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PETICAO DO ROBERTO RAMALHO EM FACE A DENILSON E RENATA CUNHA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CÍVIL DA COMARCA DA CURITIBA/PR.
ROBERTO RAMALHO, brasileiro, casado, profissão, portador do RG nº xxxxx, inscrito no CPF sob nº xxxxxxxx, residente e domiciliado na Rua xxxxxxx, bairro xxxxxxxx, Cruzeiro do Sul/PR, CEP xxxxxxxx, vem por seu advogado abaixo assinado, com endereço profissional xxxxxxxx, vem a este juízo propor:
 AÇÃO ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO
Pelo rito comum, em face de DENILSON CUNHA, nacionalidade, casado, profissão, portadora do RG nº xxxxx, inscrito no CPF sob nº xxxxx, e RENATA CUNHA, nacionalidade, casada, profissão, portadora do RG nº xxxxx, inscrito no CPF sob nº xxxxx, residentes e domiciliados na Rua xxxxxxxxx, bairro xxxxxxxxx, Curitiba/PR, CEP xxxxx, pelos fatos e fundamentos a seguir:
I – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Preliminarmente, seja concedidos os benefícios da gratuidade da justiça nos termos da lei 1060/50 e do artigo 98 do Código Processo Civil Brasileiro, por não possuir meios capazes de suportar as despesas de um processo judicial, sem prejuízo próprio ou de sua família. Para tanto, junta-se a presente declaração de sua hipossuficiência 
II – DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO 
Como o autor não declarou por inscrito, entendemos por declarar a sua opção por conciliação em favor da parte ré. 
III – DOS FATOS
Em _/_/_ ,  o autor fez um cruzeiro marítimo pelo litoral do País (docs. ___ ). 
Acontece que durante a viagem, após uma grande tempestade, o navio afundou. Prestes a se afogar, e antes de desmaiar, o autor percebeu que alguém o enlaçara pela cintura, evitando assim que se afogasse.
Ao recobrar os sentidos, numa ilha próxima ao local do naufrágio, autor encontrou ao seu lado, desfalecido, o réu, um dos marinheiros do navio. Naquele momento, entendeu que o réu fora o responsável pelo seu salvamento, sendo resgatados alguns dias depois. 
O autor ao retornar para sua a cidade natal, para demonstrar agradecimento, doou ao réu um imóvel localizado na Estrada das Conchas n° 561, Curitiba, no valor de R$ 350.000,00, que, muito comovido, aceitou a doação, passando a residir no local com sua mulher, Renata Cunha.
Alguns dias depois da doação citada, o autor foi visitar o réu que, após a ingestão de muita bebida alcoólica, já em estado de embriaguez, confessou que o verdadeiro salvador foi marinheiro de nome PAULO JOSÉ DA SILVA, e não ele – réu. 
Indignado, o autor disse ao réu que queria desfazer a doação, sendo que réu, sorrindo, disse que não devolveria o imóvel, pois muito embora não tivesse feito o salvamento, não pediu nada em troca e, se por engano o doador resolveu presenteá-lo, não poderia agora, requerer o imóvel de volta.
Não resta dúvida que a doação do imóvel se deu, ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE, pelo fato de ter sido o autor levado a acreditar que réu o salvara.
IV - DO DIREITO
	 Há no negócio um vício, No caso em tela, autor foi levado a acreditar que o réu foi o seu salvador no naufrágio, e em função deste erro, fez a doação de um valioso imóvel a ele – réu, ensejando a anulação do negócio jurídico prevista nos artigos 138 e 171, inciso II do Código Civil Brasileiro. Houve uma declaração de vontade não correspondente ao verdadeiro ato do autor, pois agiu de modo contrário ao que certamente agiria se conhecesse a verdade sobre o seu salvamento no naufrágio. Sendo que a doação do imóvel é um ato jurídico, e tendo ele praticado em função de um ERRO SUBSTANCIAL. Conforme o artigo 139 do Código Civil Configura-se erro substancial:
“O erro é substancial quando:
I – interessa à natureza do negocio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;
II – concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;
III- sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.”
Bem como o vislumbre claro do réu em aproveitar-se de tal situação, o negocio jurídico entre o autor em face do réu deve ser anulado.
