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Processo do Trabalho - Parte I.docx

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PROCESSO DO TRABALHO
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DO TRABALHO
É da essência do homem o trabalho, sendo que a origem deste se confunde com a própria origem do ser humano. A história do trabalho tem início, destarte, no momento em que homem vai à busca dos meios para satisfazer suas necessidades e continuar sobrevivendo. Enfim, para viver e se desenvolver, o homem foi obrigado a trabalhar de forma produtiva, empregando seu esforço com a finalidade imediata da obtenção de meios materiais, de bens econômicos, necessários à sua subsistência. 
ESCRAVIDÃO
O trabalho escravo tinha, como características fundamentais, a realização de forma forçada e por conta alheia. Não há que se falar, desse modo, nessa época, em um sistema de normas protetoras do trabalho humano. O trabalhador era tratado como simples mercadoria, não sendo sujeito de qualquer direito. Era, em suma, uma coisa. Na Grécia antiga, o trabalho era reservado aos escravos, enquanto os políticos e filósofos se dedicavam à atividades intelectuais.
SERVIDÃO
O servilismo consiste em modelo típico do sistema feudal, onde o trabalhador, em troca de proteção militar e política prestada pelo senhor feudal, dono das terras, era obrigado a prestar serviços nas glebas de terras dos seus senhores, entregando-lhes parte da produção obtida como pagamento pela utilização das terras e a defesa oferecida. 
Contudo, não obstante não serem considerados “escravos”, os camponeses submetidos ao regime de servidão também não gozavam de ampla liberdade, visto estarem sujeitos às restrições impostas pelos senhores feudais. Tamanho era o poder de mando dos donos das terras que os servos podiam ser obrigados a ir para a guerra para defendê-los, bem como podiam ser cedidos a outros. Traduziu-se, destarte, em um sistema extremamente opressor imposto aos trabalhadores até se tornar quase uma forma de escravidão. Este sistema teve fim com a revolução Francesa.
SOCIEDADE INDUSTRIAL
Surgida no final do século XVIII, a Revolução Industrial tem seu marco inicial com o aparecimento da máquina de fiar, o tear mecânico, assim como a máquina a vapor, e acarretou a total reformulação dos métodos de trabalho até então aplicados, bem como o relacionamento entre patrões e empregados. Provocou, ainda, o deslocamento da mão de obra trabalhadora da zona rural para os perímetros urbanos. Grandes multidões de pessoas passaram a ocupar áreas periféricas das cidades. As famílias possuíam grande número de filhos – prole, donde originou-se a expressão proletariado. As transformações provocadas pela invenção das máquinas e sua utilização pelas indústrias proporcionaram a multiplicação da força de trabalho dos operários, tendo como consequência a drástica redução da mão de obra utilizada. E, em razão disso, muitos perdem seus postos de trabalho, somando-se ao exército de outros homens já desempregados e que não conseguiam encontrar lavor. 
Em face da grande oferta de mão de obra ociosa, constata-se o incremento da prática de abusos pelos patrões, que se torna uma constante e obriga os operários a trabalharem em jornadas cada vez maiores, recebendo salários cada vez menores, em total afronta à dignidade do trabalhador. Era plena a liberdade dos patrões em estipular a jornada diária de trabalho a que cada operário era obrigado a cumprir. O desejo de lucros exagerados dos empresários levou muitos operários a uma vida miserável nas fábricas. Havia, ainda, ao abuso do trabalho do menor, onde as jornadas de trabalho de 14 e 16 horas, em ritmo continuado, eram aplicadas a crianças de até oito e nove anos, em oficinas ou em minas, e, ainda, de idades inferiores, na indústria têxtil. A revolução industrial embora tenha trazido avanços no sistema de produção e ganho de produtividade, não trouxe ganhos para os empregados que continuaram sendo oprimidos.
As duas grandes guerras mundiais, trouxeram também reflexos diretos para o Direito do Trabalho, isto porque exigiu grande número de soldados nas frentes de batalha, exigindo que a mão de obra masculina fosse substituída pelo trabalho das mulheres e crianças. Ao término da guerra o grande número de mortos e inválidos pelos combates exigiu a permanência das mulheres e crianças nas fábricas. A carnificina e o horror da 2o guerra mundial trouxe uma visão mais humanista para as constituições que até então tinham como escopo principal a proteção do patrimônio. Aliado a isso, as ideias pregadas pela pela encíclica Rerum Novarum, do Papa Leão XIII, já se faziam presentes na sociedade Nela pregava-se o salário justo, a preservação da dignidade da pessoa humana, o trabalho digno.
 Apesar de as primeiras leis de proteção surgidas na Europa não se traduzirem em grandes conquistas, sendo que os problemas atinentes à saúde dos trabalhadores foram esquecidos, têm-se os limites iniciais do direito do trabalho. As mesmas consistiam, basicamente, no combate à exploração da mão – de - obra de crianças e mulheres, regulando a idade mínima, além da duração diária de trabalho.
No Brasil, o trabalho passou pelo escravismo que ao final que substituído pela mão de obra dos imigrantes. Entre 1884 a 1920 desembarcaram no pais cerca de 3 milhões de estrangeiros, em sua maioria italianos, que tem como destino as fazendas de café. A vinda dos imigrantes trouxe consigo não só as modernas técnicas de produção da Europa, como também os ideais daquele continente. Começam a surgir então as organizações de trabalhadores até que em 1903, o Decreto n. 979 torna facultativo, exclusivamente, aos profissionais da agricultura e da industria rural a organização por meio de sindicatos. Os sindicatos urbanos seriam legalizados em 1907. As principais reivindicações dos trabalhadores envolviam questões salariais e melhoria nas condições de trabalho.
Em 24 de janeiro de 1923, foi editada a Lei 4682, conhecida como Elói Chaves que criava a Caixa de aposentadoria e pensão dos Ferroviários e instituía a estabilidade no emprego para todos os empregados com mais de 10 (dez) anos de serviço que somente poderiam ser dispensados por falta grave constatada em inquérito administrativo.
Em 30 de abril de 1923 o Decreto Lei n. 16027, Criou no âmbito do Ministério da Agricultura, Indústria e Comercio uma estrutura administrativa que deveria atuar como “órgão consultivo dos poderes públicos em assumptos referentes à organização do trabalho e previdência social”. Era o nascimento do Conselho Nacional do Trabalho (CNT) que posteriormente foi transformado em Tribunal Superior do Trabalho.
 As constituições de 1937 e 1939 trazem a expressão “Justiça do Trabalho” que, efetivamente, somente foi instalada em 1o de maio de 1941. Porém, a Justiça do Trabalho ainda continuava pertencendo à Estrutura do Ministério do Trabalho. Mas o reconhecimento da Justiça do Trabalho como órgão do Poder Judiciário somente com a Promulgação da Constituição de 1946. 
Inicialmente, a Justiça do Trabalho era composta por um juiz togado (concursado) e dois juízes classistas (um representante dos empregadores e outro dos empregados), estrutura esta que mantinha o sistema paritário que abolido pela Emenda constitucional n. 24, de 1999, que extinguiu a representação classista e converteu as antigas Juntas de Conciliação e Julgamento em Varas do Trabalho. Por fim, a Emenda Constitucional n. 45 de 2004 trouxe sensíveis alterações à competência da Justiça do Trabalho, ampliando-a.
Conceito – O processo do Trabalho é um conjunto de princípios, regras e instituições destinados a regular a atividade dos órgãos jurisdicionais na soluções de dissídios individuais ou coletivos entre trabalhadores e empregadores (Sérgio Pinto Martins – in Direito Processual do Trabalho, Ed. Atlas, 19 ed., S. Paulo, 2003, pág.46).
Características do Proc. do Trabalho: O processo do Trabalho, como como ciência processual autônoma, tem peculiaridades que o distinguem, tais como: órgãos próprios de jurisdição, função precipuamente conciliadora, legislação própria (CLT) e poder normativo dos tribunaisnos dissídios coletivos, cujas decisões criam normas que serão aplicáveis no âmbito da categoria; ações de cumprimento; admissibilidade do jus postulandi.
Relação com outros ramos do direito: Direito Constitucional (art. 111 a 116), Direito do Trabalho -CLT, Direito Processual – CLT (art. 769 e 889); Direito Administrativo; Direito Penal (crimes contra a organização do trabalho)
Princípios que regem o Processo do Trabalho: Para uma melhor compreensão do princípios que regem o processo do trabalho é necessário se ter em mente as peculiaridades deste ramo processual, tais como: a função normativa, a possibilidade de ações plúrimas e de cumprimento; a concentração dos atos processuais, a necessidade das tentativas conciliatórias sob pena de nulidade, informalidade, a isenção de custas aos empregados que comprovem o estado de miserabilidade; execução de ofício e o “jus postulandi”. 
			Além dos princípios inerentes ao Processo Civil (devido processual legal, publicidade dos atos processuais, motivação das decisões, celeridade, duplo grau de jurisdição), possui o Processo do Trabalho, princípios próprios que o norteiam.
			O novo Estatuto Processual Civil, dá ênfase aos princípios consagrando-os expressamente nos artigos:
Artigo 2o - Princípio da demanda - A instauração de qualquer lide depende da provocação da parte, salvo as exceções expressamente previstas em Lei.
Artigo 3o – O princípio do acesso à Justiça - (ver ainda o artigo 319 do NCPC – parágrafo 3o).
Artigo 4o - Princípio da Tempestividade da tutela jurisdicional - 
Artigo 6o – Princípio da cooperação ou colaboração – está arrimado no princípio da solidariedade (CF, art. 3o I, da CF/88).
Artigo 7o, - Princípio da Igualdade Processual.
Artigos 5o e 79 a 81 – Princípio da probidade processual.
