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Didática
Aula 1
É muito comum, ouvirmos de alunos de que nem todo professor tem didática. Será que essa afirmativa é verdadeira? O que está se entendendo por didática? O fato é que o conceito de Didática vem se modificando ao longo dos tempos.
Normalmente, os alunos, independente do nível de escolaridade, associam o conceito de Didática à capacidade do professor de transmitir um conhecimento com clareza, de modo que ele se faça entender, que o professor faça o aluno assimilar o conteúdo, ou seja, compreender a matéria.
Nesse sentido, as pessoas que compreendem a Didática como transmissão e assimilação de conteúdos tendem a concluir, sobre aqueles professores que não alcançam o objetivo de fazer com que o aluno compreenda os assuntos referentes às disciplinas, que eles não possuem didática.
Talvez, essa conclusão seja um pouco precipitada, pois o conceito de Didática não se resume apenas à mera transmissão e assimilação do saber.
Há muito mais a ser compreendido sobre esse conceito e é o que desejamos para você, aluno do curso de formação docente; que amplie os seus olhares acerca da Didática, rompendo com um pensamento reducionista que poderá comprometer o processo de aprendizagem, na medida em que não se reconhece outras ações e competências inerentes ao papel do professor.
Diante disso, esperamos despertar em você o sentido da Didática, o desejo de buscar novas respostas sobre ela, não se fechando em um único conceito, sob o risco de empobrecermos a relação pedagógica entre alunos e professores.
Conversa com os alunos: realidades e compreensões
A partir de um diálogo e questionamento sobre o conceito de Didática, com os alunos do curso de formação docente, nas modalidades presencial e a distância, nas salas de aula da Universidade Estácio de Sá, é comum escutarmos, lermos nos fóruns algumas compreensões.
Selecionamos algumas falas de alunos que poderão representar você, na medida em que poderá apresentar ideias semelhantes.
Bem, vamos às “deles”, “delas”, “nossas”, “suas” falas?
São os procedimentos de ensino adotados pelo professor. É a capacidade do professor de transmitir um assunto, fazer com que o aluno compreenda as explicações.
É o caminho que o professor traça para trabalhar o conteúdo, quando um professor domina um assunto e explica de forma fácil para que o aluno entenda e apresente bons resultados.
É a forma como o professor transmite o conhecimento, visando à assimilação do mesmo pelo aluno; é passar conhecimento.
A Didática é um conjunto de técnicas e estratégias ou normas de ensino; 
é a teoria do ensino.
Responsabilidade do aluno no processo de aprendizagem
Pensando nas falas que acabamos de ver, podemos dizer que tratam-se de definições clássicas, na medida em que a responsabilidade pelo ensino recai, predominantemente, sobre o professor. Mas podemos também questionar:
Reflexões a partir das falas significativas de nossos alunos, professores em formação
A partir das falas, podemos dizer que o professor é considerado o centro do processo de ensino-aprendizagem e o aluno é aquele que tem a função de assimilar, de receber passivamente a informação; isto é, de reter o máximo de conteúdos em sua mente.
Esse é um modelo linear de ensino em que o conhecimento é transmitido de alguém para outra pessoa, do professor para o aluno, hierarquicamente e como verdade absoluta, em via de mão única.
A ênfase é no conhecimento que o professor apresenta, em sua prática de tornar compreensivo, explícito o que está ensinando.
Nessa perspectiva, o professor é o único detentor do saber e o aluno é considerado “sem luz” até que ele aprenda o que o professor tem para lhe ensinar.
Construindo conhecimento sobre o conceito de didática, problematizando-o
Podemos afirmar que Didática vai muito além do que essa definição clássica mencionada anteriormente, pois, talvez, os alunos também possam aprender com os seus próprios colegas e não apenas com o professor em sala de aula.
A propósito, talvez, possamos afirmar que o próprio professor também pode aprender com seus alunos.
Como se pode perceber, o assunto é polêmico; e construir um conceito de Didática dependerá de aprofundamento teórico, de estudarmos os fundamentos da Educação, o que faz pensar que não existe um único conceito, padrão, correto, pois, afinal, correto pra que e pra quem; não é mesmo?
Compreensão acerca do conceito de Didática à luz de alguns autores
Diante disso, que tal partirmos de algumas referências, de estudiosos que se dedicaram a essa área do conhecimento? Vamos ver o que dizem os especialistas nesse assunto:
Didática: É um dos ramos de estudo da Pedagogia [...] É uma disciplina que estuda os objetivos, os conteúdos, os meios e as condições do processo de ensino tendo em vista finalidades educacionais, que são sempre sociais [...] se caracteriza como mediação entre as bases teórico-científicas da educação escolar e a prática docente [...] pode constituir-se em teoria do ensino [...] a Didática se baseia numa concepção de homem e sociedade (LIBANEO, 2013).
