, nas mãos de seus mestres, é uma língua extraordinariamente bela e 
expressiva, para a qual, na comunicação uns com os outros é como um modo de atingir com 
facilidade e rapidez a mente dos surdos, nem a natureza nem a arte lhes concedeu um substituto a 
altura. Enquanto houver duas pessoas surdas sobre a face da Terra e elas se encontrarem, serão 
usados sinais.” 
 
(J. Somuxler) 
 
A História da Educação dos Surdosno Brasil 
 
A história da educação dos surdos no Brasil é iniciada com a decisão de Dom Pedro II que 
incumbiu o Marquês de Abrantes para organizar uma comissão a fim de promover a fundação de um 
instituto para a educação de surdos-mudos. Em 1856 essa comissão se reuniu e tomou, como 
primeira deliberação à criação do Instituto. Em 26 de setembro de 1857 foi aprovada a Lei de n. 939 
que designava a verba para auxilio orçamentário ao novo estabelecimento e pensão anual para cada 
um dos dez alunos que o governo imperial mandou admitir no Instituto. 
Assim sendo, Dom Pedro II trouxe para o Brasil um surdo francês chamado Edward Huet, 
iniciando assim a educação dos surdos no Brasil. 
O trabalho proposto por Huet seguia a Língua de Sinais, uma vez que este teria estudado com 
Clerc no Instituto Francês, podendo-se deduzir que ele utilizava os sinais e a escrita, sendo 
considerado inclusive, como sendo o introdutor da Língua de Sinais Francesa no Brasil. 
O primeiro instituto para surdos no Brasil foi fundado em 1857 por Edward Huet, inicialmente 
chamado de Imperial Instituto de Surdos-Mudos, passando a receber o nome de Instituto Nacional 
de Surdos Mudos, em 1956, e de Instituto Nacional de Educação de Surdos em 1957. Assim, a 
proposta de currículo apresentado tinha como disciplinas o português, aritmética, história, geografia, 
linguagem articulada e leitura sobre os lábios para os que tivessem aptidão. 
Em 1862 Huet deixou o Instituto por problemas pessoais, sendo o seu cargo de diretor 
ocupado por Dr. Manuel de Magalhães Couto, que não era especialista em surdez e 
conseqüentemente deixou de realizar o treino de fala e leitura de lábios no Instituto. Por este motivo, 
 
após uma inspeção governamental, em 1868 o Instituto foi considerado um asilo de surdos. Com 
isso o cargo de diretor passou a ser ocupado por Tobias Leite que foi estabelecida obrigatoriamente 
a aprendizagem da linguagem articulada e da leitura dos lábios. 
Em 1889 o governo determinou que, a leitura dos lábios e a linguagem articulada deveriam 
ser ensinadas apenas para aqueles alunos que apresentassem um bom aproveitamento sem 
prejudicar a escrita. 
Por volta de 1897, o caráter educacional sofria forte influencias da Europa, inclusive devido às 
decisões tomadas no Congresso de Milão. Portanto, em 1911, o Instituto Nacional de Surdos (INES) 
passou a seguir a tendência mundial, utilizando o oralismo puro em suas salas de aula. Todavia, o 
uso dos sinais permanece até 1957, momento em que a proibição é dada como oficial. 
É na década de setenta que chega ao Brasil a Comunicação Total, após a visita de uma 
professora de surdos à Universidade Gallaudet, nos Estados Unidos. 
Na década de oitenta, são iniciadas as discussões acerca do bilingüismo no Brasil. Lingüistas 
brasileiros começaram a se interessar pelo estudo da 
Língua de Sinais Brasileira (LIBRAS) e da sua contribuição para a educação do surdo. A partir das 
pesquisas desenvolvidas por Lucinda Ferreira Brito sobre a Língua Brasileira de Sinais, deu-se início 
as pesquisas, seguindo o padrão internacional de abreviação das Línguas de Sinais, tendo a 
brasileira sida batizada pela professora de LSCB (Língua de Sinais dos Centros Urbanos 
Brasileiros), para diferencia-la da LSKB (Língua de Sinais Kapor Brasileira), utilizada pelos índios 
Urubu-Kapor no Estado do Maranhão. A partir de 1994, Brito passa a utilizar a abreviação LIBRAS 
(Língua Brasileira de Sinais), que foi criada pela própria comunidade surda para designar a 
LSCB.Todavia, no ano de 1986 a direção do Instituto Nacional de Educação de Surdos, sob a luz 
dos efeitos dessa nova era, iniciou o projeto de pesquisa PAE (Projeto de Alternativas Educacionais), 
um trabalho de implementação da Comunicação Total em grupos de alunos ali 
matriculados.Entretanto esta perspectiva não tomou corpo, podendo ser observado que, atualmente, 
segundo a Procuradoria Geral do Trabalho (2001/2002) foi sancionada, em 24 de abril de 2002, a lei 
nº 10. 436 que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como meio legal de comunicação e 
expressão. Esta foi vista como sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura 
gramatical própria oriunda da comunidade de pessoas surdas do Brasil. Desta maneira, o sistema 
educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem 
garantir a inclusão nos cursos de formação de educação especial, de Fonoaudiologia e de 
magistérios, em seus níveis médios e superior, o ensino das LIBRAS, como parte integrante dos 
parâmetros Curriculares Nacionais. 
Nesta perspectiva, o surdo, como todos os demais educandos “especiais”, terá garantido 
assim, os seus direitos à educação, assegurando uma formação que lhe dê condições de autonomia 
no mercado de trabalho, etc., ou seja, realmente partindo da educação para a inclusão social em 
todos os seus aspectos.(GENIVALDA BARBOSA) 
GENIVALDA BARBOSA VILELA 
•Graduada pela Faculdade Integrada do Recife (FIR) 
 
Brasil Colônia... 
 
A história da educação dos surdos no Brasil é iniciada com a decisão de Dom Pedro II que 
incumbiu o Marquês de Abrantes para organizar uma comissão a fim de promover a fundação de um 
instituto para a educação de surdos-mudos. Em 1856 essa comissão se reuniu e tomou, como 
primeira deliberação à criação do Instituto. Em 26 de setembro de 1857 foi aprovada a Lei de n. 939 
que designava a verba para auxilio orçamentário ao novo estabelecimento e pensão anual para cada 
um dos dez alunos que o governo imperial mandou admitir no Instituto. 
A história da educação dos surdos no Brasil é iniciada com a decisão de Dom Pedro II que 
incumbiu o Marquês de Abrantes para organizar uma comissão a fim de promover a fundação de um 
instituto para a educação de surdos-mudos. Em 1856 essa comissão se reuniu e tomou, como 
 
