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DIREITO CIVIL REVISÃO ( CONTRATOS)

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1 
 
 Direito Civil III 
Revisão 
 
COMPRA E VENDA: 
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o 
domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro. 
 
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e 
o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. 
 
Parágrafo único - Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime 
de bens for o da separação obrigatória. 
 
Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública: 
 
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua 
guarda ou administração; 
 
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que 
servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta; 
 
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou 
auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, 
no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade; 
 
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados. 
 
Parágrafo único - As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito. 
 
CLÁUSULAS ESPECIAIS À COMPRA E VENDA 
DA RETROVENDA: 
Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo 
máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as 
despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a 
sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. 
 
A retrovenda é um pacto adjunto (unido), pelo qual o vendedor reserva-se o direito de reaver 
o imóvel que está sendo alienando, em certo prazo (3 anos), restituindo o preço, mais as 
despesas feitas pelo comprador. A cláusula deve ser inserida no contrato de compra e venda, 
entretanto, não há na legislação proibição de que possa ser acordada em pacto apartado. 
 
 
2 
 
 Direito Civil III 
A retrovenda, aplicável somente aos imóveis, não é considerada nova venda. Seu prazo 
máximo é de três anos, ou seja, o vendedor só poderá reaver o imóvel através da retrovenda 
durante este período, e para ser exercitado este direito, deverá constar expressamente no 
contrato. 
O prazo de três anos é improrrogável e, chegando o termo final, extingue-se o direito, 
independentemente de interpelação. Conta-se o dies a quo (termo inicial do prazo) da data do 
contrato e não do registro. 
Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz jus, o vendedor, para 
exercer o direito de resgate, as depositará judicialmente. 
 
Parágrafo Único. Verificada a insuficiência do depósito judicial, não será o vendedor 
restituído no domínio da coisa, até e enquanto não for integralmente pago o comprador. 
 
Se o comprador se recusa a receber as quantias que lhes faz jus, o vendedor, para exercer o 
seu direito, fará a Consignação em Pagamento. Contudo, o pagamento terá que ser integral. 
 
Art. 507. O direito de retrato, que é cessível e transmissível a herdeiros e legatários, poderá 
ser exercido contra o terceiro adquirente. 
 
Se o comprador alienar coisa objeto da retrovenda, tal fato não inibe o primitivo vendedor, 
em cujo favor se opera o direito de retrato, de exercitá-lo, dentro do prazo decadencial, 
promovendo a ação cabível contra o terceiro adquirente. O direito de resgate do antigo 
vendedor será exercido ainda que o terceiro adquirente alegue que não tinha conhecimento 
da cláusula de retrato. 
 
Art. 508. Se a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato sobre o mesmo imóvel, e só 
uma o exercer, poderá o comprador intimar as outras para nele acordarem, prevalecendo o 
pacto em favor de quem haja efetuado o depósito, contanto que seja integral. 
 
Notas Importantes: 
 
- Somente as benfeitorias necessárias serão restituídas. 
- Prescrição é inegociável; decadência é negociável. 
- Caducação (decadência). 
 
DA VENDA A CONTENTO E DA SUJEITA A PROVA: 
Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição 
suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto 
o adquirente não manifestar seu agrado. 
 
 
 
3 
 
 Direito Civil III 
VENDA A CONTENTO: 
 
A venda a contento ou “pactum displicentinae” é o contrato de compra e venda subordinado 
a uma condição suspensiva, segundo o qual a venda só se aperfeiçoará se o comprador 
manifestar o seu agrado por ela. 
 
Sendo condição suspensiva, há de se dizer que, não obstante já se encontre o adquirente em 
posse da coisa comprada, só se tornará seu proprietário ao manifestar seu agrado. Até lá, 
assume ele as obrigações de um mero comodatário. 
 
Na venda a contento, a coisa em questão, geralmente é um bem durável e inconsumível. 
 
Qualquer contrato de compra e venda comporta a referida cláusula, que, no entanto, deve ser 
expressa, nunca presumida. 
 
Art. 510. Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição suspensiva de 
que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que 
se destina. 
 
VENDA SUJEITA A PROVA: 
 
Assim como na venda a contento, a venda sujeita a prova também se presume feita sob 
condição suspensiva. No entanto, aqui não se espera que o comprador manifeste seu agrado, 
mas sim que a coisa objeto do contrato possua as qualidades asseguradas pelo vendedor e 
seja idônea para o fim a que se destina. 
 
Na venda sujeita a prova, a coisa em questão, geralmente é um bem não durável e 
consumível. 
 
Percebe-se aí o ponto diferenciador das duas vendas. Na venda a contento o negócio se 
consuma a critério do comprador, independentemente da qualidade da coisa, está sujeito, 
como já dito, a uma condição suspensiva de natureza subjetiva. Já na venda sujeita a prova, 
o critério não está relacionado a satisfação do comprador, mas sim às características da coisa, 
estando sujeito a condição suspensiva de natureza objetiva. 
 
Art. 511. Em ambos os casos, as obrigações do comprador, que recebeu, sob condição 
suspensiva, a coisa comprada, são as de mero comodatário, enquanto não manifeste aceitá-
la. 
 
Mesmo estando com a posse da coisa em questão, as obrigações do comprador são as de 
mero comodatário até que manifeste-se satisfeito e aceite-a. Assim, o contrato se 
aperfeiçoará e tornar-se-á compra e venda. 
 
Art. 512. Não havendo prazo estipulado para a declaração do comprador, o vendedor terá 
direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que o faça em prazo 
improrrogável. 
 
 
4 
 
 Direito Civil III 
NotasImportantes: 
- O contrato começa como Comodato. 
- Se o bem for infungível haverá a devolução do bem no estado em que se encontra. 
- Se o bem se perder com culpa gera indenização; se sem culpa não gera indenização. 
 