Curso De Didática Geral: A Didática é uma seção ou ramo específico da Pedagogia e se refere aos conteúdos do ensino e aos processos próprios para a construção do conhecimento [...] é definida como a ciência e a arte do ensino (HAIDT, 2006).
A Didática Em Questão: “Uma reflexão sistemática e busca de alternativas para os problemas da prática pedagógica” (CANDAU, 2004).
A Didática: A palavra didática tem sua origem na expressão grega techné didaktiké que significa ensino, instrução [...] de maneira mais abreviada é a arte de transmitir conhecimentos, trazendo o sentido da orientação, condução, guia [...] definição essa que data do século XIX, considerada tradicional, portanto, sendo ultrapassada por outras abordagens mais modernas e avançadas (CORDEIRO, 2007).
Didática Geral: É comum a associação da Didática com o como ensinar, ou seja, com métodos e técnicas, mas, ressalta sobre a importância da reflexão sobre os seus fundamentos, sobre as razões de seu emprego, pois, caso contrário, corre-se o risco de nos convertermos em escravos dos instrumentos (PILETTI, 2010).
Diante do que vimos até aqui, você consegue responder de que formas podemos compreender a Didática?
Se compreendermos que Didática é o ato de transmitir algo a alguém, então, nossa concepção sobre seu conceito é linear e tradicional, pois, nesse caso, apenas o professor é o protagonista do processo de aprendizagem; ele detém o saber que é legitimado pelo mundo acadêmico, escolarizado.
Mas, podemos dizer, também, que se trata de uma prática, de uma ação do professor, do seu fazer pedagógico, do trabalho docente; do “estar aqui” tratando o conhecimento, dialogando com você, problematizando o conceito, a temática de estudo em questão e, aí, percebemos que o conceito começa a se tornar mais complexo.
TEXTO DE APOIO
Formas de compreensão da Didática
Podemos perceber que o conceito de Didática começa a se tornar mais complexo
quando nos fazemos as seguintes perguntas:
 como se dá esse trabalho docente?
 como é a prática desse professor em sala de aula?
 o que estamos fazendo, aqui, nesse espaço virtual de aprendizagem?
 qual o sentido de minha prática nesse espaço virtual de aprendizagem ou
em outros espaços em que estou presencialmente?
 será que se trata apenas de adotar uma estratégia de ensino, uma
técnica específica?
 lançar mão de um recurso didático, do instrumental?
São tantos questionamentos que, talvez, possamos dizer que Didática é isso que
estamos fazendo, e é muito importante ressaltar que a ação do professor, a sua
prática, o seu “estar aqui”, a sua didática é influenciada pela concepção que ele tem
de Educação, que é construída ao longo de sua trajetória acadêmica e profissional.
Ampliando o olhar sobre o conceito de didática
Significa:
 incentivar a reflexão (perceba o que estamos fazendo);
 fazer questionamentos;
 instigar o pensamento crítico;
 dialogar sobre o objeto de estudos;
 problematizar conceitos;
 construirconhecimentos;
 compartilhar, socializar conhecimentos;
 mediar os diversos saberes;
 articular o conhecimento científico e o popular, ou seja, do senso
comum;
 estabelecer relações entre teoria e prática;
 produzir conhecimentos;
 buscar novas respostas para o objeto de estudos em questão;
 romper com o determinismo e buscar novas respostas com os parceiros
de aprendizagem;
 lidar com situações inusitadas, com o aluno real, levando em conta que
uma turma nunca é igual a outra;
 ser professor autônomo, produtor de conhecimentos e não reprodutor;
 transformar o que está posto, determinado, escrito, dissertado, falado
por outros;
2
 exercitar a práxis;
 pensar no que faz porque faz;
 desestabilizar, desacomodar o universo cognitivo, provocar, desconstruir
conceitos, desafiar...
Determinismo é o princípio segundo o qual tudo no universo, até mesmo a vontade humana, está submetido a leis necessárias e imutáveis, de tal forma que o comportamento humano está totalmente predeterminado pela natureza, e o sentimento de liberdade não passa de uma ilusão subjetiva.
Conforme o Vocabulário de Filosofia, determinismo é “a teoria segundo a qual tudo está determinado, isto é, submetido a condições necessárias e suficientes, elas próprias também determinadas”.
Conceito de práxis: Para Schön (1992), é a ação-reflexão-ação; em outras palavras, não é uma prática qualquer, aleatória e espontaneísta. É uma prática pensada, refletida, consciente, uma prática fundamentada.
Dificilmente, conseguiremos terminar essa lista com as definições, pois a maneira de compreender a Didática dependerá de nossa visão sobre a Educação, dependerá dos princípios filosóficos, pedagógicos aos quais interiorizamos ao longo de nossa formação de professores e que fundamentarão as nossas próprias
ações nas instituições de ensino.
