Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TDAH-TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE Jaqueline Pereira Chaves; Julia de Souza Quint; Maria Fernanda Prim; Mirian Aparecida Horstmann; Thainá da Rosa; Thainá Moreira; Profª Patrícia Simas Pinheiro Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Licenciatura em Pedagogia (PED1529) – Seminário Interdisciplinar I 12/04/2016 RESUMO A presente pesquisa tem como objetivo abordar e esclarecer o TDAH-Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade que, de acordo com a Associação Brasileira de Deficit de Atenção (ABDA), nos últimos anos, o índice de diagnóstico disparou, atingindo aproximadamente 3 a 5% das crianças em idade escolar. A psicopedagogia acompanhada da medicina buscam por resultados e pesquisas adequadas visando diminuir os problemas causados pelo TDAH. Observando isto, através da análise e interpretação de dados, descreveremos de forma clara e objetiva o transtorno, as possíveis causas, os sintomas e tratamentos, além de apresentarmos as melhores formas de um professor lidar com esse problema no ambiente escolar. Palavras-chave: Distúrbio neurobiológico, Saúde mental, TDAH. 1 INTRODUÇÃO O transtorno de deficit de atenção e hiperatividade é um transtorno neurobiológico de origem genética, que tem como características a desatenção, impulsividade e inquietude, fazendo que a pessoa afetada tenha movimentos inadequados, difícil concentração e atenção, mudanças de humor e afetivas, que acabam afetando a criança e o adolescente nos ambientes em que ele frequenta, mas que, com o tempo podem sofrer alterações variáveis. Infelizmente não existe uma cura definitiva, apenas uso de medicamento. A tipologia desta pesquisa é de cunho documental e realizada em bibliotecas e banco de dados digitais. O principal objetivo da análise é verificar e expor os principais conceitos, sintomas, causas e tratamentos, além das melhores formas de um professor lidar com esse problema no ambiente escolar. Inicialmente se abordará os conceitos do TDAH, na sequência as causas e os sintomas e por último, os tratamentos e as melhores formas de um professor lidar com esse problema no ambiente escolar, destacando que a aprendizagem faz parte da vida e do desenvolvimento de cada pessoa e que é muito importante que o profissional que for conviver com o individuo que possua esse transtorno, incorpore, em sua prática pedagógica, constantes reflexões e avaliações especiais sobre ações no cotidiano escolar, buscando sempre atitudes coerentes com seu papel de educador. 2 DEFINIÇÃO DO TRANSTORNO O TDAH está associado a uma disfunção em áreas do córtex cerebral, conhecida como Lobo Pré-frontal. De origem neurobiológica, este, aparece na infância, é mais frequente no sexo masculino do que no feminino. Conforme Nascimento, a população mais afetada pelo transtorno está em idade escolar, atrapalhando o desenvolvimento intelectual e a integração com os demais alunos. É importante lembrar que nem todas as crianças apresentam as mesmas características do transtorno. Deficit de Atenção: está relacionada apenas a concentração do individuo. Muitas vezes seu comportamento é apático. Suas principais características são: Dificuldade em concentrar-se em tarefas ou em jogos. Não presta atenção no que lhe é dito. Tem dificuldade de seguir regras e instruções. Geralmente não termina o que começa. É desorganizado com as tarefas e com os materiais. Perde coisas importantes. Distrai-se facilmente com coisas que não tem nada a ver com o que estava fazendo. Esquece compromissos e tarefas. Tem dificuldade em lembrar recados, mesmo os mais simples. Hiperatividade: esta relacionada com a falta de concentração e por intensa agitação física, sendo geralmente acompanhada por impulsividade exagerada. Suas principais características são: Ficar mexendo as mãos e/ou pés quando sentado. Não parar sentado por muito tempo. Pular, correr excessivamente em situações inadequadas. Apresentar uma sensação interna de inquietude. É bastante barulhento para jogar e divertir-se. É extremamente agitado sempre. Fala demais e muito depressa. Responde as perguntas antes de elas serem finalizadas. Sente grande dificuldade em esperar sua vez. Intromete-se em conversas e jogos dos outros. Distúrbio de ritmo na fala. (SILVEIRA, 2013, p.64) O TDAH compromete o controle da atenção, organização, planejamentos, motivação, atividade motora e outras funções executivas e emocionais ocorrendo várias dificuldades. Esse transtorno pode fazer parte da vida inteira do indivíduo, se não tratado corretamente podendo comprometer a sua vida escolar, profissional e afetiva, por esses motivos é de suma importância que o individuo busque imediatamente a ajuda de um profissional. Atividades que exigem concentração se tornam difíceis e complicadas para quem possui TDAH, pois o cérebro aumenta os níveis de ativação, justamente para conseguir suprir as necessidades do individuo e suas exigências. Em casos mais frequentes de TDAH, uma quantidade significativa do córtex frontal pulsa com menos frequência do que o esperado, exigindo maiores esforços mentais e maiores ativações. 