DA PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIA: 
Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao 
vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu 
direito de prelação na compra, tanto por tanto. 
 
É uma faculdade pessoal que se assegura ao vendedor para readquirir a coisa vendida em 
igualdade de condições com o terceiro comprador, na hipótese de revenda do bem. É aplicável tanto aos 
bens móveis como aos bens imóveis, importando na criação de um direito obrigacional que se resolve 
em perdas e danos, e não num direito real, como ocorre na retrovenda. 
 
Trata-se da cláusula especial que obriga o comprador de coisa móvel ou imóvel a oferecê-la 
ao vendedor caso resolva aliená-la a um terceiro, a fim de que o vendedor exerça seu direito 
de preferência. Na preempção o adquirente admite que, caso receba uma oferta de terceiro, 
dará preferência ao vendedor para que a coisa retorne a seu patrimônio. 
 
Exige-se duas condições: 
 
1. Que o comprador queira vender; 
 
2. Que o vendedor (ex-dono) pague o mesmo preço oferecido pelo terceiro, e não o preço 
pelo qual vendeu. 
 
Parágrafo Único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a cento 
e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel. 
 
Tratando-se de imóvel, se o comprador (atual dono) quiser vender a um terceiro em até dois 
anos após a compra, o vendedor (antigo dono) terá sessenta dias para se manifestar. O prazo 
é decadencial. 
 
Art. 514. O vendedor pode também exercer o seu direito de prelação, intimando o 
comprador, quando lhe constar que este vai vender a coisa. 
 
O vendedor (antigo dono) pode intimar o comprador (atual dono) quando tiver conhecimento 
de que este (atual dono) irá vender a coisa à terceiro. 
 
Art. 515. Aquele que exerce a preferência está, sob pena de a perder, obrigado a pagar, em 
condições iguais, o preço encontrado, ou o ajustado. 
 
 
5 
 
 Direito Civil III 
Para que o vendedor (antigo dono) possa exercer o seu direito de preferência, terá pagar de 
acordo com as condições que o comprador (atual dono) está eventualmente oferecendo a um 
eventual terceiro adquirente. Ou seja, o preço e a forma de pagamento terão que ser em 
condições iguais. Não ao preço que o vendedor (antigo dono) recebeu pelo bem, mas, o que 
o comprador (atual dono) está exigindo por ele agora. 
 
 
Art. 516. Inexistindo prazo estipulado, o direito de preempção caducará, se a coisa for 
móvel, não se exercendo nos três dias, e, se for imóvel, não se exercendo nos sessenta dias 
subsequentes à data em que o comprador tiver notificado o vendedor. 
 
Após o comprador (atual dono) ter notificado o vendedor (antigo dono), inexistindo prazo 
estipulado no contrato, este terá que exercer o seu direito no prazo de três dias, se a coisa for 
móvel; e sessenta dias se a coisa for imóvel, a contar da data da notificação, sob pena de 
perdê-lo. 
 
Art. 517. Quando o direito de preempção for estipulado a favor de dois ou mais indivíduos 
em comum, só pode ser exercido em relação à coisa no seu todo. Se alguma das pessoas, a 
quem ele toque, perder ou não exercer o seu direito, poderão as demais utilizá-lo na forma 
sobredita. 
 
Art. 518. Responderá por perdas e danos o comprador, se alienar a coisa sem ter dado ao 
vendedor ciência do preço e das vantagens que por ela lhe oferecem. Responderá 
solidariamente o adquirente, se tiver procedido de má-fé. 
 
Se o comprador (atual dono) alienar a coisa em questão sem ter dado ciência ao vendedor 
(antigo dono) do preço e das vantagens que por ela lhe oferecem, responderá por perdas e 
danos. Ainda, responderá também o terceiro adquirente, se tiver procedido de má-fé. 
 
Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por 
interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras 
ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da 
coisa. 
 
Aquele que tiver coisa expropriada em favor do interesse social, por necessidade ou utilidade 
pública, poderá exercer o seu direito de preferência se a coisa expropriada não tiver o fim a 
que foi desapropriada (necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social). O preço 
será o atual da coisa. 
 
Ex. O Estado desapropria uma casa para fazer uma rua, depois desiste, cabe então 
preferência ao ex-dono para readquirir o imóvel. 
 
Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros. 
 
O direito de preferência é personalíssimo; ou seja, intransferível. 
 
 
 
6 
 
 Direito Civil III 
DA VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO: 
 
Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que 
o preço esteja integralmente pago. 
 
A venda com Reserva de Domínio é uma modalidade de negociação em que o vendedor de 
coisa móvel, tem a garantia da propriedade da coisa vendida a prazo, até que seja pago 
integralmente, momento em que será transferido o domínio da coisa ao comprador. 
 
Na venda com Reserva de Domínio o comprador tem a posse da coisa para usá-la, 
obrigando-se a pagar o preço em prestações. 
 
Assim, a Reserva de Domínio é uma cláusula que objetiva dar maior segurança ao vendedor 
e é utilizada, em geral, nas compras e vendas a crédito de bens móveis. 
 
Não há proibição que a venda com reserva de domínio se dê com bens imóveis, sendo, 
porém, rara a sua utilização nestes casos, haja vista que a simples promessa de compra e 
venda para imóveis é mais segura para o vendedor, que só transfere a propriedade com o 
registro, preferindo assim após a quitação do preço total. 
 
Art. 522. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e depende de registro 
no domicílio do comprador para valer contra terceiros. 
 
No tocante à validade formal da cláusula de reserva de domínio, determina a lei que a sua 
estipulação deve ser necessariamente na forma escrita e, para que possua eficácia contra 
terceiros, faz-se necessário o seu registro no cartório competente, qual seja, o destinado ao 
Registro de Títulos e Documentos localizado no domicílio do comprador. 
 
