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Roteiro Prático de Anamnese e Exame Físico - Resumo

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SEMIOLOGIA 
1 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
ROTEIRO PRÁTICO DE ANAMNESE E EXAME FÍSICO PARA CONSULTAS CLÍNICAS 
 
O exame clínico engloba a anamnese e o exame físico, cada um compreendendo várias partes que se 
completam reciprocamente. 
 A anamnese inclui os seguintes elementos: 
1. Identificação 
2. Queixa principal 
3. História da doença atual 
4. Interrogatório sintomatológico 
5. Antecedentes pessoais e familiares 
6. Hábitos de vida e condições socioeconômicas e culturais 
 
 O exame físico pode ser subdividido em: 
1. Exame físico geral ou ectoscopia 
2. Exame dos aparelhos 
 
 
ANAMNESE 
 
1. IDENTIFICAÇÃO 
Nome, idade, sexo, cor (raça), estado civil, profissão (atual e anteriores), local de trabalho, naturalidade, 
residência. Data da internação, enfermaria e leito. 
 
2. QUEIXA PRINCIPAL 
É a principal queixa que levou o paciente a procurar o médico. É a resposta da seguinte pergunta: “Qual o 
problema que o (a) trouxe ao hospital?” ou “Qual o principal sintoma/sinal que você gostaria que corrigisse para você 
se sentir melhor?”. 
 Repetir as expressões utilizadas pelo paciente; 
 Inclua sempre a duração da queixa. 
 
3. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL 
 É a parte principal da anamnese e costuma ser a chave-mestra para se chegar ao diagnóstico. 
 Determine o sintoma-guia; 
 Explore: início do sintoma (época, modo, causa desencadeante), duração, características do sintoma na 
época em que teve início (caráter do sintoma; localização corporal e irradiação; intensidade; fatores 
desencadeantes, de piora ou de melhora; relação da queixa com funções do organismo), evolução, 
repercussões do problema sobre a vida do paciente, relação com outras queixas, situação do sintoma no 
momento atual; 
 Use o sintoma-guia como fio condutor da história e estabeleça as relações das outras queixas com ele. Use a 
ordem cronológica; 
 As perguntas formuladas devem ser simples, acessíveis e de acordo com o nível cultural de cada doente; 
 As informações prestadas devem ser transcritas preferentemente em termos técnicos (médicos), mas, em 
certas ocasiões, será lícito transcrever para a HDA as palavras leigas (entre aspas), especialmente se elas 
referirem a um sintoma permanentemente enfatizado pelo paciente; 
 Anote também nomes e resultados de exames laboratoriais realizados no decurso da doença; 
 Quando possível, permita que o paciente conte sua história como deseja e saliente os aspectos que ele 
considera importante. Evite perguntas sugestivas, que fornecem as respostas para as perguntas. A história 
deve ser narrada pelo próprio doente, sempre que possível, ou por intermédio de um responsável, no caso de 
doentes impossibilitados de falar, fato esse que deverá ser anotado. 
 
4. INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO 
Constitui um complemento da história da doença atual. Permite levantar possibilidades e reconhecer 
enfermidades que não guardam relação com o quadro sintomatológico registrado na HDA. Também ajuda a confirmar ou 
afastar possibilidades diagnósticas sugeridas pelos sintomas presentes. Sugere-se a sistematização proposta a seguir: 
 Sintomas gerais: febre, astenia, alterações do peso (ganho ou perda, tempo), sudorese, calafrios, prurido, 
alterações do revestimento cutâneo, alterações do desenvolvimento físico; 
 
 Cabeça e pescoço: dor, alterações dos movimentos, tumorações cervicais; 
Arlindo Ugulino Netto. 
SEMIOLOGIA 2016 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SEMIOLOGIA 
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o Olhos: acuidade visual, dor, sensação de corpo estranho, queimação ou ardência, lacrimejamento, 
sensação de olho seco, diplopia, fotofobia, escotomas, secreção. 
o Ouvidos: acuidade auditiva, dor, otorreia, otorragia, zumbidos, vertigem. 
o Nariz e seios paranasais: obstrução nasal, dor, rinorreia, espirros, prurido, epistaxe, alterações do 
olfato (hiposmia, anosmia, parosmia, cacosmia), drenagem nasal posterior. 
o Cavidade oral e faringe: sialorreia ou ptialismo (secreção abundante de saliva), xerostose (sensação 
de boca seca), halitose, dor, gengivorragias, lesões de mucosa, glossodínea, odinofagia, disfagia, 
pigarro. 
 
