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Fundações I UNINOVE – Universidade Nove de Julho 
“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” – Albert Einstein. 
1 
Aula 02 
Prospecção de Subsolo 
Prof: João Henrique / Antonio Celso. 
Sumário 
1.0- Prospecção de Subsolo .......................................................................................................... 2 
2.0- NBR 8036/1983 – Programação de Sondagens ..................................................................... 3 
2.1- Determinação do número de Sondagens .......................................................................... 4 
2.2- Determinação da Locação das Sondagens ......................................................................... 4 
2.2.1- Fase de Estudos Preliminares ..................................................................................... 5 
2.2.2- Fase de Projeto ........................................................................................................... 5 
Exercício 1 – Número e Localização de Sondagens ....................................................................... 7 
Atividade 1 ................................................................................................................................ 8 
Atividade 2 ................................................................................................................................ 9 
Atividade 3 .............................................................................................................................. 10 
SPT (Standard Penetration Test) ................................................................................................. 11 
Finalidade ................................................................................................................................ 11 
Execução .................................................................................................................................. 12 
Cravação do primeiro metro ............................................................................................... 12 
Cravação seguinte, amostragem e SPT ............................................................................... 12 
Critérios de paralisação da sondagem .................................................................................... 14 
Apresentação dos resultados .................................................................................................. 14 
Resistência à penetração ........................................................................................................ 14 
Exemplo de um Perfil de Solo (SPT) ........................................................................................ 15 
Perfis geológicos típicos .......................................................................................................... 16 
SPT-T (Torque) ............................................................................................................................. 16 
Exercício 2 – SPT e SPT-T ............................................................................................................. 19 
Atividade 1 .............................................................................................................................. 19 
Perfil de Sondagem ..................................................................................................................... 20 
Fundações I UNINOVE – Universidade Nove de Julho 
“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” – Albert Einstein. 
2 
Exercício 3 ................................................................................................................................... 20 
Atividade 1 .............................................................................................................................. 20 
Ensaio de Cone (CPT) e Piezocone (CPTU) .................................................................................. 25 
Exercício 4 ................................................................................................................................... 27 
Atividade 1 .............................................................................................................................. 27 
Ensaio de Palheta (“Vane Test”) ................................................................................................. 27 
Execução .................................................................................................................................. 28 
Características do ensaio......................................................................................................... 28 
Exercício 5 ................................................................................................................................... 29 
Atividade 1 .............................................................................................................................. 29 
Prova de Carga sobre Placa ......................................................................................................... 30 
Execução .................................................................................................................................. 30 
Resultados de uma prova de carga ......................................................................................... 31 
Ensaio Pressiométrico ................................................................................................................. 31 
Bibliografia .................................................................................................................................. 32 
 
1.0- Prospecção de Subsolo 
Por milhares de anos, o homem foi capaz de edificar estruturas apenas com 
conhecimento empírico. Porém, este tipo de conhecimento foi cedendo espaço ao 
teórico. Assim, atualmente, sem a prospecção do solo é impossível se pensar em 
projetar algo. O reconhecimento do solo é o requisito primordial de um projeto de 
engenharia. 
O reconhecimento das condições do subsolo constitui pré-requisito para 
projetos de fundações seguros e econômicos. No Brasil o custo envolvido na execução 
de sondagens de reconhecimento varia normalmente entre 0,2% e 0,5% do custo total 
da obram sendo as informações obtidas indispensáveis à previsão dos custos fixos 
associados ao projeto e sua solução. (SCHNAID, 2000) 
Fundações I UNINOVE – Universidade Nove de Julho 
“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” – Albert Einstein. 
3 
Projetos geotécnicos de qualquer natureza são normalmente executados com 
base em ensaios de campo, cujas medidas permitem uma definição satisfatória da 
estratigrafia do subsolo e uma estimativa realista das propriedades geomecânicas dos 
materiais envolvidos. Estas informações são necessárias em projetos de fundações, 
estabilidade de taludes, estruturas de contenção, dimensionamento de pavimentos, 
infraestrutura hídrica, entre outros. (SCHNAID, 2000) 
2.0- NBR 8036/1983 – Programação de Sondagens 
Esta norma fixa as condições exigíveis na programação das sondagens de simples 
reconhecimento dos solos destinada à elaboração de projetos geotécnicos para a construção de 
edifícios. Esta programação abrange o número, a localização e a profundidade das sondagens. 
É importante destacar que a norma impõe o procedimento mínimo que deve ser adotado na 
programação de sondagens de simples reconhecimento na fase de estudos, ou seja, para realizar 
uma análise do solo é necessário mais do que a norma requer. 
A NBR 8036/1983menciona, ainda, a NBR 6502/1995 – Rochas e solos – Terminologia 
como documento complementar. É fundamental a leitura dos documentos complementares 
contidos nas NBR´s, pois eles estão inerentemente ligados uns aos outros e são 
multidisciplinares. Logo, a leitura da NBR 6502 é importante, porém abaixo se encontra um 
resumo sobre a norma. 
Existem diversas classificações feitas pela NBR 6502/1995 – Rochas e solos – 
Terminologia, mas sua função primordial é definir os termos relativos aos materiais da crosta 
terrestre, rochas e solos, para fins de engenharia geotécnica de fundações e obras de terra. Na 
engenharia de fundações, normalmente, se utiliza apenas a classificação por tamanho de grãos. 
Importante lembrar que nesta classificação existem 3 (três) tipos de solos: areia, silte e argila. 
De acordo com a NBR 6052/1995, a granulometria é dividida em: 
Tabela 1 - Granulometria e Classificação dos Solos 
Solo Descrição 
Areia Solo não coesivo e não plástico formado por minerais ou partículas de 
rochas com diâmetros compreendidos entre 0,06 mm e 2,0 mm. 
Areia Grossa Areia com grãos de diâmetros compreendidos entre 0,60 mm e 2,0 mm. 
Areia Média Areia com grãos de diâmetros compreendidos entre 0,20 mm e 0,60 mm. 
Areia Fina Areia com grãos de diâmetros compreendidos entre 0,06 mm e 0,2 mm. 
Silte Solo que apresenta baixa ou nenhuma plasticidade, e que exibe baixa 
resistência quando seco o ar. Suas propriedades dominantes são devidas à 
Fundações I UNINOVE – Universidade Nove de Julho 
“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” – Albert Einstein. 
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parte constituída pela fração silte. É formado por partículas com diâmetros 
compreendidos entre 0,002 mm e 0,06 mm. 
Argila Solo de granulação fina constituído por partículas com dimensões menores 
que 0,002 mm, apresentando coesão e plasticidade. 
 