Artigo 141 – Princípio da Inalterabilidade da Demanda.
Artigo 283 – Princípio da Instrumentalidade das formas
Artigo 337 – Da eventualidade; artigo 342 da impugnação especificada; art. 375 e 378 – busca da verdade real e livre convencimento do juiz; artigos 63, parágrafo 4o, 104, 209 parágrafo 2o, 278, 293, 507 e 1009 – da preclusão.
Princípios de Processo do Trabalho.
a) Proteção: visa compensar a inferioridade econômica do empregado, concedendo-lhe a superioridade jurídica – exemplos: inexigibilidade de comprovação previa de recolhimento das custas e estas somente serão pagas, pelo empregado, ao final (art. 789, parágrafo 1o da CLT) e desde que tenha sucumbido em todos os pedidos e não tenha direito à assistência judiciária; arquivamento com possibilidade de nova propositura (art. 844 da CLT); execução “ex oficio” (art. 878 da CLT); propositura da ação no local da prestação dos serviços (art. 651 da CLT).
b) oralidade – No processo do trabalho, atos processuais também poderão ser praticados verbalmente - (CLT art. 847 e 850);
c) concentração: O processo do trabalho foi estruturado para que a busca da solução do litígio se desse numa única audiência (conciliação e julgamento) com obrigatoriedade de apresentação de todas as provas nessa ocasião, só havendo desdobramento da audiência se não for possível conciliar ou julgar no mesmo dia (CLT, art. 849).
d) Conciliação: Ante a natureza salarial das verbas trabalhistas e a busca pela celeridade e dada prioridade para as composições judiciais (CLT, art. 846 e 850). Deverão, obrigatoriamente, os Juízes do trabalho, propor a conciliação em pelo menos duas oportunidades, sob pena de nulidade.
e) Indisponibilidade de direitos: não se admitem acordos judiciais lesivos ao empregado (CLT, art. 9o).
APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DE PROCESSO CIVIL AO PROCESSO DO TRABALHO.
			Seguindo-se as prescrições contidas nos artigos artigos 15 do NCPC e 769 da CLT as regras processuais civis, inclusive os princípios, só serão aplicáveis ao processo do trabalho de forma SUPLETIVA e subsidiária. Por SUPLETIVO entende-se: que completa ou serve de complemento e por SUBSIDIÁRIO: que auxilia, que ajuda. Neste contexto, ao processo do trabalho poderão ser aplicadas normas em caso de omissão na CLT e ainda assim quando houver compatibilidade com os princípios do processo trabalhista.
FORMAS DE COMPOSIÇÃO DE CONFLITOS TRABALHISTAS.
a) Autodefesa – Quando as próprias partes, sem intervenção de terceiros, procedem à defesa de seus interesses (Dir. Penal – legítima defesa e no Direito do Trabalho – greve e o lock-out). Não é permitido o exercício arbitrário das próprias razões. Aqui, praticamente, não há uma composição e sim a defesa unilateral dos interesses de cada uma das partes.
b) Autocomposição – Neste sistema as partes, de fato, se compõem, também sem a intervenção de terceiros – Exemplos: acordos e normas coletivas.
c) Heterocomposição – A solução ao conflito é determinada por um terceiro (mediação, arbitragem, comissões de conciliação prévia – CLT artigos 625-A a 625-H da CLT).
		A mediação ocorre quando um terceiro chamado pelas partes, estimulando a conciliação e propondo a solução ao conflito, podendo ser mediador qualquer pessoa. Porém, não possui o mediador qualquer poder de coação ou coerção sobre as partes e não toma decisão ou medida, apenas serve de intermediário. A lei n. 10.101/2000 que regula a participação nos lucros em seu artigo 4o, permite a atuação do mediador (inciso I) e também do árbitro (inciso II).
		A arbitragem - consiste na solução de litígios por intermédio de um árbitro escolhido e estranho à partes, impondo a solução. Sua decisão denomina-se sentença arbitral. Distingue-se a arbitragem da mediação, porque nesta o mediador não tem poder de decisão. Há discussão sobre a aplicabilidade ou não da arbitragem no âmbito trabalhista em razão da menção a direito patrimoniais disponíveis, entendendo alguns autores que os direitos trabalhistas seriam indisponíveis face a natureza salarial de que se revestem. Porém, o E. TST tem admitido como válidos os acordos formulados nos juízos arbitrais, em dissídios coletivos, porém, afastando a possibilidade no Direito Individual.
RECURSO DE REVISTA. ARBITRAGEM. INAPLICABILIDADE AO DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO. 1. Não há dúvidas, diante da expressa dicção constitucional (CF, art. 114, §§ 1º e 2º), de que a arbitragem é aplicável na esfera do Direito Coletivo do Trabalho. O instituto encontra, nesse universo, a atuação das partes em conflito valorizada pelo agregamento sindical. 2. Na esfera do Direito Individual do Trabalho, contudo, outro será o ambiente: aqui, os partícipes da relação de emprego, empregados e empregadores, em regra, não dispõem de igual poder para a manifestação da própria vontade, exsurgindo a hipossuficiência do trabalhador (bastante destacada quando se divisam em conjunção a globalização e tempo de crise). 3. Esta constatação medra já nos esboços do que viria a ser o Direito do Trabalho e deu gestação aos princípios que orientam o ramo jurídico. O soerguer de desigualdade favorável ao trabalhador compõe a essência dos princípios protetivo e da irrenunciabilidade, aqui se inserindo a indisponibilidade que gravará a maioria dos direitos – inscritos, quase sempre, em normas de ordem pública - que amparam a classe trabalhadora. 4. A Lei nº 9.307/96 garante a arbitragem como veículo para se dirimir “litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis” (art. 1º). A essência do instituto está adstrita à composição que envolva direitos patrimoniais disponíveis, já aí se inserindo óbice ao seu manejo no Direito Individual do Trabalho (cabendo rememorar-se que a Constituição Federal a ele reservou apenas o espaço do Direito Coletivo do Trabalho). 5. A desigualdade que se insere na etiologia das relações de trabalho subordinado, reguladas pela CLT, condena até mesmo a possibilidade de livre eleição da arbitragem (e, depois, de árbitro), como forma de composição dos litígios trabalhistas, em confronto com o acesso ao Judiciário Trabalhista, garantido pelo art. 5º, XXXV, do Texto Maior. 6. A vocação protetiva que dá suporte às normas trabalhistas e ao processo que as instrumentaliza, a imanenteindisponibilidade desses direitos e a garantia constitucional de acesso a ramo judiciário especializado erigem sólido anteparo à utilização da arbitragem no Direito Individual do Trabalho. Recurso de revista conhecido e provido.( TST-RR-795/2006-028-05-00.8 – Rel. Min. Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira- 3a turma)
			O novo Código de Processo Civil, em seu artigo 3o, parágrafo 3o, estabeleceu expressamente a possibilidade de solução dos conflitos pela conciliação, mediação e outros métodos. 
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
Introdução: Quando da criação da Justiça do Trabalho, sua composição, copiando o direito Italiano, era paritária, composta por um juiz togado (concursado) e dois classistas, representando as categorias dos empregados e empregadores, situação esta alterada a partir da edição da Emenda Constitucional n. 24/99.
Alguns aspectos da Justiça do Trabalho:
a) dá efetividade ao Direito do Trabalho;
b) não há divisão em entrâncias – entrâncias são divisões judiciárias, em razão do maior número de processos por comarca;
 c) não existem varas especializadas e os tribunais são criados por região e não por Estado.
VARAS DO TRABALHO.
Denominação adotada a partir da Emenda 24/99 que, ao extinguir a representação classista, também pôs fim às Juntas de Conciliação e Julgamento.
Critérios para criação de varas:
a) localidade com mais de 24.000 empregados e desde que ajuizadas 240 reclamações anuais;
b) nos locais onde já existam varas só serão criadas outras quando o número de processos por ano for de 1500 nas existentes.
c) a jurisdição de uma vara é estendida aos Município próximos num raio máximo de 100 quilômetros da sede, desde que existam meios de acesso e de comunicação regulares.
			Os juízes ingressam, por concurso, como substitutos e são promovidos por antiguidade e merecimento, alternadamente (art. 654 da CLT).
Prerrogativas do Juiz: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimento (art. 95 CF/88). 
			Os juízes não poderão: exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; dedicar-se à atividade politica partidária; receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação nos processos ou auxílios e contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastaram, antes de decorridos três anos do afastamento por aposentadoria ou exoneração.
TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO.
			Divididos por regiões, atualmente totalizam 24. As vagas de juízes são preenchidas por juízes de carreira (promoção por merecimento ou antiguidade), advogados e membros do Ministério Público. Os TRTs são composto por no mínimo 7 Desembargadores do Trabalho. O Tribunal Regional do Trabalho da 15a Região, ao qual pertencem as varas de Bauru e Região é composto por 55 desembargadores.
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
			O TST (Tribunal Superior do Trabalho) é órgão de cúpula da Justiça do Trabalho (art. 111, inciso I, da CF/88), com jurisdição em todo território nacional e tem como obejtivo a uniformização da jurisprudência trabalhista brasileira. Por força da Emenda Constitucional n. 45/2004 é composto de 27 ministros (dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos), nomeados pelo Presidente da República, dentre eles juízes de carreira, advogados e membros do ministério público. A atuação do Tribunal se dá por seus órgãos: Tribunal Pleno, Orgão especial, seções especializadas (em dissídios coletivos e individuais) e oito turmas, cada uma delas composta por três ministros.
ORGÃOS AUXILIARES DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
Secretarias – Na Justiça do trabalho, diferentemente da justiça comum ( que adota cartório), utiliza-se a expressão secretaria que é composta por serventuários e um Diretor.