 Tórax 
o Mamas: mastalgia, secreção mamilar, nódulos palpáveis. 
o Sistema cardiorrespiratório: precordialgia, palpitações, dispneia, cianose, edemas, dor torácica, tosse, 
expectoração, disfonia, hemoptise, chiado. 
 
 Sistema gastrintestinal: disfagia, odinogafia, epigastralgia, dor, pirose, regurgitação, eructação, soluço, 
hematêmese, náuseas e vômitos, dispepsia, hábito intestinal (número de evacuações diárias, aspecto das fezes 
– cor e consistência, presença de elementos anormais – sangue, muco e/ou pus), diarreia, esteatorreia, cólicas, 
distensão abdominal, flatulência, hemorragia digestiva, icterícia, obstipação intestinal, sangramento anal. 
 
 Sistema geniturinário: dor, incontinência, retenção, modificações do jato urinário, disúria, alterações da cor e 
odor da urina (urina turva, hematúria, mau cheiro), alterações do volume e do ritmo urinário: anúria (diurese < 
50-100 ml/dia) oligúria (diurese < 400-500 ml/dia), poliúria, noctúria, polaciúria, urgência miccional. 
o Para homens: presença de lesões genitais, corrimento uretral, disfunções sexuais (impotência, ejaculação 
precoce, diminuição da libido). 
o Para mulheres: corrimento, prurido, disfunções sexuais (dispareunia, frigidez, diminuição da libido), 
menopausa e climatério, distúrbios menstruais: polimenorreia, oligomenorreia, amenorreia, hipermenorreia, 
hipomenorreia, menorragia, dismenorreia, metrorragia. 
Menstruação 
Características Normal Alterações Nomenclaturas 
Intervalo 21 a 35 dias > 45 dias Espaniomenorreia 
< 21 dias Polimenorreia 
Duração 2 a 8 dias > 8 dias Hipermenorreia 
Hipermenorragia 
Volume 20 a 60ml/ciclo >60ml/ciclo Menorragia 
<20ml/ciclo Oligomenorreia 
Metrorragia: sangramento fora do ciclo / irregular 
Sinusorragia: sangramento ao coito. 
 
 Sistema hemolinfopoiético: palidez, hemorragias, adenomegalias. 
 
 Sistema endócrino e metabólico: hipersensibilidade ao calor ou frio, aumento ou diminuição da sudorese, 
tremores, irritabilidade ou apatia, insônia ou sonolência, parestesia ou tetania, cãibras, convulsões, poliúria, 
polifagia, polidipsia. 
 
 Sistema musculoesquelético: artralgias, sinais inflamatórios (edema, calor, rubor e dor), limitação de 
movimentos, deformidades, rigidez matinal, fraturas ósseas, luxações. 
 
 Sistema nervoso: distúrbios de consciência ou memória, tontura e vertigem, convulsões, ausências, distúrbios 
da motricidade voluntária e da sensibilidade (paresias, paralisias, parestesias, anestesias), distúrbios da marcha, 
do sono e das funções cerebrais superiores, distúrbios visuais (escotomas, diplopia, estrabismo, cegueira), 
distúrbios da linguagem (afasia motora, afasia de compreensão). 
 
 Exame psíquico e avaliação das condições emocionais: humor, ansiedade, choro frequente, irritabilidade, 
melancolia, sentimento de culpa e perda de interesse, perda de energia e desânimo. 
 