3 3 CAUSAS Considerando-se que o TDAH é um transtorno que se manifesta de inúmeras formas e os sintomas se combinam nos mais variados graus de intensidade, é muito difícil mostrar causas precisas na influência e a importância relativa de cada fator no aparecimento do transtorno, havendo necessidade de mais pesquisas sobre o tema. Pode-se dividir as causas do TDAH em fatores neurobiológicos (que incluem genética e anormalidades cerebrais) e fatores ambientais. 3.1 FATORES GENÉTICOS De acordo com estudos, os parentes de pessoas com o transtorno são cinco vezes mais propensos a desenvolver a doença do que pessoas sem histórico familiar. A herdabilidade média do TDAH é estimada em 76%. É importante ressaltar que no TDAH, como na maioria dos transtornos do comportamento, em geral decorrentes de uma combinação de fatores, nunca se fala em determinação genética, mas sim em predisposição ou influência genética. 3.2 FATORES AMBIENTAIS Alguns fatores externos como o tabagismo e alcoolismo na gravidez, podem contribuir para o TDAH. Além disso, história de abuso infantil, negligência, múltiplos lares adotivos, exposição a neurotoxinas (chumbo), infecções (por exemplo: encefalite) também podem estar relacionadas a causas ambientais do TDAH. 4 SINTOMAS Existe uma gama de sintomas que caracterizam uma pessoa que possui TDAH. Para diagnosticar uma pessoa com TDAH, é necessário que ela apresente um padrão persistente de hiperatividade, impulsividade e desatenção. O que é hiperatividade? Hiperatividade é o aumento da atividade motora. A pessoa hiperativa é Inquieta, está quase constantemente em movimento. Quando se trata de criança, os professores descrevem que ela se levanta da carteira a todo instante, mexe com um ou com outro, fala muito. Parece que é elétrica, ou que está com um motorzinho ligado o tempo todo. Raramente consegue ficar sentada, mas se é obrigada a permanecer sentada, se revira o tempo todo, bate com os pés, mexe com as mãos, ou então acaba adormecendo. Dificilmente consegue se interessar por uma brincadeira em que tenha que ficar quieta, mas pelo contrário está sempre correndo, subindo em móveis, árvores, e frequentemente em locais perigosos. […] (SILVA; CABRAL, 2013, p. 4) O que é impulsividade? Impulsividade é a deficiência no controle dos impulsos, é “agir antes de pensar”. Podemos entender impulso como a resposta automática e imediata a um estímulo. Por exemplo, se vemos alguma coisa apetitosa, queremos comê-la; se estamos de dieta temos que controlar o impulso. Se alguém nos incomoda ou agride, nosso impulso é afastá-loou revidar, agredindo-o de volta; mas isto pode ser algo ruim para todos e deve ser controlado. [..] (SILVA; CABRAL, 2013, p. 6) Como se apresenta a desatenção: A falha da atenção pode aparecer de diversas formas. A pessoa não consegue manter a concentração por muito tempo, daí que, se começar a ler um livro, na metade da página não consegue lembrar o que acabou de ler. Até mesmo numa conversa é capaz de perder o fio da meada. A desatenção é responsável por erros tolos que o estudante comete em matérias que ele seguramente domina, mas que no momento da prova sua atenção caiu. […] (SILVA; CABRAL, 2013, p. 8) É preciso que existam evidências claras de que os sintomas interferem no funcionamento social, acadêmico ou profissional da pessoa. E os sintomas não devem ser mais explicados dentro de outro transtorno mental. 5 TRATAMENTO O tratamento começa com o aprendizado sobre o que o TDAH é e o que não é. O médico é quem está melhor equipado para dar informações precisas sobre o TDAH e é importante que o paciente tire todas as dúvidas que possa ter sobre a sua condição. Isto irá ajudá-lo para desenvolver um plano de tratamento com o seu médico, que melhor atende às suas necessidades individuais. O tratamento precoce de crianças e adolescentes com TDAH, é muito importante para que a vida dos mesmos seja mais saudável, produtiva e com mais qualidade. Por isso é imprescindível que os sintomas sejam logo identificados e tratados corretamente. 