Art. 523. Não pode ser objeto de venda com reserva de domínio a coisa insuscetível de 
caracterização perfeita, para estremá-la de outras congêneres. Na dúvida, decide-se a favor 
do terceiro adquirente de boa-fé. 
 
Nem todas as coisas móveis são passíveis de venda com reserva de domínio, mas somente as 
que podem ser individuadas, porque antes de se completar o pagamento do preço o 
comprador pode ser obrigado a restituir o bem ao vendedor. 
 
Art. 524. A transferência de propriedade ao comprador dá-se no momento em que o preço 
esteja integralmente pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o comprador, a partir de 
quando lhe foi entregue. 
 
O comprador possui tão somente a posse da coisa, continuando o domínio reservado ao 
vendedor até o pagamentointegral do preço da coisa ou bem objeto do contrato. Só haverá 
transferência de domínio ao comprador após o pagamento integral do preço. 
 
Art. 525. O vendedor somente poderá executar a cláusula de reserva de domínio após 
constituir o comprador em mora, mediante protesto do título ou interpelação judicial. 
 
7 
 
 Direito Civil III 
 
Quando houver mora no pagamento das prestações devidas pelo comprador, o vendedor 
pode interpor à sua escolha: ação para cobrar as prestações vencidas e vincendas ou ação 
para obter judicialmente a restituição da coisa vendida. 
 
Art. 526. Verificada a mora do comprador, poderá o vendedor mover contra ele a 
competente ação de cobrança das prestações vencidas e vincendas e o mais que lhe for 
devido; ou poderá recuperar a posse da coisa vendida. 
 
Uma vez constituída a mora, o vendedor possui duas opções: 
 
a) Ajuizar ação de cobrança em desfavor do comprador, pleiteando as prestações vencidas e 
vincendas, uma vez que a constituição em mora acarreta o vencimento antecipado da 
totalidade da dívida; ou: 
 
b) Recuperar a coisa alienada e exigir o pagamento de tudo mais que lhe for devido pelo 
comprador, como encargos contratuais, juros, atualização monetária, multa, entre outros. 
 
Art. 527. Na segunda hipótese do artigo antecedente, é facultado ao vendedor reter as 
prestações pagas até o necessário para cobrir a depreciação da coisa, as despesas feitas e o 
mais que de direito lhe for devido. O excedente será devolvido ao comprador; e o que faltar 
lhe será cobrado, tudo na forma da lei processual. 
 
Em caso de optar pela recuperação da coisa e conservação do domínio, poderá o vendedor 
reter as prestações já recebidas, até o patamar necessário à cobertura da depreciação sofrida 
pelo bem ao longo do período em que esteve sob a posse precária do adquirente e, alem 
disso, se o referido montante não for suficiente para indenizar todos os prejuízos sofridos, 
fica o alienante com crédito junto ao adquirente pelo remanescente. 
CARACTERÍSTICAS: 
1. Compra e venda a crédito; 
2. Que recaia sobre objeto individuado, infungível; 
3. Entrega desse objeto pelo vendedor ao comprador; 
4. Pagamento do preço convencionado nas condições estipuladas, comumente em prestações; 
5. Obrigação do vendedor de transferir o domínio ao comprador tão logo se complete o 
pagamento do preço. 
Nota Importante: 
- poderá ser feita para bens móveis e imóveis. 
 
 
8 
 
 Direito Civil III 
EMPRÉSTIMO: 
COMODATO: 
Definição: 
 
Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a 
tradição do objeto. 
 
Art. 580. Os tutores, curadores e em geral todos os administradores de bens alheios não 
poderão dar em comodato, sem autorização especial, os bens confiados à sua guarda. 
 
Generalidades: 
- Contrato bilateral. 
- Gratuito. 
- Temporal. 
- Com restituição obrigatória do bem. (Questão de prova): 
Aluguel + Risco: 
1. Aluguel. 
2. Risco. 
- Se o contrato de empréstimo for vencido e a coisa não for restituída, será cobrado o aluguel 
e será observado o risco. 
- Atinge apenas os bens fungíveis e inconsumíveis. 
Obrigações do Comodatário: 
Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa 
emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob 
pena de responder por perdas e danos. O comodatário constituído em mora, além de por ela 
responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante. 
 
Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com outros do comodatário, 
antepuser este a salvação dos seus abandonando o do comodante, responderá pelo dano 
ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou força maior. 
 
Art. 584. O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas feitas com 
o uso e gozo da coisa emprestada. 
 
 
9 
 
 Direito Civil III 
Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma coisa, 
ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante. 
 
Obrigações do Comodante: 
1. Não pedir a coisa antes do prazo estipulado; 
2. Pagar as despesas necessárias do bem; 
3. Manter o comodatário na posse pacífica do bem. 
Prazo: 
Art. 581. Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe-á o necessário para 
o uso concedido; não podendo o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente, 
reconhecida pelo juiz, suspender o uso e gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo 
convencional, ou o que se determine pelo uso outorgado. 
 
Extinção do Comodato: 
1. Fim do prazo; 
2. Mau uso do bem; 
3. Resilição unilateral de qualquer das partes; 
4. Morte do comodatário, em face da pessoalidade do contrato; 
5. Alienação da coisa emprestada (Crime de estelionato). 
Notas Importantes: 
- Empréstimo de uso gratuito. 
- bens infungíveis. 
- Começa com a tradição da coisa. 
- Cessado o prazo, haverá a responsabilidade integral pela perda do bem, com culpa ou sem 
culpa. 
MÚTUO: 
Conceito: 
Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao 
mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade. 
 
 
10 
 
 Direito Civil III 
Art. 587. Este empréstimo transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário, por cuja 
conta correm todos os riscos dela desde a tradição. 
 
