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CAPÍTULO 1 - Formação econômica do Brasil colonial Apresentar a dinâmica da empresa colonial agrícola no Brasil nos séculos XVI e XVII, destacando a economia canavieira no Nordeste como modelo de atividade típica. 1 - Contexto econômico em que ocorreu a expansão comercial européia nos séculos XV e XVI. A expansão comercial européia, iniciada em fins da Idade Média, rompeu com o isolamento econômico típico do PERÍODO FEUDAL. O mar Mediterrâneo tornou-se a mais importante rota de comércio, beneficiando, principalmente, as cidades italianas, dentre elas Gênova e Veneza. Desde meados do século XV, os portugueses já vinham explorando a rota do Atlântico, estabelecendo-se em algumas localidades da costa africana, onde cultivavam a cana-de-açúcar. Seu objetivo, porém, era alcançar os fornecedores de especiarias localizados nas Índias utilizando a rota do oceano Atlântico 2 - Caracterizar a ocupação portuguesa do Brasil nos séculos XVI e XVII. O descobrimento do Brasil foi uma etapa da conquista do oceano Atlântico, fazendo parte do grande movimento expansivo deflagrado pelas GRANDES NAVEGAÇÕES. A partir do século XV, o Mediterrâneo perdeu a centralidade no comércio mundial, que se deslocou para o Atlântico. A consolidação de Portugal como Estado Nacional moderno ocorreu no século XVI. O governo absolutista lusitano financiou as grandes navegações, conquistando novos territórios e submetendo-os ao Pacto Colonial. A ocupação do Brasil no período colonial (1500 a 1822) está intimamente ligada à expansão comercial e colonial européia. Inicialmente, esta era uma disputa que envolvia os países ibéricos. 3 - Principais características da economia canavieira no Nordeste brasileiro. A empresa colonial agrícola introduzida na colônia não se reduzia a extrair riquezas naturais para revenda nos mercados europeus. Era um empreendimento muito mais complexo, que envolvia o desenvolvimento de uma atividade agrícola que seria explorada segundo critérios que proporcionassem o máximo de lucratividade possível aos portugueses. A lucratividade da empresa colonial agrícola estava assentada em três elementos principais, que asseguravam os baixos custos de produção: o latifúndio, a monocultura e o trabalho escravo. O sucesso da empresa colonial agrícola implantada no Nordeste no século XVI está relacionado à introdução da cultura da cana-de-açúcar, especiaria cultivada em clima tropical que contava com grande mercado consumidor na Europa. Um elemento fundamental que explica esse sucesso foi a implantação de uma rota comercial entre as colônias da Coroa portuguesa, criando uma interdependência entre dois negócios: a exploração de produtos primários na colônia brasileira voltados para o mercado externo, e a exportação de escravos pelas colônias africanas Cap. 2 - Atividades econômicas de subsistência e mineração auxiliam o povoamento do interior Descrever a ocupação do interior do Brasil, dos séculos XVI a XVIII, mostrando que houve transformações na economia colonial que não se identificam apenas com a empresa colonial agrícola. 1 - Reconhecer outras atividades econômicas da colônia portuguesa, além das voltadas para a exportação. A partir do século XVII, o interior da colônia foi ocupado pelos colonos que não exploraram a monocultura para exportação, mas atividades destinadas à própria subsistência ou ao mercado interno 2 - Identificar as regiões do interior do Brasil ocupadas durante a colonização, bem como as atividades econômicas realizadas nestas localidades. OCUPAÇÃO DO SUDESTE: a escravização do trabalhador indígena; A OCUPAÇÃO DO VALE AMAZÔNICO: as especiarias – cravo, canela, castanha e salsaparrilha – assim como o cacau, a madeira e a pesca sustentaram uma exploração econômica que tinha como base o trabalho indígena; SUL: missões jesuítas; A ocupação do Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste ocorreu a partir do século XVII. O gado foi o instrumento principal desta ocupação, principalmente por atender às necessidades das fazendas produtoras de monocultura visando ao mercado externo. 3 - Reconhecer a contribuição da economia mineira para a ocupação da terra e a produção de riqueza no interior da colônia. A crise da economia açucareira, a partir de meados do século XVII, levou os colonos portugueses a intensificar a busca por metais preciosos. As bandeiras que exploravam o sertão brasileiro finalmente encontraram ouro e pedras preciosas nos atuais Estados de Minas Gerais, Bahia, Goiás e Mato Grosso, no final daquele século; Muitas cidades surgiram devido ao dinamismo econômico da mineração, como Vila Rica (atual Ouro Preto) e Diamantina; A economia mineira estava situada longe da costa, no interior do país, em regiões de difícil acesso. A necessidade da metrópole de controlar a produção e a exportação do metal levou à mudança da capital colonial, deslocando-se de Salvador para o Rio de Janeiro, cidade mais próxima da região mineira. A mineração foi, portanto, responsável pelo deslocamento do centro econômico colonial do Nordeste para o Centro-Sul. CAP 3 – A CRISE DA ECONOMIA COLONIAL NO BRASIL Analisar os fatores externos e internos que determinaram a ruptura das bases da economia colonial agrícola, nos séculos XVIII e XIX, bem como a independência do Brasil. 1 – Relacionar a crise da economia colonial no Brasil à expansão das atividades produtivas e comerciais na colônia. A crise da economia colonial agrícola decorreu de dois aspectos complementares, um caráter interno e outro externo: Interno – expansão dos mercados na colônia, resultado direto do aumento da população e do incremento da produção (conflito de interesses); Externo – Revolução Industrial. A necessidade de busca e incorporação de novos mercados pelas unidades industriais em formação tornou-se um traço típico da dinâmica capitalista. 2 – Identificar as limitações do monopólio comercial imposto pela metrópole. O monopólio comercial e produtivo formalizado no pacto colonial era uma barreira para o capital industrial e a produção em larga escala. Essas duas barreiras representavam o antagonismo entre os interesses ainda existentes no mercantilismo português e os novos acontecimentos políticos, sociais e econômicos associados à Revolução Industrial. 