Oficiais de Justiça – Na Justiça do Trabalho são denominados oficiais de justiça avaliadores, pois além de procederem as diligências inerentes ao cargo (citação, intimação e penhora de bens) ainda fazem a avaliação dos bens constritados.
Distribuidor: Onde houver mais de uma vara, funcionará o distribuidor que tem como função precípua a distribuição equitativa dos processos entrados.
Contadoria: órgão incumbido da elaboração de cálculos.
DISSÍDIOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS.
			 Uma das peculiaridades do Processo do Trabalho é a existência dos dissídios coletivos. Enquanto os dissídios individuais versam, exclusivamente, sobre interesses ou direitos pessoais do trabalhador, o dissídio coletivo tem como traço marcante a defesa dos interesses da categoria.
			Os dissídios individuais, podem ser: simples ou plúrimos. Simples - quando houver apenas um litigante e plúrimos quando litigarem dois ou mais trabalhadores (litisconsórcio ativo – art. 842 da CLT). Nestes o que se verifica é uma simples “soma material de indivíduos. São vários interesses concretos, individuais, embora coincidentes que estão em jogo no mesmo processo.
			As reclamações plúrimas, devem observar os requisitos elencados no artigo 842 da CLT: identidade de matérias e empregados de uma mesma empresa ou estabelecimento. O juiz poderá limitar o litisconsórcio quanto ao número de litigantes quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa. Porém, há necessidade de pedido expresso da parte (art. 113 da /2015 – parágrafos 1o e 2o ).
 
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA.
Jurisdição: “Dizer o direito” - É o poder de julgar do Estado. Supõe provocação pela parte e imparcialidade do Juiz. “Jurisdição é, ao mesmo tempo, poder, função e atividade. Como poder, é manifestação do poder estatal, conceituado como capacidade de decidir imperativamente e impor decisões. Como função, expressa o encargo que tem os órgãos estatais de promover a pacificação de conflitos interindividuais, mediante a realização do direito justo e através do processo. E como atividade ela é o complexo de atos do juiz no processo, exercendo o poder e cumprindo a função que a lei lhe comete” (Antônio Carlos de Araújo Cintra, Ada Pelegrini Grinover e Cândido Rangel Dinamarco, in “Teoria Geral do Processo”, Malheiros Editores, pág. 129).(grifos no original)
Espécies de Jurisdição: Contenciosa - quando houver interesses conflitantes e julgamento pelo Estado cuja decisão substitui a vontade das partes – Voluntária: Aqui não há interesses conflitantes, apenas um negócio, tampouco atuação estatal substitutiva. Trata-se de atividade que consiste na administração pública de interesses privados, tipicamente administrativa, mesmo sendo exercida pelo Juiz. No processo do trabalho discute-se a possibilidade da jurisdição voluntária, havendo autores que a admitem nos casos das homologações de acordos extrajudiciais ( art. 515, III, do CPC/2015).
COMPETÊNCIA: No dizer de ATHOS GUSMÃO CARNEIRO, (in Jurisdição e Competência, 9a edição, ed. Saraiva, 1999, pág. 49) “Ante a multiplicidade e a variedade das demandas proponíveis em juízo, tornou-se necessário encontrar critérios a fim de que as causas sejam adequadamente distribuídas aos juízes, de conformidade não só com superior interesse de uma melhor aplicação da Justiça, como também, buscando na medida do possível atender ao interesse particular, à comodidade das partes litigantes. Todos os juízes exercem jurisdição, mas a exercem numa certa medida, dentro de certos limites. São, pois, “competentes” somente para processar e julgar determinadas causas. A “competência” assim, “é a medida da jurisdição”, ou ainda, é a jurisdição na medida em que pode e deve ser exercida pelo juiz”.
Competência: Absoluta e Relativa.
			A competência pode ser estabelecida visando atender, em especial, os interesses das partes - relativa, ou, primacialmente ao interesse público, para uma melhor administração da justiça – absoluta.
Características da competência absoluta:
1- Prevalência do interesse público – indisponibilidade.
2- Poderá ser declarada, deofício, pelo juiz;
3- Poderá ser invocada pelas partes a qualquer tempo, sendo que ao réu é imposta a obrigação de invocar a incompetência como matéria preliminar da defesa (art. 64 e 337, ambos, do CPC/2015).
4- Não admite a eleição de foro.
5- A incompetência absoluta tornará nulos todos os atos decisórios proferidos pelo juiz incompetente e a sentença poderá ser rescindida
6 – Não poderá ser alterada por vontade das partes (art. 62 do CPC/2015).
Características da Competência Relativa
1 -Prevalência do interesse particular dos litigantes.
2- Não poderá ser conhecida de ofício e se não houver questionamento pelo réu, em sede de preliminar de defesa ((art. 64 e 337, ambos, do CPC/2015) se prorrogará, tornando o juízo competente;
3- Poderá ser alterada por vontade das partes no caso das cláusulas contendo eleição de foro.
			São relativas as competências territoriais – em razão do lugar. Já a competência absoluta refere-se: à matéria, à pessoa e a competência funcional.
a) em razão da matéria– (art. 114 da CF/88) .
			
			Cuidando-se de órgão jurisdicional federal, a competência da Justiça do Trabalho deve constar expressamente da Constituição Federal que, em seu artigo 114, estabeleceu a matéria que será afeta a esta justiça especializada.
 
1) Relação de trabalho – Consigne-se que este inciso foi incluído pela Emenda Constitucional n. 45/2004 que pretendendo ampliar a competência da Justiça do Trabalho substituiu a expressão relação de emprego que até então era utilizada por relação de trabalho. A jurisprudência diverge quanto à relação de consumo que, no nosso entender, seria de competência da Justiça Comum, em consonância com a Súmula n. 363 do STJ. A Justiça do Trabalho ainda terá competência para conhecimento e julgamento das questões envolvendo servidores publicos celetistas, já que com relação aos estatutários, por força da decisão proferida na ADIN 3.395, a competência estabelecida neste inciso está suspensa pela liminar concedida pelo STF. Entes de Direito Público Externo, situados no território nacional (exemplo: embaixadas) também estão sujeitos à jurisdição trabalhista, ante o entendimento de que a contratação de trabalhadores, por ser ato de gestão, não estaria abrangida pela imunidade de jurisdição de que gozam tais entes e que estaria assegurada apenas para os atos de império. Esta regra de relativização da imunidade de jurisdição é aplicada apenas aos Estados estrangeiros. Organismos Internacionais permanecem, em regra, detentores da imunidade absoluta. Neste caso, fixou o TST (OJ 416 da SBDI-1) que: 
 
“IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. ORGANIZAÇÃO OU ORGANISMO INTERNACIONAL. As organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparados por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional”.
			Embora a imunidade de jurisdição, com relação ao Estado estrangeiro, possa ser relativizada, na fase de conhecimento, quando da execução da sentença não poderá haver constrição de bens do executado porque a imunidade de execução que o protege somente poderá ser afastada nos casos de renúncia do próprio Estado estrangeiro.
“RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ESTADO ESTRANGEIRO. CONSULADO GERAL DA ÍNDIA. IMUNIDADE RELATIVA DE JURISDIÇÃO E EXECUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE RECAIR PENHORA SOBRE BENS AFETOS À REPRESENTAÇÃO DIPLOMÁTICA. CONCESSÃO DA SEGURANÇA. Nos termos da jurisprudência do Excelso STF e desta Corte, é relativa a imunidade de jurisdição e execução do Estado entrangeiro, não sendo passíveis de consttrição judicial, contudo, os bens afetados à representação diplomática. Assim, deve ser parcialmente concedida a segurança, a fim de determinar que não recaia penhora sobre bens atrelados estritamente, à representação diplomática ou consular do impetrante. Precedentes. Recurso Ordinário em mandado de segurança conhecido e parcialmente provido” (RO-1258500-04.2008.5.02.0000, Rel. Ministro Alberto Bresciani de Fontam Pereira, SBDI-2, publicado no DEJT de 19.04.2011).
2) ações que envolvam direito de greve, salvo quando o movimento grevista for de servidores estatutários.
3) ações sobre representação sindical: Muito comum o ajuizamento de ações onde se questiona a representação de determinada categoria, a base territorial ou até mesmo a validade ou não da criação de sindicatos, questões estas afetas à jurisdição trabalhista.	
4) mandados de segurança, habeas corpus e habeas-data, quando o ato questionado envolva matéria sujeita à sua jurisdição;
5) conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista; 
6) ações de indenização por danos morais ou patrimoniais, decorrentes da relação de emprego, mesmo que a causa de pedir envolva questões pré e pós contratuais. 
7) ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização. Pode-se citar como exemplo ações de anulação de penalidades administrativas (multas) aplicadas pela Delegacia Regional do Trabalho por eventual descumprimento de preceitos trabalhistas, constatados em fiscalizações por fiscais do trabalho.
8) execução de contribuições previdenciárias, salvo aquelas decorrentes da declaração de vínculo – Súmula 368 do TST.
9) contratos de empreitada (art. 652, III da CLT) – , nestes casos a discussão não se restringe a direitos trabalhistas mas, geralmente, ao não pagamento do valor avençado pelo empreitada. Consigne-se que, neste caso, somente as questões relacionadas às pequenas empreitadas (aquelas em que o prestador do serviço for o próprio empreiteiro ou no máximo quando este for auxiliado por um ajudante) é que serão de competência da justiça do Trabalho. Havendo interesse de grandes empreiteiros ou construtoras a competência será da Justiça Comum.
10) ações decorrentes de acidente de trabalho.
l1) Questões possessórias decorrentes do contrato (ex. Mostruário, imóvel ocupado pelo empregado, interditos proibitórios).