5. ANTECEDENTES PESSOAIS E FAMILIARES 
 
4.1 Antecedentes pessoais fisiológicos 
 Gestação e nascimento: como decorreu a gravidez; pré-natal; uso de medicamentos ou irradiações 
sofridas; viroses; condições de parto (normal, fórceps, cesariana; a termo ou pré-termo?); estado da criança 
ao nascer; ordem do nascimento. 
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 Desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) 
 Dentição: primeira e segunda dentição; época em que apareceu o primeiro dente 
 Engatinhar e andar 
 Fala 
 Aproveitamento escolar 
 Controle dos esfíncteres 
 Desenvolvimento físico: peso e tamanho ao nascer e posteriores medidas; desenvolvimento compatível 
com irmãos? 
 Imunizações: vacinação compulsória na infância (BCG, Hepatite B, DTP, Anti-pólio, Hib, tríplice viral, etc.) e 
na vida adulta (vacina antitetânica, vacina para gripe, etc.). 
 Puberdade: época de seu início. 
Menarca: nome técnico para a primeira menstruação. A idade mais comum do amadurecimento deste eixo é 
em torno de 11-12 anos de idade. 
 Características do ciclo menstrual: duração do ciclo; duração e intensidade do fluxo menstrual, alteração 
na quantidade (menorragia); data da última menstruação; história obstétrica - número de gestação e partos 
(normais? cirúrgicos?); peso dos filhos ao nascer (presença de macrossomia). 
 Sexualidade e vida reprodutiva: época do primeiro contato sexual; número de parceiros (as); frequência 
das relações sexuais; uso do condom (camisinha); libido; 
 Climatério: idade da menopausa (natural ou cirúrgica); sintomas de insuficiência estrogênica (fogachos, 
sensação de ressecamento vaginal). 
 
4.2 Antecedentes pessoais patológicos 
 Doenças sofridas pelo paciente: Doenças da infância: sarampo, varicela, coqueluche, parotidite, moléstia 
reumática, amigdalites, rubéola, etc. Doenças apresentadas na vida adulta: tuberculose (“mancha no 
pulmão”, radiografias do tórax anormais, tratamento para doenças no pulmão por 6 meses); DST 
(antigamente denominadas doenças venéreas, “doenças do mundo”), incluindo AIDS e hepatite viral; 
diabetes mellitus; hipertensão arterial; cardiopatias; febre reumática; asma brônquica; sexo feminino: 
abortamentos (espontâneos? provocados? de repetição?), etc.; 
 Alergia: ambientais, alimentares e medicamentosas; afecções de fundo alérgico (eczema, urticária, rinite 
alérgica e asma); 
 Cirurgias: anotar o tipo da intervenção, diagnóstico, data, resultados, nome do cirurgião e do hospital onde 
foram realizadas; 
 Traumatismos: data, acidente em si e suas consequências; 
 Hospitalizações: motivo, diagnóstico (s), nome do hospital; 
 Hemotransfusões: época, local, causa; 
 Medicações atuais e passadas 
 
4.3 Antecedentes familiares 
 Estado de saúde (quando vivos) dos pais e irmãos do paciente; cônjuge, filhos (?); alguém doente na família 
(?); falecimento (causa e idade); 
 
 Histórico familiar de diabetes melito (DM), hipertensão arterial sistêmica (HAS), câncer, doenças da tireoide, 
doenças autoimunes, enxaqueca, tuberculose e outras doenças infecciosas, doenças alérgicas, doença 
arterial coronariana (IAM, angina), AVC, dislipidemia, úlcera péptica, colelitíase e varizes, doença de caráter 
hereditário: hemofilia, rins policísticos, etc. 
 
6. HÁBITOS DE VIDA E CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS E CULTURAIS 
 Alimentação: anamnese alimentar: hábitos alimentares, alimentação adequada em função do sexo, idade e 
trabalho desempenhado; avaliação qualitativa e quantitativa. Ex: alimentação qualitativa e quantitativamente 
adequada; redução equilibrada na quantidade e na qualidade dos alimentos; reduzido consumo de 
carboidratos; alimentação puramente vegetariana, etc. 
 Habitação: anotar o tipo de casa (atual e anterior); número de moradores e número de cômodos da casa; se 
há saneamento básico (esgoto, fossa séptica, água encanada, tratamento da água consumida); qual o 
destino do lixo (lixo acumulado na área peridomiciliar ou submetido a coleta pública). Pergunte se o paciente 
já morou perto de fábricas ou de outros locais potencialmente prejudiciais à saúde. 
 Ocupações anteriores e atual: natureza do trabalho, características do meio ambiente, substâncias que 
entram em contato e grau de ajustamento ao trabalho. 
 Atividades físicas: sedentarismo; atividades físicas moderadas, intensas e constantes ou ocasionais. 
 Padrão de sono: número de horas/dia. 
 Lazer: tipo e frequência. 
 Hábitos diários 
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o Tabagismo: tempo de duração, natureza e quantidade. Utilizar a unidade: anos/maço de cigarro. 
 