Fonte: NBR 6502/1993 - Rochas e Solos - Terminologia 
2.1- Determinação do número de Sondagens 
Para determinar o número e a locação das sondagens não se deve levar em consideração 
apenas a área do terreno, mas também o tipo da estrutura, de suas características especiais e 
das condições geotécnicas do solo. 
OBS: O número de sondagens deve ser suficiente para fornecer um quadro, o melhor 
possível, da provável variação das camadas do subsolo do local em estudo. 
No caso de fundações para edifícios, o número mínimo de pontos de sondagens a 
realizar é em função da área a ser construída, de acordo com a NBR 8036/1983. 
Tabela 2- Número de Sondagens 
Área Construída Número de Sondagens 
De 0 m² até 1.200m² 1 para cada 200m² 
Entre 1.200m² até 2.400m² 1 para cada 400m² que excederem 1.200m² 
Acima de 2.400m² Será fixado de acordo com o plano particular da construção. 
Fonte: NBR 8036/1983 – Programação de Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos para Fundações de 
Edifícios 
Porém, a norma ainda determina: 
a. 2 (dois) furos para área da projeção em planta do edifício até 200m²; 
b. 3 (três) furos para área entre 200m² e 400m². 
2.2- Determinação da Locação das Sondagens 
Existem duas condições nas quais as sondagens podem ser realizadas. A primeira se dá 
nos casos de estudos preliminares ou de planejamento do empreendimento, a segunda é na 
fase de projeto. 
OBS: Se a disposição em planta dos edifícios não tiver sido realizada, por exemplo nos 
estudos de viabilidade ou de escolha do local, o número de sondagens deve ser fixado de 
forma que a distância máxima entre eles seja de 100m, com um número mínimo de 
sondagens. 
Fundações I UNINOVE – Universidade Nove de Julho 
“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” – Albert Einstein. 
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2.2.1- Fase de Estudos Preliminares 
Na fase de estudos preliminares ou de planejamento do empreendimento, as sondagens 
devem ser igualmente distribuídas em toda a área. Assim, os pontos de sondagem devem ser 
criteriosamente distribuídos na área em estudo, e devem ter profundidade que inclua todas as 
camadas do subsolo que possam influir, significamente, no comportamento da fundação. 
2.2.2- Fase de Projeto 
Na fase de projeto existe o pressuposto de que o edifício e suas estruturas 
complementares já estejam locados em planta no terreno. Trata-se de uma fase mais avançada 
do projeto. Logo, as sondagens podem se localizar de acordo com critério específico que leve 
em conta pormenores estruturais. 
Assim, pode ser feita uma sondagem apenas na região onde o edifício será construído. 
Ademais, é sempre bom conhecer o tipo de solo que existe na região, portanto realizar mais 
furos e investir mais dinheiro com o reconhecimento do solo é algo que deve ser visto como 
necessário e não superficial. Para ambas as fases quando o número de sondagens for superior 
a três, elas não devem ser distribuídas ao longo de um mesmo alinhamento. 
OBS: A NBR 8036/1983 – Programação de Sondagens não prescreve, porém, diversos 
autores aconselham que a distância entre os furos de sondagem deva ser de 15 a 25 m, para 
se evitar que os furos fiquem numa mesma reta e de preferência próximos aos limites da área 
de estudo. 
A locação dos furos é realizada de um modo que se possa realizar o perfil do solo. A 
figura abaixo é um croqui com a locação dos furos de sondagem, foi retirada de um Relatório 
Geológico-Geotécnico de uma obra do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
– BNDS, no Rio de Janeiro, em 2011. 
Tabela 3- Resumo das Sondagens BNDES 
Furos 
Coordenadas 
Cota (m) 
Profundidade 
atingida (m) 
Perfuração em 
solo (m) 
Perfuração 
em Saprolito 
Rocha N E 
SP-01 7.465.598,37 686.692,94 37,32 36,80 36,80 - 
SM-02 7.465.610,50 686.666,48 29,04 35,62 12,12 23,50 
SM-03 7.465.632,85 686.659,93 34,77 13,65 8,09 5,56 
SM-04 7.465.590,56 686.656,34 16,02 24,68 14,68 10,00 
Fonte: Relatório Geotécnico-Geotécnico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (2011) 
Fundações I UNINOVE – Universidade Nove de Julho 
“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” – Albert Einstein. 
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OBS: A terminologia SP-01 se refere a sondagem a percussão e SM é sondagem mista 
(roto-percussiva). 
Figura 1- Croqui de Locação das Sondagens 
Fonte: Relatório Geotécnico-Geotécnico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (2011) 
 