primeira deliberação à criação do Instituto. Em 26 de setembro de 1857 foi aprovada a Lei de n. 939 
que designava a verba para auxilio orçamentário ao novo estabelecimento e pensão anual para cada 
um dos dez alunos que o governo imperial mandou admitir no Instituto. 
Assim sendo, Dom Pedro II trouxe para o Brasil um surdo francês chamado Edward Huet, 
iniciando assim a educação dos surdos no Brasil. 
 O trabalho proposto por Huet seguia a Língua de Sinais, uma vez que este teria estudado com 
Clerc no Instituto Francês, podendo-se deduzir que ele utilizava os sinais e a escrita, sendo 
considerado inclusive, como sendo o introdutor da Língua de Sinais Francesa no Brasil. 
O primeiro instituto para surdos no Brasil foi fundado em 1857 por Edward Huet, inicialmente 
chamado de Imperial Instituto de Surdos-Mudos, passando a receber o nome de Instituto Nacional 
de Surdos Mudos, em 1956, e de Instituto Nacional de Educação de Surdos em 1957. Assim, a 
proposta de curriculum apresentado tinha como disciplinas o português, aritmética, história, 
geografia, linguagem articulada e leitura sobre os lábios para os que tivessem aptidão. 
Em 1862 Huet deixou o Instituto por problemas pessoais, sendo o seu cargo de diretor 
ocupado por Dr. Manuel de Magalhães Couto, que não era especialista em surdez e 
conseqüentemente deixou de realizar o treino de fala e leitura de lábios no Instituto. Por este motivo, 
após uma inspeção governamental, em 1868 o Instituto foi considerado um asilo de surdos. Com 
isso o cargo de diretor passou a ser ocupado por Tobias Leite que foi estabelecida obrigatoriamente 
a aprendizagem da linguagem articulada e da leitura dos lábios. 
 
Brasil Colônia...início da República... 
 
Em 1889 o governo determinou que, a leitura dos lábios e a linguagem articulada deveriam 
ser ensinadas apenas para aqueles alunos que apresentassem um bom aproveitamento sem 
prejudicar a escrita. 
 Por volta de 1897, o caráter educacional sofria forte influencias da Europa, inclusive devido às 
decisões tomadas no Congressode Milão. Portanto, em 1911, o Instituto Nacional de Surdos (INES) 
passou a seguir a tendência mundial, utilizando o oralismo puro em suas salas de aula. 
Todavia, o uso dos sinais permanece até 1957, momento em que a proibição é dada como oficial. 
É na década de setenta que chega ao Brasil a Comunicação Total, após a visita de uma 
professora de surdos à Universidade Gallaudet, nos Estados Unidos. 
Na década de oitenta, são iniciadas as discussões acerca do bilingüismo no Brasil. Lingüistas 
brasileiros começaram a se interessar pelo estudo da Língua de Sinais Brasileira (LIBRAS) e da sua 
contribuição para a educação do surdo. A partir das pesquisas desenvolvidas por Lucinda Ferreira 
Brito sobre a Língua Brasileira de Sinais, deu-se início as pesquisas, seguindo o padrão internacional 
de abreviação das Línguas de Sinais, tendo a brasileira sida batizada pela professora de LSCB 
(Língua de Sinais dos Centros Urbanos Brasileiros), para diferencia-la da LSKB (Língua de Sinais 
Kapor Brasileira), utilizada pelos índios Urubu-Kapor no Estado do Maranhão. A partir de 1994, Brito 
passa a utilizar a abreviação LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), que foi criada pela própria 
comunidade surda para designar a LSCB. 
 
Atualmente... 
 
Todavia, no ano de 1986 a direção do Instituto Nacional de Educação de Surdos, sob a luz 
dos efeitos dessa nova era, iniciou o projeto de pesquisa PAE (Projeto de Alternativas Educacionais), 
um trabalho de implementação da Comunicação Total em grupos de alunos ali matriculados. 
 Entretanto esta perspectiva não tomou corpo, podendo ser observado que, atualmente, 
segundo a Procuradoria Geral do Trabalho (2001/2002) foi sancionada, em 24 de abril de 2002, a lei 
nº 10. 436. 
 
 
Conceitos Básicos 
 
Quem são os SURDOS? 
 
 São aquelas pessoas que utilizam a comunicação espacial-visual como principal meio de 
conhecer o mundo em substituição à audição e à fala. 
 A maioria das pessoas surdas, no contato com outros surdos, desenvolve a Língua de Sinais. 
 Já outros, por viverem isolados ou em locais onde não exista uma comunidade surda, apenas 
se comunicam por gestos. 
 Existem surdos que por imposição familiar ou opção pessoal preferem utilizar a língua oral 
(falada). 
 
Deficiência Auditiva 
 
Termo técnico usado na área de saúde e, algumas vezes, em textos legais. Refere-se a uma perda 
sensorial auditiva. Não designa o grupo cultural dos surdos. 
 
Surdo-Mudo 
 
Provavelmente a mais antiga e incorreta denominação atribuída ao surdo, e infelizmente ainda 
utilizada em certas áreas e divulgadas nos meios de comunicação, principalmente televisão, jornais 
e rádio. 
 
“Mudinho” 
 
Sendo a mudez uma impossibilidade de falar ou problema ligado a emissão de voz (órgão 
fonoarticulatório: língua, pregas vocais, laringe, pulmão, etc), chamá-los de “mudinhos” é uma dupla 
agressão. Primeiro por tratá-los como coitadinhos e segundo por lhes atribuir algo que não são. 
 
Cultura Surda 
 
 
 
São costumes, hábitos, piadas e histórias que a comunidade surda compartilha e transmite às 
gerações seguintes. Ela é construída no contato do surdo com outros surdos, nas suas associações 
e clubes, pelo uso do intérprete de Língua de Sinais e pela tecnologia adaptada aos surdos. 
Os surdos têm sua cultura expressa através de símbolos, basicamente visuais, cuja a maior 
representação é a LIBRAS. 
 
 
Dia do Surdo 
 
A data nacional dos surdos é dia 26 de setembro, sendo homenagem à inauguração da primeira 
escola de surdos do país, o INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos), no Rio de Janeiro, 
mas durante todo o mês de setembro a comunidade surda mobiliza-se organizando festas, 
manifestações, passeatas e outros eventos. 
 
Língua de Sinais 
 
 Sendo a língua que surgiu nas comunidades surdas é a que mais se adapta à expressão do 
surdo. 
 Não se deve dizer linguagem de sinais porque a LIBRAS é comparável a qualquer idioma do 
mundo. Não se pensaria em dizer linguagem portuguesa, por exemplo. 
 Atualmente tem se difundido muito a forma de se escrever as línguas sinalizadas. O sistema 
mais utilizado é o “SINWRITING” que são símbolos que representam o formato das mãos, 
movimentos e partes do corpo usadas na sinalização. 
 