o Consumo de álcool: abstêmios, uso ocasional, uso frequente, uso diário. Questionar sobre o tipo de 
bebida, volume e frequência de ingestão. 
o Uso de drogas ilícitas: maconha, cocaína, anfetaminas, sedativos e estimulantes; 
o Banhos de rios, açudes e lagoas: questionar sobre localidade, época e presença de algum sintoma 
estranho após o banho. 
o Contato com o triatomídeo (“barbeiro”, “procotó”) 
o Contato com animais domésticos (gato, cão, pássaro) 
 Condições socioeconômicas: rendimento mensal; situação profissional; dependência econômica. 
 Condições culturais: nível cultural baixo, médio ou alto. 
 Religião 
 Vida conjugal e ajustamento familiar: relacionamento entre pais e filhos, entre irmãos e entre marido e 
mulher. 
 
 
EXAME FÍSICO 
 
1. EXAME FÍSICO GERAL OU ECTOSCOPIA 
 
a) Estado geral: é a impressão que se tem do doente, descrita da seguinte forma: estado geral bom, regular ou 
ruim. 
 
b) Nível de consciência: avaliar pela perceptividade, reatividade, deglutição e reflexos. Os extremos de variação 
são o estado de vigília e o estado de coma. A partir destes dados, é possível caracterizar o estado de com 
dentro da seguinte graduação: 
 Grau I (coma leve): o comprometimento da consciência é leve e o paciente é capaz de atender a ordens simples do 
tipo abrir e fechar o olho. Reage bem e de modo apropriado à estimulação dolorosa. A deglutição se faz 
normalmente. 
 Grau II (coma médio): perda da consciência é quase total, estando o paciente com sua perceptividade bastante 
reduzida. Responde apenas à estimulação dolorosa enérgica e o faz desapropriadamente. A deglutição é feita com 
dificuldade. Estão preservados os reflexos tendinosos, cutâneos e pupilar. 
 Grau III (coma profundo): perda da consciência é completa e o paciente não responde às solicitações externas por 
mais intensas que sejam. Sua perceptividade é igual a zero. Nem o estímulo doloroso é perceptível. Além disso, 
observam-se arreflexia tendinosa, cutânea e pupilar, relaxamento completo da musculatura e incontinência 
esfinctérica. 
 Grau IV (coma Depassé): além dos elementos já referidos ao coma de grau III, aqui há ainda o comprometimento 
das funções vitais, como parada respiratória (sendo necessária a ventilação artificial). É quase sempre um estado 
irreversível e o EEG revela silêncio elétrico cerebral. 
 
c) Fala e linguagem: avaliar a presença de alterações como: disfonia, distúrbios na fluência da fala (taquilalia, 
gagueira), distúrbios fonoarticulatórios (como as substituições, as adições e as omissões de fonemas), disartria, 
disfasia (de recepção ou de expressão). 
 Disfonia ou afonia: alteração no timbre da voz causada por problema no órgão fonador. Ex: voz rouca, 
fanhosa ou bitonal. 
 Dislalia: alterações menores na fala (comum em crianças), como a troca de letras (“casa” por “tasa”). 
 Disritmolalia: distúrbios no ritmo da fala, como gagueira e a taquilalia. 
 Disartria: alterações nos músculos da fonação, incoordenação cerebral (voz arrastada), de hipertonia do 
parkinsonismo (voz baixa, monótona e lenta) ou perda do controle piramidal (paralisia pseudobulbar). 
 Disfasia: aparece com completa normalidade do órgão fonador e dos músculos da fonação, mas está 
relacionada com uma perturbação na elaboração cortical da fala. Representa uma descoordenação da 
fala e incapacidade de dispor as palavras de modo compreensível. 
 Disgrafia: perda da capacidade de escrever 
 Dislexia: perda da capacidade de ler. 
 
d) Estado de hidratação: deve-se observar o consumo ou ingesta de água: hidratado, hiperidratado e desidratado. 
Deve-se pesquisar ainda a pele, mucosa oral e conjuntiva, diurese, estado geral, sudorese, salivação, fontanelas 
(se estiverem fundas, pode indicar desidratação). 
 