3 – Associar estas limitações aos movimentos de revoltas internas e de independência na colônia. O final do século XVIII foi um período de acirramento das contradições de interesses colônia/metrópole. No Brasil, o período foi marcado por dificuldades econômicas graves, resultantes da queda das exportações. Houve flexibilização das relações entre a metrópole e a colônia, mas as bases do exclusivo comercial foram mantidas. As reações no Brasil começaram a ganhar um contorno mais decisivo. Exemplos de revoltas internas: Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana. 4 – Reconhecer as transformações políticas, sociais e econômicas por que passava o mundo (como as Revoluções Industrial e Francesa). Revolução Industrial: foi a transição para novos processos de manufatura no período entre 1760 a algum momento entre 1820 e 1840. É um divisor de águas na história e quase todos os aspectos da vida cotidiana da época foram influenciados de alguma forma por esse processo. A população começou a experimentar um crescimento sustentado sem precedentes históricos, com uma boa renda média. Revolução Francesa: foi um período de intensa agitação política e social na França que teve um impacto duradouro na história do país e, mais amplamente, em todo o continente europeu. A monarquia absolutista que tinha governado a nação durante séculos, entrou em colapso em apenas três anos.A sociedade francesa passou por uma transformação épica, quando privilégios feudais, aristocráticos e religiosos e religiosos evaporaram-se sobre um ataque sustentado de grupos políticos e de camponeses na região rural do país. CAP 4 – ECONOMIA CAFEEIRA ESCRAVAGISTA Origens e importância da economia cafeeira para a economia brasileira; - Sec. XIX – Estagnação da economia brasileira. - Campo externo: aumento do déficit comercial: 1) Extensão das vantagens comerciais dadas a outros países, além da Inglaterra; 2) Cultura da cana de açúcar e algodão: decadência Concorrência externa; Açúcar de beterraba (Europa) Queda no preço dos produtos Campo interno: aumento do déficit público em função dos gastos militares. Cenário de estagnação e dificuldades de crédito: a terra era o fator abundante. - Produção do café para o mercado externo: Demanda – crescimento dos mercados europeu e norte-americano, em função do avanço da indústria e da urbanização; Pelo lado da oferta – colapso da produção haitiana determinou aumento dos preços internacionais; Características da cultura do café: Baixa capitalização requerida para o processo produtivo; Solo (“terra roxa”) e clima favoráveis; Desenvolvimento dos transportes (estradas-de-ferro e portos) Resultado – Década de 1830, o café já era o principal produto exportado; VALE DO PARAÍBA (RJ-SP): 1º zona de cultivo Latifúndio escravagista tradicional sem inovações técnicas. Aproximadamente até 1860-70 OESTE PAULISTA: 2º zona de cultivo. Aproximadamente a partir de 1850 Tecnologicamente mais avançado. Introdução do trabalho de imigrantes paralelamente ao escravismo. - Vale do Paraíba – Recursos ociosos da mineração, tanto de capitais como de mão-de-obra; Sistema de ocupação – Sesmarias: - Terras distribuídas e entregues aos fazendeiros de acordo com o número de escravos. - Processo de concentração fundiária Bases e características da produção de café: Latifúndios monocultores Técnicas precárias Forma extensiva do processo produtivo: Queimadas; Método vertical de plantação nas encostas. O correto seria o plantio de mudas em platôs ao longo da encosta. - Crédito – Casas comissárias. Os bancos não forneciam empréstimos diretamente aos fazendeiros. Dependência dos comissários para auferir recursos para a produção. - Declínio da produção do café no Vale do Paraíba: inadimplência dos produtores junto aos comissários. CAP. 5 – ECONOMIA CAFEEIRA COM TRABALHO LIVRE Descrever o início da utilização de mão-de-obra livre na lavoura cafeeira do Brasil no final do século XIX. A marcha da Economia Cafeeira: Litoral fluminense; Vale do Paraíba; Sul de Minas; Oeste paulista (área de excelência). - Fatores favoráveis à expansão: Abundância de terras + mão-de-obra; Condições naturais; Mercado externo (EUA/Inglaterra). PROBLEMA: fim do tráfico e a diminuição da oferta de escravos. SOLUÇÃO: 1 – Tráfico interno de escravos – Grande dispersão de escravos era decorrente da própria estrutura sócio-político brasileira. Não havia integração entre as várias regiões do país. 2 – Incentivo à imigração – A imigração já havia sido realizada antes da independência sem qualquer objetivo econômico. Associado basicamente a demarcações de fronteiras. Abolição da escravatura: 13 de maio de 1888. - Imigração ocorre em duas etapas: 1 – Sistema de parcerias (1850/1870). Fracasso: imigrantes – “escravos por dívidas” Péssimas condições de transporte; Pagamento do custo de transporte; Juros de 6% a.a. pelo adiantamento oferecido pela manutenção dos trabalhadores. 2 – Sistema de colonato (1870) Êxito: recursos de fazendeiros e Governo de SP Mudanças significativas em relação ao sistema de parcerias: - Fazendeiros obrigados a arcar com as despesas de transporte; - Fatia da terra para o plantio de artigos de subsistência; - Acelerou a vinda de imigrantes para o Brasil. CAP 6 – POLÍTICAS DE SUSTENTAÇÃO DA RENDA DA CAFEICULTURA NA REPÚBLICA VELHA Apresentar a evolução da política econômica brasileira no período da República Velha, destacando sua estreita associação com os interesses da cafeicultura. - República Velha (ou, Primeira República, 1889/1930) Mudanças expressivas: Povo passou a escolher os governantes; Igreja separada do Estado. - A Velha República manteve o Brasil como o país do café e dos grandes latifúndios; - República do café-com-leite: Oligarquia paulista (produz café); Oligarquia mineira (produz leite). - Aumento da capacidade produtiva do café - espaço e mão-de-obra: Entrada de mão-de-obra Taxas salariais aumento da produção sem aumento dos custos médios - Quadro econômico no final da década de 80 do séc. XIX: Trajetória de alta do preço do café; Crescimento da demanda Norte-Americana (60% das compras de café no mercado internacional; Quebra da safra brasileira em 1887/88 e 1889/90; Produção brasileira: ¾ da oferta mundial. TAXA DE CÂMBIO E MERCADO EXTERNO Taxa de câmbio Preço da moeda estrangeira: encarece os produtos importados e aumenta a receita de exportações em moeda nacional. - Balanço de pagamento – principal instrumento de análise dos efeitos das operações no mercado cambial. - A partir de 1891: Avanço da produção X crescimento do mercado externo; Brasil produzia mais café (aumento da oferta) e não havia resposta da economia mundial; Queda do preço do café: Balanço de Pagamento sofre impacto importante; Início do ciclo de desvalorização da taxa cambial. - Fatores decorrentes da desvalorização cambial: 1) Redução da entrada de moeda estrangeira no país; 2) Pressão política dos cafeicultores para preservar os ganhos em moeda nacional; - Mecanismos de correção