A Escrita das Línguas de Sinais 
 
Não é divulgado se alguma comunidade surda tenha desenvolvido espontaneamente um 
sistema de escrita para representar a língua de sinais. Portanto as línguas de sinais são 
naturalmente ágrafas, isto é, não possuem registro escrito assim como a maioria dos idiomas 
indígenas. Com o fortalecimento e conscientização das comunidades surdas surgiu a necessidade 
de registrar seu legado cultural que vinha sendo passado de geração em geração de forma que 
ficava gravado apenas na memória humana. Com o desenvolvimento da tecnologia surgiram as 
filmadoras e atualmente a possibilidade da gravação digital de imagens em computador que são 
formas que captam muito bem as nuances visuais e dinâmicas das línguas sinalizadas, mas também 
nas línguas orais temos a capacidade de registrar melhor nossas vozes em fitas de áudio e, mesmo 
assim, a escrita se mantêm como o mais poderoso meio de propagação da cultura através das 
gerações. A escrita é tão importante que marca a passagem da Pré-história para a História. 
 
Classificação Geral dos Graus de Surdez e Prevenção 
 
De acordo com a visão médica o termo surdez e deficiente auditivo, estão intimamente 
ligados, sendo o surdo visto como o portador de uma doença localizada, uma deficiência que precisa 
de ser tratada. A surdez é definida como a perda parcial ou total da capacidade auditiva. 
1. Classificação da Deficiência Auditiva quanto ao Tipo (ou Local) 
 Esta caracterização refere-se à localização da lesão, que origina a perda auditiva. Pode 
dividir-se em: 
 
 - Surdez de Condução 
É originada por patologias (doenças), que acontecem no ouvido externo e/ou no ouvido médio 
(ver Sistema Auditivo). Por exemplo, rolhões de cera, malformações do pavilhão auricular, 
perfuração do tímpano, otites, podem originar uma perda deste tipo. 
 
 - Surdez Neuro-sensorial ou de Percepção 
Ocorre quando as causas da perda auditiva estão localizadas na cóclea e/ou nervo auditivo. 
Se estiver situada na cóclea denomina-se endococlear, se estiver localizada no nervo auditivo ou 
 
num nível superior da via auditiva chama-se retrococlear. Por exemplo, nos casos de Síndroma de 
Meniére, presbiacusia (perda auditiva decorrente do envelhecimento). 
 
- Surdez Mista 
Existe quando coexistem alterações no ouvido externo/médio e no ouvido interno, por isso tem 
características de surdez de condução e neuro-sensorial. 
 
2. Classificação da Deficiência Auditiva quanto ao Grau 
 
 Segundo o Bureau International d’Audio-Phonologie (B.I.A.P. - 02), 1998, a deficiência 
auditiva é classificada de acordo com os limiares auditivos obtidos pela pessoa num exame de 
audição (audiograma tonal). Esse exame revelará a existência ou não de uma perda em dB (que é 
uma medida relativa de intensidade do som) em relação ao ouvido normal. Então, o grau de audição 
pode ser classificado em: 
 
- Audição Normal ou Subnormal 
O limiar auditivo médio não ultrapassa os 20 dB. 
 
- Deficiência Auditiva 
- Ligeira Perda auditiva de 21 a 40 dB; 
- Moderada 1º grau: perda auditiva de 41 a 55 dB; 
 2º grau: perda auditiva de 56 a 70 dB; 
- Severa 1º grau: perda auditiva de 71 a 80 dB; 
 2º grau: perda auditiva de 81 a 90 dB; 
 
- Profunda 1º grau: perda auditiva de 91 a 100 dB;2º grau: perda auditiva de 101 a 110 dB; 
 3º grau: perda auditiva de 111 a 119 dB; 
- Total (Cofose) Perda auditiva média de 120 dB. 
 
 
 
a) Decibéis: a intensidade ou volume dos sons é medida em unidades chamadas decibéis, 
abreviadas para dB. Sessenta dB é a intensidade do som de uma conversa, e 120 dB a de um avião 
a jato. Se uma pessoas "perder" 25 dB de volume, poderá ter problemas de audição. A perda de 95 
dB pode ensurdecer totalmente uma pessoa. 
b)Hertz (Hz) é a unidade que determina o comprimento da onda sonora e envolve a freqüência do 
som, ou seja, a capacidade de perceber sons graves e agudos. Assim, a audição normal é aquela 
que se situa entre 0 a 20 dB e entre 250 a 4.000 Hertz. Para determinar a perda em um teste 
audiométrico geralmente são usadas as freqüências 500, 1000, 2000 Hz e 4000 Hz. 
A competência auditiva 
 A competência auditiva é classificada como normal, perda leve, moderada, severa e profunda. É 
difícil imaginar o que perdem aqueles que têm uma deficiência auditiva. Portanto, para ilustrar, 
examinemos a tabela a seguir: 
 
 
 
QUADRO 
Qualidade do Som Decibéis Tipo de Ruído 
muito baixo 0-20 farfalhar das folhas 
baixo 20-40 conversação silenciosa 
moderado 40-60 conversação normal 
alto 60-80 ruído médio de fábrica ou trânsito 
muito alto 80-100 apito de guarda e ruído de caminhão 
ensurdecedor 100-120 ruído de discoteca e de avião 
decolando 
 
3. Classificação da Deficiência Auditiva quanto à Causa: 
 
Causas da Surdez de Condução 
- Cerúmen ou corpos estranhos no canal auditivo externo; 
- Otite externa 
- Otite média 
- Interrupção da cadeia ossicular (martelo, bigorna e estribo), por traumatismo, explosão, 
malformação, otite, etc. 
- Inflamação da membrana do tímpano 
- Perfurações da membrana timpânica 
- Obstrução da trompa de Eustáquio 
- Fenda palatina 
- Otosclerose 
 
 Causas da Surdez Neuro-sensorial 
 
Causas Pré-Natais (antes do nascimento) 
- de origem hereditária 
- de origem não hereditária (Infecções maternas por rubéola, citomegalovírus, sífilis, herpes, 
toxoplasmose) 
- Drogas ototóxicas (são aquelas que prejudicam o ouvido) e outras, alcoolismo materno 
- Irradiações (por exempo, Raio-X) 
- Toxemia, diabetes e outras doenças maternas graves 
 
Causas Peri-Natais (durante o parto) 
- Prematuridade e/ou baixo peso ao nascimento 
- Trauma de parto 
- Doença hemolítica do recém-nascido (icterícia grave) 
 
Causas Pós-Natais 
- Infecções: meningite, encefalite, parotidite epidémica, sarampo 
- Drogas ototóxicas 
- Perda auditiva induzida por ruído 
 
- Traumas físicos que afectam o osso temporal 
 
4. Classificação da Deficiência Auditiva quanto ao momento em que ocorre: 
 Surdez congénita: acontece antes ou durante o nascimento; 
Surdez adquirida: ocorre após o nascimento. 
 
