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Universidade Federal de Lavras – UFLA Gabriel Santos Braga Kevin Lucio Vitoriano Lucas Rodrigues Machado Relatório Final: Em Busca Da Velocidade Inicial Lavras 2016 Introdução A conservação do momento linear está dividida em quatro tópicos: Impulso e momento linear, momento linear de um sistema de partículas, conservação do momento linear e Colisões. Todo corpo que possui uma massa m e uma velocidade v possui momento linear. O momento linear, também chamado de Quantidade Movimento, é uma grandeza vetorial, de mesma direção e mesmo sentido do vetor velocidade. A unidade de medida do momento linear é kg (m/s). Segundo o livro Fundamentos de Física I, Halliday Resnick & Walker, uma colisão “é um evento isolado no qual dois ou mais corpos (os corpos que colidem) exercem, uns sobre os outros, forças relativamente elevadas por um tempo relativamente curto”. No dia-a-dia dizemos que uma colisão é um choque, o contato de dois ou mais corpos. Exemplos: Acidente de automóveis, jogo de sinuca.... Contudo, não necessariamente há contato entre os corpos para haver uma colisão. Por isso, assumiremos que a colisão é uma interação entre partículas. As colisões são divididas em dois grupos: as Elásticas e as Inelásticas (essa subdivida em colisões inelásticas e perfeitamente inelásticas). A colisão elástica tem como propriedade o fato de tanto o momento linear como a energia cinética do sistema se conservarem. Já a colisão inelástica tem como característica o fato do momento linear do sistema se conservar, mas a energia cinética do sistema não. Nesse experimento será estudado a colisão inelástica já que uma esfera metálica lançada por um canhão fica presa a um pêndulo que adquira um movimento circular no sentido horário de acordo com a observação e por consequência os dois objetos se comportam com uma única partícula, e, portanto, adquirem uma mesma velocidade. Porém é sabido que a energia cinética (𝐾𝑖) não é conservada, então foi considerado que ela toda foi transformada em energia potencial (𝑈𝑓). E logo, foi utilizado esta fórmula para calcular a velocidade inicial do conjunto esfera + pêndulo: 𝐾𝑖 = 𝑈𝑓 (𝑚1+𝑚2).𝑣𝑖 2 2 = (𝑚1 + 𝑚2).g.h Em que (𝑚1 + 𝑚2) é a massa do conjunto pêndulo e esfera, (𝑣𝑖) é velocidade inicial do conjunto, (g) é a aceleração da gravidade local, e (h) é altura relativa entre a posição inicial e final observada, calculada e explicada dessa maneira: E então com a altura relativa em relação as posições inicial e final foi possível calcular a velocidade inicial do conjunto esfera pêndulo. E essa velocidade encontrada pode ser entendida como a velocidade final de outro sistema. Esse sistema é definido como a colisão inelástica entre a esfera metálica, a qual adquiriu velocidade com força exercida pelo canhão, e o pêndulo balístico que estava inicialmente em repouso. E assim, com o conhecimento de condições inicias e finais foi possível calcular a velocidade inicial da bolinha, pela fórmula da conservação do momento linear: 𝑚1.𝑣𝑖1 + 𝑚2.𝑣𝑖2 = (𝑚1+𝑚2)𝑣𝑓 Onde: Massa do pendulo (𝑚1), Massa da esfera (𝑚2), Massa total (𝑚1+𝑚2), Velocidade inicial (𝑉𝑖), Velocidade final (𝑉𝑓), que é igual a velocidade inicial do sistema anterior. É possível, ainda, calcular o erro da velocidade inicial buscada usando a seguinte fórmula: ∆𝑉𝑖= ∆𝑉𝑓(𝑚1 + 𝑚2)𝑚2 + 𝑉𝑓∆(𝑚1 + 𝑚2)𝑚2 − ∆𝑚2𝑉𝑓(𝑚1 + 𝑚2) 𝑚2 2⁄ Onde: ∆𝑉𝑓 = 2𝛥𝑥 √2. 𝑔. 𝑥⁄ ; Onde: ∆𝑥 = 2cos(ρ) . ∆𝜌 . z + sen(ρ) .∆z; Onde: ∆z = 2h . cos(𝛼 2⁄ ) . ( ∆𝛼 2⁄ ) + sen( 𝛼 2⁄ ) .