das crises: TAXA CAMBIAL: PREÇOS DAS EXPORTAÇÕES CÂMBIO PREÇO DAS IMPORTAÇÕES - PRÊMIO AOS EXPORTADORES + SOCIALIZAÇÃO DAS PERDAS (50% DAS IMPORTAÇÕES = CONSUMO). - Cafeicultores recebiam uma remuneração maior em moeda nacional, mesmo com a redução do preço no mercado internacional (figura 6.1) - Política econômica visa a sustentação do café. - Acordo de Taubaté garantia a compra do excedente do café: Financiamento dos estoques reguladores com empréstimos externos; Criação de impostos em ouro por saca exportada; Desestimular novas plantações. - Foram negociados “fundins loans” (moratórias) que possibilitaram a rolagem da dívida externa. - Nova política econômica: Saneamento monetário; Inversão do movimento da taxa cambial; Redução do déficit. Efeitos: Recessão: restrição das importações por falta de divisas; Deflação associada a oferta de moeda e crédito. CAP. 7: ORIGENS DOS DESEQUILÍBRIOS REGIONAIS NO BRASIL Fenômeno dos desequilíbrios regionais a partir da análise das atividades canavieira, pecuária, cultura do algodão, mineração, borracha e cafeeira. - Países desenvolvidos: um estado não tem peso econômico expressivamente superior aos demais. - Brasil – exemplos de desequilíbrio: São Paulo participa com 1/3 do PIB brasileiro; Mais de 40% da população brasileira vive na região sudeste. - Até meados do séc. XIX: regiões eram caracterizadas como ilhas regionais, sem guardar relações econômicas entre si. - De 1850 a 1930: economia centrada em São Paulo (expansão cafeeira e industrialização). Demais regiões dependentes do dinamismo paulista. - Engenho de açúcar possuía elevado grau de auto subsistência que resultava na baixa circulação interna de dinheiro.- Pecuária foi importante para a ocupação do território. Atividade mercantil não contribuiu para à economia colonial. - A cultura do algodão nordestino somente prosperou nos momentos de crise dos produtores tradicionais. Região de Minas: Isolamento geográfico concentrando a população em cidades; Curto período do “ciclo do ouro”; Atividades manufatureiras não se mostraram sustentáveis. Região Sul: - No Rio Grande do Sul o território foi dividido em distintas atividades: Ao Sul predominava a pecuária baseada no latifúndio (pequeno número de trabalhadores); Ao Norte predominava a agricultura com base no trabalho extensivo da imigração européia. Amazônia: - Dinamismo da cultura da borracha está relacionado à expansão da indústria. Características da economia da borracha: Atividade nômade, pouco fixava o trabalhador à terra; Havia pouca circulação de dinheiro. Não favorecia o surgimento de novas cidades; Infraestrutura de transporte: rios e canais. São Paulo: - Atividade agroexportadora teve sua crise superada pelo surgimento de atividade mais dinâmica: INDUSTRIALIZAÇÃO - Crise do café criou o cenário para a substituição de importações. CAP. 8 – A REVOLUÇÃO DE 1930: MARCO POLÍTICO ENTRE O MODELO PRIMÁRIO EXPORTADOR E A INDUSTRIALIZAÇÃO SUBSTITUTIVA DE IMPORTAÇÕES Apresentar os impactos econômicos, políticos e sociais da Revolução de 1930 ANTECEDENTES - Características essenciais: Economia agro-exportadora de café com indústria incipiente de bens de consumo Problema crônico de divisas; Representação política – grandes cafeicultores. - República Velha – Representa os interesses econômicos identificados com a cafeicultura. - Novos grupos sociais: classe média urbana, militares e os industriais. - Disputa pelos escassos créditos disponíveis durante a primeira década republicana. REVOLUÇÃO DE 30: novos interesses econômicos não identificados com a economia cafeeira. - Aliança Liberal – movimento que viabilizou a queda do governo, potencializada pela crises social que se seguiu à depressão de 1929. A Aliança Liberal surgiu de um acordo entre estados que não se identificavam com os interesses da cafeicultura. - Recessão: restrição das importações por falta de divisas. Cria o cenário para a substituição de importações; Transfere a receita do setor cafeeiro para o industrial. SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES – Processo caracterizado pela intervenção do Estado na economia, objetivando diminuir a vulnerabilidade externa por meio da industrialização interna. - A dicotomia entre a expansão interna x restrição externa foi o principal estímulo ao processo de substituição de importações. - Revolução de 30 muda o papel do Estado que se tornou um importante ator econômico no novo modelo de desenvolvimento. Passagem de um modelo de desenvolvimento voltado “para fora” (mercado externo) para um modelo “voltado para dentro” (modelo de SI). Nesse contexto, o produto industrial (setores têxtil, metalúrgico, cimento e químico) cresceu, no período, a taxas superiores à agricultura. - Transformações políticas: fortalecimento do poder do governo central diante dos governos estaduais. - Transformações demográficas e econômicas – população passou a migrar do Nordeste para o Sudeste (principalmente, São Paulo). Associado `a expansão da atividade industrial e ao recuo da agropecuária em sua contribuição para o PIB. - PRINCIPAL DESTAQUE DO PERÍODO 1930-1937 – Adoção de Legislação Trabalhista e Previdenciária. Principais direitos: Jornada de trabalho de 8 horas; Férias remuneradas; Estabilidade no emprego; Convenção Coletiva de Trabalho; Institutos de aposentadoria e pensões. Obs.: o Estado controlava os sindicatos. Portanto mantinham os trabalhadores submetidos ao Estado. ESTADO NOVO: 1937-1945 Brasil viveu um regime autoritário; Getúlio Vargas deu um golpe de Estado para se manter no poder. Apoio de importantes lideranças políticas e militares; Deixa de representar os interesses de qualquer setor da sociedade (oligarquia) - Constituição de 1937 – Plenos poderes ao Presidente. Consolida o poder do Governo Central. - Reforma Administrativa: criação do Departamento Administrativo de Serviço Público (DASP). Institucionaliza a mudança do papel do Estado (reforma administrativa no setor do funcionalismo, elaboração de orçamento de órgão públicos e controle contábil da execução orçamentária). - Siderurgia e Industrialização: criação da CSN (aço) e Cia. Vale do Rio Doce (ferro) CAP 9 – ORIGENS DA INDÚSTRIA NO BRASIL Teorias que explicam o início da industrialização no Brasil; Forma assumida no início do processo e suas consequências. - Perfil agroexportador – modelo “de dentro para fora”. Exportador de produtos primários. - Final do séc XIX – surgem as primeiras manufaturas com o objetivo de atender a demanda interna decorrente da expansão da cultura cafeeira. - Quatro correntes que se propõem a explicar a origem e o desenvolvimento da indústria brasileira: 1) TEORIA DOS CHOQUES ADVERSOS – O Brasil dependia diretamente do setor externo para crescer e acumular capital, sendo um país caracteristicamente agroexportador; PREÇO DAS IMPORTAÇÕES DEMANDA DA INDÚSTRIA INTERNA PONTO CHAVE:CRISE EXTERNA E AUMENTO DOS PREÇOS DAS IMPORTAÇÕES AFETAM DA MESMA FORMA OS BENS DE CAPITAL, INTERFERINDO NA DECISÃO DE INVESTIR. 