Nota-se que foram realizadas duas seções (ou perfis) do solo, seção A e seção 
B. A vantagem do perfil de solo é representar melhor o terreno, o que facilitará a visualização e 
interpretação do terreno para análise dos diversos tipos de solo e sua resistência. O 
conhecimento destas características do solo permitirá definir o tipo de fundação e sua cota de 
implantação. 
 
 
Fundações I UNINOVE – Universidade Nove de Julho 
“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” – Albert Einstein. 
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Fonte: Relatório Geotécnico-Geotécnico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (2011) 
 
Exercício 1 – Número e Localização de Sondagens 
Você, engenheiro civil, foi contratado pela empresa Engenharia Ltda. para realizar um 
estudo de prospecção do solo em 3 (três) terrenos. A construtora precisa deste estudo para 
poder determinar o tipo e o dimensionamento das fundações. Nos dois primeiros terrenos a 
obra está apenas na fase de estudos preliminares, a terceira já se encontra na fase de projeto, 
inclusive com a locação da estrutura do edifício.Assim, de acordo com o tamanho dos terrenos 
e tipo de estrutura, determine a quantidade de furos e a locação das sondagens. 
 
 
 
 
 
 
Figura 2- Perfil do solo da Seção A 
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Atividade 1 
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Atividade 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Atividade 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fundações I UNINOVE – Universidade Nove de Julho 
“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” – Albert Einstein. 
11 SPT (Standard Penetration Test) 
Sem dúvida alguma, pode-se dizer que o SPT é o ensaio mais utilizado pela engenharia 
civil no Brasil e no mundo, também é conhecido como sondagem à percussão ou sondagem de 
simples reconhecimento. A popularidade do ensaio se dá pela sua simplicidade, rapidez e custo 
baixo. O ensaio está regulado pela NBR 6484/2001, porém na américa do Sul é usada com 
frequência a norma americana ASTM DI.586:67. 
 
