Buscar

Ética e Administração Pública Módulo II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MÓDULO II - Ética em contexto 
 
Ao final deste Módulo II, você será capaz de compreender o papel e a 
importância da Ética em relação a outros sujeitos sociais. 
 
 
Unidade 1 - A Ética, eu e o outro 
Nesta unidade, vamos tratar dos princípios éticos de um indivíduo em relação a 
si próprio e em relação a seu semelhante. 
 
 
Pág. 2 
O que podemos compreender dos conceitos e informações apresentadas é que 
o ser humano é dotado de razão e por isso pode, sim, tomar a iniciativa de 
seus atos com vista a buscar o bom e o justo ou, por outro lado, a maldade e a 
injustiça. 
 
Claro, estes conceitos – bom, mau, justo e injusto – não chegam a ser 
universais, diferindo de acordo com a cultura, a época, o grupo social e muitas 
outras variáveis. 
 
Porém, há dois valores que, de fato, são universais: a vida humana e, 
decorrente desta, a importância do outro. 
 
Este princípio, o da alteridade (alter, em latim, significa “outro”), implica dizer 
que o ser humano, por ser gregário, necessita viver em grupo, tem no seu 
semelhante um igual, com os mesmos direitos básicos que ele próprio. 
 
Existem algumas máximas populares e religiosas que ecoam essa verdade: 
 
 
"Não faz ao outro o que não queres que façam a ti." 
 
 "Ama ao próximo como a ti mesmo." 
 
 
 
Existem também aquelas que contrariam o preceito: 
 
 
 
"O inferno são os outros." 
 
 (Jean-Paul Sartre) 
 
 
 
 
Para o bem ou para o mal é pelo contato com o outro e pela visão do outro que 
me reconheço como integrante dessa categoria chamada humanidade. 
 
Para referendar o que acabamos de ver, o imaginário popular e a indústria 
cultural criaram personagens esplêndidos para ilustrar o que acontece com 
uma pessoa criada longe de qualquer ser humano. Alguns deles: 
 
 
 
Rômulo e Remo: Os irmãos gêmeos 
mitológicos teriam sido amamentados 
e criados por uma loba e 
posteriormente sido os responsáveis 
pela fundação de Roma na 
Antiguidade. 
 
 
 
 
 
Tarzan: O filho das selvas, 
personagem do escritor Edgar Rice 
Burroughs, que aparece pela primeira 
vez em 1912, no livro Tarzan of the 
Apes. O garoto europeu, perdido na 
África e criado por macacos de uma 
espécie fictícia denominada mangani, 
protagonizou dezenas de livros, 
histórias em quadrinhos, animações e 
filmes. (Na foto, um dos muitos 
Tarzans do cinema, com sua 
inseparável amiga Cheetah – em 
português, Chita.) 
 
 
 
 
 
 
Mogli: Criado originalmente pelo 
escritor indo-britânico Rudyard Kipling 
num conto chamado O livro da selva, 
foi imortalizado por Walt Disney em 
uma de suas memoráveis animações. 
Narra também a história de um garoto 
criado na selva, cujos melhores 
amigos são um urso e uma pantera, 
tendo por inimigos uma serpente e um 
violento tigre. 
 
 
 
Nell: No filme estrelado pela atriz 
Jodie Foster, uma garota cresce na 
floresta sem a presença de humanos, 
após a morte do pai. Não desenvolve 
a capacidade de comunicação 
linguística humana e sofre muito na 
tentativa de socializar-se, após ser 
retirada do isolamento selvagem. 
 
 
 
 
 
Pág. 3 
 
O vídeo abaixo, conduzido por Viviane Mosé, mostra-nos a condição de 
alheamento em relação ao outro, sem dúvida um dos piores males da 
sociedade moderna. (Duração: 9min25) 
 
https://www.youtube.com/watch?v=jL_OR0OaGnA#t=13 
 
 
 
 
Unidade 2 - Ética e sociedade 
Nesta unidade, veremos a Ética quando aplicada não mais ao indivíduo, mas 
entre os diversos integrantes de um grupo. 
 
Pág. 2 
Se a Ética está intrinsecamente ligada ao outro, então ela se aplica igualmente 
à sociedade como um todo, visto ser esta composta de muitos “outros” a 
relacionar-se com determinado indivíduo. 
 
Dessa forma, temos que, ainda aqui, reconhecer a existência de princípios 
éticos a serem respeitados, sob pena de o grupo humano fragmentar-se sob 
ideias e atividades danosas aos indivíduos e, portanto, ao próprio grupo. 
 
Exemplo disso pode ser encontrado na prática do trabalho escravo. Há pouco 
mais de dois séculos, ou menos ainda, era comum o trabalho de escravos ou o 
trabalho em troca de comida pura e simplesmente. Mesmo crianças de até 
cinco anos de idade eram empregadas nas fábricas inglesas, em plena 
Revolução Industrial. 
 
Na cidade de Ouro Preto, do Ciclo do Ouro, no século XVIII, crianças também 
eram amarradas a cordas e descidas por buracos escuros, para trazerem de lá 
o minério. 
 
Já no século XX, era frequente no Brasil a ação dos "gatos", aliciadores de 
pessoas para trabalhar em regiões pouco habitadas ou latifúndios, cujo salário 
aviltado deveria ser trocado por comida, o que acabava convertendo-se em 
dívida e escravidão. 
 
Submeter o ser humano a condições degradantes de trabalho é hoje crime 
reconhecido em todo o planeta, embora ainda praticado em diversos países. 
 
Porém, é fora de dúvida a razão ética primordial que condena tais atos: 
valorizar o indivíduo em sua condição humana. 
 