2) ÓTICA DA INDUSTRIALIZAÇÃO LIDERADA PELA EXPANSÃO DAS IMPORTAÇÕES – Estreita relação entre a expansão das exportações de café e formação da indústria no Brasil. Estímulos ao desenvolvimento da indústria: Crescimento da renda interna; Desenvolvimento da infraestrutura de transportes criando um sistema de distribuição de manufaturados; Expansão da oferta de mão-de-obra (imigração). 3) ÓTICA DO CAPITALISMO TARDIO – Consolidação do capital industrial no Brasil. Caráter de dependência do capitalismo brasileiro. - Com a crise do café, a acumulação do capital passou a ser mais dependente do crescimento da renda do setor industrial urbano. - Industrialização era restringida, pois as exportações concentravam-se nos produtos primários. - Pouca diversificação para setores produtores de bens de capital e insumos básicos. 4) INDUSTRIALIZAÇÃO COMO RESULTADO DE POLÍTICAS GOVERNAMENTAIS. - Promoção da industrialização por meio de políticas intencionais do governo. Principalmente as políticas de proteção tarifária e a concessão de incentivos e subsídios. CONSENSO: industrialização no Brasil iniciou com o cenário econômico criado pela exportação do café. - Início da produção industrial: setores que requeriam menos capital e tecnologia (têxtil e alimentos) - Crise de 1929 -: reduz as exportações de café. Trás a tona a necessidade de tirar da cafeicultura o eixo da economia. - A indústria passa a ser o centro dinâmico de acumulação de capital. - Vargas: política de valorização do café. Drástica redução do produto exportado; Impediu a queda do preço do produto; Sustentação do nível da renda interna ao período de crise. - Câmbio favorável para o aumento da capacidade competitiva da industrial local. - Expansão da oferta industrial em função da maior utilização da capacidade produtiva. - Operações cambiais junto ao Banco do Brasil: importação de bens necessários à produção industrial. Controlar as operações à importação de bens associados à indústria. - Contradiçãobásica do modelo: havia uma crescente necessidade de importações sem haver aumento da capacidade de importar. A expansão da capacidade produtiva industrial exigia a importação de bens de capital e outros insumos não disponíveis no mercado interno. - Obstáculos a serem superados: a) Acirramento do desequilíbrio externo – necessidade de importar X capacidade de importar b) Demanda de um novo bloco de investimentos na indústria. Sofisticação tecnológica. c) Adequação da infraestrutura. Energia e transporte. CAP 10 – A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTISMO NA FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL Ideologia do desenvolvimento para a formulação do projeto de Estado Nacional - Desenvolvimentismo e CEPAL – Ideologia que alimentou o pensamento econômico na América Latina durante década. - Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) – Órgão regional da ONU que visa elaborar estudos e alternativas para o desenvolvimento da América Latina. Sua sede fica em Santiago, Chile. - Cenário de disputa entre os EUA e URSS – Reformulação do sistema capitalista. Adoção de um sistema de proteção trabalhista e previdenciário nos países desenvolvidos (Estado de Bem-Estar Social). - Países não-desenvolvidos: industrialização é o caminho para o desenvolvimento (Estado Desenvolvimentista). - Teoria convencional de desenvolvimento: crescimento econômico se distribuía no espaço como uma mancha de óleo. Evidências empíricas provocam o contrário: beneficia muito mais algumas regiões do que outras. - Possibilidade de intensificar o ritmo de desenvolvimento nas regiões mais atrasadas. TEORIAS: - Pólo de Desenvolvimento (Perroux). Crescimento desequilibrado, difundido a partir da criação de um “pólo de desenvolvimento”. Empresa dominante (“Empresa Motriz”). - Círculos Viciosos da Pobreza (Myrdal). Causação circular – circulo vicioso do atraso e da pobreza pode ser rompida pela aplicação planejada de reformas econômicas. _ Teoria do Livre-Comércio Internacional: Economias Latino-Americanas – “periféricos.” Países Industriais – “centro.” - Ponto de partida da Teoria do Livre-Comércio: “Lei das Vantagens Comparativas” Todos os países ganhariam caso se especializassem na produção de bens para os quais contam com vantagens comparativas (custo de produção menor). - Segundo a CEPAL as economias Latino-Americanas apresentam uma dinâmica distinta das economias centrais. Dois setores: 1) moderno e articulado à economia capitalista por meio do comércio internacional; 2) Setor de subsistência, de baixa produtividade, dada a grande oferta de mão-de- obra. - Essa dualidade sustenta a baixa produtividade na economia como um todo e compromete a expansão do mercado interno; - Desenvolvimento dos países Latino-Americanos dependente do comércio internacional. Pouco promissor, pois os produtos agrícolas apresentam baixa elasticidade-renda da demanda (aumento na renda dos consumidores não vai refletir em um aumento proporcional na procura do mercado por esses bens). - Deterioração dos termos de intercâmbio – desfavorável aos países periféricos. - Saída para as economias periféricas: política de desenvolvimento industrial. CAP. 11 – COMPLETANDO O CICLO DA INDUSTRIALIZAÇÃO SUBSTITUTIVA DE IMPORTAÇÃO NO BRASIL: O PLANO DE METAS Avanço da industrialização brasileira com a implementação do Plano de Metas (1956-61) - Plano de Metas de JK é considerado um caso bem sucedido de formulação e implementação de planejamento; - O Estado conseguiu articular grandes somas de investimentos privados de origem interna e externa; - Contrário ao projeto nacionalista de Vargas, havia uma clara aceitação da predominância do capital externo, limitando-se o capital nacional, ao papel de sócio menor desse processo. - Diagnóstico: “pontos de estrangulamento da economia nacional (infraestrutura, indústria de bens intermediários e indústria de bens de equipamentos). ANTECEDENTES: - O planejamento estatal começou a ser utilizado na URSS com o primeiro plano qüinqüenal de 1929, quando praticamente toda a economia mundial começava a enfrentar os duros anos da Grande Depressão. - Durante a Grande Depressão, a participação da produção industrial soviética no total mundial aumentou de 5%, em 1929, para 18% em 1938. - Rapidamente, os termos “plano” e “planejamento” passaram a freqüentar os debates mesmo nas economias capitalistas, que não eram centralmente planejadas. - As técnicas de planejamento foram aperfeiçoadas com a utilização de modelos de política econômica e de novos instrumentos, como a programação linear, os modelos econométricos e as matrizes de insumo-produto. - Nesse contexto, iniciou-se a atividade de planejamento no Brasil. 