Obs. – Estão em estudo propostas para o reconhecimento da competência trabalhistas para conhecer e julgar questões penais relacionadas ao trabalho (trabalho escravo e falso testemunho cometido em ações trabalhistas); jurisdição voluntária para autorização de trabalho para menores (discussão doutrinária), e cobrança de indenizações pagas pelo INSS a segurados decorrentes de acidentes causados por culpa ou dolo do empregador (a cobrança é direcionada à empresa para ressarcimento do erário) 
b) – Em razão da pessoa.
1) Celetistas em geral (trabalhadores urbanos, rurais, domésticos, temporários regidos pela Lei 6019/74, trabalhadores avulsos – art. 114 CF/888 e 652 da CLT). Também terá competência a Justiça do Trabalho para processar e julgar ações propostas por servidores públicos contratados pelo regime celetista.
2) empregados de empresas públicas, sociedades de economia mista que explorem atividade econômica.
Obs. – Trabalhadores contratados por tempo determinado par atender necessidade temporária de excepcional interesse público (previsão contida no art. 37, IX da CF), deverão propor ações na Justiça comum Estadual/Federal.
c) Em razão do lugar.
			De acordo com a prescrição contida no caput do artigo 651 da CLT, regra geral a competência em razão do lugar se estabelece pelo local da prestação dos serviços (porque este é o melhor lugar para o empregado produzir as provas necessárias e geralmente coincide com o da residência do trabalhador). Porém, se houver trabalho em vários locais, como no caso da transferência, competente será o último local de trabalho e se houver prestação de serviços ao mesmo tempo em várias comarcas, todas elas serão competentes, salvo na hipótese do vendedor viajante.
Exceções –
a) viajante - art. 651, parágrafo primeiro da CLT – No caso de trabalhadorviajante que esteja subordinado à filial ou sucursal, competente será o juízo do local onde estiver localizado a filial/sucursal, caso contrário o do local da residência do trabalhador ou da localidade mais próxima.
b)empregados brasileiros trabalhando no exterior: a Lei material será do país da prestação de serviços (Súmula n. 207 do TST), embora a vara tenha competência para examinar a questão, sendo competente a vara onde estiver localizada a sede da empresa.
c) empresas que promovam atividades fora do lugar do contrato - Neste caso, poderá o empregado optar em propor a ação no local da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços, onde a prova lhe for mais fácil. Neste caso, deve-se entender que o empregador desenvolve suas atividades em locais incertos, transitórios ou eventuais – ex. Circos, companhias teatrais,
Obs. Cláusulas contratuais contidas em contrato de emprego, prevendo o “foro de eleição” não são admitidas no âmbito do Direito do Trabalho, por afrontarem o princípio da proteção. Assim, inaplicável ao Processo do Trabalho a previsão contida no artigo 63 do CPC/2015.
e) Funcional. A competência funcional é ditada considerando a conveniência da organização judiciária para a prestação jurisdicional, subdivide-se em: a) originária: fixando-se o órgão que conhecerá da causa em primeiro plano – via de regra, será das varas do trabalho, salvo as exceções legais (exemplo: dissídios coletivos e ações rescisórias); b) Recursal: estabelecendo-se o órgão competente para o conhecimento dos recursos. Os recursos interpostos contra decisões de primeira instância – VT, serão apreciados pelo Tribunais Regionais do Trabalho; c) executórias: competência fixada, em lei, para execução das decisões judiciais ou dos títulos extrajudiciais – artigos 877 e 877-A da CLT.
Obs - Há divergência quanto à aplicação da autorização contida no parágrafo único do artigo 516 do CPC/2015 que permite ao exequente optar pelo juízo da execução quando os bens penhoráveis estiverem localizados em outra comarca, ao Processo do Trabalho. No nosso entender tal disposição é aplicável por privilegiar a celeridade processual.
			A competência funcional também serve para solucionar conflitos entre órgãos jurisdicionais: Conflito positivo - ocorre quando dois ou mais juízes se dão por competentes para conhecer da mesma causa. Conflito negativo - ocorre quando dois ou mais juízes se dão por incompetentes para apreciar o feito.
			A solução dos conflitos de competência se dará por órgão hierarquicamente superior aos juízos em conflito, cabendo, em matéria trabalhista, ao:
STF – solucionar conflitos entre o STJ e TST, entre o STJ e TRTs e entre TST e TRTs.
STJ – solucionar conflito de competência entre TRTs e TRFs/Tjs, juízes do trabalho e juízes federais/estaduais(CF, artigo 105, I, “d”).
TST – solucionar conflito de competência entre TRTs ou entre juízes do trabalho, bem como entre estes e juízes de direito investidos de jurisdição trabalhista (Lei n. 7701/88, art. 3o, II, “b”).
COMPETÊNCIA EM DISSÍDIOS COLETIVOS.
			A solução dos dissídios coletivos e de competência do Tribunais Regionais do Trabalho se o dissídio estiver dentro da extensão de sua jurisdição. Se, porém, o dissídio atingir território de jurisdição de vários tribunais a competência será do TST. No caso do Estado de São Paulo que possui dois TRTs (2a e 15a região), dissídios que atinjam região de jurisdição de ambos, serão solucionados pelo TRT da 2a Região, por força da disposição contida na Lei 7520/86).
ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS.
Conceito de Ato Processual – Toda conduta dos sujeitos do processo que tenha por efeito, a criação, modificação ou extinção de situações jurídicas processuais (art. 200 do CPC/2015). Os atos processuais podem ser: a) dos órgãos judiciários (juiz e servidores); b) das partes; c) simples ou complexos.
			O novo Código de Processo Civil de 2015, adotou, no artigo 188, o princípio da instrumentalidade das formas quanto aos atos processuais, na medida em que a regra a ser observada é a de que os atos e termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, podendo ser realizados de outro modo e considerados válidos se atingirem a finalidade essencial. Tal objetivo também há no processo do trabalho que elegeu a simplicidade das formas e somente considerará as nulidades quando comprovado expresso prejuízo às partes (art. 794 da CLT).
			Segundo o art. 203 do CPC/2015, os pronunciamentos do Juiz podem ser: sentenças – onde o magistrado põe fim à fase cognitiva no processo, de ofício ou a requerimento das partes, com ou sem resolução do mérito (artigos 485 e 487 do CPC), ou extingue a execução; decisões interlocutórias – entendido como tal o pronunciamento de cunho decisório que não implique na extinção dos feitos e despachos – pronunciamentos sem conteúdo decisório, como nos casos de mero impulso processual. Os atos meramente ordinatórios, independem de despacho e podem ser praticados de ofício pelo servidor e revisto pelo juiz, se necessário (parágrafo 4o )
			No processo do trabalho, os atos dos servidores da justiça (auxiliares) estão descritos nos artigos 841 (notificação do reclamado); 883 (penhora que será realizada pelo oficial avaliador); 195, parágrafo 2o (perícia por perito judicial).
			Os atos das partes, subdividem-se em a) postulatórios - são aqueles onde se pretende dado provimento jurisdicional (denúncia, petição inicial, contestação, recurso); b) dispositivos: são aqueles caracterizados pela renúncia em proveito próprio (ex. Desistência da ação ou de recurso); c) instrutórios - destinados a convencer o juiz (ou seja, instruí-lo). Buscam convencer o juiz sobre o direito defendido.
			Dúvidas surgirão sobre a aplicação ou não âmbito trabalhista da autorização contida no artigo 190 do CPC/2015 que permite às partes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa. Podemos citar, por exemplo, a convenção das partes para não realização de audiência de conciliação, tendo em vista a impossibilidade de composição amigável, hipótese em que poderia ser determinada a entrega da defesa e designação da instrução com evidente ganho na celeridade processual. Contudo, tal estipulação esbarraria no entendimento do TST de obrigatoriedade de realização das tentativas conciliatórias sob pena de nulidade do processo. Na Instrução Normativa n. 39/2016 o E. TST, especificou dentre os dispositivos não aplicáveis ao Processo do Trabalho, o artigo 190 e parágrafo único do CPC/2015.
			Temos, ainda, os Atos processuais simples e complexos: simples são aqueles que se exaurem em uma só conduta (ex. Recurso, defesa e sentença) e complexos, são aqueles que se apresentam como um conjunto de vários atos, unidos pela contemporaneidade e finalidade comum – ex. Audiência de instrução.
Princípios que regem os atos processuais.
a) Publicidade: Segundo estabelece o artigo 770 da CLT “Os atos processuais, serão públicos, salvo quando o interesse social determinar o contrário e realizar-se-ão das 6h00 às 20h00. Pode-se citar como exceção ao presente princípio a prescrição contida no artigo 5o, LX, da CF/88 - “A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”.
b) Limite temporal. - À esteira do quanto disposto no artigo 770 da CLT, os atos processuais serão praticados, de segunda a sábado entre as 6h00 e 20h00 ( para as varas que adotem o PJE até as 24h00 – art. 3o., parágrafo único, da Lei 11.419/2006), e além deste horário quando o ato tiver início antes do limite temporal e cujo adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano – art. 212 do CPC/2015 ou ainda quando houve autorização judicial. Penhoras poderão ser realizadas em domingos e feriados mediante autorização do juiz do trabalho art. 770 da CLT. Para efeito de contagem de prazo processual, o sábado não serácomputado, pois não há expediente forense.
c) Forma: Os termos e atos processuais podem ser escritos a tinta, datilografados ou a carimbo (art. 771 da CLT), como por intermédio do computador. Além de especificações do artigo 771 da CLT, podemos dizer que o atos processuais podem ser feitos podem ser total ou parcialmente digitais (art. 193 CPC/2015), permitindo-se, ainda, a estenotipia, taquigrafia ou outro meio idôneo (art. 210 CPC/2015), porém, obrigatoriamente, todos deverão ser na língua portuguesa (art. 192 CPC/2015)
d) Documentação – Todos os atos processuais devem ser documentados e inseridos no processo, seguindo-se as estipulações contidas nos artigos 772 e 773 da CLT.