Generalidades: 
Feneratício: 
1. Empréstimo a juros: 
- Gera a obrigação de restituição do objeto do empréstimo, acrescidos dos juros contratuais. 
Juros de mora: 
- Só são cobrados em caso de atraso 
Juros de remuneração: 
- Serão os juros relativos a rotatividade (parcelamento da dívida) dos crédito. 
2. Contrato acrescido de cláusulas penais. 
OBS. 
- Contratos bancários. 
- Deverá haver a devolução do montante emprestado. 
Observações Importantes: 
Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guarda 
estiver, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores. 
 
Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente: 
I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o empréstimo, o 
ratificar posteriormente; 
 
II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o empréstimo para 
os seus alimentos habituais; 
 
III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a execução do 
credor não lhes poderá ultrapassar as forças; 
 
IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor; 
 
V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente. 
 
11Direito Civil III 
Art. 590. O mutuante pode exigir garantia da restituição, se antes do vencimento o mutuário 
sofrer notória mudança em sua situação econômica. 
 
Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, 
sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a 
capitalização anual. 
 
Prazo: 
Art. 592. Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo será: 
 
I - até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o consumo, 
como para semeadura; 
 
II - de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro; 
 
III - do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível. 
 
Extinção do Contrato de Mútuo: 
1. Vencimento do prazo do contrato, devendo ser restituída a coisa; 
2. Inadimplemento contratual, vencimento antecipado; 
3. Resilição unilateral; 
4. Acordo mútuo de vontades; 
5. Ocorrência de hipótese prevista em cláusula especial. 
 
Ação Revisional: 
1. Juros excessivos; 
2. Teoria da imprevisão; 
3. Vícios de consentimento e vícios sociais, que geram nulidade e anulabilidades; 
4. Anatocismo (juros sobre juros). 
Notas Importantes: 
- Em regra é gratuito. 
- Bens fungíveis (consumíveis). 
 
12 
 
 Direito Civil III 
DOAÇÃO: 
Conceito: 
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do 
seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. 
 
- Transmissão gratuita da propriedade móvel ou imóvel, mediante prévia concordância do 
beneficiado. 
OBS. O menor de idade não poderá doar mesmo com o consentimento dos pais ou 
responsáveis. Porém, poderá receber a doação. 
Concordância: 
A) Tácita: 
- Decorre da evidência resultante da prática de atos que comprovem a intenção de consentir 
ou de anuir à prática do ato, ou de aprová-lo. 
B) Expressa: 
- Funda-se em declaração expressa, escrita ou verbal, mas manifesta e inequívoca. 
OBS: Quando a lei não exige, para a validade do ato praticado, que o consentimento seja 
expresso, o consentimento tácito tem a mesma valia. Por outro lado, quando a lei exige que o 
consentimento se dê de modo expresso, este não pode dar-se de outro modo. 
Modalidades: 
A) Doação Pura e Simples: 
- Perfeita liberalidade do doador, que não impõe nenhuma condição, causa ou restrição ao 
uso e gozo do benefício. 
1. Doação contemplativa ou feita em contemplação do merecimento: 
- Tipo de doação pura e simples, na qual o doador enuncia o motivo do merecimento, da 
consideração pela pessoa do donatário. 
b) Doação Remuneratória: 
- É feita em retribuição aos serviços prestados. Não se trata de pagamento e, sim, de 
recompensa econômica. Exemplo típico é a gorjeta. 
- Aquela que se faz em recompensa a serviços prestados ao doador pelo donatário. Como 
essa doação é conferida em retribuição, esses serviços devem ser anteriores ao ato. Outro 
exemplo clássico é a doação feita a quem tenha salvo a vida do doador. 
 
13 
 
 Direito Civil III 
C) Doação Condicional ou Doação por Encargo: 
- Depende da ocorrência de evento futuro e incerto. São fixadas "condições" pelo doador ao 
donatário. 
Ex. Promessa de doação condicionada a casamento. 
OBS. Gera uma obrigação de fazer. 
Revogação: 
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do 
encargo. 
 
Art. 556. Não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a liberalidade por 
ingratidão do donatário. 
 
1. INGRATIDÃO (Art. 557): 
- O desiderato da lei, na hipótese de ingratidão, é não somente punir o donatário ingrato, 
como também reparar moralmente o doador. Presume-se que o donatário, ao aceitar a 
doação, assume dever de abster-se de praticar atos desairosos contra quem o beneficiou. A 
revogação de doação encontra seu maior fundamento na vontade presumida do doador. 
I - Atentado contra a vida do doador ou homicídio doloso contra ele: 
- Que atente contra a vida do doador ou cometa crime de homicídio doloso contra ele. 
Aberra o sentimento moral que alguém beneficiado pelo doador possa atentar contra sua 
vida. 
II – Ofensa física contra o doador: 
- Que ofenda fisicamente o doador. 
- A lei refere-se à ofensa física, de modo que não há que se levar em conta meras ameaças ou 
atos que não a configurem. O Código Penal reporta-se à lesão corporal, mas não há que se 
afastar para a dicção civil as vias de fato. 
III – Injúria grave e calúnia contra o doador: 
- Que injurie ou calunie o doador. 
- Os conceitos de calúnia e injúria são os encontrados no Código Penal. 
- Nessas hipóteses não se faz necessária a condenação criminal, dirimindo-se a questão no 
juízo civil, admitidos os reflexos da sentença penal, como acenado. Os crimes de calúnia e 
injúria dependem de queixa. Nada obsta que o doador lance mão de ambas as ações ou se 
 
14 
 
 Direito Civil III 
restrinja unicamente à ação civil. Lembre-se que a gravidade da injúria mencionada na lei, 
deve ser apurada no caso concreto. 
IV – Recusa de alimentos ao doador: 
- Que negue alimentos ao doador, quando solicitado a fornecê-los e tendo condições para tal. 
- Para que se configure essa última hipótese de revogação da doação, é necessário que o 
doador necessite de alimentos; que não existam parentes próximos capazes de prestá-los; e 
que o donatário esteja, em situação de fazê-lo, recusando-se. 
- O conceito e conteúdos dos alimentos são fornecidos pelo direito de família. O sentido 
moral da norma é evidente. 
OBS. Art. 564. Não se revogam por ingratidão: 
 
I - as doações puramente remuneratórias; 
 
II - as oneradas com encargo já cumprido; 
 
III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural; 
 
IV - as feitas para determinado casamento. 
2. INEXECUÇÃO DO ENCARGO: 
Art. 562. A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se o donatário 
incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá notificar 
judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo razoável para que cumpra a obrigação 
assumida. 
 