Considerando o desenvolvimento da linguagem, denomina-se: 
Surdez pré-locutiva (ou pré-linguística): aquela que ocorre antes do desenvolvimento da fala 
e da linguagem; 
Surdez pós-locutiva (ou pós-linguística): a que surge depois do desenvolvimento da fala e da 
linguagem. 
A Prevenção 
A prevenção primária refere-se às ações que antecedem o problema da surdez, evitando sua 
ocorrência e deve ser realizada por meio: 
 de campanhas de vacinação das jovens contra a rubéola; 
 de exames pré-nupciais; 
 do acompanhamento à gestante (pré-natal); 
 de campanhas de vacinação infantil contra: sarampo, meningite, caxumba, etc; 
 de palestras e orientações às mães. 
 Já a prevenção secundária refere-se às ações que atenuam as conseqüências da surdez e são 
realizadas tanto na área da saúde, como na área da educação: 
 na área da saúde, por meio do diagnóstico, da protetização precoce da criança e do 
atendimento fonoaudiológico; 
 na área da educação, por meio do atendimento na Educação Infantil, principalmente através 
do Programa de Estimulação Precoce (para crianças de zero a três anos). 
 A prevenção terciária refere-se às ações que limitam as conseqüências do problema da surdez e 
melhoram o nível de desempenho da pessoa, como por exemplo, aquelas que compõem o 
atendimento realizado pela Educação Especial. 
 
O grau e o tipo da perda de audição, assim como a idade em que esta ocorreu, vão 
determinar importantes diferenças em relação ao tipo de atendimento que o aluno irá receber. 
 Sob o aspecto que interfere na aquisição da linguagem e da fala, o déficit auditivo pode ser 
definido como perda média em decibéis, na zona da fala (freqüência de 500 - 1.000 - 2.000 hertz) 
para o melhor ouvido. 
 Do ponto de vista educacional e com base na classificação do Bureau Internacional 
d’Audiophonologie - BIAP, e na Portaria Interministerial nº 186 de 10/03/78, considera-se: 
 
Parcialmente Surdo 
 
a) Portador de Surdez Leve - aluno que apresenta perda auditiva de até quarenta decibéis. Essa 
perda impede que o aluno perceba igualmente todos os fonemas da palavra. Além disso, a voz fraca 
ou distante não é ouvida. Em geral, esse aluno é considerado como desatento, solicitando, 
frequentemente, a repetição daquilo que lhe falam. Essa perda auditiva não impede a aquisição 
normal da linguagem, mas poderá ser a causa de algum problema articulatório ou dificuldade na 
leitura e/ou escrita. 
 
 b) Portador de Surdez Moderada - aluno que apresenta perda auditiva entre quarenta e setenta 
decibéis. Esses limites se encontram no nível da percepção da palavra, sendo necessário uma voz 
de certa intensidade para que seja convenientemente percebida. É freqüente o atraso de linguagem 
e as alterações articulatórias, havendo, em alguns casos, maiores problemas lingüísticos. Esse aluno 
tem maior dificuldade de discriminação auditiva em ambientes ruidosos. Em geral, ele identifica as 
palavras mais significativas, tendo dificuldade em compreender certos termos de relação e/ou frases 
gramaticais complexas. Sua compreensão verbal está intimamente ligada à sua aptidão para a 
percepção visual. 
 
Surdo 
 
a) Portador de Surdez Severa - Aluno que apresenta perda auditiva entre setenta e noventa 
decibéis. Este tipo de perda vai permitir que ele identifique alguns ruídos familiares e poderá 
perceber apenas a voz forte, podendo chegar até quatro ou cinco anos sem aprender a falar. Se a 
família estiver bem orientada pela área educacional, a criança poderá chegar a adquirir linguagem. A 
compreensão verbal vai depender, em grande parte, de aptidão para utilizar a percepção visual e 
para observar o contexto das situações. 
b) Portador de Surdez Profunda - Aluno que apresenta perda auditiva superior a noventa decibéis. 
A gravidade dessa perda é tal, que o priva das informações auditivas necessárias para perceber e 
identificar a voz humana, impedindo-o de adquirir naturalmente a linguagem oral. As perturbações da 
função auditiva estão ligadas tanto à estrutura acústica, quanto à identificação simbólica da 
linguagem. Um bebê que nasce surdo balbucia como um de audição normal, mas suas emissões 
começam a desaparecer à medida que não tem acesso à estimulação auditiva externa, fator de 
máxima importância para a aquisição da linguagem oral. Assim também, não adquire a fala como 
instrumento de comunicação, uma vez que, não a percebendo, não se interessa por ela, e não tendo 
"feedback" auditivo, não possui modelo para dirigir suas emissões. 
A construção da linguagem oral no indivíduo com surdez profunda é uma tarefa longa e 
bastante complexa, envolvendo aquisições como: tomar conhecimento do mundo sonoro, aprender a 
utilizar todas as vias perceptivas que podem complementar a audição, perceber e conservar a 
necessidade de comunicação e de expressão, compreendera linguagem e aprender a expressar-se. 
Na área da deficiência da audição, as alternativas de atendimento estão intimamente 
relacionadas às condições individuais do educando. O grau da perda auditiva e do comprometimento 
lingüístico, a época em que ocorreu a surdez e a idade em que começou sua Educação Especial são 
fatores que irão determinar importantes diferenças em relação ao tipo de atendimento que deverá 
ser prescrito para o educando. 
Quanto maior for a perda auditiva, maiores serão os problemas lingüísticos e maior será o 
tempo em que o aluno precisará receber atendimento especializado. 
Os Números da Surdez 
 No Brasil 
 
No Brasil, estima-se que existam cerca de 15 milhões de pessoas com algum tipo de perda 
auditiva. No Censo de 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 
3,3% da população responderam ter algum problema auditivo. Aproximadamente 1% declarou ser 
incapaz de ouvir. 
No Maranhão, de acordo com levantamentos realizados pelo IBGE/2000, o número de surdos 
é de aproximadamente 200 mil pessoas, enquanto na ilha de São Luís foram registrados 27.922 
surdos 
 
Atualmente o Brasil atende a cerca de 700 mil pessoas com surdez nos diversos níveis e 
modalidades de ensino, distribuídas entre escolas especiais para surdos, escolas de ensino regular e 
ONG's. 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 1,5% da população 
brasileira (2,25 milhões) é portadora de deficiência auditiva 
Em 1998, havia 293.403 alunos, distribuídos da seguinte forma: 58% com problemas mentais; 
13,8%, com deficiências múltiplas; 12%, com problemas de audição; 3,1% de visão; 4,5%, com 
problemas físicos; 2,4%, de conduta. Apenas 0,3% com altas habilidades ou eram superdotados e 
5,9% recebiam "outro tipo de atendimento"(Sinopse Estatística da Educação Básica/Censo Escolar 
1998, do MEC/INEP). 
No Brasil, empresas com mais de cem funcionários devem contratar 2% de pessoas com 
deficiência, com 201 a 500 funcionários - 3%, de 501 a 1000% - 4 % e de 1001 funcionários em 
diante, 5%. 
No Mundo 
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que 10% da população mundial 
apresentam algum problema auditivo. 
Outros Números 
Enquanto a redução do processo de audição entre as mulheres se torna mais acentuado a 
partir dos 55 anos, após a menopausa, os homens começam a sofrer essa degradação, em média, 
já após os 30 anos de idade. Essa foi a conclusão de pesquisadores da Universidade de Dakota do 
Sul (Estados Unidos), após realizarem estudo que avaliou de que maneira a idade e o sexo 
interferem no processo auditivo. 
Casos de surdez podem ser evitados. Para isso é necessário que se tomem alguns cuidados. 
 