 
TERMO - é a redução a escrito de certos atos processuais praticados nos autos de um processo (ex. Termo de ato de audiência).
PRAZO PROCESSUAL - é o período em que o ato processual deve ser praticado. Os prazos podem ser: legais; estabelecidos em lei; judiciais: determinado pelo juiz; convencionais: as partes, conjuntamente, podem estipular o tempo para a prática do ato (ex. Pedido de suspensão para realização de acordo); peremptórios: são prazos fatais e improrrogáveis, não podendo ser alterado pelas partes – Artigo 182 do CPC/2015 – ex: prazo para recurso.( exceções – artigos 222 e 223 do CPC/2015); prorrogáveis: são aqueles não previstos em lei, podendo o juiz dilatá-los, até mesmo por vontade das partes – artigo 190 do CPC/2015.
			Durante as férias ou feriados não são praticados quaisquer atos processuais (art. 214 do CPC/2015), salvo nas hipóteses estabelecidas expressamente pelo CPC (parágrafo 2o do artigo 212, ou no caso de tutela de urgência - art. 214, II , ou ainda nos casos estabelecidos no artigo 215). Os atos que importarem em resposta do réu só começarão a correr no primeiro dia útil seguinte ao término do recesso, utilizando-se, por analogia, da regra prevista no artigo 173, parágrafo único do CPC. No recesso, segundo o entendimento contido na Súmula 262, II do TST, há a suspensão dos prazos processuais.
Contagem do Prazo - Os prazos contam-se com a exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento do prazo e são contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados em caso de força maior - art. 224 do CPC). A contagem dos prazos, no processo do trabalho, segue as regras dos artigos 774 a 776 da CLT. Sendo os prazos contínuos (art. 775 da CLT), havendo a possibilidade de interrupção (férias forenses) ou suspensão (recesso forense – S. 262 do TST).
			Se os prazos terminarem em sábados, domingos ou feriados serão prorrogados até o dia útil seguinte. Em caso de intimações feitas na sexta-feira, o prazo terá início na segunda-feira, salvo se não houver expediente, caso em que começará a correr no primeiro dia útil que se seguir – Súmula n. 1 do TST.
Obs – O artigo 219 do CPC que estabelece a contagem dos prazos em dias úteis não é aplicável ao Processo do Trabalho (Instrução Normativa n. 39/2016 o E. TST), ante a disposição contida no artigo 770 e seguintes da CLT.
Da comunicação dos atos processuais no processo do trabalho. No processo do trabalho, não há necessidade de que a intimação seja pessoal (art. 841 da CLT), bastando ser entregue no endereço indicado ou na caixa postal. Quando houver dúvida 	quanto à data da efetiva entrega da correspondência, aplicar-se-á o entendimento contido na Súmula n. 16 do TST, podendo o interessado provar que recebeu a comunicação postal em prazo superior a 48 horas, demonstrando a data real do recebimento da notificação e a partir desta correrá o prazo. Para locais onde não houver serviços postais, a notificação se fará por oficial de justiça. Nos casos de partes que estiverem, comprovadamente, em lugar incerto e não sabido a notificação se fará por edital (art. 841, parágrafo 1o da CLT). A intimação dos representantes do Ministério Público do Trabalho deverá ser pessoal e por oficial de justiça (art. 84, IV, da Lei Complementar n. 75/93). Para os locais onde já houver PJE as citações e intimações serão feitas por meio eletrônico, inclusive da Fazenda Pública.
NULIDADES NO PROCESSO DO TRABALHO (arts. 794 a 798 da CLT)
Conceito de nulidade: É a sanção determinada pela lei, que priva o ato jurídico de seus efeitos normais, em razão do descumprimento das formas mencionadas na norma jurídica.
Sistemas de nulidades: a) alemão - Dá ao juiz a faculdade de declarar a nulidade e suas condições; b) Francês: só admite a nulidade se houve efetivo prejuízo à parte que o denunciar.
			No Processo do Trabalho adotou-se os dois sistemas permitindo que o ato irregular que houvesse alcançado sua finalidade fosse aproveitado e também porque o juízo pronunciá-la deverá indicar a partir de qual momento o processo é nulo. Ademais, a nulidade no Processo do Trabalho só será declarada quando comprovado o efetivo prejuízo à parte.
			A nulidade pode ser absoluta – quando violadas normas de ordem pública e de interesse social ou relativa – aqui o prejudicado é diretamente a parte que, se não a invocar se convalidará, vez que não poderão ser conhecidas de ofício.
			Hoje, prevalece o sistema instrumental do processo, segundo o qual as formas funcionam como simples meios para se alcançar a finalidade do processo (art. 154 CPC).
Princípios que regem as nulidade no Processo do Trabalho.
a) do prejuízo – Estabelece o artigo 794 da CLT que a nulidade no processo do trabalho só será pronunciada quando comprovado o manifesto prejuízo às partes litigantes. Porém, não haverá nulidade se o juiz puder decidir o merito da questão em favor da parte a quem aproveite a declaração de nulidade (art. 282, parágrafo 2o do CPC/2015)
b) da legalidade: as nulidades dependerão do que estiver previsto em lei para que sejam observadas as formas previstas (art. 279 do CPC/2015) – ex. Intimação do Min. Público.
c) da instrumentalidade das formas ou finalidade: o ato processual deve se ater à observância das formas, porém, se de outro modo o ato atingir sua finalidade, haverá validade do ato praticado – artigo 277 do CPC/2015.
d) da economia processual – A não observância de forma legal anula apenas os atos que não possam ser aproveitados, desde que não resultem prejuízo à parte. ( artigo 281 do CPC/2015).
e) do interesse de agir: Não haverá nulidade se a parte prejudicada não arguir (art. 249, parágrafo 1o do CPC).
f) da lealdade processual – art. 14, II do CPC – as nulidades devem ser alegadas na 1a oportunidade (art. 278 do CPC/2015 e 796, B da CLT).
g) da causalidade – impõe que a nulidade de um ato do procedimento contaminará os posteriores com a consequência de dever-se anular todo o processo a partir do ato viciado. Porém, só ficam contaminados os atos posteriores que sejam dependentes do ato defeituoso e a nulidade declarada não atingirá outros atos que dela sejam independentes – artigo 281 do CPC/2015
h) da convalidação - os atos processuais supostamente viciados são susceptíveis de convalidação, se não impugnados na oportunidade devida (art. 278 CPC/2015). Devem ser considerados, tacitamente consentidos e, consequentemente, convalidadas todas as situações, posteriores por preclusão. 
PARTES, REPRESENTAÇÃO, PROCURADORES E TERCEIROS.
Denominação no Processo do Trabalho – Reclamante e Reclamado – expressões utilizadas em razão de no surgimento da Justiça do Trabalho, estava esta vinculada ao Poder Executivo. Não havia, naquela época, ação mas reclamação administrativa. Há autores que entendem que a expressão foi mantida em decorrência da necessidade de demonstrar a autonomia com relação do Processo Civil.
Capacidade:
a) jurídica - aptidão para gozar de direitos (Código. Civil).
b) Processual – é o poder de pleitear a tutela jurisdicional (de estar em juízo). Também conhecida como legitimação “ad processum”
Na justiça do Trabalho o menor de 16 anos é considerado incapaz. De 16 a 18 – relativamente incapaz e a partir dos 18 anos – absolutamente capaz.
Representação (artigos791 a 793 da CLT): É atribuída a alguém a qualidade para agir em nome de outrem, manifestando a vontade do representado, substituindo-o. O representante é distinto do titular – é um terceiro (art. 1634, V do C. Civil).
A representação pode ser:
a) legal: quando decorre de lei (Sindicato representa a categoria em juízo – art. 8O, III, da CF/88 e artigos 513 e 843 “caput”, ambos da CLT). As pessoas jurídicas serão representadas por quem os estatutos designarem, ou na ausência de designação pelos Diretores – art. 75, VIII do CPC. Este mesmo artigo (75 do CPC), estabelece as formas de representação em juízo, ativa ou passivamente, dentre eles:
 - O condomínio será representado pelo administrador ou síndico.
 - A massa falida pelo adminstrador judicial.
 - O ente público pelos procuradores designados. Obs. No âmbito do processo do trabalho, ao ente público é aplicável a cominação processual de revelia e confissão (art. 844 CLT e OJ 152 SBDI 1 TST).
- O espólio, pelo inventariante;
- a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil.
b) convencional: há a faculdade de a parte se fazer representar em juízo. No caso das pessoas jurídicas o preposto (representante) deverá, obrigatoriamente, ser empregado (Súmula n. 377 TST) e ter conhecimento dos fatos, sob pena de aplicação da confissão (art. 386 do CPC/2015). Em reclamatórias que versem sobre o trabalho doméstico, o empregador poderá ser representado por qualquer membro da família que tenha conhecimento dos fatos. Em todos os casos a carta de preposição deverá ser apresentada.
Representação por advogado – por meio de mandato ( que pode ser escrita – sem necessidade de firma reconhecida, ou tácita – quando o advogado comparece à audiência acompanhando o empregado (ou preposto) e conste da ata da audiência o seu comparecimento e sua condição de mandatário da parte).
“ Jus postulandi” - É o direito que a parte tem de, pessoalmente, e sem a assistência de advogado, estar em juízo, praticando todos os atos autorizados. Base legal – artigos 791 e 839, ambos da CLT.