3. DOAÇÕES A FILHOS E CÔNJUGE PREJUDICANDO O DIREITO DE HERANÇA: 
Art. 560. O direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros do doador, nem 
prejudica os do donatário. Mas aqueles podem prosseguir na ação iniciada pelo doador, 
continuando-a contra os herdeiros do donatário, se este falecer depois de ajuizada a lide. 
 
Prazo para a revogação: 
Art. 559. A revogação por qualquer desses motivos deverá ser pleiteada dentro de um ano, a 
contar de quando chegue ao conhecimento do doador o fato que a autorizar, e de ter sido o 
donatário o seu autor. 
 
 
 
 
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 Direito Civil III 
LOCAÇÃO: 
Art. 565. Na locação de coisas, uma das partesse obriga a ceder à outra, por tempo 
determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição. 
Obrigações do Locador: 
Art. 566. O locador é obrigado: 
 
I - a entregar ao locatário a coisa alugada, com suas pertenças, em estado de servir ao uso 
a que se destina, e a mantê-la nesse estado, pelo tempo do contrato, salvo cláusula expressa 
em contrário; 
 
II - a garantir-lhe, durante o tempo do contrato, o uso pacífico da coisa. 
 
Art. 567. Se, durante a locação, se deteriorar a coisa alugada, sem culpa do locatário, a 
este caberá pedir redução proporcional do aluguel, ou resolver o contrato, caso já não sirva 
a coisa para o fim a que se destinava. 
 
Art. 568. O locador resguardará o locatário dos embaraços e turbações de terceiros, que 
tenham ou pretendam ter direitos sobre a coisa alugada, e responderá pelos seus vícios, ou 
defeitos, anteriores à locação. 
 
OBS. 
 
Art. 576. Se a coisa for alienada durante a locação, o adquirente não ficará obrigado a 
respeitar o contrato, se nele não for consignada a cláusula da sua vigência no caso de 
alienação, e não constar de registro. 
 
§ 1º O registro a que se refere este artigo será o de Títulos e Documentos do domicílio do 
locador, quando a coisa for móvel; e será o Registro de Imóveis da respectiva circunscrição, 
quando imóvel. 
 
§ 2º Em se tratando de imóvel, e ainda no caso em que o locador não esteja obrigado a 
respeitar o contrato, não poderá ele despedir o locatário, senão observado o prazo de 
noventa dias após a notificação. 
 
Obrigações do Locatário: 
 
Art. 569. O locatário é obrigado: 
 
I - a servir-se da coisa alugada para os usos convencionados ou presumidos, conforme a 
natureza dela e as circunstâncias, bem como tratá-la com o mesmo cuidado como se sua 
fosse; 
 
II - a pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta de ajuste, segundo o 
costume do lugar; 
 
16 
 
 Direito Civil III 
 
III - a levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros, que se pretendam 
fundadas em direito; 
 
IV - a restituir a coisa, finda a locação, no estado em que a recebeu, salvas as deteriorações 
naturais ao uso regular. 
 
OBS. 
 
Art. 570. Se o locatário empregar a coisa em uso diverso do ajustado, ou do a que se 
destina, ou se ela se danificar por abuso do locatário, poderá o locador, além de rescindir o 
contrato, exigir perdas e danos. 
 
Art. 575. Se, notificado o locatário, não restituir a coisa, pagará, enquanto a tiver em seu 
poder, o aluguel que o locador arbitrar, e responderá pelo dano que ela venha a sofrer, 
embora proveniente de caso fortuito. 
 
Parágrafo único - Se o aluguel arbitrado for manifestamente excessivo, poderá o juiz 
reduzi-lo, mas tendo sempre em conta o seu caráter de penalidade. 
 
 
Prazo: 
 
Art. 571. Havendo prazo estipulado à duração do contrato, antes do vencimento não poderá 
o locador reaver a coisa alugada, senão ressarcindo ao locatário as perdas e danos 
resultantes, nem o locatário devolvê-la ao locador, senão pagando, proporcionalmente, a 
multa prevista no contrato. 
 
Parágrafo único - O locatário gozará do direito de retenção, enquanto não for ressarcido. 
 
Art. 573. A locação por tempo determinado cessa de pleno direito findo o prazo estipulado, 
independentemente de notificação ou aviso. 
 
Art. 574. Se, findo o prazo, o locatário continuar na posse da coisa alugada, sem oposição 
do locador, presumir-se-á prorrogada a locação pelo mesmo aluguel, mas sem prazo 
determinado. 
 
Observações Importantes: 
 
Art. 577. Morrendo o locador ou o locatário, transfere-se aos seus herdeiros a locação por 
tempo determinado. 
 
Art. 578. Salvo disposição em contrário, o locatário goza do direito de retenção, no caso de 
benfeitorias necessárias, ou no de benfeitorias úteis, se estas houverem sido feitas com 
expresso consentimento do locador. 
 