∆ℎ Para provar essa teoria foi proposto o cálculo da velocidade inicial da bolinha por outra maneira. Utilizando do movimento parabólico. O movimento parabólico é descrito como sendo um movimento bidimensional, uma vez que é caracterizado por dois movimentos, uma na vertical e outro na horizontal, que são perpendiculares entre si e agem de forma simultânea. Tomando como base o Princípio da Independência, enunciado por Galileu Galilei, temos que quando um objeto realiza um movimento composto bidimensional, cada um dos movimentos decompostos se realiza como se o outro não existisse, ou seja, o movimento realizado na horizontal não depende do movimento realizado na vertical. Na vertical há uma única interação entre o objeto e a Terra, já que o objeto está sujeito à aceleração da gravidade, considerada uma constante. Isto implica um movimento uniformemente variado na vertical. Já na direção horizontal não há força sendo aplicada no objeto, o que implica uma aceleração nula e uma velocidade constante, com isso o movimento na horizontal é descrito como movimento uniforme. Desta forma utilizando a fórmula abaixo, podemos calcular a velocidade inicial com a qual o canhão lança a bolinha: 𝑉𝑖 = 𝐷 √ 2ℎ 𝑔 Onde: D é a média dos alcances, h é a altura do canhão em relação ao chão. Já a erro da velocidade inicial é possível ser encontrado pela fórmula: ∆𝑉𝑖 = √ 𝑔 2 ( ∆𝐷 √ℎ + 𝐷 ∗ ∆ℎ 2√ℎ3 ) Objetivo O objetivo do experimento é encontrar a velocidade inicial do projétil (esfera metálica), sujeito a uma força inicial exercida por um canhão, por duas formas diferentes, afim de comprovar a exatidão dela. Uma das maneiras é utilizando o movimento parabólico a qual sua trajetória está sujeita, e a outra utilizando o teorema trabalho- energia e momento linear. Materiais Kit Pendulo Balístico Trena Régua Bolinha de metal Caderno Papel Carbono Kit pêndulo balístico. Procedimento A priori, foi montado o Kit de Pendulo Balístico. Logo após, foi pesada a massa (𝑚2) da bolinha e a massa (𝑚1 + 𝑚2) do conjunto pêndulo-esfera. A fim de determinar a velocidade inicial com a qual a uma esfera de metal é lançada através de um canhão, foi feito o seguinte experimento: O canhão de lançamento foi posicionado com angulação de 0º em relação a horizontal. Logo após, foram feitos 10 disparos da bolinha e o ângulo que o pêndulo variava era marcado por um dispositivo parecido com um transferidor. Com esse ângulo e utilizando as fórmulas já descritas para conservação de momento linear, por ser uma colisão inelástica, e de conservação da energia foi possível calcular a velocidade (𝑉0) de lançamento do projétil, pelo canhão. Visando verificar a veracidade de tal velocidade inicial, foi realizado um novo experimento, o de movimento parabólico, que foi efetuado da seguinte forma: O canhão novamente foi posicionado com angulação de 0º em relação a horizontal. Foi colocado um caderno a uma distância e a uma altura (h) do canhão. Em cima do caderno, foi colocado um papel carbono, para a marcação dos alcances os quais a bolinha iria alcançar. Então, foram feitos 10 lançamentos como o canhão que foram marcados no caderno, através do papel carbono. Após isso, foram anotados o maior e o menor alcance. Depois, foi calculada a média dos alcances (D) e o seu erro (ΔD). Através das fórmulas já citadas anteriormente para movimento parabólico, foi possível determinar novamente a velocidade inicial de lançamento da bolinha, pelo canhão. Os erros das respectivas medidas foram calculados. Resultados Tabela 1- Dados obtidos pela conservação de energia. Conservação de energia 𝜶 (+/-(π/360))h (+/-0,00005m) Z (m) ∆Z (m) X (m) ∆X (m) 𝑽𝒇 (m/s) ∆𝑽𝒇 (m/s) 5π/36 0,29900 0,129 0,003 0,028 0,002 0,739 0,005 Fonte: Dados obtidos em laboratório. Tabela 2- Dados obtidos pela conservação do momento linear. Conservação do momento linear (𝒎𝟏) (+/-0,00001Kg) (𝒎𝟐) (+/-0,00001Kg) (𝒎𝟏+𝒎𝟐) (+/-0,00001) (𝑽𝒊) (m/s) (∆𝑽𝒊) (m/s) 0,13002 0,02376 0,15378 4,78 0,03 Fonte: Dados obtidos em laboratório. Tabela 3- Dados obtidos