O jus postulandi somente poderá ser exercido no âmbito da justiça do trabalho – Da vara até o TRT. Não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do TST - Súmula 425 do TST.
			Quando da Promulgação da CF/88, ante a disposição contida no artigo 133, criou-se um discussão sobre a revogação ou não do jus postulandi previsto no artigo 791 da CLT, prevalecendo o entendimento de que a previsão celetária não fora revogada por tratar-se de disposição específica que não se revoga por regra geral (art. 133 da CF/88).
Assistência Judiciária – Lei n. 1060/50 e Art 14 da Lei n. 5584/70 – Súmula n. 219, I, do TST e 329 do TST.
Sucessão Processual - Forma de substituição das partes no processo, tratado pelos artigos 108 a 112 do CPC/2015. Diferentemente da substituição processual (quando terceiros defendem interesses de outrem) na sucessão o sucessor defende interesse próprio. Exemplo – empregado falecido é sucedido pelo inventariante. A sucessão somente será permitida nas hipóteses legais.
Obs.- A sucessão trabalhista prevista nos artigos 10 e 448 da CLT poderá ser declarada a qualquer tempo, inclusive na execução, implicando na responsabilidade e inclusão, no polo passivo, de todos os sucessores.
Obs. Na Instrução Normativa n. 39/2016 o E. TST, especificou dentre os dispositivos aplicáveis ao Processo do Trabalho, o artigos 133 a 137 do CPC/2015 que tratam do incidente de desconsideração da personalidade jurídica.
Substituição Processual – Defesa, por terceiros e em nome próprio de direito alheio. É uma legitimação extraordinária autorizada pela lei. O substituto processual é parte - art. 18 do do CPC/2015.
No processo do trabalho é comum a substituição processual pelos entes sindicais que em juízo pleiteiam direitos inerentes ao trabalhador – Esta legitimação extraordinária é autorizada pelo artigo 8o, III da CF/88, tendo o STF entendido que a representação é ampla e irrestrita. A CLT também outorga tal autorização ao sindicato para reivindicar o pagamento dos adicionais insalubridade e periculosidade (art. 195, parágrafo 2o, ) podendo, ainda, ir a juízo para pugnar pelo pagamento de eventuais diferenças de FGTS (Lei 8036/90- art. 25).
Condições para a admissão da substituição – a) que haja lesão de direito individuais homogêneos – (são aqueles que estão intima e diretamente legados à esfera jurídica de pessoas identificáveis, de natureza divisível e decorrentes de uma realidade fática comum) b) que haja individualização, na exordial, dos empregados substituídos.
Obs. -Nestes casos, o sindicato não é obrigado a convocação e aprovação prévia em assembleia.
Os deveres das partes e procuradores. Estabelece, expressamente, o cpc/2015 que as partes devem agir de boa-fé (artigo 5o) e sempre de forma à cooperar com a solução do litígio e ainda quais são os deveres das partes e procuradores (artigo 77)
A INTERVENÇÃO DE TERCEIROS E O PROCESSO DO TRABALHO
			Consiste, a intervenção de terceiros, no ingresso de alguém em processo já existente entre outras partes, tendo em vista o interesse jurídico sobre o objeto do processo na qual intervém. Somente nos casos expressamente autorizados por lei é permita esta intervenção que pode ser: 
a) espontânea ou voluntária - quando o terceiro postula sua incorporação a um processo já existente (assistência).
b) provocada - quando o ingresso do terceiro é requerido pelas partes ou determinado pelo juízo (ex. Denunciação da lide, chamamento ao processo e nomeação à autoria).
c) inicial - quando se der na fase postulatória.
Obs. Não se admite a intervenção de terceiros, nos processos trabalhista de rito sumaríssimo, por aplicação subsidiária da disposição contida no artigo 10 da Lei 9099/95 (lei dos Juizados Especiais).
a) Assistência – (vide Súmula n. 82 do TST).
Artigos 119 a 124 do CPC
Intervenção voluntária de um terceiro no processo por possuir interesse jurídico em que a sentença venha a favorecer-lhe. Interesse jurídico é aquele que se configura quando o resultado da demanda pode de alguma forma atingir o terceiro
 
a) Assistente litisconsorcial - o interveniente visa auxiliar uma das partes na defesa direta de direito próprio frente ao adversário do assistido (art. 124 do CPC/2015).
b) Assistente Simples: nesta figura o assistente apenas auxilia uma das partes a obter sentença favorável, sem defender direito próprio (artigo 121 a 123 do do CPC/2015).
			A principal diferença entre as duas figuras é a de que o litisconsorcial poderá prosseguir na demanda mesmo que o assistido dela se retire. O assistente simples não poderá dar continuidade ao feito no caso de saída do assistido e nem transigir, desistir ou acordar em separado).
B -Denunciação da Lide. (Art. 125 do CPC/2015). Constitui-se modalidade de intervenção de terceiro em que se pretende incluir no processo uma nova ação subsidiária àquela originalmente instaurada, a ser analisada caso do denunciante venha a sucumbir na ação principal. Em regra, funda-se a figura no direito de regresso, pelo qual aquele que vier a sofre algum prejuízo, pode, posteriormente, recuperá-lo de terceiro que por alguma razão é seu garante. Na denunciação, portanto, inclui-se nova ação justaposta à primeira, as dela dependente para ser examinada caso o denunciante venha a sofrer prejuízo diante a da sentença judicial relativa à ação principal. No processo do trabalho a hipótese de denunciação permitida é aquela prevista no inciso II do artigo 125 do CPC/2015.
Factum Principis – Ocorre quando a administração pública impossibilita a execução do contrato, de forma definitiva ou temporária, por intermédio de lei ou ato administrativo – art. 486 da CLT. Neste caso há autores entendendo que será cabível a denunciação da lide ou até mesmo a .
c) Chamamentoao processo – Forma provocada e facultativa de intervenção em que o réu postula o chamamento dos coobrigados solidária ou subsidiariamente, para que arquem igualmente com os ônus da sucumbência. No âmbito do processo do trabalho somente é admitida a hipótese do inciso III, do artigo 130 do CPC/2015.
Formas de intervenção de terceiro prevista no antigo código de processo e que não figuram como tal no atual CPC/2015 – Nomeação à Autoria e Oposição.
Nomeação à autoria. Forma provocada de intervenção (previstas nos antigos artigos 62 a 69 da CPC/73) em que o réu não sendo o titular do direito contestado ou tendo agido sob ordens, pede que integre a lide o verdadeiro titular do direito ou mandante do ato praticado, passando o processo a correr em face do nomeado. No atual código de processo civil, esta possibilidade de substituição do réu está prevista nos artigos 338 e 339 facultando-se ao autor, quando o demandado, em contestação, arguir sua ilegitimidade de parte, proceder a substituição do sujeito passivo.
Quanto à OPOSIÇÃO, que no código revogado ( art. 56 do CPC/73) tratava-se de modalidade de intervenção de terceiro na qual o sujeito que entendia que nenhum dos primitivos sujeitos da relação processual tivesse razão quanto à demanda, poderia intervir para defender direito que lhe pertencesse, no atual codigo figura entre os procedimentos especiais - artigos 682 a 686 do CPC/2015. 
AÇÃO TRABALHISTA - Petição inicial e Contestação.
			No processo do trabalho, os dissídios individuais, podem ser: simples – quando houver apenas um reclamante, ou plúrimo quando houver dois ou mais autores.
			Os dissídios individuais serão processados pelo procedimento ordinário, sumaríssimo ( art. 852A – 852- I da CLT), alçada (feito em que o valor da causa não superem a 02 salários mínimos cuja sentença é irrecorrível), dissídio especial (inquérito artigos 494, 853 a 855, todos da CLT)
Petição inicial. 
			No Processo do Trabalho, considerando o jus postulandi, a inicial poderá ser escrita ou verbal (neste caso a reclamação é reduzida a termo, no cartório) e observará os requisitos elencados no artigo 840 da CLT. Supletivamente e subsidiariamente, aplicável a disposição contida no artigo 319 do CPC/2015). Portanto, deve conter a inicial:
a) endereçamento - 
b) a qualificação das partes;
c) breve exposição dos fatos, sem prescindir da fundamentação, tornando desnecessária a indicação dos dispositivos legais.
d) pedidos – é o bem da vida perseguido na ação
e) valor da causa – embora não conste do rol do artigo 840 da CLT, o valor da causa é essencial para delimitação do rito processual a ser seguido. Há também a obrigação de especificação dos valores quando a ação seguir o rito sumaríssimo. 
f) assinatura da petição inicial- artigo 840, parágrafo 1o da CLT.
Requisitos não exigidos na inicial trabalhista - 
a) requerimento de provas – Parte da doutrina entende desncessária a indicação das provas que pretende ser produzidas ante o princípio da concentração que vigora no processo do trabalhoe que impõe a produção de todas provas em audiência – artigos 787 e 845 da CLT.
b) requerimento do autor pela realização ou não de conciliação ou de mediação – desnecessária tal providência ante o princípio da conciliação que impõe, obrigatoriamente, as tentativas conciliatórias.
c) Requerimento de citação - Ante a previsão contida no artigo 841 da CLT onde restou estabelecido que a citação se fará automaticamente, prescindível o requerimento para citação.
			A petição inicial deverá conter duas vias (art. 787 da CLT). Uma delas será a vestibular do processo e a outra será utilizada para citação do reclamada. Se houver mais de um reclamado, cada um receberá uma via. No dissídio coletivo, a petição inicial deverá ter tantas vias quantos forem os suscitados (art. 858 da CLT).