1 – IMPORTÂNCIA DO PLANO DE METAS Criação da consciência da necessidade da industrialização no país; Novo papel do Estado que intervém direcionando a economia para o desenvolvimento; O Estado surge como um eficiente instrumento de reforço da acumulação de capital e de realização da transição para um novo padrão de acumulação; 2 – ANTECEDENTES ECONÔMICOS QUE CONTRIBUIRAM PARA O ÊXITO DO PLANO Em 1951-2 (Governo Vargas): Comissão Mista Brasil-EUA (CMBEU) e a criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) para fomentar o desenvolvimento dos setores básicos da economia. CMBEU: elabora projetos que seriam financiados pelo Banco de Exportação e Importação dos EUA (EXIMBANK) e Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). Grupo Misto BNDE-CEPAL que constituiu a base do Plano de Metas. Objetivos do grupo misto: levantamento dos principais pontos de estrangulamento da economia brasileira e identificar áreas industriais com demanda reprimida. 3 – METAS PERSEGUIDAS PELO PLANEJAMENTO ECONÔMICO DO GOVERNO JK O Plano de Metas proposto por JK continha um conjunto de 31 metas, organizada nos seguintes grupos: Meta-síntese ------ ENERGIA TRANSPORTES INDÚSTRIA DE BASE (alumínio, metais não-ferrososos, etc) ALIMENTAÇÃO EDUCAÇÃO 4 – INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA UTILIZADOS NO PLANO - Política Cambial: Câmbio e taxas múltiplas – diferentes taxas de câmbio para exportação e importação. Três tipos básicos de cobertura para as importações: Taxa oficial Taxa oficial + sobretaxa fixa Taxa oficial + sobretaxa variável (lance em bolsa) - Fundos Setoriais: Fundos compulsórios setoriais que financiam os investimentos em energia e transporte. - Inflação Instrumento de poupança forçada – Diferença entre o valor da moeda no momento que o governo a emite e o valor, mais baixo, quando passa a ser utilizada pela população. A diminuição do poder de compra da moeda é apropriado pelo Governo. 5 – IDENTIFICAR A IDEOLOGIA DESENVOLVIMENTISTA: - Modelo de desenvolvimento baseado no tripé Empresa Pública + Empresa Privada Nacional + Empresa Estrangeira. Empresa pública: responsável pelas áreas de infraestrutura (energia, siderurgia). Empresa privada: bens de K, construção civil e bancos. Empresa estrangeira: setores tecnologicamente mais modernos e mais lucrativos. - Desenvolvimento dependente associado – associação do capital estrangeiro para garantir o ritmo acelerado do desenvolvimento. Resultados positivos: Economia cresceu no período à taxa média de 8% (PIB) Desenvolveu-se o setor de insumos de uso geral (energia e transporte) e básicos (aço, papel, celulose petroquímica)Negativo: Penetração do capital estrangeiro Aumento da concentração de renda Inflação CAP 12 – A DÉCADA DE 1960 NO BRASIL: O DEBATE ACERCA DA ESTAGNAÇÃO ECONÔMICA Modelo econômico pós-Plano de Metas Debate sobre a estagnação do país no período 1959: eleição de Jânio Quadros (UDN) para presidente e de Jango para vice (trabalhistas). Governo Janio Quadros (1960-61): contradição – aproximação do bloco socialista, tentativa de controle da economia e autoritarismo político = renúncia. João Goulart (1961-64): Base trabalhista, crises políticas, Pressão social e proposta das “Reformas de Base” = principalmente agrária, urbana e bancária – forte oposição; apelo aos trabalhadores→ 1964: “comício da central” 150 mil – resposta: São Paulo “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” c/ 500 mil – articulação: igreja católica e conservadores→ Legitimação a golpe civil-militar. - Início de 1960 – Debate econômico acerca das causas do baixo crescimento econômico e as possíveis tendências da economia nacional. -Celso Furtado e Conceição Tavares (CEPAL) – Estrutura técnico-produtiva da economia que inviabilizava o crescimento. - Pensamento liberal: associava a recessão a erros da política econômica. 1) Raízes da estagnação econômica do Brasil na década de 1960. Grande contingente populacional à margem do processo de crescimento econômico. Investimentos intensivos em capital com pouca absorção de mão-de-obra por unidade de capital: manutenção da taxa salarial em níveis muito reduzidos. Mercado consumidor cresce lentamente, dependendo do comportamento dos setores mais dinâmicos da economia. Estrutura precária de financiamento para aquisição de bens de capital agrava a situação. 2) Interpretação da CEPAL acerca das causas dessa estagnação. Heterogeneidade estrutural: concentração de renda e propriedade. Questão estrutural: uma grande parcela da população estava à margem dos setores dinâmicos da economia. Redução dos salários médios e mercado consumidor: concentração de renda. CAP. 13 - As reformas monetária e financeira de 1964 Analisar a importância das reformas econômicas conduzidas pelos ministros Roberto Campos e Otávio Bulhões para o ajuste econômico e a pretendida retomada do crescimento do PIB. - Conjuntura econômica a partir de 1962: queda do ritmo de crescimento da economia e aumento significativo dos índices inflacionários. PLANOS ECONÔMICOS DE ESTABILIZAÇÃO: - 1962 – Plano Trienal (Celso Furtado): medidas ortodoxa de combate a inflação, o que potencializou ainda mais a recessão brasileira. Esse plano é abandonado em 1963. - 1964 – Roberto Campos e Otávio Bulhões – Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG): conjunto de reformas de fundo financeiro e monetário. 1) Identificar as principais linhas da reforma econômica iniciada com a implantação do regime militar; Incapacidade de a economia brasileira funcionar com taxas crescentes de inflação; Desestímulo à canalização das poupanças para o sistema financeiro e para a aquisição de imóveis; Solução: correção monetária. Instituição das Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN). Juros reais positivos; Estímulo para aquisição de títulos públicos; 2) Principais medidas nos campos monetário e financeiro. Criação do Conselho Monetário Nacional e Banco Central; Criação do Sistema Financeiro da Habitação e Banco Nacional de Habitação. Redução do déficit habitacional; Reforma do mercado de capitais. 