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recurso extaordinario pratica penal

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A) DOUTOR(A) DESEMBARGADOR(A) PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 
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 A PARTE, por seu advogado, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência nos autos da ação penal..., interpor:
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
 Com fundamento no art. 102, inciso III, alínea a, da Constituição Federal, Lei Federal 8.038 de 1990, que sejam recebidas as razões da decisão ao V. acordão do tribunal de justiça de são Paulo, admitido o presente recurso com a remessa ao egrégio Supremo Tribunal Federal.
 
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Termos em que pede deferimento
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local data
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Advogado 
OAB/UF... 
RAZÕES DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO
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Recorrente: Rogério Malta 
Recorrida: Justiça Publica
Origem: Egrégio Tribunal De Justiça
Processo Penal Nº: ...
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Colendo Supremo Tribunal Federal,
Egrégia Turma,
Insignes Ministros
Douto Procurador Da República,
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 Em que pese o indiscutível saber jurídico da Colenda Câmara, seja digno o recorrente de respeitabilidade, impõe-se a reforma do venerando acórdão, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
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DOS FATOS
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 O Recorrente foi preso em flagrante e denunciado como incurso nas sanções previstas no art. 14, caput, e no art. 16, parágrafo único, IV, ambos da Lei n. 10.826/2003 (porte de arma de fogo de uso permitido e posse de arma de fogo de uso restrito, com a numeração raspada), de acordo com o que dispõe o art. 69 do Código Penal brasileiro. 
 
 A defesa pleiteou a liberdade provisória por se tratar de réu primário, possuir bons antecedentes e ter comparecido à delegacia e ao juízo, todas as vezes que foi intimado. Igualmente, não demonstrou qualquer intenção de fuga. Entretanto, o juiz a quo, denegou o pedido de liberdade provisória mesmo sem exatidão sobre as acusações do indiciado, alegando haver indícios que este seria soldado do trafico, indícios esses que ainda seriam decididos em futura audiência de instrução. 
 Alegou ainda que a primariedade e bons costumes não são pressupostos para imposição da liberdade provisória, dando razão o Ministério Publico que oficiou contrariamente a liberdade provisória. Indeferindo o pedido do pleito.
 
 Inconformado, a defesa impetrou habeas corpus perante o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, objetivando a concessão da liberdade provisória, sob o argumento de que o decreto de prisão cautelar não explicitara a necessidade da medida, nem indicava os motivos que a tornariam indispensável, dentre os elencados no art. 312 do Código de Processo Penal. Porem a ordem restou denegada, confirmando-se a decisão do juiz a quo, em razão do disposto no art. 21 da Lei n. 10.826/2003, que proíbe a liberdade provisória no caso dos crimes de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
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DAS PRELIMINARES
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DO CABIMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
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 Tendo havido o pré-questionamento da matéria, esgotando todas as vias recursais, é cabível o presente Recurso Extraordinário, interposto em tempo útil e forma regular conforme dispõe a Constituição Federal quando da decisão recorrida “contrariar dispositivo desta Constituição”, (art. 102, III, alíneas ‘a’, da CF).
 O venerando acórdão do Egrégio Tribunal de Justiça de são Paulo, infringiu três princípios fundamentais contidos no artigo 5o, incisos LIV, LVII, LXVI da Constituição Federal, denegando decisão sem fundamento, conforme determina art. 93, inciso IX, contrários aos princípios constitucionais protetores da liberdade, presunção da inocência e o devido processo legal. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
 Houve o enfrentamento da questão pelo Tribunal Estadual É, portanto, perfeitamente cabível o presente recurso extraordinário, com fundamento na letra a do inciso III do art. 102 da Constituição Federal, atendendo às exigências descritas em tais artigos da Constituição da República.
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DA REPERCUSSÃO GERAL
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 Conforme o artigo 543-A, § 3o, do CPC, com redação dada pela Lei no 11.418/06: “Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar decisão contrária à súmula ou jurisprudência dominante no Tribunal”.
	
 No caso em tela insurge-se o recorrente, contra decisão que denegou o pedido de liberdade provisória, sendo considerado como pressuposto de admissibilidade os indícios contra o acusado, não observando os bons antecedentes e a primariedade como forma de pressuposto para impor a liberdade, decisão que contraria o entendimento desta corte.
“A mera existência de investigações policiais (ou de processos penais em andamento) não basta, só por si, para justificar o reconhecimento de que o réu não possui bons antecedentes” (STF – HC 84687/MS).
 Além da fundamentação do respectivo acordão no artigo 21 Lei da 10.826/2003, que nega liberdade provisória aos acusados de posse ou porte ilegal de arma de uso restrito, considerado inconstitucional pela maioria dos ministros, considerando que o dispositivo viola o princípio da presunção de inocência, da liberdade, do devido processo legal ou ampla defesa. (ADIN 3.112-1/DF Min. Ricardo Lewandowski, STF). 
 Cumpre apontar que a presente questão encontra-se respaldada e demonstrada a repercussão geral da matéria em debate.
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IV – DO DIREITO
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 Com efeito, o artigo 5o, inciso LVII, da Constituição Federal preceitua que determina que: “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.” De fato, não há justificativa para a denegação da liberdade Provisória ao recorrente. Observe-se que o magistrado de primeira instância apoiou-se apenas na gravidade do delito para indeferir o pedido, supondo ser o recorrente soldado do tráfico. Concluiu ainda que a primariedade e bons antecedentes não são pressuposto suficiente para lhe garantir a liberdade.
 Como se sabe é prematuro decretar a custódia cautelar fundada na conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei penal, quando ausentes quaisquer fatos concretos que justifiquem tal medida preventiva, como fuga ou escusa no atendimento a chamado policial ou judicial. 
 A liberdade é a regra, sendo a privação de liberdade uma exceção, se trata de medida extrema e gravosa, aplicada apenas em determinados casos e sob certas circunstâncias, sendo esse direito protegido pela constituição no Art. 5º, incisos LXVI, LIV, LVII:LXVI- ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança. 
LIV - ninguém será privado de sua liberdade sem o devido processo legal.
LVII - ninguém será considerado culpado antes de sentença penal condenatória transitada em julgado.
 Também neste sentido complementa o Art. 310, inciso III, do Código de Processo Penal, determinando que ao receber o Auto de Prisão em Flagrante o Juiz DEVERÁ conceder a Liberdade Provisória, com ou sem fiança, no Art. 321, estando ausentes os requisitos para decretação de prisão preventiva, o Juiz DEVERÁ conceder a Liberdade Provisória.
 Somente será possível a privação da liberdade quando presentes os requisitos discriminados nos arts 312 e 313 do Código de Processo Penal, requisitos que não se encontram no presente caso, não há que se falar em perigo à ordem pública, pois o recorrente é primário, possui bons antecedentes, afastando a possibilidade de ser criminoso habitual, Inexiste qualquer elemento concreto que indique possível fuga para se furtar à aplicação da pena. Foi descabido o indeferimento, portanto, devera o v. acordão ser reformado.
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DOS PEDIDOS
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 Diante de toda a violação e ofensa aos direitos fundamental assim descrito na carta magna requer seja conhecido e provido o presente recurso extraordinário, afim de que conhecido pela suprema corte seja reformado o v. acordão que indeferiu a liberdade provisória expedindo-se o competente alvará de soltura em seu favor, por ser medida de JUSTIÇA!
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Nesses termos
Pede deferimento
Local/Data
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Advogado
OAB/UF nº

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