Há quem diga que a Didática é o caminho, mas, por que não o descaminho?
Será que se trata de delimitarmos esse conceito?
Acreditamos que não, pois sempre haverá alguém estudando, aprofundandose, descobrindo novos conceitos, buscando novas respostas – motivo pelo qual a Didática é sociohistórica, ou seja, situada no tempo e no espaço.
O fato é que, no processo de formação docente, os alunos esperam obter respostas prontas sobre como ser professor – sobretudo aqueles que compreendem a Didática como um conjunto de procedimentos e métodos de ensino. Mas, se desejarmos contribuir para a formação emancipada das novas gerações, precisaremos romper com esse determinismo técnico. Afinal, a Didática não forma professores autossuficientes, meramente reprodutores. Ela apenas direciona e orienta esses futuros profissionais para a atuação em sala de aula. São eles os responsáveis por resgatar sua autonomia, por encontrar seus próprios caminhos na docência e na Educação, e por entender o que é, efetivamente, ser professor.
O professor pode tomar como referência o que os autores discutem a respeito,
mas, apresentar a sua própria resposta, a sua própria prática, pois, afinal, não somos Libaneo, nem Regina Haydt, Vera Candau etc.
Somos nós que vamos estar em sala de aula, precisando apresentar uma prática pessoal, tomar decisões do lugar que ocuparmos na sociedade, contextualizando o ensino, daí, a relevância de nos aprofundarmos teoricamente, visando à
apropriação crítica do saber, à transformação. Na atualidade, a apropriação crítica do saber é uma competência esperada no professor, entretanto, não é suficiente que isso seja dito por alguém (por nós) a
outra pessoa (você, leitor), ou seja, não é suficiente que esse processo de assimilação da informação se dê de fora para dentro; muito pelo contrário.
É preciso que você compreenda que para se apropriar criticamente acerca das teorias, do que já está escrito, determinado, dissertado por alguém, por nós ou por autores de livros, — para que, no futuro próximo, apresente as suas próprias respostas sobre como ser professor, com autonomia —, requer:
 aprofundamento teórico,
 interiorização dos conceitos,
 estudo,
 leitura,
 debate,
 participação em aula, seja presencial ou a distância, e nos fóruns de
discussão.
Competências, saberes, características esperadas no professor no mundo atual
Além da apropriação crítica esperada no professor, bem como da autonomia nas ações pedagógicas, acrescentamos que a criatividade é uma característica fundamental ao professor para que ele crie, elabore sua prática com “mãos próprias” e não reproduza modelos pedagógicos/teóricos de outras pessoas.
Didática é fazer e pensar a educação, é o trabalho docente, apresentar uma proposta de ensino, visando a objetivos educacionais; é pensar no que desejamos para os alunos e por que; é se envolver com a construção de um projeto de sociedade.
O aluno deverá (re)escrever o texto expondo as seguintes ideias: de que não se trata de reproduzir modelos teóricos/pedagógicos alheios e sim resgatar a condição de professor, sujeito autônomo que dá conta de sua prática, tendo consciência sobre o que está fazendo e porque, cabendo a ele estabelecer um diálogo entre as duas lógicas — teoria e prática — e buscar a sua própria resposta de como ser professor, porém, não uma resposta, uma prática qualquer e sim uma prática fundamentada. Trata-se de confrontar, dialeticamente, o conhecimento teórico com o cotidiano, com a realidade escolar e apresentar uma nova possibilidade do lugar que estiver ocupando na sociedade.
Referências desta Aula
CANDAU, Vera Maria. Da didática fundamental ao fundamental da didática. In: OLIVEIRA, R. N. S.; ANDRÉ, M. E. D. (Org.). Alternativas do ensino da didática. São Paulo: Papirus, 2004.
CORDEIRO, Jaime. Didática. São Paulo: Contexto, 2007.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2011.
HAIDT, Regina Celia C. Curso de didática geral. São Paulo: Ática, 2006.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 2013.
PILETTI, Claudino. Didática geral. São Paulo: Ática, 2010.
TARDIF, Maurice; RAYMOND, Danielle. Saberes, tempo e aprendizagem do trabalho no magistério. In: Revista Educação & Sociedade, ano XXI, n. 73. Dezembro, 2000.
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Para mais aprofundamento sobre a didática, acesse os sites:
http://www.famper.com.br/download/pdf/neoremi_06.pdf
http://pt.slideshare.net/RonilsondeSouzaLuiz/artigo-a-didtica-na-formao-pedaggica-de-professores
Sugerimos, também, a leitura do primeiro capítulo do material didático: Fundamentos de didática de Alessandro de Melo e Sandra Terezinha Urbanetz.

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