Figura 3- Ensaio SPT 
 
Fonte: www.engenharianota10.com.br 
 
Finalidade 
Os objetivos do ensaio, de acordo com a norma, são: 
a) A determinação dos tipos de solo em suas respectivas profundidades de 
ocorrência; 
b) A posição do nível d’água; e 
c) Os índices de resistência à penetração (N) a cada metro. 
Fundações I UNINOVE – Universidade Nove de Julho 
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OBS: A norma determina que o “N” é a abreviatura do índice de resistência à 
penetração do SPT, cuja determinação se dá pelo número de golpes correspondente à 
cravação de 30 cm do amostrador-padrão, após a cravação inicial de 15 cm, utilizando-se corda 
de sisal para levantamento do martelo padronizado. 
Execução 
Cravação do primeiro metro 
Inicialmente, a sondagem é realizada com o emprego do trado concha ou cavadeira 
manual até a profundidade de 1m, nos outros metros deve-se utilizar o trado helicoidal até ser 
atingido o nível d’água freático. No primeiro metro deve ser instalado o tubo de revestimento 
dotado de sapata cortante. 
Deve ser coletada, para exame posterior, uma parte representativa do solo colhido pelo 
trado-concha durante a perfuração, até 1 m de profundidade (6.3.1 da norma) 
OBS: Quando o avanço da perfuração com emprego do trado helicoidal for inferior a 
50 mm após 10 (dez) min de operação ou no caso de solo não aderente ao trado, passa-se ao 
método de perfuração por circulação de água, também chamado de lavagem. (6.2.4 da norma) 
A operação de perfuração por circulação de água é realizada utilizando-se o trépano de 
lavagem como ferramenta de escavação. (6.2.5 da norma) 
OBS: Caso a parede do furo se mostre instável, é obrigatória, para ensaios e 
amostragens subsequentes, a descida de tudo de revestimento até onde se fizer necessário, 
alternadamente com a operação de perfuração. 
O tudo de revestimento deve ficar a uma distância de no mínimo 50 cm do fundo do 
furo, quando da operação de ensaio e amostragem. (6.2.9 da norma). 
Cravação seguinte, amostragem e SPT 
A cada metro de perfuração, a partir de 1 m de profundidade, a norma determina que 
devem ser colhidas amostras dos solos por meio do amostrador-padrão, com execução de SPT. 
Assim, o amostrador-padrão tem que descer livremente no furo até que seja 
suavemente apoiado no fundo. Porém se o amostrador ficar mais de 2 cm acima da cota de 
fundo, a composição deve ser retirada, repetindo-se a operação de limpeza do furo. 
Com o amostrador-padrão na altura certa, coloca-se a cabeça de bater e, utilizando-se 
o tudo de revestimento como referência, marca-se na haste, com giz, um segmento de 45 cm 
dividido em três trechos iguais de 15 cm. Em seguida, o martelo deve ser apoiado suavemente 
sobre a cabeça de bater, anotando-se eventual penetração do amostrador no solo. 
OBS: A elevação do martelo até a altura de 75 cm, marcada na haste-guia, é feita 
normalmente por meio de corda flexível, de sisal, com diâmetro de 19 mm a 25 mm, que se 
encaixa com folga no sulco da roldana da torre. 
Após estes cuidados que se inicia a cravação do amostrador padrão e anotação do 
número SPT. Assim, não tendo ocorrido penetração igual ou maior do que 45 cm, após o apoio 
do martelo, prossegue-se a cravação do amostrador-padrão até completar os 45 cm de 
Fundações I UNINOVE – Universidade Nove de Julho 
“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” – Albert Einstein. 
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penetração por meio de impactos sucessivos do martelo padronizado caindo livremente de uma 
altura de 75 cm, anotando-se, separadamente o número de golpes necessários à cravação de 
cada segmento de 15 cm do amostrador-padrão. 
OBS: Precauções especiais devem ser tomadas para que, durante a queda livre do 
martelo, não haja perda de energia de cravação por atrito, principalmente nos equipamentos 
mecanizados, os quais devem ser dotados de dispositivo disparador que garanta a queda 
totalmente livre do martelo. 
 