			Discute-se, ainda, a impossibilidade de indeferimento da petição inicial da Justiça do Trabalho ante a característica de hipossuficiência do empregado. Nos caso de jus postulandi é admissível tal possibilidade. Contudo, nas ações propostas por advogados, em não contendo, a exordial, todos os requisitos elencados em lei, deverá o juiz mandar emendá-la sob pena de indeferimento.
Da contestação
			Constava do artigo 297 do revogado Código de Processo Civil (CPC/73), que as respostas do réu seriam:, contestação, exceção e reconvenção. A exceção era uma defesa, contra defeitos, irregularidades, ou vícios do processo, que impediam seu desenvolvimento normal, não se discutindo o mérito da questão. Também chamada de defesa contra o rito.
			As exceções poderiam ser: dilatórias: as que retardariam o exame do mérito – suspeição ou impedimento, ou Peremptórias - que colocam fim à demanda, sem análise da questões de mérito - coisa julgada, transação, prescrição e decadência.
			No processo do Trabalho as exceções de suspeição/impedimento (artigos 144 e 145 do CPC/2015) e incompetência relativa (art. 799 da CLT) suspendem o andamento do processo. Somente a exceção de incompetência relativa deve ser apresentada em peça apartada as demais podem ser invocadas como preliminares da defesa.
			A exceção de incompetência poderá ser: em razão da matéria, do lugar ou da pessoa. Quando se tratar de exceção em razão do lugar, o feito seguirá os ditames do artigo 800 da CLT, podendo ser concedido o prazo de 24 horas para manifestação, podendo, se necessário, ser feita a instrução da exceção, devendo a decisão ser proferida na hora ou na primeira audiência ou sessão que se seguir. Portanto, no Processo do Trabalho, a invocação de incompetência em razão do lugar será objeto de exceção, em peça apartada.
			O CPC/2015 trouxe inovação neste aspecto ao estabelecer que as exceções de incompetência (absoluta e relativa), serão apresentadas como matéria de preliminar da contestação – art. 337, II e 64, ambos do CPC/2015).
			Fica então a pergunta: A inovação contida no estatuto processual civil também se aplicaria ao Processo do Trabalho, tornando desnecessária a apresentação de exceção, em peça apertada, para arguição da incompetência em razão da matéria? No nosso entender não, ante a existência de previsão expressa na CLT. Contudo, nada obsta que a exceção de incompetência, figure como preliminar de defesa. 
Conceito de contestação: Juridicamente é o ato de impugnar as pretensões contidas na exordial. Momento da apresentação – Seguindo-se o princípio da concentração, estatuiu o artigo 846 da CLT que a contestação deve ser apresentada em audiência. Para as defesas orais, o prazo será de 20min. Nas varas que disporem de PJE, a defesa deverá ser apresentada antes da audiência.
			A contestação, segue, basicamente, dois princípios:
a) da Eventualidade: impõe ao réu o ônus de impugnar tanto a pretensão de mérito, como também a extinção da relação jurídica processual sem apreciação do mérito - defesa indireta (art. 336 do CPC/2015)
b) princípio da impugnação específica – artigo 341 do CPC/2015, consiste no ônus da parte de impugnar todas as questões contidas na exordial sob pena de considerar-se verdadeiros os fatos não impugnados. Tal, presunção, no entanto, por ser relativa, poderá ser elidida por outros elementos probatórios contidos nos autos. No processo do trabalho, não basta a simples impugnação à alegação de jornada extraordinária, incumbe ao réu a impugnação com indicação dos reais horários de trabalho do reclamante.
A Contestação poderá conter: Defesa indireta do processo: onde são discutidos pressupostos para o válido desenvolvimento do processo - preliminares do artigo 337 do CPC/2015); Defesa indireta do mérito - prescrição e decadência – há a extinção do processo com julgamento de mérito (art. 487,II, do CPC/2015) ou Defesa de mérito - Onde o réu, apresenta fatos e fundamentos jurídicos, impugnando todas as questões de mérito (art. 336 CPC/2015)
			Podem ser arguidas como preliminares, da contestação, no Processo do Trabalho:inexistência ou nulidade de citação.
Inépcia da exordial
litispendência.
Coisa julgada
conexão
carência de ação ( o CPC/2015 nos artigos 17 e 337, II, passou a adotar apenas a Legitimação e o interesse como matérias arguíveis em preliminar e eventual impossibilidade jurídica será objeto de apreciação no mérito.
			São matérias arguíveis como prejudiciais de mérito, na contestação:
		
a) prescrição (Súmula n. 153 do C. TST).
b) decadência.
c) compensação – forma indireta de extinção das obrigações no Direito Civil – requisitos: reciprocidade de dívidas, dívidas líquidas e certas; dívidas vencidas (excluindo-se as vincendas). No processo do trabalho a compensação só poderá ser arguida como matéria de defesa (art. 767 da CLT e Súmulas 18 e 48 do TST ).
d) Retenção – constitui direito de defesa do réu a retenção. Só pode ser alegada com a defesa (art. 767 da CLT).
Requisitos - ser o retentor credor; deter o credor legitimamente a coisa; haja relação de conexidade entre o crédito e a coisa retida; não existir nenhum impedimento legal ou convencimento para o seu exercício.
Reconvenção.
			Admitida no processo do trabalho (art. 769 CLT), desde que a matéria arguida seja atinente à relação de emprego. Porém, não é admitida no rito sumaríssimo por incompatibilidade de ritos.
Conceito: É a ação do reclamado contra o autor no mesmo processo. A reconvenção é uma ação e seu cabimento é admitido no processo do trabalho, desde que a matéria invocada esteja adstrita do contrato de emprego e o rito não seja sumaríssimo. Deverá ser suscitada na oportunidade da contestação. A ação e reconvenção serão decididas na mesma oportunidade. No antigo estatuto processual, a reconvenção era forma de resposta e deveria ser apresentada em peça apartda juntamente com a defesa. No CPC/2015 a reconvenção deverá ser apresentada, na contestação – art. 343.
			A compensação e a retenção poder ser alegadas como matéria de defesa até o limite do crédito postulado pelo reclamante.. A reconvenção é ação enquanto a compensação é o meio de defesa que só tem lugar quando o crédito do réu é líquido e provado.
AUDIÊNCIAS
			A palavra audiência, significa “audição”, atenção que se presta a quem fala; recepção dada à pessoa ou pessoas para tratar de determinado assunto.
			Como decorrência do princípio da concentração dos atos processuais e da oralidade, todos os atos mais importantes são praticados durante a audiência. Nela há a defesa oral do reclamado, a tentativa de conciliação, o saneamento do processo, e a produção das provas orais.
			Procedimento – As audiências, regra geral, são públicas (art. 813 da CLT), salvo quando houver interesse público, caso em que ocorrerá às portas fechadas (segredo de justiça). As audiências serão realizadas das 8h00 às 18h0, não podendo ultrapassar cinco horas seguidas, salvo se houver matéria urgente (art. 813 da CLT).
			A audiência é una, porém, a praxe consagrou a sua divisão, dada a impossibilidade da realização, de todos os atos numa mesma sessão.
			À hora marcada são apregoadas as partes pelo secretário de audiências. Se até 15min após a hora marcada o juiz não comparecer, os presentes poderão se retirar constando o ocorrido em termo que será juntado aos autos. Com relação às partes não há tempo de tolerância.
Roteiro das audiências – Audiência Una – 1 - Pregão das partes
reclamante ausente - arquivamento
reclamado ausente - revelia e confissão
2 - Tentativa de conciliação (partes presentes)
havendo conciliação – homologação (sentença irrecorrível).
Não havendo conciliação –Entrega da defesa.
3 – Entrega da defesa (poderá ser oral – art. 847 CLT)
4 - Réplica.
5 – Instrução (antes de iniciar a instrução, será feita nova tentativa de conciliação)
5.1 – Depoimentos pessoais (primeiro autor e depois reclamado)
5.2 - oitiva de testemunhas – primeiro as do reclamante e depois as do reclamado.
5.3. perícias e inspeção judicial
6 – alegações finais
7 – renovação da conciliação
8 – sentença
Audiências cindidas - Iniciais - 1 - Pregão das partes
reclamante ausente - arquivamento
reclamado ausente - revelia e confissão
2 - Tentativa de conciliação (partes presentes)
havendo conciliação – homologação (sentença irrecorrível).
Não havendo conciliação –Entrega da defesa.
Concessão de prazo para réplica e designação de prazo para audiência de instrução.
Audiência instrução 3 -Instrução (
3.1 – Depoimentos pessoais (primeiro autor e depois reclamado)
3.2 - oitiva de testemunhas – primeiro as do reclamante e depois as do reclamado.
3.3. perícias e inspeção judicial
 4 – alegações finais
5 – renovação da conciliação
6 – sentença.
O não comparecimento das partes – consequências – A ausência do reclamante à audiência UNA ou INICIAL, implicará no arquivamento do processo. Em verdade não se trata de mero arquivamento, mas de extinção sem julgamento de mérito, sendo permitida a repropositura (art. 843, parágrafo 2o da CLT). No caso de DOIS ARQUIVAMENTOS, sofrerá o reclamante, uma penalidade consistente no impedimento de propositura de ação no prazo de 06 meses (artigos 731 e 732 da CLT). 
Obs. Se, contudo, as audiências forem cindidas (inicial e instrução de dia diverso), a ausência do reclamante à audiência de instrução implicará na aplicação da pena de confissão. (ver OJ n. 74 da SDI-1 do TST)
			O não comparecimento do reclamado na audiência UNA ou INICIAL, desaguará na revelia e confissão, porque não haverá entrega de defesa. Se, no entanto, comparecer o empregador (ou seu preposto) na primeira audiência (inicial) e entregar a defesa, deixando de comparecer à audiência seguinte (instrução), será declarado confesso (Súmulas n. 09 e 74 do TST).