pelo movimento parabólico. Movimento parabólico (h) (+/-0,0005m) (𝑫𝒎𝒊𝒏) (+/-0,0005m) (𝑫𝒎𝒂𝒙) (+/-0,0005m) (D) (m) (∆D) (m) (𝑽𝒊) (m/s) (∆𝑽𝒊) (m/s) 1,0650 1,979 2,055 2,017 0,038 4,32 0,08 Fonte: Dados obtidos em laboratório. Análises e conclusões Na tabela 1, pode se observar o valor encontrado da velocidade inicial do conjunto pêndulo-esfera, a importância dessa medida se dá, pois, ela coincide com a velocidade final do sistema de conservação de momento, analisado posteriormente. Sobre as medidas diretas, tamanho da haste (h) e ângulo (α): pode-se dizer que não houve erros por parte do operador, pois os instrumentos foram manuseados adequadamente e por isso tais medidas foram precisas. Já o erro por parte dos instrumentos não é tão considerável devido a diferença de casas entre esse e sua medida advinda. E o erro por parte da dinâmica do experimento também não é considerável já que tais medidas foram aferidas de forma que se aproximaram da realidade. Já sobre as medidas indiretas, Z, X e a Velocidade Final (Vf) : como Z e X foram encontrados apenas usando relações trigonométricas, seus erros estão associados às medidas do ângulo e tamanho da haste, portanto não possuem erros relevantes. Já o erro velocidade final é obtido pela propagação do erro das medidas ditas anteriormente. E pode-se inferir que não possui erro aparente. Obs.: É importante citar que a dinâmica do experimento possui um erro ao não considerar a energia perdida pelo atrito do pêndulo com o ar. Na tabela 2, foi possível encontrar a velocidade inicial, por conservação do momento linear, da esfera metálica utilizando a velocidade final encontrada pelo sistema de conservação de energia. Sobre as medidas diretas, 𝑚1 e 𝑚2: foram medidas em uma balança analítica de precisão obtendo erros relativamente pequenos para serem relevantes às medidas. Não há também erro de operador ou seque por meio da dinâmica do experimento. Já sobre a medida indireta, 𝑉𝑖: foi buscada desde o início do experimento, compreende-se como a velocidade inicial da esfera metálica imposta pelo canhão. O erro da velocidade se deu pela formula da propagação de erro descrita na introdução. Na tabela 3, é possível observar novamente a determinação da velocidade inicial da bolinha, imprimida pelo canhão. Utilizando-se do seu movimento parabólico é possível encontrar a velocidade com fórmulas já citadas. Sobre medidas diretas: diferente da primeira maneira utilizada para determinação da grandeza buscada, essa apresenta um maior erro dinâmico do experimento devido à imprecisão dos alcances da esfera, assim como o método de medi-los, utilizando uma trena que possui um erro relativamente considerável. Analogamente a aferição da altura, que também foi medida com uma trena. Já com relação a medida indireta buscada a qual compreende-se como a velocidade inicial é possível inferir que, já que seu erro advém das medidas diretas, possui erro considerável devido a dinâmica do experimento assim como o erro dos instrumentos utilizados, tornando a medida imprecisa, porém com notável grau de exatidão. Para finalizar, quando se compara as velocidades iniciais da esfera metálica encontrada pelos dois métodos diferentes, vê-se que tal grandeza aferida no experimento é dotada de um alto grau de exatidão, pois estão bem próximas uma da outra. Consequentemente, é possível inferir que a velocidade inicial buscada e calculada se aproxima da realidade, ou seja, é possível concluir que o experimento está bem próximo da teoria, em outras palavras, tal velocidade inicial está bem perto da real velocidade em que a bolinha está sujeita. Portanto, dentre outras coisas, é inevitável dizer que o experimento, em sua totalidade, foi um sucesso.
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