Figura 4- Equipamentos do SPT 
 
Fonte: www.ebah.com.br /aula-4-solos-fundacoes 
A cravação do amostrador-padrão é interrompida antes dos 45 cm de penetração 
sempre que ocorrer uma das seguintes situações: 
a) Em qualquer dos três segmentos de 15 cm, o número de golpes ultrapassar 30; 
b) Um total de 50 golpes tiver sido aplicado durante toda a cravação; e 
c) Não se observar avanço do amostrador-padrão durante a aplicação de cinco golpes 
sucessivos do martelo. 
Assim, deve-se utilizar o avanço da perfuração por circulação de água. O ensaio deve ter 
duração de 30 min, devendo-se anotar os avanços do trépano obtidos em cada período de 10 
min. A sondagem deve ser dada por encerrada quando, no ensaio de avanço da perfuração por 
circulação de água, forem obtidos avanços inferiores a 50 mm em cada período de 10 min ou 
quando, após a realização de quatro ensaios consecutivos, não for alcançada a profundidade de 
execução do SPT. Quando da ocorrência destes casos, constar no relatório a designação de 
impenetrabilidade ao trépano de lavagem. 
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“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” – Albert Einstein. 
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Critérios de paralisação da sondagem 
O processo de perfuração, por trado ou lavagem, associado aos ensaios penetrométricos, 
será realizado até onde se obtiver nesses ensaios uma das seguintes condições: 
1. Quando em 3 m sucessivos, se obtiver 30 golpes para a penetração dos 15 cm iniciais do 
amostrador-padrão; 
2. Quando em 4 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para penetração dos 30 cm iniciais do 
amostrador-padrão; e 
3. Quando, em 5 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para a penetração dos45 cm do 
amostrador-padrão. 
Também pode ocorrer o final do furo quando for feita a lavagem por 30 min, anotando-
se o avanço a cada 10 min. Se o avanço for inferior a 5 cm em cada tempo, o furo é considerado 
impenetrável ao trépano. 
OBS: Entretanto, ocorrendo essa situação, antes da profundidade estimada para 
atendimento do projeto, a sondagem será deslocada, no mínimo duas vezes para posições 
diametralmente opostas, distantes 2,00 m da sondagem inicial, ou conforme orientação do 
cliente ou seu preposto. 
Apresentação dos resultados 
Os dados colhidos na sondagem são mostrados na forma de perfil individual do furo, ou seja, 
um desenho que traduz o perfil geológico do subsolo na posição sondada, baseado na descrição 
dos “testemunhos”, aquelas amostras colhidas durante a perfuração. A descrição dos 
testemunhos é feita a cada manobra e inclui: 
1. Classificação litológica: Cor, tonalidade e dados sobre formação geológica, mineralogia, 
textura e tipo dos materiais. 
2. Estado de alteração das rochas: Trata-se de um fator que faz variar extraordinariamente 
suas características. As descrições do grau de alteração das rochas, embora muito 
informativas, são até certo ponto subjetivas por se basearem normalmente na opinião 
do autor da classificação. 
3. Grau de fraturamento: Uma das maneiras de avaliar o grau de fraturamento da rocha é 
através do número de fragmentos por metro, obtido dividindo-se o número de 
fragmentos recuperados em cada manobra pelo comprimento da manobra. 
Resistência à penetração 
Tabela 4- Compacidade das areias e Consistência das Argilas 
 
Fonte: Godoy (1971) 
Fundações I UNINOVE – Universidade Nove de Julho 
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Exemplo de um Perfil de Solo (SPT) 
OBS: As amostras devem ser conservadas pela empresa executora, à disposição dos 
interessados por um período mínimo de 60 dias, a contar da data da apresentação do 
relatório. 
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Perfis geológicos típicos 
São Paulo - Avenida Paulista -- Localizado no topo de um espigão que 
corta a capital do Estado de São Paulo, ou seja, num topo de montanha que, 
provavelmente, já foi muito mais alta na remota antiguidade. Assim, o solo já foi 
compactado pela natureza, sendo relativamente firme e o lençol freático fica 
baixo. Assim, construções menores podem usar fundação direta (sapatas) e os 
prédios maiores devem utilizar tubulão ou estacas, que podem ser tanto do tipo 
Strauss (moldada in loco), pré-moldada de concreto ou aço ou outras, especiais, 
para edifícios maiores. 
 
Santos (SP) - Orla da praia -- Este é um caso clássico na mecânica dos solos. 
A cidade de Santos é mundialmente conhecida pelos seus edifícios fora de prumo à 
beira mar. Isto ocorreu porque, na época de sua construção, utilizou-se fundações 
rasas apoiadas a cerca de 8 m de profundidade, onde se encontra um solo 
relativamente rígido (SPT 8). Entretanto, cerca de 10 m abaixo, encontra-se uma 
areia argilosa mutio mole, cujo SPT é 1/60, ou seja, o martelo dá uma batida e já 
penetra 60 cm. Muitos edifícios foram construídos sobre sapatas, isto é, com 
fundação rasa. Em ambos os casos, ao longo dos anos a argila vai recalcando, o solo 
vai cedendo e os edifícios afundam. Há casos em que os prédios desceram mais de 
1 metro em relação ao nível original. Os prédios mais novos utilizam estacas mais 
profundas, que vão buscar o solo mais duro a mais de 27 metros de profundidade. 
os edifícios ficaram tortos porque não afundaram por igual, pois um prédio faz pressão sobre a 
fundação do vizinho, e naquele local ambos afundam mais pois existe uma pressão maior sobre 
o sub-solo. 
 
São Paulo (SP) - Cidade Universitária -- Esta região fica na margem do Rio 
Pinheiros, do lado oposto onde aconteceu o desmoronamento na Linha 4 da obra do 
Metrô no início de 2007. Trata-se de um solo instável, típico de locais que já 
estiveram em baixo da água por muitos milhares de anos. O solo é constituído por 
uma camada de aterro que repousa em cima de argila orgânica, típica de áreas 
pantanosas. Assim, qualquer obra de fundação nesta região precisa ser estudada 
com muita atenção, em geral usa-se-se fundação profunda com estacas pré-
moldadas ou tubulões a ar comprimido, devido ao fato do lençol freático estar 
praticamente à superfície. 
SPT-T (Torque) 
O procedimento SPT-T (Standard Penetration Test with Torque Measurements) consiste 
em após a cravação do amostrador padrão conforme prevê a Norma Brasileira NBR 6484/2001, 
retirar-se a cabeça de bater e colocar o disco centralizador até este apoiar-se no tubo guia. 
Rosqueia-se na mesma luva, onde estava acoplada a cabeça de bater, o pino adaptador. Encaixa-
se no pino uma chave soquete onde se acopla o torquímetro. 
Fundações I UNINOVE – Universidade Nove de Julho 
“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” – Albert Einstein. 
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A figura a seguir mostra o equipamento pronto para realizar o ensaio SPT-T. 
 