Adaptações Significativas 
 
Adaptações Curriculares são respostas educativas que devem ser dadas pelo sistema 
educacional, de forma a favorecer a todos os alunos e, dentre estes, os que apresentam 
necessidades educacionais especiais: 
→ o acesso ao Currículo; 
→ a participação integral, efetiva e bem-sucedida em uma programação escolar tão comum quanto 
possível; 
→ a consideração e o atendimento de suas peculiaridades e necessidades especiais, no processo 
de elaboração: 
1. do Plano Municipal de Educação; 
2. do Projeto Pedagógico da Unidade Escolar; 
3. do Plano de Ensino do Professor. 
As necessidades especiais revelam que tipos de estratégias, diferentes das usuais, são 
necessárias para permitir que todos os alunos, inclusive as pessoas com deficiência, participem 
integralmente das oportunidades educacionais, com resultados favoráveis, dentro de uma 
programação tão normal quanto possível. 
Algumas dessas estratégias compreendem ações que são da competência e atribuição das 
instâncias político-administrativas superiores, já que exigem modificações que envolvem ações de 
 
natureza política, administrativa, financeira, burocrática, etc. A essas, denomina-se Adaptações 
Curriculares de Grande Porte. 
Outras, compreendem modificações menores, de competência específica do professor. Elas 
constituem pequenos ajustes nas ações planejadas a serem desenvolvidas no contexto da sala de 
aula. A essas, então, se denomina Adaptações Curriculares de Pequeno Porte. 
Para atender ao conjunto de necessidades educacionais especiais do alunado, Adaptações 
Curriculares de Grande e/ou de Pequeno Porte podem se mostrar necessárias em três diferentes 
níveis do planejamento educacional: 
∙ no âmbito do Plano Municipal de Educação e no do Projeto Pedagógico, tanto do Município como 
da Unidade Escolar; 
∙ no âmbito do Plano de Ensino, elaborado pelo professor; 
∙ no âmbito da Programação Individual de Ensino, também elaborada pelo professor. 
Competências e Atribuições 
No âmbito das atribuições formais, cabe à Secretaria Municipal de Educação, juntamente com 
a Direção das Unidades Escolares, a responsabilidade de: 
1. Mapear a população que será atendida pela rede escolar; 
2. Identificar as necessidades especiais presentes nessa população; 
3. Identificar quais são as adaptações curriculares de grande porte que devem ser providenciadas, 
de forma a permitir o acesso e a participação de todos os alunos no cotidiano escolar; 
4. Planejar a implementação dessas adaptações, incluindo providências a serem tomadas a curto, a 
médio e a longo prazos; 
5. Implementar as adaptações de acesso ao currículo e as curriculares de grande porte que lhe são 
de atribuição e responsabilidade. 
Cabe à Direção das Unidades Escolares, a responsabilidade de: 
1. Permitir e prover suporte administrativo, técnico e científico para a flexibilização do processo de 
ensino, de modo a atender à diversidade; 
2. Adotar propostas curriculares diversificadas e abertas, em vez de adotar concepções rígidas e 
homogeneizadoras do currículo; 
3. Flexibilizar a organização e o funcionamento da escola, de forma a atender à demanda 
diversificada dos alunos; 
4. Viabilizar a atuação de professores especializados e de serviços de apoio para favorecer o 
processo educacional. 
Leva-se aqui em consideração, o fato de que dificilmente as adaptações que se fazem 
necessárias para a construção de um sistema educacional inclusivo sejam possíveis de serem 
realizadas todas, de imediato. Sabe-se que não seria realista supor que todas as modificações 
físicas e estruturais, a aquisição de equipamentos e recursos diversos, bem como promover a 
capacitação continuada de todos os professores, pudessem, de um dia para o outro, estar 
disponíveis. Por outro lado, não seria ético estender o processo a perder de vista no tempo, 
terminando em um nada... ou seja, na manutenção de um sistema educacional segregatório e 
ineficiente. É para isso que o planejamento estratégico, tanto da parte do Município, como da parte 
das unidades escolares, se faz essencial. 
 
Adaptações de Acesso ao Currículo 
De responsabilidade da instância político-administrativa, tem-se dentre as adaptações de 
acesso ao currículo: 
→ a criação de condições físicas, ambientais e materiais para o aluno, em sua unidade escolar: 
→ a adaptação do ambiente físico escolar; 
→ a aquisição do mobiliário específico necessário; 
→ a aquisição dos equipamentos e recursos materiais específicos; 
→ a adaptação de materiais de uso comum em sala de aula; 
→ a capacitação continuada dos professores e demais profissionais da educação; 
 
→ a efetivação de ações que garantam a inter-disciplinaridade e a transetorialidade. 
Dada a complexidade que contextualiza estas adaptações e suas implicações para a vida 
futura do aluno, faz-se essencial que sejam produto de decisões tomadas não por uma só pessoa, 
mas por uma equipe de apoio que, se recomenda, seja constituída por representantes da Secretaria 
Municipal de Educação e da Direção da Unidade de Ensino que o aluno focalizado freqüenta, por 
profissionais técnicos especializados e os professoresenvolvidos no atendimento ao aluno, mesmo 
fora da escola, da família e, sempre que possível, do próprio aluno com necessidades educacionais 
especiais. 
 