REPRESENTAÇÃO DAS PARTES NA AUDIÊNCIA – artigo 843 da CLT.
			Poderá o empregado, em caso de motivo grave ou poderoso, ser representado por outro empregado, da mesma categoria (art. 843, parágrafo 2o da CLT). Neste caso, a representação servirá apenas para impedir o arquivamento do feito ou a declaração de confissão, devendo a instrução ser realizada em outro dia.
			Já o empregador poderá ser representado por um preposto que tenha conhecimento dos fatos e cujas declarações obrigarão a empresa. Ante o entendimento consagrado na Súmula n. 377 do TST, o preposto deverá ser obrigatoriamente empregado (salvo nos casos já estudados – vide tópico sobre a representação das partes).
CONCILIAÇÃO (Artigos 840 CC e 487, III, “b” do CPC)
Conceito: -É o ato de audiência, onde as partes fazendo concessões mútuas, põem fim à demanda.
Fundamento legal: artigo 840 CC e seguintes e artigo 487, “b” do CPC/2015.
			Aberta a audiência juiz propõe a conciliação (art. 846 da CLT). No acordo devem ser especificadas a natureza das verbas e os respectivos valores, para apuração de incidência de contribuições previdenciárias e fiscais (Lei 8212/91, Decreto 738/93 e Prov. 2/93 CSJT).
			Intimação do INSS sobre os termos do acordo (artigo 832, parágrafo 4o da CLT).
Efeitos da homologação e meios de impugnação: A conciliação homologada tem efeito equiparado ao da sentença transitada em julgado (art. 831, parágrafo único), com o que “ só por ação rescisória é atacável o termo” (vide súmula 259 do C. TST).
Condições que podem constar do acordo – art. 846, parágrafo 2o da CLT).
DAS PROVAS. 
Conceito: Provar significa formar a convicção do juiz sobre a existência ou não de fatos relevantes no processo (Chiovenda).
Finalidade: Reproduzir no processo, a realidade dos fatos que geraram a lide de forma a possibilitar ao juiz o julgamento.
			No processo do trabalho, o Juiz tem plenos poderes para determinar diligências ou a realização de provas essenciais ao deslinde das questões - artigo 765 da CLT.
			Princípios que regem as provas no Processo do Trabalho:
a) Necessidade da prova: As partes devem produzir as provas para comprovação do alegado,pois o juiz julgará de acordo com o alegado e provado.
b) Unidade da prova: as provas serão apreciadas e sopesadas em conjunto, globalmente.
c) Lealdade e probidade da prova: as partes devem colaborar para que vontade da lei possa ser exercitada pelo órgão judicial sem vícios decorrentes de uma impressão calcada em falsas realidades.
d) Contradição: deve-se dar à parte contrária o direito de conhecer a prova e oportunidade de impugná-la.
e) Igualdade de oportunidade da prova: Às partes é consagrado o direito de isonomia na produção da prova.
f) Legalidade: A prova somente será válida quando produzida em consonância com os ditames legais.
g) Imediação: O juiz dirigirá o processo e a produção das provas intervindo na instrução probatória.
h) Obrigatoriedade da prova. Sendo a prova de interesse não só das partes mas também do Estado que quer o esclarecimento da verdade, as partes podem ser compelidas pelo juiz a produzir determinada prova, sujeitando-se às sanções se não o fizer, especialmente presunções que passam a militar contra aquele que se omitiu e a favor de quem a solicitou (art. 398 do CPC/2015).
Sistemas de avaliação das provas.
Sistema da prova formal – Há uma enumeração taxativa de provas, pela lei, não se permitindo a inclusão de outras. A valoração da prova e feita pela Lei.
Sistema de Livre Apreciação: Ao juiz é outorgado o direito de avaliar a prova de acordo com o seu prudente arbítrio, segundo seu convencimento, havendo apenas a obrigação de fundamentar sua decisão.
ÔNUS DA PROVA. É a responsabilidade atribuída à parte para produzir uma prova e que, uma vez não desempenhada satisfatoriamente, traz, como consequência, o não reconhecimento, pelo órgão jurisdicional da existência do fato que a prova visava demonstrar. Embasamento legal: artigo 818 a CLT e 373, I e II CPC/2015).
			Exemplos de ônus probatório:
a) Havendo alegação de justa causa caberá ao empregador a prova do ato faltoso.
b) Em ação pugnando pelo reconhecimento do vínculo de emprego, se admita a prestação de serviços, porém alegado fato modificativo pelo empregador (exemplo trabalho autônomo) será do empregador o ônus probatório quanto à inexistência do vínculo. Se na defesa o empregador negar a prestação de serviços caberá ao empregado a prova de ter trabalhador em favor do reclamado.
c) O trabalho extraordinário é exceção. Assim, ao empregador caberá a prova de ter laborado além da jornada contratada, principalmente quando os registros de ponto contiverem jornadas diversas daquelas alegadas como realizadas pelo trabalhador.
d) Em pedido de equiparação salarial caberá ao empregado a demonstração de trabalhar em função idêntica ao do paradigma. Se o empregador admitir que a função era idêntica mas invocar fato modificativo (maior produtividade do paradigma) atrairá para si o ônus da prova.
			Fatos que não necessitam de provas: os confessados pela parte e os presumidos legalmente (art. 341 do CPC/2015)
			No processo do trabalho ainda dependem de prova: Acordos e convenções coletivas, regulamentos de empresa, tratados e convenções internacionais. - art. 376 do CPC/2015.
Súmulas e Orientações Jurisprudenciais do TST sobre prova
	OJ SBDI-1 - Nº 215 VALE-TRANSPORTE. ÔNUS DA PROVA
É do empregado o ônus de comprovar que satisfaz os requisitos indispensáveis à obtenção do vale-transporte.
	Súmula nº 6, inciso VIII PROVA
É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação salarial.
	Súmula nº 12 CARTEIRA PROFISSIONAL
As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não geram presunção "juris et de jure", mas apenas "juris tantum".
	Súmula Nº 43 TRANSFERÊNCIA
Presume-se abusiva a transferência de que trata o § 1º do art. 469 da CLT, sem comprovação da necessidade do serviço.
	Súmula Nº 102, INCISO I BANCÁRIO. CARGO DE CONFIANÇA
I - A configuração, ou não, do exercício da função de confiança a que se refere o art. 224, § 2º, da CLT, dependente da prova das reais atribuições do empregado, é insuscetível de exame mediante recurso de revista ou de embargos.
	Súmula Nº 212 DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA
O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado.
	Súmula Nº 254 SALÁRIO-FAMÍLIA. TERMO INICIAL DA OBRIGAÇÃO
O termo inicial do direito ao salário-família coincide com a prova da filiação. Se feita em juízo, corresponde à data de ajuizamento do pedido, salvo se comprovado que anteriormente o empregador se recusara a receber a respectiva certidão.
	Súmula Nº 301 AUXILIAR DE LABORATÓRIO. AUSÊNCIA DE DIPLOMA. EFEITOS
O fato de o empregado não possuir diploma de profissionalização de auxiliar de laboratório não afasta a observância das normas da Lei nº 3.999, de 15.12.1961, uma vez comprovada a prestação de serviços na atividade.
	Súmula Nº 338 JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário.
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em nis-trumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário.
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir.
Meios de prova. 
Interrogatório da parte. “É um instrumento legal de prova por meio do qual a parte esclarece ao Juiz fatos da causa. Trata-se de ato personalíssimo entre o Juiz e a parte. Pode ser determinado de ofício pelo magistrado e renovado quantas vezes entender necessário o Juiz antes da sentença” (Mauro Schiavi – Processo do Trabalho, Ed. Saraiva, 2a edição)
Depoimento pessoal - (art. 848, parágrafo 1o da CLT e artigo 385 do CPC/2015) Súmula 74 TST.
É o meio de prova judicial que consiste em uma declaração de ciência ou conhecimento, expressa, terminante e séria, feita conscientemente, sem coações que destruam a voluntariedade do ato, por quem é parte no processo em que ocorre ou é aduzida sobre fatos prejudiciais a quem a faz ou ao seu representante, conforme o caso, ou simplesmente favorável a sua contraparte no processo (Echandia).
			Haverá confissão real quando a parte admite a verdade de um fato contrário ao seu interesse e favorável ao adversário (art. 389 do CPC/2015). Já a confissão ficta ou presumida decorre da recusa ou evasiva da parte (art. 386 do CPC/2015), ou ainda da ausência das partes (reclamante ou reclamado) à audiência de instrução – artigo 844 da CLT e Súmula n. 74, I, do TST. A confissão, pode ainda ser provocada ou espontânea (art. 390 do CPC/2015), e judicial ou extrajudicial (art. 389 do CPC/2015).
Procedimento: É tomado pelo Juiz, permitindo-se reperguntas da parte contrária. O depoimento do estrangeiro será tomado com interprete (art. 819 CLT), o mesmo ocorrendo com o surdo-mudo que não saiba escrever (art. 819, parágrafo 1o); perguntas impertinente serão indeferidas (art. 130 do CPC). Na inquirição da parte a outra deverá ausentar-se (art. 385, parágrafo segundo do CPC/2015), exceção apenas no caso do jus postulandi. 
			Notas breves, durante o depoimento, poderão ser consultadas, desde que objetivem completar esclarecimento, vedando-se acesso a escritos anteriormente preparados (art. 387 CPC/2015).
Da prova Testemunhal.
			Meio de prova muito utilizado no Processo do Trabalho, vez que a grande maioria das causas em curso na Justiça do Trabalho versam sobre matéria fática. Testemunha é a pessoa capaz, estranha ao processo que é chamada a

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