3) Reconhecer os impactos que eram esperados a partir da sua efetivação. Constituição de um ambiente favorável ao processo de acumulação de capital; Controle das operações monetárias; ORTN e correção monetária. Maior controle sobre a oferta de moeda e crédito na economia; Organizar as funções da autoridade monetária; Aumentar a capacidade de transferência de recursos entre os agentes econômicos; Ampliação das oportunidades de investimento. CAP 14: Brasil, 1930 a 1964: impactos da industrialização na urbanização e transformações sociais, políticas e econômicas Analisar as transformações econômicas, sociais, políticas e demográficas resultantes do processo de industrialização do Brasil no período 1930-1964. - Balanços das transformações ocorridas na economia brasileira de 1930 a 1964. 1) identificar a distribuição percentual e espacial do PIB brasileiro; Taxas de crescimento mais elevadas com a industrialização; Entre 1940 e 1960: taxa de crescimento médio do PIB – 6,64% Nas décadas de 1920 e 1930: 4,4% PIB per capita (taxa de crescimento): 1920 – 1,31% 1960 – 2,83% 2) relacionar a distribuição espacial da população brasileira ao seu crescimento Crise de 1929: redução da participação do café na renda do país; Revolução de 30: incentivos a indústria nacional; Aumento da população nas cidades. Instalação de indústrias e desenvolvimento do comércio; Oferta de serviços e criação de instituições de serviço público. 3) Transformações demográficas no Brasil ao longo do período de 1930-1964. São Paulo recebe um grande contingente migratório; Diminuição da participação do Nordeste na população brasileira; Aumento da participação da região Centro-Oeste no total da população. 4) Consequências do processo de politização dos trabalhadores urbanos. Implantação dos direitos trabalhistas e previdenciários; Políticas sociais compensatórias em função de arrochos salariais. Política nacional de habitação. (SFH e BNH). CAP 4 – ECONOMIA CAFEEIRA ESCRAVAGISTA Origens e importância da economia cafeeira para a economia brasileira; - Sec. XIX – Estagnação da economia brasileira. - Campo externo: aumento do déficit comercial: - Campo interno: aumento do déficit público em função dos gastos militares. Cenário de estagnação e dificuldades de crédito: a terra era o fator abundante. - Produção do café para o mercado externo: Demanda – crescimento dos mercados europeu e norte-americano, em função do avanço da indústria e da urbanização; Pelo lado da oferta – colapso da produção haitiana determinou aumento dos preços internacionais; Características da cultura do café: Baixa capitalização requerida para o processo produtivo; Solo (“terra roxa”) e clima favoráveis; Desenvolvimento dos transportes (estradas-de-ferro e portos) Resultado – Década de 1830, o café já era o principal produto exportado; - Vale do Paraíba – Recursos ociosos da mineração, tanto de capitais como de mão-de-obra; Sistema de ocupação – Sesmarias: - Terras distribuídas e entregues aos fazendeiros de acordo com o número de escravos. - Processo de concentração fundiária Bases e características da produção de café: Latifúndios monocultores Técnicas precárias Forma extensiva do processo produtivo: Queimadas; Método vertical de plantação nas encostas. O correto seria o plantio de mudas em platôs ao longo da encosta. - Crédito – Casas comissárias. Os bancos não forneciam empréstimos diretamente aos fazendeiros. Dependência dos comissários para auferir recursos para a produção. - Declínio da produção do café no Vale do Paraíba: inadimplência dos produtores junto aos comissários. CAP. 5 – ECONOMIA CAFEEIRA COM TRABALHO LIVRE Descrever o início da utilização de mão-de-obra livre na lavoura cafeeira do Brasil no final do século XIX. - Fatores favoráveis à expansão: Abundância de terras + mão-de-obra; Condições naturais; Mercado externo (EUA/Inglaterra). PROBLEMA: fim do tráficoe a diminuição da oferta de escravos. SOLUÇÃO: 1 – Tráfico interno de escravos – Grande dispersão de escravos era decorrente da própria estrutura sócio-político brasileira. Não havia integração entre as várias regiões do país. 2 – Incentivo à imigração – A imigração já havia sido realizada antes da independência sem qualquer objetivo econômico. Associado basicamente a demarcações de fronteiras. Abolição da escravatura: 13 de maio de 1888. - Imigração ocorre em duas etapas: 1 – Sistema de parcerias (1850/1870). Fracasso: imigrantes – “escravos por dívidas” Péssimas condições de transporte; Pagamento do custo de transporte; Juros de 6% a.a. pelo adiantamento oferecido pela manutenção dos trabalhadores. 2 – Sistema de colonato (1870) Êxito: recursos de fazendeiros e Governo de SP Mudanças significativas em relação ao sistema de parcerias: - Fazendeiros obrigados a arcar com as despesas de transporte; - Fatia da terra para o plantio de artigos de subsistência; - Acelerou a vinda de imigrantes para o Brasil. CAP 6 – POLÍTICAS DE SUSTENTAÇÃO DA RENDA DA CAFEICULTURA NA REPÚBLICA VELHA Apresentar a evolução da política econômica brasileira no período da República Velha, destacando sua estreita associação com os interesses da cafeicultura. - República Velha (ou, Primeira República, 1889/1930) - A Velha República manteve o Brasil como o país do café e dos grandes latifúndios; - Aumento da capacidade produtiva do café - espaço e mão-de-obra: Entrada de mão-de-obra Taxas salariais aumento da produção sem aumento dos custos médios - Quadro econômico no final da década de 80 do séc. XIX: Trajetória de alta do preço do café; Crescimento da demanda Norte-Americana (60% das compras de café no mercado internacional; Quebra da safra brasileira em 1887/88 e 1889/90; Produção brasileira: ¾ da oferta mundial. TAXA DE CÂMBIO E MERCADO EXTERNO Taxa de câmbio Preço da moeda estrangeira: encarece os produtos importados e aumenta a receita de exportações em moeda nacional. - Fatores decorrentes da desvalorização cambial: 1) Redução da entrada de moeda estrangeira no país; 2) Pressão política dos cafeicultores para preservar os ganhos em moeda nacional; - Mecanismos de correção das crises: TAXA CAMBIAL: PREÇOS DAS EXPORTAÇÕES CÂMBIO PREÇO DAS IMPORTAÇÕES - PRÊMIO AOS EXPORTADORES + SOCIALIZAÇÃO DAS PERDAS (50% DAS IMPORTAÇÕES = CONSUMO). - Política econômica visa a sustentação do café. - Acordo de Taubaté garantia a compra do excedente do café: - Foram negociados “fundins loans” (moratórias) que possibilitaram a rolagem da dívida externa. - Nova política econômica: Saneamento monetário; Inversão do movimento da taxa cambial; Redução do déficit. Efeitos: Recessão: restrição das importações por falta de divisas; Deflação associada a oferta de moeda e crédito. CAP. 7: ORIGENS DOS DESEQUILÍBRIOS REGIONAIS NO BRASIL Fenômeno dos desequilíbrios regionais a partir da análise das