Adaptação de Objetivos 
A Adaptação de Objetivos se refere à possibilidade de se eliminarem objetivos básicos, ou de 
se introduzirem objetivos específicos, complementares e/ou alternativos, como forma de favorecer 
que alunos com deficiência possam conviver regularmente, em sua vida escolar, com seus pares, 
beneficiando-se o máximo possível das possibilidades educacionais disponíveis. 
Exemplo: 
 criança com deficiência auditiva geralmente apresenta dificuldades na oralização. Muitas 
vezes, quando o adulto (mãe, pai, professor) torna-se consciente da limitação auditiva da criança, 
sente dificuldades em encontrar uma modalidade comunicativa satisfatória. Fica influenciado e 
bloqueado pelo fato de saber que a criança não o escuta e não possui uma competência lingüística 
oral. Sua linguagem torna-se pobre. A tendência é usar as mesmas palavras e expressões que 
espera serem compreendidas, utilizar pouco a expansão e fazer referência exclusivamente a 
representações e coisas concretas, evitando verbalizar ações e situações que, mesmo vivenciadas 
pela criança, acha difíceis demais. 
Dificilmente usa uma linguagem figurada. Palavras como lembrou? – pensa! – imagine que... 
usadas com as outras crianças, deixam de ser usadas com a criança com surdez. Expressões 
matemáticas, como: separe – divida – distribua são pouco utilizadas. As características dos objetos 
ficam imprecisas: grande/pequeno são utilizados para indicar alto/baixo, longo/curto, largo/estreito. 
Percebe-se assim que a criança com surdez não é beneficiada com uma estruturação verbal 
adequada. 
Isso, entretanto, não pode ser justificativa para que se limite a trabalhar com ela conteúdos 
básicos, na área cognitiva, é necessário ajudar a criança a dominar a terminologia apropriada por 
meio de brincadeiras livres e/ou dirigidas. As ações, as operações e as relações devem ser definidas 
em língua de sinais e também em língua portuguesa no momento em que a criança as descobre e se 
apropria delas. Será difícil, mais tarde, explicar que aquele grande de uns meses atrás agora 
significa alto. 
Os conceitos novos deverão ser trabalhados com mais intensidade. A colaboração da família 
e do responsável pela estimulação precoce é essencial, tendo sempre em vista a necessidade de 
manter os objetivos praticamente permanentes no plano de ensino para o aluno. 
 
Adaptação de Conteúdos 
A terceira Adaptação de Grande Porte é a constituída de adaptação de conteúdos específicos, 
complementares e/ou alternativos, e da eliminação de conteúdos básicos do currículo, determinadas 
pelas adaptações de objetivos já realizadas. 
 Assim, se um determinado objetivo for eliminado do plano de ensino, o conteúdo a ele 
correspondente será também eliminado do processo de ensino e aprendizagem. Da mesma forma, 
se novos objetivos forem introduzidos no plano de ensino para um determinado aluno, os conteúdos 
a eles correspondentes passarão também a fazer parte do processo de ensino e aprendizagem. 
Dessa forma, o professor de uma classe poderá ter de trabalhar com um plano de ensino 
básico para a classe, e versões um pouco modificadas desse plano de ensino, destinadas a atender 
a necessidades especiais de um ou outro aluno, conforme orientação da equipe de apoio (da qual 
ele, professor, também faz parte). 
 
 
Adaptações do Método de Ensino e da Organização Didática 
Uma quarta Adaptação Curricular de Grande Porte é a Adaptação de Método de Ensino e 
Organização Didática. 
 Haverá casos de alunos cujas necessidades especiais exigirão, para sua satisfação, a adoção 
de métodos bastante específicos de ensino. Esses alunos deverão ser orientados por profissionais 
especializados. 
Exemplo: 
 O trabalho do professor surdo de LIBRAS: Acredita-se que as experiências vivenciadas na 
língua de sinais permitirão à criança adquirir uma linguagem que fluirá de dentro para fora e, 
concomitantemente, apropriar-se de uma bagagem considerável de conhecimento a respeito do 
mundo que a cerca, e sua interação com ela será bem mais completa. 
 Ainda nessa categoria encontra-se a organização diferenciada da sala de aula, necessária 
para garantir o atendimento das necessidades especiais de um determinado aluno, o que demanda 
decisão política, ações executivas e gastos da parte de instâncias administrativas superiores. 
Uma outra Adaptação de Grande Porte importante, nessa categoria, é a decisão político-
administrativa sobre o número máximo de alunos que uma sala de aula deve comportar. 
Levantamentos informais em nossa realidade têm mostrado que o número de 25 crianças (sendo 
destes, um máximo de 2 alunos com deficiência) é o ideal, em termos de viabilizar uma 
administração competente da classe inclusiva. Entretanto, um número de até 30 crianças permite um 
bom trabalho de ensino, respeitado o número máximo de 2 (dois) alunos com deficiência, na sala. 
Mais do que isso inviabiliza o acompanhamento individual que o ensino responsável requer. 
 
Adaptação de Sistema de Avaliação 
O principal papel da avaliação é dar indicação de conteúdos ou processos ainda não 
apreendidos pelo aluno que devem ser retomados em nosso processo de ensinar. Tais informações, 
esclarecidas por meio de um processo responsável de avaliação contínua, permitem que 
reajustemos constantemente nosso plano e nossas ações de ensino de forma a atender às 
necessidades dos alunos em seu processo de aprender. 
 Neste contexto, fica mais fácil compreender as adaptações no método de avaliação. Veja 
professor, um aluno surdo terá dificuldade para fazer uma prova escrita, caso não domine a Língua 
Portuguesa. 
Por outro lado, dificilmente um professor do ensino regular domina a Língua Brasileira de Sinais 
(LIBRAS). A dificuldade, entretanto, de se proceder à avaliação do aluno pode ser facilmente 
resolvida, se for facultado ao professor solicitar para o aluno surdo o apoio do intérprete educacional! 
Dessa forma, ele não se diferenciará dos demais, no sentido que estará igualmente “fazendo” a 
prova, como também tornará fácil ao professor acessar o conteúdo produzido pelo aluno. 
Essa poderia, na verdade, ser uma Adaptação Curricular de Pequeno Porte, já que o 
professor pode fazer isso com autonomia e com muita facilidade. 
Entretanto, a regulamentação existente em algumas localidades exige que uma decisão desse 
tipo seja aprovada pelas instâncias administrativas superiores, o que faz dela, então, uma Adaptação 
Curricular de Grande Porte. 
 
Adaptação de Temporalidade 
Elas, constituem ajustes no tempo de permanência de um aluno em uma determinada série, 
desde que não se distancie do critério de respeito à faixa etária dos alunos. Podem, também, 
constituir ajustes na caminhada de um aluno de uma série para outra, ainda que não esgotado o 
plano de ensino da classe anterior. 
Na realidade, alunos com necessidades educacionais especiais devem ter um Plano 
Individualizado de Ensino, quando se fizer necessário, podendo ser elaborado com apoio do ensino 
 
especial no início de sua vida escolar, e por ela atualizada continuamente, em função de seu 
desenvolvimento e aprendizagem. 
 
Adaptações Curriculares de Pequeno Porte 
(Adaptações não Significativas) 
Atribuições e Responsabilidades dos Professores 
 
As Adaptações Curriculares de Pequeno Porte (Adaptações Não Significativas) são 
modificações promovidas no currículo, pelo professor, de forma a permitir e promover a participação 
produtiva dos alunos que apresentam necessidades especiais no processo de ensino e 
aprendizagem, na escola regular, juntamente com seus parceiros coetâneos (colega da mesma faixa 
etária). São denominadas de Pequeno Porte (Não Significativas) porque sua implementação 
encontra-se no âmbito de responsabilidadee de ação exclusivos do professor, não exigindo 
autorização, nem dependendo de ação de qualquer outra instância superior, nas áreas política, 
administrativa, e/ou técnica. 
Seu planejamento, assim, deverá considerar a diversidade, estando alerta para as 
características individuais, o que envolve: 
→ a organização do espaço e dos aspectos físicos da sala de aula; 
→ a seleção, a adaptação e a utilização de equipamentos e mobiliários de forma a favorecer a 
aprendizagem de todos os alunos; 
→ o planejamento das estratégias de ensino que pretende adotar em função dos objetivos 
pedagógicos e conseqüentes conteúdos a serem abordados; 
→ a pluralidade metodológica tanto para o ensino como para a avaliação; a flexibilização da 
temporalidade. 
 