 
 
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 Direito Civil III 
EMPREITADA: 
Conceito: 
Empreitada é o contrato em que uma das partes (empreiteiro) se obriga, sem subordinação ou 
dependência, a realizar certo trabalho para outra (dono da obra), com material próprio ou por 
este fornecido, mediante remuneração global ou proporcional ao trabalho executado. 
Partes: 
Empreiteiro: é quem executa a obra; é o devedor da obra e o credor da remuneração; 
presume-se que seja um expert em seu ofício; 
Dono da obra: é quem ordena sua execução e paga o preço; é o credor da obra e o devedor 
da remuneração; presume-se que tenha da consecução da obra apenas o senso comum. 
 
Remuneração: 
 
é essencial no contrato de empreitada. Caso não exista remuneração, pode-se ter um contrato 
de mandato ou doação, mas não existirá empreitada. 
 
Forma: 
 
Livre. 
 
Não se trata de um contrato solene. Portanto, as partes podem celebrá-lo por qualquer meio, 
inclusive de modo verbal. Há determinadas obras que, por sua complexidade e pela 
quantidade de instruções a serem passadas ao empreiteiro, pedem forma escrita. Ela não é, 
todavia, obrigatória. 
 
Espécies: 
 
Empreitada de lavor: 
 
O empreiteiro contribui para a obra apenas com seu trabalho; essa é a modalidade no silêncio 
do contrato, tendo em vista o que prevê o art. 610, § 1º; 
 
Depois de entregue a obra: o risco corre por conta do proprietário; 
Até a entrega da obra: 
1. Sem mora do dono e sem culpa do empreiteiro, perdem-se os materiais e a remuneração, 
Salvo se a origem do dano forem os materiais e o empreiteiro houver avisado; 
 
2. Sem mora do dono e com culpa do empreiteiro, aplicam-se as regras do direito comum; 
 
 
18 
 
 Direito Civil III 
3. Com mora do dono e sem culpa do empreiteiro, perdem-se os materiais e a remuneração é 
devida. 
 
Empreitada mista (ou com fornecimento de materiais): 
 
O empreiteiro contribui com trabalho e material; exige previsão expressa no contrato. 
 
O empreiteiro corre todos os riscos até a entrega da obra, salvo em caso de mora do 
proprietário. 
 
Obrigações do Dono da Obra: 
 
a) obrigação de pagar o preço, sob pena de suspensão da execução (art. 625, I) resolução do 
contrato ou cobrança executiva (arts. 474 e 475) e direito de retenção (hipótese 
controvertida); 
b) Obrigação de recebê-la, não podendo haver recusa arbitrária (arts. 615 e 616); 
c) Obrigação de fornecer material, na empreitada de lavor. 
d) Obrigação genérica de não dar causa à suspensão da execução da empreitada (arts. 624 e 
625, I). 
Obrigações do Empreiteiro: 
a) Obrigação de executar a obra de acordo com as instruções recebidas e entregá-la no prazo 
e pela forma previstos (no contrato ou pelos costumes); 
b) Direito de receber a remuneração; 
c) Direito de constituir em mora o dono da obra, ou consigná-la judicialmente; 
d) Obrigação de fornecer material, quando previsto no contrato ou na lei; 
e) Obrigação de pagar pelos materiais que recebeu e inutilizou por negligência ou imperícia; 
f) Direitode ser indenizado em caso de suspensão injustificada da obra (art. 624); 
g) Direito de suspender a execução, nas hipóteses do art. 625. 
 
Extinção do contrato: 
1. Execução, com cumprimento de todas as obrigações de parte a parte; 
2. Destrato; 
 
19 
 
 Direito Civil III 
3. Resolução (por inadimplemento ou por onerosidade excessiva); 
4. Resilição unilateral, por parte do dono da obra (art. 623); 
5. Pelas hipóteses do art. 625. 
Distinções: 
O contrato de empreitada distingue-se do contrato de trabalho e do contrato de 
prestação de serviços. Nestes últimos, a atividade é a prestação imediata, enquanto, na 
empreitada, tem-se por meta o resultado final, a obra. A distinção, portanto, é feita com 
maior segurança pela finalidade do contrato, que, na empreitada, é a obra pronta. 
O contrato de empreitada, mesmo em sua modalidade mista, também não se confunde 
com a compra e venda. Na empreitada com fornecimento de material, o dono da obra não 
está simplesmente adquirindo ao empreiteiro os materiais por ele fornecidos. Sua intenção é 
obter a obra pronta, para a qual os materiais foram transformados. Ex.: um terno em que o 
alfaiate forneça o tecido e os aviamentos. Na compra e venda, a obrigação principal consiste 
em um dare, enquanto, na empreitada, consiste em um facere. 
CORRETAGEM: 
Conceito: 
 
Art. 722. Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a outra em virtude de 
mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se a 
obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas. 
 
Nas transações imobiliárias é muito comum a utilização de corretores visando buscar no 
mercado o melhor negócio, dentro dos padrões pessoais de cada negociante, ou melhor, de 
cada cliente. 
 
O citado corretor pode ser contratado tanto pelo vendedor do imóvel, o qual o incumbe na 
obrigação de achar no mercado o melhor comprador do bem objeto da venda, como também 
pelo futuro adquirente que busca auxílio do profissional para encontrar o imóvel que deseja 
comprar, dentro de suas condições. 
 
O Contrato de Corretagem possui como partes o corretor de um lado, e do outro o vendedor 
ou comprador, o qual leva a denominação de COMITENTE (Aquele que contrata o 
Corretor). 
 
- Portanto, o Contrato de Corretagem é o contrato pelo qual uma pessoa, sem que haja 
Contrato de mandato, compromete-se a uma obrigação de fazer; de obter um ou mais 
negócios, para outra pessoa, conforme as instruções passadas anteriormente, mediante o 
pagamento de uma remuneração. 
 