e) Estado de nutrição 
 Desnutrição, subnutrição, má-nutrição proteica; obesidade; 
 Critério de Gómez: déficit de peso em relação ao padrão normal para a idade e o sexo. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SEMIOLOGIA 
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 Eutrófico: > 90% do esperado para a idade; 
 Desnutrido leve (1º grau): 76 – 90% do esperado para a idade; 
 Desnutrido moderado (2º grau): 61 – 75% do esperado para a idade; 
 Desnutrido grave (3º grau): ≤ 60% do esperado para a idade.f) Desenvolvimento físico: desenvolvimento físico normal, hiperdesenvolvimento, hipodesenvolvimento, hábito 
grácil, infantilismo. 
 Hábito grácil: constituição corporal frágil e delgada, caracterizada por ossatura fina, musculatura pouco 
desenvolvida, juntamente com uma altura e um peso abaixo dos níveis normais. 
 Infantilismo: persistência anormal das características infantis na idade adulta. 
 Hiperdesenvolvimento: embora se confunda com gigantismo, não é a mesma coisa. O reconhecimento 
do gigantismo (assim como o nanismo) tem a altura como fundamento principal. 
 Acromegálicos: são casos de gigantismo que decorrem da hiperfunção da hipófise anterior na 
adolescência ou na vida adulta. Além da estatura elevada, apresentam cabeça maior que a média, 
mento pronunciante, nariz aumentado, pele grossa, mão e pés enormes. 
 Gigantes infantis: resultado de uma hiperfunção de hipófise anterior que tenha começado antes da 
soldadura das epífises com o corpo dos ossos longos. Apresentam extremidades inferiores muito longas. 
 Anão acondroplásico: desigualdade entre o tamanho da cabeça e do tronco e o comprimento dos 
membros. As pernas são curtas e arqueadas. A musculatura é bem desenvolvida, e os órgãos genitais 
são normais. 
 Cretinos: caracterizado pela falta de desenvolvimento em todas as partes do corpo (cabeça, tronco e 
membros), causado pela hipofunção congênita da glândula tireoide. Os cretinos são sempre de baixo 
nível mental e chegam, com frequência, à idiotia. 
 Anão hipofisário: tem a cabeça e o tronco normalmente proporcionados, mas pequenos. Apresentam 
membros desproporcionalmente longos em relação ao corpo. 
 Anão raquítico: depende do mau desenvolvimento e deformidades da coluna e dos ossos, destacando 
uma escoliose e o encurvamento dos ossos das pernas. 
 
g) Fácies: normal, hipocrática, renal, leonina, adenoideana, parkinsoniana, basedowiana, mixedematosa, 
acromegálica, cushingoide, mongoloide, de depressão, pseudobulbar, da paralisia facial periférica, miastênica, 
de deficiente mental, etílica, escrerodérmica. 
 
h) Atitude e decúbito 
a. Voluntárias: ortopneia, atitude genupeitoral, atitude de cócoras, atitude parkinsoniana, atitude de 
decúbito (lateral, dorsal, ventral, posição antálgica). 
b. Involuntárias: atitude passiva, opistótono. 
 
i) Mucosas: coloração (descoramento, cianose, icterícia), umidade e presença de lesões. 
 
j) Pele e fâneros 
 Pele: coloração, continuidade ou integridade, umidade, textura, espessura, temperatura, elasticidade, 
mobilidade, turgor, sensibilidade e presença de lesões elementares; 
 Fâneros: avaliar tipo de implantação, distribuição, quantidade, coloração e outras características, como 
brilho, espessura e consistência, dos cabelos; forma, implantação, espessura, superfície, consistência, 
brilho e coloração das unhas; 
 
k) Tecido celular subcutâneo e panículo adiposo: distribuição e quantidade. 
 
l) Linfonodos 
 Avaliar: 
 Localização; 
 Tamanho ou volume; 
 Consistência; 
 Mobilidade; 
 Sensibilidade e alterações da pele circunjacente. 
 Pesquisar os grupos ganglionares da cabeça e pescoço (submentonianos; submandibulares; 
amigdalianos; cervicais superficiais, profundos e posteriores; occipitais, auriculares anteriores e 
posteriores); axilares e supratrocleares; inguinais. 
 
m) Medidas antropométricas: circunferências corporais (craniana, abdominal, quadril), peso e altura, IMC 
(peso/altura²). 
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Referência de circunferência abdominal 
 Homens Mulheres 
Baixo risco < 94cm <80cm 
Médio risco 94 – 102cm 80 – 88cm 
Alto risco >102cm >88cm 
 
 
n) Biótipo: longilíneo, mediolíneo, brevilíneo 
 
o) Sinais vitais: temperatura, pulso, frequência cardíaca, frequência respiratória e pressão arterial. 
 