Aplica-se à haste uma torção, medindo, por meio de um torquímetro usado como braço 
de alavanca e mantido na horizontal, o momento de torção máximo necessário à rotação do 
amostrador, para obter, assim, uma medida da resistência lateral. 
Na rotação que se aplica ao amostrador por meio de um torquímetro pode-se medir um 
torque máximo, que define a tensão de atrito lateral (fs máxima) e o torque residual, que define 
a tensão de atrito lateral mínima (fs residual) após o remodelamento da película de solo na 
interface com o amostrador. 
As principais informações obtidas com o ensaio de SPT-T são: 
 A identificação das diferentes camadas de solo que compõem o subsolo; são feitas com 
auxílio de um geólogo experiente, que através da cor, da textura 
 A classificação dos solos de cada camada; através de ensaios em laboratório de solos tal 
como granulométrico que classifica o solo em pedregulho, areia, silte e argila. 
 A existência ou não de Lençol freático e o nível inicial e após 24 horas; se a amostra de 
solo obtida estiver com grau de umidade elevada então o nível do lençol freático se 
encontra nesta cota, ao termino do ensaio deve-se esgotar o furo e proceder a medida 
do nível do lençol freático após o período de 24 horas. 
 A capacidade de carga do solo em várias profundidades; é expresso por formulações 
que utilizam o N que é o número de golpes obtido para cravar o amostrador 30 cm no 
solo. 
 Índice de torque (TR); é a relação entre o torque medido em kgf/m pelo valor N do SPT, 
descrito pela seguinte equação: 
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“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” – Albert Einstein. 
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O ensaio de SPT-T está sendo utilizado em obras de médio e grande porte que utilizam 
fundações profundas de atrito lateral, ajudando a minimizar os erros grosseiros que podem 
acontecer no ensaio de SPT, ditos anteriormente. 
A introdução da medida de torque no ensaio de SPT veio para dar suporte a um dos 
melhores métodos de avaliação do solo. 
O SPT quando realizado em solos que apresentam camadas com pedregulho pode ter 
seu N (número de golpes) elevado por consequência de alguma pedra interferir no ensaio, 
paralelo ao SPT, a medida do torque mostraque o atrito lateral não é afetado quando ocorrido 
o problema. 
Então podemos dizer que o SPT-T foi idealizado para corrigir o ensaio de SPT. 
A partir do conhecimento das propriedades e parâmetros geotécnicos, dos solos da 
bacia sedimentar terciária do estado de S. Paulo, os autores admitiram que, a relação T/N é 
aproximadamente 1,2. A partir daí Dècourt (1996) propôs que se definisse a equivalência entre 
o SPT e o SPT-T, como sendo o valor do torque T (Kgf x m) dividido por 1,2, tendo por base o 
conceito de N equivalente (Neq.) 
Entretanto, deve-se frisar que, a sua utilização deverá ser feita com muita cautela. As 
comprovações existentes estão muito longe de se constituir numa prova definitiva de ampla 
aplicabilidade, a partir da premissa estabelecida, para os solos da BST SP (Bacia Sedimentar 
Terciária de S. Paulo). 
 
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19 Exercício 2 – SPT e SPT-T 
Atividade 1 
Determinar o Nspt e a razão de atrito do ensaio: 
 
 
 
 
 
 
 
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20 Perfil de Sondagem 
Os dados obtidos em uma investigação do subsolo são normalmente apresentados na forma de 
um perfil para cada furo de sondagem. A posição das sondagens é amarrada topograficamente 
e apresentada numa planta de locação bem como o nível da boca do furo que é amarrado a uma 
referência de nível RN bem definido. 
Exercício 3 
Atividade 1 
Após a locação das sondagens no Hotel com 5 pavimentos, foram realizadas sondagens a 
percussão. A empresa Engenharia Ltda. encaminhou as sondagens para seu escritório de cálculo. 
Portanto, para a escolha da fundação, você precisa, inicialmente, realizar o perfil do solo. A 
distância entre os furos é de 20 m. (Abaixo encontram-se as sondagens SPT) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 m 
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SP-01 
 
 
 