 
 
Legislação 
 
1. Deficiência 
O termo "deficiência" significa uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza 
permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da 
vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e social. 
 
2. Discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência 
O termo "discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência" significa toda 
diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, antecedente de deficiência, 
conseqüência de deficiência anterior ou percepção de deficiência presente ou passada, que tenha o 
efeito ou propósito de impedir ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício por parte das pessoas 
portadoras de deficiência de seus direitos humanos e suas liberdades fundamentais. 
 
(Convenção da Guatemala 28 maio 1999 Original: espanhol) 
 
LEI N.º 10.436 de 24 de abril de 2002 
 
Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 
Art. 1º É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - 
Libras e outros recursos de expressão a ela associados. 
 
Parágrafo único. 
Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, 
em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem 
um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas 
surdas do Brasil. 
 
Art. 2º Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de 
serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais 
- Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do 
Brasil. 
 
Art. 3º As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à 
saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de 
acordo com as normas legais em vigor. 
 
Art. 4º O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do 
Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de 
Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua 
Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - 
PCNs, conforme legislação vigente. 
 
Parágrafo único. 
 A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a modalidade escrita da 
língua portuguesa. 
 
Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
 
Brasília, 24 de abril de 2002; 181º da Independência e 114º da República. 
 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
Paulo Renato Souza 
 
DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso IV, da 
Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, e no art. 18 da 
Lei no10.098, de 19 de dezembro de 2000, 
 
DECRETA: 
 
CAPÍTULO I 
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, e o art. 18 da Lei no 
10.098, de 19 de dezembro de 2000. 
 
Art. 2o Para os fins deste Decreto, considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda 
auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, 
manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras. 
 
Parágrafo único. 
 
Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um 
decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 
3.000Hz. 
CAPÍTULO II 
 
DA INCLUSÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINA CURRICULAR 
 
Art. 3o A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de 
professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de 
 
Fonoaudiologia, de instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos 
sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
 
§ 1o Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento, o curso normal 
de nível médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e o curso de Educação 
Especial são considerados cursos de formação de professores e profissionais da educação 
para o exercício do magistério. 
 
§ 2o A Libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais cursos de educação 
superior e na educação profissional, a partir de um ano da publicação deste Decreto. 
CAPÍTULO III 
 
DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LIBRAS E DO INSTRUTOR DE LIBRAS 
 
Art. 4o A formação de docentes para o ensino de Libras nas séries finais do ensino 
fundamental, no ensino médio e na educação superior deve ser realizada em nível superior, 
em curso de graduação de licenciatura plena em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua 
Portuguesa como segunda língua. 
 
Parágrafo único. 
As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput. 
 
Art. 5o A formação de docentes para o ensino de Libras na educação infantil e nos anos 
iniciais do ensino fundamental deve ser realizada em curso de Pedagogia ou curso normal 
superior, em que Libras e Língua Portuguesa escrita tenham constituído línguas de instrução, 
viabilizando a formação bilíngüe. 
 
§ 1o Admite-se como formação mínima de docentes para o ensino de Libras na educação 
infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, a formação ofertada em nível médio na 
modalidade normal, que viabilizar a formação bilíngüe, referida no caput. 
 
§ 2o As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput. 
Art. 9o A partir da publicação deste Decreto, as instituições de ensino médio que oferecem cursos de 
formação para o magistério na modalidade normal e as instituições de educação superior que 
 
oferecem cursos de Fonoaudiologia ou de formação de professores devem incluir Libras como 
disciplina curricular, nos seguintes prazos e percentuais mínimos: 
I - até três anos, em vinte por cento dos cursos da instituição; 
II - até cinco anos, em sessenta por cento dos cursos da instituição; 
III - até sete anos, em oitenta por cento dos cursos da instituição; e 
IV - dez anos, em cem por cento dos cursos da instituição. 
 
Parágrafo único. 
 O processo de inclusão da Libras como disciplina curricular deve iniciar-se nos cursos 
de Educação Especial, Fonoaudiologia, Pedagogia e Letras, ampliando-se progressivamente 
para as demais licenciaturas. 
 
Art. 10. As instituições de educação superior devem incluir a Libras como objeto de ensino, pesquisa 
e extensão nos cursos de formação de professores para a educação básica, noscursos de 
Fonoaudiologia e nos cursos de Tradução e Interpretação de Libras - Língua Portuguesa. 
 
Art. 11. O Ministério da Educação promoverá, a partir da publicação deste Decreto, programas 
específicos para a criação de cursos de graduação: 
 
I - para formação de professores surdos e ouvintes, para a educação infantil e anos iniciais do 
ensino fundamental, que viabilize a educação bilíngüe: Libras - Língua Portuguesa como 
segunda língua; 
II - de licenciatura em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua Portuguesa, como segunda 
língua para surdos; 
III - de formação em Tradução e Interpretação de Libras - Língua Portuguesa. 
 
Art. 12. As instituições de educação superior, principalmente as que ofertam cursos de Educação 
Especial, Pedagogia e Letras, devem viabilizar cursos de pós-graduação para a formação de 
professores para o ensino de Libras e sua interpretação, a partir de um ano da publicação deste 
Decreto. 
 
Art. 13. O ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa, como segunda língua para 
pessoas surdas, deve ser incluído como disciplina curricular nos cursos de formação de 
professores para a educação infantil e para os anos iniciais do ensino fundamental, de nível 
 
médio e superior, bem como nos cursos de licenciatura em Letras com habilitação em Língua 
Portuguesa. 
 
Parágrafo único. 
 O tema sobre a modalidade escrita da língua portuguesa para surdos deve ser incluído 
como conteúdo nos cursos de Fonoaudiologia. 
 
Aspectos Gramaticais da Língua Brasileira de Sinais 
 
 No Brasil a educação dos surdos teve início durante o Segundo Império, com a chegada do 
educador francês Hernest Huet, ex-aluno surdo do Instituto de Paris, que trouxe consigo o alfabeto 
manual francês e a Língua Francesa de Sinais. Com grande influencia desta, deu-se origem à 
Língua Brasileira de Sinais. 
 A LIBRAS é um sistema de comunicação arbitrário composto por símbolos com significados 
convencionais ocorre dentro de uma determinada comunidade ou cultura, é a representação 
cognitiva do universo por meio dos quais as pessoas constroem relações e contém um conjunto de 
regras gramaticais, apresentando-se, assim, como uma língua natural. 
 