atividades canavieira, pecuária, cultura do algodão, mineração, borracha e cafeeira. - Países desenvolvidos: um estado não tem peso econômico expressivamente superior aos demais. - Até meados do séc. XIX: regiões eram caracterizadas como ilhas regionais, sem guardar relações econômicas entre si. - De 1850 a 1930: economia centrada em São Paulo (expansão cafeeira e industrialização). Demais regiões dependentes do dinamismo paulista. - Engenho de açúcar possuía elevado grau de auto subsistência que resultava na baixa circulação interna de dinheiro. - Pecuária foi importante para a ocupação do território. Atividade mercantil não contribuiu para à economia colonial. - A cultura do algodão nordestino somente prosperou nos momentos de crise dos produtores tradicionais. Região de Minas: Isolamento geográfico concentrando a população em cidades; Curto período do “ciclo do ouro”; Atividades manufatureiras não se mostraram sustentáveis. Região Sul: - No Rio Grande do Sul o território foi dividido em distintas atividades: Ao Sul predominava a pecuária baseada no latifúndio (pequeno número de trabalhadores); Ao Norte predominava a agricultura com base no trabalho extensivo da imigração européia. Amazônia: - Dinamismo da cultura da borracha está relacionado à expansão da indústria. Características da economia da borracha: Atividade nômade, pouco fixava o trabalhador à terra; Havia pouca circulação de dinheiro. Não favorecia o surgimento de novas cidades; Infraestrutura de transporte: rios e canais. São Paulo: - Atividade agroexportadora teve sua crise superada pelo surgimento de atividade mais dinâmica: INDUSTRIALIZAÇÃO - Crise do café criou o cenário para a substituição de importações. CAP. 8 – A REVOLUÇÃO DE 1930: MARCO POLÍTICO ENTRE O MODELO PRIMÁRIO EXPORTADOR E A INDUSTRIALIZAÇÃO SUBSTITUTIVA DE IMPORTAÇÕES Apresentar os impactos econômicos, políticos e sociais da Revolução de 1930 ANTECEDENTES - Características essenciais: Economia agro-exportadora de café com indústria incipiente de bens de consumo Problema crônico de divisas; Representação política – grandes cafeicultores. - República Velha – Representa os interesses econômicos identificados com a cafeicultura. - Novos grupos sociais: classe média urbana, militares e os industriais. - Disputa pelos escassos créditos disponíveis durante a primeira década republicana. REVOLUÇÃO DE 30: novos interesses econômicos não identificados com a economia cafeeira. - Aliança Liberal – movimento que viabilizou a queda do governo, potencializada pela crises social que se seguiu à depressão de 1929. - Recessão: restrição das importações por falta de divisas. Cria o cenário para a substituição de importações; Transfere a receita do setor cafeeiro para o industrial. - A dicotomia entre a expansão interna x restrição externa foi o principal estímulo ao processo de substituição de importações. - Revolução de 30 muda o papel do Estado que se tornou um importante ator econômico no novo modelo de desenvolvimento. - Transformações políticas: fortalecimento do poder do governo central diante dos governos estaduais. - Transformações demográficas e econômicas – população passou a migrar do Nordeste para o Sudeste (principalmente, São Paulo). Associado `a expansão da atividade industrial e ao recuo da agropecuária em sua contribuição para o PIB. - PRINCIPAL DESTAQUE DO PERÍODO 1930-1937 – Adoção de Legislação Trabalhista e Previdenciária. ESTADO NOVO: 1937-1945 Brasil viveu um regime autoritário; Getúlio Vargas deu um golpe de Estado para se manter no poder. Apoio de importantes lideranças políticas e militares; Deixa de representar os interesses de qualquer setor da sociedade (oligarquia) - Constituição de 1937 – Plenos poderes ao Presidente. Consolida o poder do Governo Central. - Reforma Administrativa: criação do Departamento Administrativo de Serviço Público (DASP). - Siderurgia e Industrialização: criação da CSN (aço) e Cia. Vale do Rio Doce (ferro) CAP 9 – ORIGENS DA INDÚSTRIA NO BRASIL Teorias que explicam o início da industrialização no Brasil; Forma assumida no início do processo e suas consequências. - Quatro correntes que se propõem a explicar a origem e o desenvolvimento da indústria brasileira: - TEORIA DOS CHOQUES ADVERSOS – O Brasil dependia diretamente do setor externo para crescer e acumular capital,sendo um país caracteristicamente agroexportador; PREÇO DAS IMPORTAÇÕES DEMANDA DA INDÚSTRIA INTERNA - ÓTICA DA INDUSTRIALIZAÇÃO LIDERADA PELA EXPANSÃO DAS IMPORTAÇÕES – Estreita relação entre a expansão das exportações de café e formação da indústria no Brasil. - ÓTICA DO CAPITALISMO TARDIO – Consolidação do capital industrial no Brasil. Caráter de dependência do capitalismo brasileiro. - INDUSTRIALIZAÇÃO COMO RESULTADO DE POLÍTICAS GOVERNAMENTAIS. - Promoção da industrialização por meio de políticas intencionais do governo. Principalmente as políticas de proteção tarifária e a concessão de incentivos e subsídios. CONSENSO: industrialização no Brasil iniciou com o cenário econômico criado pela exportação do café. - Início da produção industrial: setores que requeriam menos capital e tecnologia (têxtil e alimentos) - Crise de 1929 -: reduz as exportações de café. Trás a tona a necessidade de tirar da cafeicultura o eixo da economia. - Contradição básica do modelo: havia uma crescente necessidade de importações sem haver aumento da capacidade de importar. A expansão da capacidade produtiva industrial exigia a importação de bens de capital e outros insumos não disponíveis no mercado interno. - Obstáculos a serem superados: - Acirramento do desequilíbrio externo – necessidade de importar X capacidade de importar - Demanda de um novo bloco de investimentos na indústria. Sofisticação tecnológica. - Adequação da infraestrutura. Energia e transporte. CAP 10 – A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTISMO NA FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL Ideologia do desenvolvimento para a formulação do projeto de Estado Nacional - Países não-desenvolvidos: industrialização é o caminho para o desenvolvimento (Estado Desenvolvimentista). - Teoria convencional de desenvolvimento: crescimento econômico se distribuía no espaço como uma mancha de óleo. - Possibilidade de intensificar o ritmo de desenvolvimento nas regiões mais atrasadas. TEORIAS: - Pólo de Desenvolvimento (Perroux). Crescimento desequilibrado, difundido a partir da criação de um “pólo de desenvolvimento”. - Círculos Viciosos da Pobreza (Myrdal). Causação circular - Teoria do Livre-Comércio Internacional: Economias Latino-Americanas – “periféricos.” Países Industriais – “centro.” - Ponto