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SP-02 
 
 
 
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SP-03 
 
 
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PERFIL DE SOLO 
(Usar cores diferentes para cada tipo de solo) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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25 Ensaio de Cone (CPT) e Piezocone (CPTU) 
Os ensaios de cone e piezocone, conhecidos pelas siglas CPT (Cone Penetration Test) e 
CPTU (Piezocone Penetration Test) respectivamente, vêm se caracterizando internacionalmente 
como uma das mais importantes ferramentas de prospecção geotécnica. Resultados dos 
ensaios podem ser utilizados para determinação estratigráfica de perfis de solos, determinação 
de propriedades dos materiais prospectados, particularmente em depósitos de argilas moles, e 
previsão da capacidade de carga de fundações. (SCHNAID, 2000) 
As dificuldades inerentes à comparação de resultados obtidos com diferentes 
equipamentos levaram à padronização dos ensaios pela ASTM (1979), ISSMFE (1977, 1989) e 
ABNT MB 3.406/1991. 
O princípio do ensaio de cone é bastante simples, consistindo na cravação no terreno de 
uma ponteira cônica (60 graus de ápice) a uma velocidade constante de 20mm/s. A seção do 
cone é normalmente de 10 cm², podendo atingir 15 cm² para equipamentos mais robustos, de 
maior capacidade de carga. Enquanto os equipamentos de ensaio são padronizados, há 
diferenças entre equipamentos, que podem ser classificados em três categorias: (SCHNAID, 
2000) 
1. Cone Mecânico: Caracterizado pela medida na superfície, com a transferência 
mecânica pelas hastes, dos esforços necessários para cravar a ponta cônica (qc) 
e o atrito lateral (qf). 
2. Cone Elétrico: cujas células de carga instrumentadas eletricamente permitem a 
medida de (qc) e (qf) diretamente na ponta. 
3. Piezocone: que além das medidas elétricas de (qc) e (qf), permite a contínua 
monitoração das pressões neutras (u) geradas durante o processo de cravação. 
A penetração é obtida através da cravação contínua de hastes de comprimento de 1m, 
seguida de retração do pistão hidráulico para posicionamento de nova haste. 
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No caso do CPT, as grandezas medidas são a 
resistência da ponta (qc) e o atrito lateral (fs), sendo a 
razão de atrito Rf = fs/qc, o primeiro parâmetro derivado 
do ensaio, utilizado para classificação dos solos. 
 
 
 
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27 Exercício 4 
Atividade 1 
Determinar a razão de atrito Rf = fs/qc e classificar os solos. 
Ensaio de Palheta (“Vane Test”) 
O ensaio de palheta é tradicionalmente empregado na determinação da resistência ao 
cisalhamento não-drenada (Su) de depósitos de argilas moles. Este ensaio, sendo passível de 
interpretação analítica, assumindo a hipótese de superfície de ruptura cilíndrica, serve de 
referência a outras técnicas e metodologias, cuja interpretação requer a adoção de correlações 
semi-empíricas. Complementarmente, busca-se informações quanto à história de tensões do 
solo indicado pelo perfil da razão de sobre-adensamento (OCR). 
Em outubro de 1989, o ensaio foi normalizado pela ABNT como NBR 10.905 – Ensaio de 
palheta in situ. 
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“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” – Albert Einstein. 
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Execução 
O ensaio de palheta visa determinar a resistência não-drenada do solo in situ (Su). Utiliza 
uma palheta de seção cruciforme que, cravada em argilas saturadas, de consistência mole a rija, 
é submetida ao torque necessário para cisalhar o solo por rotação, em condições não drenadas. 
É, portanto, necessário o conhecimento prévio da natureza do solo onde será realizado o ensaio, 
não só para avaliar sua aplicabilidade, como para posteriormente interpretar adequadamente 
os resultados. 
O ensaio de palheta pode ser realizado de duas formas diferentes: 
Ensaios tipo A – sem perfuração prévia: apresentam resultados de melhor qualidade, 
sendo utilizados em solos debaixa consistência, onde é possível sua cravação estática a partir 
do nível do terreno; 
Ensaios tipo B – com perfuração prévia: realizados em escavações previamente 
realizadas, e em geral, revestidas, sendo mais susceptíveis de erros devido a atritos mecânicos 
e translação da palheta. 
 