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS 
 Um país apresenta diversos traços de identificação e um deles é a sua língua. A língua pode 
sofrer mudanças decorrentes de alguns fatores, como o tempo, o espaço, o nível cultural e a 
situação na qual uma pessoa se manifesta verbalmente. Na LIBRAS é possível encontrar as 
variações regionais, sociais e mudanças históricas. 
 Vamos conhecer cada uma delas: 
Variações Regionais: 
 Demonstra as variações de uma região para a outra dentro de um mesmo país. 
Exemplo: Sinal de “verde” 
 São Paulo Rio de Janeiro / Brasília 
 
 
Variações Sociais: 
 Engloba a variação na configuração de mão ou movimento, mas não modifica o significado do 
sinal. 
Exemplo: Sinal de “conversar” 
 
Mudanças Históricas: 
 Com o passar do tempo um sinal pode se alterar devido aos costumes das comunidades que 
o usam. 
Exemplo: Sinal de “branco” 
 
 As variações demonstram um modo de agir e pensar em determinado grupo social ou período 
histórico e tambem ajudam a conhecer mais sobre os sujeitos que utilizam esta língua e quais as 
manifestações existentes para a sua construção e utilização. 
 
ICONICIDADE E ARBITRARIEDADE 
 A Língua Brasileira de Sinais é uma língua gestual-visual e, decorrente de sua natureza 
linguística, a realização de um sinal pode representar as características da realidade a que se refere, 
embora isso não seja uma regra. 
 A LIBRAS se apresenta tanto na iconicidade quanto na arbitrariedade, ou seja, quando 
apresenta uma característica real de um ato, dizemos que é icônica, embora a maioria dos sinais 
sejam arbitrários, isto é, não mantêm relação de semelhança com o seu referente. Vejamos: 
Sinais Icônicos 
 A língua de sianis se diferencia da língua oral porque se utiliza de um canal visual-espacial, ou 
seja, a comunicação articula-se espacialmente e é compreendida visualmente. 
 
 Sendo assim, muitas vezes, os sinais, se apresentam em forma icônica, ou seja, em formas 
linguísticas que tentam imitar o referencial real em suas características visuais, fazendo alusão à 
imagem do seu significado. Uma foto, por exemplo, é uma forma icônica pois reproduz a imagem 
real. 
Exemplos de sinais icônicos em LIBRAS: 
 
 Apesar disso, é importante salientar que os sinais de LIBRASnão são o simples “desenho” no 
ar do que se deseja representar. 
Sinais Arbitrários: 
 Durante muito tempo, a Língua Brasileira de Sinais não era constituída língua, pelo fato de as 
pessoas pensarem que os sinais eram somente icônicos, portanto, não representavam conceitos 
abstratos ou complexos. 
 Com o passar dos anos, e também com estudos aprofundados de linguistas, foi possível 
perceber que a língua de sinais se apresentava tanto na forma icônica quanto arbitrária, possuindo 
também um mecanismo morfológico, sintático e semântico, e que a língua de sinais poderia passar 
qualquer conceito, fosse ele concreto ou abstrato, emcional ou racional, complexo ou simples. Uma 
das propriedades mais importantes de qualquer idioma é a arbitrariedade entre significante e 
referente. Em LIBRAS, a maioria dos sinais é arbitrária. 
 A partir desses estudos, a maioria foi caracterizada como língua. 
 Exemplos de sinais arbitrários: 
 
 
 
 
 
 
Conselhos Úteis no aprendizado e uso da LIBRAS 
 
Estude o material recebido, sempre que possível, com a presença de uma pessoa surda. 
· O estudo em grupo poderá facilitar o aprendizado, bem como o estímulo individual. 
· Para que um sinal seja produzido corretamente, é necessário observar configuração de mão, ponto 
de articulação, movimento e expressão. 
· Focalize o rosto do usuário da LIBRAS, não as mãos. Como usuário da LIBRAS, você aprenderá a 
ampliar seu campo visual. 
Caso não encontre um sinal para uma determinada palavra, lembre-se de que 
somente a comunidade surda poderá criá-lo. 
· Certifique-se de que haja claridade suficiente no momento da conversa em LIBRAS. 
· Não tenha receio de sinalizar e errar. O erro faz parte do processo de aprendizagem. 
Pode ser que em sua cidade, devido ao regionalismo, os surdos utilizem alguns sinais 
diferentes para a mesma palavra. Caso isto ocorra, busque conhecê-los também com o próprio 
surdo. 
· Nem sempre você encontrará um sinal que signifique exatamente a palavra que deseja empregar. 
Caso isso ocorra, procure um sinal que mais se aproxime. EX.: CONFECCIONAR (FAZER - sinal em 
LIBRAS). 
· Os termos técnicos, possivelmente, não terão sinais específicos que os represente exatamente. 
Portanto, é recomendável digitá-lo para o surdo e tentar "interpretá-lo", até que ele, entendendo o 
contexto, crie o sinal correspondente. 
· Informe aos surdos sobre o que acontece ao seu redor. 
· Procure dar ao surdo o máximo de informações visuais. Ex.: campainha luminosa para início 
e término de qualquer atividade. 
· Se você quiser chamar a atenção de um surdo, procure tocá-lo no ombro se estiver próximo, 
ou acene com os braços se estiver distante. 
· O contato com a comunidade surda é fundamental nesse processo de aprendizado da língua, pois 
além do grande exercício que se pode fazer, é uma preciosa oportunidade de se conhecer também a 
cultura dessa comunidade. 
Sugerimos aos participantes que desejem aprofundar-se no estudoda LIBRAS que entrem em 
contato com as associações e federações de surdos locais e regionais, cujos contatos poderão ser 
obtidos na FENEIS - Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos. 
Exercite sempre e boa sorte! 
 
 
Adaptado do material : Curso de Capacitação dos Docentes do SENAI para Comunicação em 
LIBRAS com Alunos Surdos 
 
 
 Temos as Escolas Bilíngues criadas por legislação no Brasil: 
 
1. Transformação de Escolas Municipais de Educação Especial para Surdos a Escolas Municipais de 
Educação Bilíngue para Surdos de São Paulo (são sete escolas públicas na capital de São Paulo) - 
Decreto Municipal n. 52.785/2011 
2. Escola Pública Integral Bilíngue Libras e Português Escrito no Distrito Federal - Lei do Distrito 
Federal n. 5.016/2013 
3. Unidade Municipal de Educação Infantil e de Ensino Fundamental Bilíngue para Surdos "Nossa 
Senhora da Conceição" - Lei Municipal de Sumé - Paraíba n. 1.052/2012 
4. Escola Municipal de Educação Bilíngue para Surdos Professor Telasco Pereira Filho - Imperatriz-
MA - Lei Ordinária 1.453/2012 
5. Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Bilíngue "Porto Velho" - Porto 
Velho/Rondônia - Lei Complementar n.482/2013

Outros materiais