Sendo assim, encontramos respaldo no artigo 171, inciso II do Código Civil:
“Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
II – por vicio resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.”
Consoante dispõe o art. 138 do Código Civil “São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.” 
A corroborar o exposto acima, insta transcrever o entendimento do renomado o Mestre Silvio Rodrigues, que preleciona: “Erro é a idéia falsa da realidade, capaz de conduzir o declarante a manifestar sua vontade de maneira diversa da que manifestaria se porventura melhor a conhecesse (...). Diz a lei serem anuláveis os atos jurídicos quando as declarações da vontade emanarem de erro substancial. Conforme define a doutrina, erro substancial é aquele de tal importância que, se fosse conhecida a verdade, o consentimento não se externaria". (Direito Civil – Parte Geral, vol I. São Paulo: Saraiva, 2003, fls. 187/188)..
Em casos já decididos o Tribunal de Justiça:
TJ-MG - Apelação Cível AC 10720120012060002 MG (TJ-MG) 
Data de publicação: 13/07/2015 
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO - ESCRITURA PÚBLICA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL - ERRO SUBSTANCIAL QUANTO À NATUREZA DO NEGÓCIO QUE DEVEROA SER UMA DOAÇÃO - DOLO COMPROVADO- ANULAÇÃO - POSSIBILIDADE. Considerando que as provas produzidas nos autos demonstram que houve erro substancial sobre a natureza do negócio que se leva a efeito, tendo em vista que a autora pretendia realizar uma doação à ré, com reserva de usufruto do imóvel para si, e não vender o bem, e verificando que a requerida tinha ciência do real interesse da autora, mas a induziu a celebrar negócio jurídico diverso do almejado, cabível a sua anulação, nos termos dos arts. 138, 139, I, 145 e 171, II, todos do Código Civil.
Como o réu se nega ao desfazimento consensual da doação, o autor se viu obrigado a ajuizar a presente ação para resguardar o seu Direito. 
V - DOS PEDIDOS
 Sendo assim, a AUTOR vem requerer à Vossa Excelência:
Requer a concessão do benefício da Justiça Gratuita ao Autor, vez que não possui meios para arcar com as custas deste processo, sem prejuízo de seu sustento e de sua família. Fundamenta seu pedido nos arts. 4º e seguintes da Lei nº 1.060/50, com redação dada pela Lei nº 7.510/86, e art. 5º, LXXIV da CF. 
Que seja designada a audiência de conciliação e a citação do Réu para apresentar contestação, no prazo legal sob pena de preclusão, revelia e confissão;
Que seja julgado procedente o pedido, para o fim de decretar a anulação do negócio jurídico da ação;
Seja expedido o oficio ao Registro Geral de Imóveis de CURITIBA/PR, onde se encontra matriculado o imóvel, para realização da pré-notação da existência de litígio sob o mesmo.
A condenação do réu à custa processuais e honorários advocatícios no patamar de 20% sobre o valor da causa.
VI - DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a prova documental, pericial, testemunhal e o depoimento pessoal do réu sob pena de confesso, caso não compareça ou comparecendo se recuse a depor.
VII - DO VALOR DA CAUSA
Dá a causa o valor de R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reias). 
Pede deferimento.
Local, xxx de xxxxxxxxxx de xxxx
 Lediane Weiss
OAB nº/SC
Declaração de Hipossuficiência 
DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA 
Eu, ROBERTO RAMALHO, portador da carteira de identidade nº _______, expedido por (pelo) _______, em ________, com validade até ______, CPF nº ______________, residente no Município de Cruzeiro do Sul/PR, endereço:___________________,telefone________,e-mail______________ DECLARO para fins de prova junto à Defensoria Pública, que sou carentede recursos, não dispondo de condições econômicas para custear honorários de advogado particular no Brasil e tampouco arcar com as custas e despesas de processos judiciais sem sacrifício do meu sustento e de minha família. Por ser a expressão da verdade, assumindo inteira responsabilidade pelas declarações acima e sob as penas da lei, assino a presente declaração para que produza seus efeitos legais.
__________________________________
Local e data assinatura

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