5.1 TERAPIA PSICOLÓGICA Em relação às intervenções psicoterápicas, a mais estudada e com maior evidência científica de eficácia para os sintomas do TDAH é a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), é muitas vezes parte de um plano que combina tratamentos diferentes. Essa terapia pode ajudar o paciente a encontrar uma estratégia para gerenciar melhor sua condição e comportamento, alterando a sua maneira de pensar e encontrando o foco e as ferramentas para terminar as tarefas e ser mais organizado e produtivo. Também pode ajudar, fornecendo estrutura e melhorando as habilidades interpessoais. 5 Nos casos mais complexos, com prejuízo funcional em várias áreas, inicia-se o tratamento pela psicoeducação familiar e suporte educacional. 5.2 TERAPIA MEDICAMENTOSA A medicina é uma ferramenta que pode ajudar a gerenciar o TDAH, como parte de um programa de tratamento com tudo incluído para reduzir os sintomas e melhorar o funcionamento do paciente em áreas importantes de sua vida. Os medicamentos de TDAH reduzem os sintomas de agitação, desatenção e impulsividade. A necessidade de uso de medicamento deve sempre ser decidida pelo médico. Existem vários medicamentos para o tratamento e eles devem ser escolhidos de acordo com as particularidades de cada caso: o medicamento que serve para um pode não servir para outro. Os medicamentos mais utilizados e recomendados como primeira opção em consensos de especialistas são os estimulantes, como o metilfenidato e a lisdexanfetamina. Outros medicamentos são a atomoxetina, a clonidina e os antidepressivos (nem todo antidepressivo é utilizado para o tratamento do TDAH). […] (SILVA; CABRAL, 2013, p. 24) Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para cada caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. 6 PRINCIPAIS OBSTÁCULOS ENFRENTADOS NO AMBIENTE ESCOLAR A escola e o educador têm papel fundamental no desenvolvimento do aluno com TDAH. Alunos agitados e desatentos sempre causam preocupação em sala de aula. Há vários componentes sociais que o levam agir assim, de modo não convencional. Por isso, escola e educadores precisam estar informados sobre esse transtorno e buscar um encaminhamento junto à família para essa questão. Não basta um diagnóstico, nem a escola propor a adequação de estratégias e métodos para que o aluno consiga aprender. É importante reunir para conversar com os profissionais que atendem a criança, a família e os educadores, para que seja encontrado o melhor caminho a seguir. 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao chegarmos ao final da nossa pesquisa referente ao Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), podemos identificar que o mesmo é neurobiológico, com sua principal causa hereditária e diagnosticado geralmente na infância, apresentando sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade. O TDAH é um distúrbio crônico que acompanha o indivíduo por toda sua vida, seu tratamento pode ser psicológico ou medicamentoso, sempre prescrito por um médico. 6 Para as pessoas que trabalham diretamente com o portador de TDAH, como família e a escola é de extrema importância manter contato frequente para organizarem as estratégias mais adequadas para incluir essa pessoa ao meio social. Podemos afirmar que o portador de TDAH, apesar das dificuldades encontradas no seu dia a dia, tem muito potencial para aprender a tirar o melhor proveito das suas características, dedicando se ao que lhe trará maior prazer, são pessoas especiais que enriquecem ainda mais o local onde se incluem. 8 REFERÊNCIAS ABDA, Associação Brasileira de Deficit de Atenção. Disponível em: http://www.tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-o-tdah.html. Acesso: 11/03/2016 as 22h16min. SILVA, Dra. Kátia Beatriz Corrêa e; CABRAL, Dr. Sérgio Bourbon. Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade: tdah. Edição revisada. Rio de Janeiro, RJ: [s.n.], 2013. SILVEIRA, Tatiana dos Santos da; NASCIMENTO, Luciana Monteiro do. Educação inclusiva – Aspectos Sociais. Indaial: UNIASSELVI, 2013. TDAH. Disponível em: http://www.tdahevoce.com.br/pais-e-cuidadores/sobre-o- tdah/sintomas.aspx. Acesso: 11/03/2016 as 21h02min. Jaqueline Pereira Chaves; Julia de Souza Quint; Maria Fernanda Prim; Mirian Aparecida Horstmann; Thainá da Rosa; Thainá Moreira; RESUMO 1 INTRODUÇÃO 2 DEFINIÇÃO DO TRANSTORNO
Compartilhar