 
 
20 
 
 Direito Civil III 
Características: 
 
Bilateral; 
- Porque dele emergem obrigações para ambas as partes, embora possam também onerar 
apenas uma delas. Visto que gera obrigações mútuas entre COMITENTE e o CORRETOR, 
posto que este deverá executar o encargo e aquele deverá remunerá-lo. 
Acessório; 
- Porque serve de instrumento para conclusão de outro negócio. Posto que a sua existência 
está atrelada a um outro contrato, o qual deverá ser concluído. 
Consensual; 
- Porque depende unicamente do consentimento, sem outro procedimento. Visto que 
completa-se através do consenso mútuo, independente de forma, já que o novo Código Civil, 
seguindo a posição jurisprudencial existente, não exigiu nenhuma forma legal. 
Obs. A regra geral é não depender de forma, podendo ser verbal ou escrito. Pode concretizar-
se por cartas, telefonemas, mensagens informáticas etc. 
Oneroso; 
- Porque pressupõe eventual remuneração do corretor. No adimplemento do Contrato de 
mediação haverá ônus, vantagem e benefício patrimonial à ambos os contraentes, posto que 
assiste ao corretor direito ao recebimento de remuneração, geralmente variável. 
Aleatório; 
- Porque depende de acontecimento falível para que essa remuneração seja exigível, qual 
seja, a concretização do negócio principal. Fica, portanto, subordinado ao implemento de 
condição suspensiva. O corretor suporta o risco do não adimplemento dessa condição. Há 
incerteza de que o corretor venha a realizar a aproximação útil, porque depende da vontade 
de terceiros. 
Art. 723. O corretor é obrigado a executar a mediação com diligência e prudência, e a 
prestar ao cliente, espontaneamente, todas as informações sobre o andamento do negócio. 
 
- O corretor tem a função de aproximar as pessoas que pretendem contratar, e deverá 
aconselhar a conclusão do negócio, informando as condições de sua celebração, a fim de 
conciliar os interesses. Portanto, a atividade do corretor consiste em aproximar as pessoas 
que desejam contratar, pondo-as em contato. 
 
CORRETORES OFICIAIS E CORRETORES LIVRES: 
 
- Os corretores são divididos em duas principais categorias: 
 
21 
 
 Direito Civil III 
 
CORRETORES OFICIAIS: 
 
- São aqueles investidos de ofício público, disciplinado por lei. Gozam de prerrogativas de fé 
pública inerente ao ofício disciplinado por lei. Assim se colocam os corretores de 
mercadorias, de navios, de operação de câmbio, de seguros, de valores em bolsa etc. 
 
CORRETORES LIVRES: 
 
- São os que exercem a intermediação sem designação oficial. Nesse caso, podem atuar todos 
os que estejam na plenitude de sua capacidade civil. Nesse campo atuam, por exemplo, os 
corretores de espetáculos públicos, de atletas profissionais, de automóveis, de obras de arte, 
de bens móveis, entre outros. 
 
Parágrafo único. Sob pena de responder por perdas e danos, o corretor prestará ao cliente 
todos os esclarecimentos acerca da segurança ou do risco do negócio, das alterações de 
valores e de outros fatores que possam influir nos resultados da incumbência. 
 
Art. 724. A remuneração do corretor, se não estiver fixada em lei, nem ajustada entre as 
partes, será arbitrada segundo a natureza do negócio e os usos locais. 
 
- Em razão do serviço que presta, colocando em relação duas ou mais pessoas para a 
conclusão do negócio que desejam contratar, o corretor terá direito a receber uma 
remuneração. 
 
Essa remuneração, que normalmente é designada como comissão, pode ser: 
 
Fixa: Quando o seu quantum for uma importância certa, independente do valor do negócio; 
 
Variável: Quando proporcional ao valor da transação conseguida, respeitando o limite 
mínimo. 
 
Art. 725. A remuneração é devida ao corretor uma vez que tenha conseguido o resultado 
previsto no contrato de mediação, ou ainda que este não se efetive em virtude de 
arrependimento das partes. 
 
- O corretor somente fará jus à remuneração, denominada geralmente comissão, se houver 
resultado útil, ou seja, a aproximação entre o comitente e o terceiro resultar no negócio, nos 
termos do art. 725 acima transcrito. Nesse sentido, se não for concretizada a operação, a 
comissão será indevida, por se tratar a intermediação de contrato de resultado. 
 
Porém, persiste o direito à remuneração, em princípio, se o negócio não se realiza por 
desistência ou arrependimento do comitente. 
 
O corretor compromete-se a obterum resultado útil. Se não ocorre esse deslinde em sua 
conduta, a remuneração não lhe é devida. 
 
 
22 
 
 Direito Civil III 
Art. 726. Iniciado e concluído o negócio diretamente entre as partes, nenhuma remuneração 
será devida ao corretor; mas se, por escrito, for ajustada a corretagem com exclusividade 
(cláusula expressa de exclusividade), terá o corretor direito à remuneração integral, ainda 
que realizado o negócio sem a sua mediação, salvo se comprovada sua inércia ou 
ociosidade. 
 
- Nesse caso, é importante que fique claro que o corretor não teve participação alguma na 
aproximação dos interessados pelo negócio. 
 
Se o contrato estabelece exclusividade, o negócio que se efetive no curso do prazo contratual 
gera o direito à remuneração do corretor, assim como aquele que se inicia no lapso 
contratual, com apresentação do interessado pelo corretor, e se conclua fora dele. 
 
Importantes conclusões decorrem dessa dicção legal: 
 
1. A exclusividade só se admite por escrito: 
 
- Não há que se falar em exclusividade sem um documento claro que a aponte. 
 
2. Não pode ser beneficiado pela exclusividade o corretor que se mantém inerte ou ocioso: 
 
- Não pode ser beneficiado o corretor que não busca a aproximação útil que a cláusula de 
exclusividade lhe impôs. 
 
Art. 727. Se, por não haver prazo determinado, o dono do negócio dispensar o corretor, e o 
negócio se realizar posteriormente, como fruto da sua mediação, a corretagem lhe será 
devida; igual solução se adotará se o negócio se realizar após a decorrência do prazo 
contratual, mas por efeito dos trabalhos do corretor. 
 