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2. EXAME FÍSICO DOS APARELHOS 
 
2.1. Exame do Aparelho Respiratório 
 Inspeção 
o Estática: tipo torácico (normal, globoso, infundibuliforme, cariniforme, escoliose, cifose, gibosidade); 
presença de heteromorfias torácicas; coloração e presença de lesões da pele; aspecto das mamas; 
presença de nodulações; musculatura; presença de vasos (circulação colateral); abaulamentos (difusos 
ou localizados); retrações ou deformidades localizadas. 
o Dinâmica: expansibilidade, frequência e ritmo respiratórios, tipo respiratório e presença de tiragem. 
 
 Palpação: sensibilidade da parede torácica; tonicidade muscular; expansibilidade; frêmito tóraco-vocal 
(FTV); outras estruturas: mamas, pulsações visíveis, abaulamentos, nódulos, edema. 
 
 Percussão: tipos de som (atimpânico, timpânico, submaciço, maciço). 
 
 Ausculta: avaliar a presença e simetria do murmúrio vesicular e modificações patológicas como: abolição, 
diminuição, substituição pela respiração brônquica; avaliar a presença de ruídos adventícios: roncos e 
sibilos, estertores finos, estertores grossas, atrito pleural; avaliar a ausculta da voz: broncofonia, 
pectorilóquia. Quando a ausculta é normal, relata-se: murmúrios vesiculares presentes e audíveis em ambos 
hemitórax; ausência de ruídos adventícios. 
 
 
2.2. Exame do Aparelho Cardiovascular 
 Inspeção: descrever presença de abaulamentos, retrações ou deformidades na região precordial; pulsações 
visíveis – Ictus cordis (se visível descrever localização), pulsação de carótidas ou epigástrica. 
 
 Palpação: Ictus cordis – descrever localização e intensidade – a intensidade é definida através da medida 
da área do choque de ponta em polpas digitais; presença de frêmitos na região precordial não relacionados 
com os movimentos respiratórios – se presentes pesquisar sua irradiação. 
 
 Percussão: não é útil para o aparelho cardiovascular. 
 
 Ausculta: descrever ritmicidade (ritmo regular, ritmo de galope, ritmo irregular); frequência cardíaca – 
auscultar por um minuto, preferencialmente no foco mitral; intensidade das bulhas cardíacas nos quatro 
focos principais de ausculta (bulhas normo, hiper ou hipofonéticas); desdobramentos ou presença de 3ª ou 
4ª bulha; presença ou ausência de sopros – se presente, localizar em que foco é mais audível e em seguida 
se é sistólico ou diastólico; tipo de sopro – em crescendo, decrescendo ou crescendo-decrescendo, 
pansistólico ou diastólico, presença de cliques ou estalidos de abertura. Quando a ausculta cardíaca é 
normal, relata-se: bulhas cardíacas normofonéticas; ritmo cardíaco regular em 2 tempos. 
 
 
2.3. Exame do Abdome 
 Ausculta: presença dos ruídos hidroaéreos e sua frequência. 
 
 Inspeção: descrever tipo de abdome (plano, globoso, escavado); simetria; coloração; presença de 
abaulamentos ou retrações; cicatriz umbilical; presença de circulação colateral ou aranhas vasculares. 
 
 Palpação 
Superficial – tensão; sensibilidade da parede abdominal, presença de nodulações; a musculatura 
abdominal; presença de herniações. 
Profunda – palpação das vísceras abdominais; pesquisa de massas palpáveis; palpação do fígado – se 
palpável, descrever localização em relação ao rebordo costal direito, sensibilidade, consistência, 
superfície, borda; presença de nodulações hepáticas; vesícula biliar; baço – se palpável, descrever 
localização em relação ao rebordo costal esquerdo; sensibilidade, consistência, superfície. Pesquisa dos 
sinais: 
 Sinal de Murphy 
 Sinal de Blumberg 
 Sinal de Rowsing 
 Manobra de Valsalva 
 Piparote 
 Sinal de Torres-Homem 
 
 Percussão: som timpânico – pode estar diminuído ou aumentado.

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