de partida da Teoria do Livre-Comércio: “Lei das Vantagens Comparativas” - Segundo a CEPAL as economias Latino-Americanas apresentam uma dinâmica distinta das economias centrais. Dois setores: 1) moderno e articulado à economia capitalista por meio do comércio internacional; 2) Setor de subsistência, de baixa produtividade, dada a grande oferta de mão-de-obra. - Essa dualidade sustenta a baixa produtividade na economia como um todo e compromete a expansão do mercado interno; - Desenvolvimento dos países Latino-Americanos dependente do comércio internacional. - Deterioração dos termos de intercâmbio – desfavorável aos países periféricos. - Saída para as economias periféricas: política de desenvolvimento industrial. CAP. 11 – COMPLETANDO O CICLO DA INDUSTRIALIZAÇÃO SUBSTITUTIVA DE IMPORTAÇÃO NO BRASIL: O PLANO DE METAS Avanço da industrialização brasileira com a implementação do Plano de Metas (1956-61) - Plano de Metas de JK é considerado um caso bem sucedido de formulação e implementação de planejamento; 1 – IMPORTÂNCIA DO PLANO DE METAS Criação da consciência da necessidade da industrialização no país; Novo papel do Estado que intervém direcionando a economia para o desenvolvimento; O Estado surge como um eficiente instrumento de reforço da acumulação de capital e de realização da transição para um novo padrão de acumulação; 2 – ANTECEDENTES ECONÔMICOS QUE CONTRIBUIRAM PARA O ÊXITO DO PLANO Em 1951-2 (Governo Vargas): Comissão Mista Brasil-EUA (CMBEU) e a criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) para fomentar o desenvolvimento dos setores básicos da economia. CMBEU: elabora projetos que seriam financiados pelo Banco de Exportação e Importação dos EUA (EXIMBANK) e Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). Grupo Misto BNDE-CEPAL que constituiu a base do Plano de Metas. Objetivos do grupo misto: levantamento dos principais pontos de estrangulamento da economia brasileira e identificar áreas industriais com demanda reprimida. 3 – METAS PERSEGUIDAS PELO PLANEJAMENTO ECONÔMICO DO GOVERNO JK O Plano de Metas proposto por JK continha um conjunto de 31 metas, organizada nos seguintes grupos: Meta-síntese ------ ENERGIA TRANSPORTES INDÚSTRIA DE BASE (alumínio, metais não-ferrososos, etc) ALIMENTAÇÃO EDUCAÇÃO 4 – INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA UTILIZADOS NO PLANO - Política Cambial: - Fundos Setoriais: - Inflação 5 – IDENTIFICAR A IDEOLOGIA DESENVOLVIMENTISTA: - Modelo de desenvolvimento baseado no tripé Empresa Pública + Empresa Privada Nacional + Empresa Estrangeira. - Desenvolvimento dependente associado – associação do capital estrangeiro para garantir o ritmo acelerado do desenvolvimento. CAP 12 – A DÉCADA DE 1960 NO BRASIL: O DEBATE ACERCA DA ESTAGNAÇÃO ECONÔMICA Modelo econômico pós-Plano de Metas Debate sobre a estagnação do país no período - Início de 1960 – Debate econômico acerca das causas do baixo crescimento econômico e as possíveis tendências da economia nacional. 1) Raízes da estagnação econômica do Brasil na década de 1960. Grande contingente populacional à margem do processo de crescimento econômico. Investimentos intensivos em capital com pouca absorção de mão-de-obra por unidade de capital: manutenção da taxa salarial em níveis muito reduzidos. Mercado consumidor cresce lentamente, dependendo do comportamento dos setores mais dinâmicos da economia. Estrutura precária de financiamento para aquisição de bens de capital agrava a situação. 2) Interpretação da CEPAL acerca das causas dessa estagnação. Heterogeneidade estrutural: concentração de renda e propriedade. Questão estrutural: uma grande parcela da população estava à margem dos setores dinâmicos da economia. Redução dos salários médios e mercado consumidor: concentração de renda. CAP. 13 - As reformas monetária e financeira de 1964 Analisar a importância das reformas econômicas conduzidas pelos ministros Roberto Campos e Otávio Bulhões para o ajuste econômico e a pretendida retomada do crescimento do PIB. 1) Identificar as principais linhas da reforma econômica iniciada com a implantação do regime militar; Incapacidade de a economia brasileira funcionar com taxas crescentes de inflação; Desestímulo à canalização das poupanças para o sistema financeiro e para a aquisição de imóveis; Solução: correção monetária. Instituição das Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN). Juros reais positivos; Estímulo para aquisição de títulos públicos; 2) Principais medidas nos campos monetário e financeiro. Criação do Conselho Monetário Nacional e Banco Central; Criação do Sistema Financeiro da Habitação e Banco Nacional de Habitação. Redução do déficit habitacional; Reforma do mercado de capitais. 3) Reconhecer os impactos que eram esperados a partir da sua efetivação. Constituição de um ambiente favorável ao processo de acumulação de capital; Controle das operações monetárias; ORTN e correção monetária. Maior controle sobre a oferta de moeda e crédito na economia; Organizar as funções da autoridade monetária; Aumentar a capacidade de transferência de recursos entre os agentes econômicos; Ampliação das oportunidades de investimento. CAP 14: Brasil, 1930 a 1964: impactos da industrialização na urbanização e transformações sociais, políticas e econômicas Analisar as transformações econômicas, sociais, políticas e demográficas resultantes do processo de industrialização do Brasil no período 1930- 1964. 1) identificar a distribuição percentual e espacial do PIB brasileiro; Taxas de crescimento mais elevadas com a industrialização; Entre 1940 e 1960: taxa de crescimento médio do PIB – 6,64% Nas décadas de 1920 e 1930: 4,4% PIB per capita (taxa de crescimento): 1920 – 1,31% 1960 – 2,83% 2) relacionar a distribuição espacial da população brasileira ao seu crescimento Crise de 1929: redução da participação do café na renda do país; Revolução de 30: incentivos a indústria nacional; Aumento da população nas cidades. Instalação de indústrias e desenvolvimento do comércio; Oferta de serviços e criação de instituições de serviço público. 3) Transformações demográficas no Brasil ao longo do período de 1930-1964. São Paulo recebe um grande contingente migratório; Diminuição da participação do Nordeste na população brasileira; Aumento da participação da região Centro-Oeste no total da população. 4) Consequências do processo de politização dos trabalhadores urbanos. Implantação dos direitos trabalhistas e previdenciários; Políticas sociais compensatórias em função de arrochos salariais. Política nacional de habitação. (SFH e BNH).
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