- Desta forma, nos casos de contratos de mediação sem prazo determinado, se o comitente 
dispensar o corretor, mas o negócio se realizar a posteriori em virtude da mediação do 
corretor, a remuneração será devida a este. 
 
A mesma solução é adotada pelo artigo em estudo nos casos de contratos de corretagem com 
tempo determinado, em que o negócio se realizou após o término do prazo, e em virtude dos 
trabalhos exercidos pelo corretor. 
 
Art. 728. Se o negócio se concluir com a intermediação de mais de um corretor, a 
remuneração será paga a todos em partes iguais, salvo ajuste em contrário. 
 
- A exceção aberta no final do artigo, entendemos que diz respeito à cláusula de 
exclusividade no contrato de corretagem, a qual tem como objetivo dar ao corretor de 
perceber a integralidade da remuneração ajustada. 
 
Art. 729. Os preceitos sobre corretagem constantes deste Código não excluem a aplicação 
de outras normas da legislação especial. 
 
 
23 
 
 Direito Civil III 
- Cada atividade de corretagem, regulada ou não, se submete à regra, além de outras que 
podem ser erigidas pelas respectivas corporações. 
 
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: 
Conceito: 
No Contrato de Prestação de Serviços uma das partes se obriga para com a outra a prestar-lhe 
determinada atividade, mediante certa remuneração. Toda espécie de serviço ou trabalho 
lícito, material ou imaterial, pode ser contratado mediante retribuição; É o que determina o 
artigo 594 do Código Civil. 
Requisitos Essenciais: 
Para que se concretize com a devida perfeição, o Contrato de Prestação de Serviços, deverá 
observar alguns elementos essenciais à sua existência. São estes: 
a) Consentimento das partes; 
b) Capacidade para contratar; 
c) Serviço lícito; 
d) Remuneração. 
Duração do Contrato: 
Art. 598. A prestação de serviço não se poderá convencionar por mais de quatro anos, 
embora o contrato tenha por causa o pagamento de dívida de quem o presta, ou se destine à 
execução de certa e determinada obra. Neste caso, decorridos quatro anos, dar-se-á por 
findo o contrato, ainda que não concluída a obra. 
 
O artigo 598 do Código Civil estabelece que a prestação de serviço não se poderá 
convencionar por mais de quatro anos. 
Com relação a essa questão, destaca o mestre Sílvio de Salvo Venosa: 
“A intenção da lei, orientada pela origem histórica do instituto ligado à escravidão, é evitar 
ligação indefinida do trabalhador com o dono do serviço. Admite-se como suficiente o prazo 
de quatro anos para a conclusão de qualquer serviço”. E conclui logo a seguir dizendo: 
“Nada impede, no entanto, que findo o quatriênio novo contrato seja firmado. O objetivo da 
lei foi permitir que a relação seja revista nesse período. O excesso de prazo no contrato não 
implica em sua nulidade, mas ineficácia do prazo exorbitante”. (Contratos em Espécie, 2006, 
p. 215). 
Classificação: 
 
24 
 
 Direito Civil III 
a) Bilateral; 
b) Oneroso; 
c) Consensual; 
d) Comutativo. 
Observações Importantes: 
Art. 600. Não se conta no prazo do contrato o tempo em que o prestador de serviço, por 
culpa sua, deixou de servir. 
 
Art. 601. Não sendo o prestador de serviço contratado para certo e determinado trabalho, 
entender-se-á que se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com as suas forças e 
condições. 
 
Art. 605. Nem aquele a quem os serviços são prestados, poderá transferir a outrem o direito 
aos serviços ajustados, nem o prestador de serviços, sem aprazimento da outra parte, dar 
substituto que os preste. 
 
Art. 608. Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar serviço a 
outrem pagará a este a importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, 
houvesse de caber durante dois anos. 
 
Extinção do Contrato: 
O artigo 607 do Código Civil preconiza os casos em que haverá a extinção do Contrato de 
Prestação de serviços. São eles: 
a) A morte de qualquer das partes; 
b) Escoamento do prazo; 
c) Conclusão da obra; 
d) Rescisão do contrato mediante aviso prévio; 
e) Inadimplemento de qualquer das partes; 
f) Impossibilidade da continuação do contrato, motivada por força maior. 
Art. 599. Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, ou 
do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode 
resolver o contrato. 
 
Parágrafo único - Dar-se-á o aviso: 
 
 
25 
 
 Direito Civil III 
I - com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês, ou 
mais; 
 
II - com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou quinzena; 
 
III - de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias. 
TRANSPORTE: 
Conceito: 
Art. 730. Pelo contrato de transporte alguém se obriga, mediante retribuição, a transportar, 
de um lugar para outro, pessoas ou coisas. 
 
Ocorre pela literalidade do art. 730, quanto a obrigatoriedade de transporte de pessoas ou 
coisas de um lugar a outro mediante o pagamento de certa retribuição, conferindo a este tipo 
de contrato sempre o caráter oneroso.Espécies: 
 
A) Pessoas: 
 
Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas 
bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da 
responsabilidade. 
 
No que se refere ao contrato de transporte de pessoas existe a obrigatoriedade quanto ao 
procedimento de alguns requisitos legais sendo o principal a obrigatoriedade quanto ao 
seguro, assim, confere ao transportador a culpa ou responsabilidade objetiva. 
 
B) Coisas: 
 
Art. 743. A coisa, entregue ao transportador, deve estar caracterizada pela sua natureza, 
valor, peso e quantidade, e o mais que for necessário para que não se confunda com outras, 
devendo o destinatário ser indicado ao menos pelo nome e endereço. 
 
Trata-se de preservar a integridade e a guarda da coisa transportada.

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