Características do ensaio 
1- A palheta em forma de cruz é constituída de 4 aletas, fabricadas em aço de alta 
resistência, com diâmetro de 65mm e altura de 130mm (altura igual ao dobro do diâmetro). 
Admite-se palheta retangular menor (50mm de diâmetro e 100mm de altura quando o ensaio 
for realizado em argilas rijas (Su > 50Kpa) 
2- A haste fabricada em aço capaz de suportar os torques aplicados, conduz a palheta 
até a profundidade do ensaio. 
3- O equipamento de aplicação e medição do torque, projetado para imprimir uma 
rotação ao conjunto de haste fina/ palheta de 6 ± 0,6º/ min, deve possuir mecanismo de coroa 
e pinhão, acionado por manivela ou por motor elétrico. 
A realização do ensaio é feita com a introdução da palheta no interior do solo, na 
profundidade de ensaio, sendo então feito a aplicação e medição do torque. O tempo máximo 
permitido entre a colocação da palheta no furo e o início de sua rotação é de 5 minutos. Para 
determinar a resistência amolgada imediatamente após a aplicação do torque máximo são 
realizadas dez revoluções completas da palheta e refeito o ensaio. 
 
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Com base no torque medido é possível determinar a 
resistência ao cisalhamento não-drenado do solo: 
 
𝑺𝒖 =
𝟎, 𝟖𝟔.𝑴
𝝅.𝑫³
 
Onde: 
M = torque máximo medido (KN.m) 
D = Diâmetro da palheta (m) 
Exercício 5 
Atividade 1 
Determinar a resistência ao cisalhamento não-drenado do solo, das 3 camadas. Diâmetro: 
65mm. 
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30 Prova de Carga sobre Placa 
A prova de carga sobre placa se constitui na realidade em ensaio em modelo reduzido 
de uma sapata. Ela nasceu antes das conceituações da Mecânica dos Solos, aplicada 
empiricamente na tentativa de obtenção de informações sobre o comportamento tensão-
deformação de um determinado solo de fundação. 
É oportuno que se saliente desde já que, por sua pequena dimensão, apenas o solo 
situado imediatamente abaixo da placa é solicitado durante uma prova de carga. Uma prova de 
carga superficial nos daria informações sobre a camada de areia de apoio das sapatas, nada 
dizendo sobre o comportamento do edifício que aplicará tensões que alcançarão a camada 
compressível profunda. 
 
Execução 
A execução de uma prova de carga é regulamenta pela NBR-6489 (Prova de carga direta 
sobre terreno de fundação). Uma placa de aço rígida de 80cm de diâmetro é carregada em 
estágios por um macaco hidráulico reagindo contra uma cargueira. Um estágio de carga 
somente é aplicável após terem praticamente cessado os recalques do estágio anterior. As 
cargas são aplicadas até a ruptura do solo e, caso isto não aconteça, até que se atinja o dobro 
da tensão admissível presumida para o 
solo, ou um recalque julgado excessivo. A 
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“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” – Albert Einstein. 
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curva pressão x recalque é obtida ligando-se os pontos estabilizados (linha pontilhada). 
 
Resultados de uma prova de carga 
A ordem de grandeza de tensão admissível do solo, com base no resultado de uma prova de 
carga (desprezando-se o efeito de tamanho da sapata), e obtida da seguinte maneira: 
Solos com predominância de ruptura geral: 
𝜎𝑎𝑑𝑚 =
𝜎𝑟
2
 
Onde: 
σadm = tensão admissível 
σr = tensão de ruptura 
 
Solos com predominância de ruptura local: 
 
Em que 𝜎25 é a tensão correspondente a um recalque de 25mm (ruptura convencional) 𝜎10 é 
a tensão correspondente a um recalque de 10 mm (limitação de recalque). 
É importante, antes de se realizar uma prova de carga, conhecer o perfil geotécnico do solo para 
evitar interpretações erradas. Assim, se no subsolo existirem camadas compressíveis em 
profundidades que não sejam solicitadas pelas tensões aplicadas pela fundação, a prova de 
carga não terá qualquer valor para se estimar a tensão admissível da fundação da estrutura, 
visto que o bulbo de pressões desta é algumas vezes maior do que o da placa. 
Ensaio Pressiométrico 
 O módulo de deformabilidade do solo (módulo cisalhante G ou módulo de Young 
E) é o parâmetro de maior interesse geotécnico quando da realização de ensaios 
pressiométricos, já que são reconhecidas as dificuldades em determiná-lo através de 
outros ensaios de campo e laboratório. 
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O módulo pressiométrico (Em) é 
obtido a partir da declividade do 
tramo pseudo-elástico da curva 
pressiométrica corrigida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia 
 GODOY, Nelson S., Investigação do subsolo para fundações, USP-EESC 1971. 
 GANDOLFI, Nilson et al. Geologia para Engenheiros Civis. Publicação 048/92 EESC-USP 
 VELLOSO, Dirceu A.; LOPES, Francisco. Fundações volumes I e II. Editora Oficina de 
Textos, 2004. 
 HACHICH, Waldemar. Et al. Fundações: Teoria e Prática, São Paulo, PINI, 1996.

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