 
Exercitando a Ética 
Este vídeo contrasta, em linguagem simples e poética, os maiores erros e os 
melhores princípios éticos. Vale a pena acompanhá-lo. (Duração: 2min10) 
 
https://www.youtube.com/watch?v=RwMcKB4rHMU 
 
 
 
 
 
Pág. 3 
Alguém, contudo, poderia afirmar: 
 
– Ora, mas então a Ética evolui? Ela se transforma ao sabor das culturas, 
povos e civilizações? No passado, o trabalho escravo e infantil era corriqueiro; 
hoje é condenado. 
 
Tal afirmação, apesar de merecer reflexão de nossa parte, desconsidera que 
hoje ou há milênios, a vida humana era e é uma dádiva a ser preservada. 
Ocorre que o conhecimento e o processo civilizatório evoluíram, sim – a 
despeito do que dizem os pessimistas de ontem e sempre. Nesse sentido, seria 
como se a Ética mais profunda e duradoura estivesse progressivamente sendo 
"descoberta" pela humanidade, quando esta, ao olhar para trás, visse 
claramente os erros cometidos e, mediante reflexão, considerasse que 
pudesse adotar universalmente novas práticas, voltadas ao bem comum e em 
todos os tempos. 
O cuidado, de novo, para não confundir Ética e Moral. 
Compare o tema do trabalho escravo com o caso a seguir. 
 
Andar nu, em público, é considerado 
ilegal e inadmissível. 
 
Mas essa proibição não é um valor 
aplicável a várias tribos indígenas. 
 
E em Tambaba, uma praia na 
Paraíba, onde se pratica o naturismo, 
a situação pode até se inverter. 
Existe um espaço específico em que 
é proibido entrar com roupas. O nu é 
a regra. 
 
 
 
 
O exemplo acima não nos deve confundir. Trata-se não de questão ética, mas 
sim moral. 
 
A moral pode ser relativizada pelos costumes e frequentemente muda de país 
para país, de um momento histórico para outro. Muda mesmo, como no caso 
acima, de uma praia para outra. 
 
Já a Ética possui alicerces bem mais firmes e se pretende mesmo válida para 
todos os indivíduos, em qualquer região e em qualquer época. 
 
 
Unidade 3 - Ética, imprensa e novas mídias 
Nesta unidade, vamos estabelecer a distinção entre os dois conceitos, de 
forma a prosseguir nossos estudos com maior segurança quando ao uso 
dessas expressões, bem como elencar os desafios éticos que se apresentam 
às mídias convencional e digital. 
 
Pág. 2 
O pensador da comunicação Marshall McLuhan, na década de 60 do século 
XX, já apontava que o mundo se tornaria uma imensa "aldeia global", ou seja, 
com o incremento da tecnologia de informação e comunicação, haveria maior, 
mais eficiente e mais rápida integração entre indivíduos,grupos sociais e 
nações. 
 
Mais recentemente, na década de 90 passada, o jornalista norte-americano 
Thomas Friedman lança o livro "O Mundo é Plano", em que demonstra 
indubitavelmente que a previsão de McLuhan se confirmara: o mundo se 
tornara não apenas unificado, mas ideias, criações, serviços e mercadorias 
eram criados ou prestados por grupos de pessoas e empresas que 
frequentemente não estavam num mesmo espaço físico e nem no mesmo país, 
e tais artigos circulavam pelo planeta com velocidade antes nunca vista e 
crescente. 
 
Num mundo sabidamente integrado em tempo real, a questão ética vem à tona 
com relevância ainda maior. 
 
Sim, pois, se antes história e reputações eram criadas ou destruídas ao longo 
de décadas, anos, meses ou dias, na era da comunicação em que vivemos 
isso ocorre no curto período de horas ou minutos. 
 
O papel das mídias convencionais e virtuais aparece maximizado, pois as 
informações e opiniões veiculadas atingem milhões, às vezes bilhões de 
pessoas. 
 
Nesse contexto, o rigor na apuração das informações e a responsabilidade na 
veiculação da notícia aparecem como destaque para a prática ética do 
jornalismo e da prestação de serviços via mídia. 
 
Uma das formas de fazê-lo é quando da emissão de juízos de valor por parte 
de um veículo de comunicação. Tanto a posição pró ou contra sobre 
determinado tema poderá ser considerada ética, se ficar explícito ao ouvinte, 
telespectador, leitor ou internauta que aquela é a opinião daquele veículo de 
mídia, ou seja, é a verdade "para ele". 
 
Outra modalidade que, expressando ponto de vista, coloca o destinatário da 
informação à vontade para criar seu próprio entendimento é a prática da 
imprensa de, após artigo assinado, explicitar a expressão: 
 
"O artigo não expressa necessariamente a opinião deste periódico." 
 
Assim, a revista ou jornal mantém postura de transparência sobre a opinião do 
articulista (autor do artigo). 
 
Em geral, os periódicos se utilizam de uma coluna denominada Editorial, cujo 
conteúdo expressa o pensamento daquele veículo de comunicação. 
 
 
Pág. 3 
Wikileaks 
 
O site Wikikeaks conseguiu, com um informante, documentos contendo 
conversas ocorridas no âmbito do governo norte-americano e também de 
outros, causando mal-estar diplomático e acusações de que o site cometera 
ilegalidade ao divulgá-las. 
Ora, o sigilo de fonte de jornalistas é garantido, por isso o site veiculou os 
documentos, inclusive em parceria com grandes periódicos da Inglaterra e da 
Alemanha. Por outro lado, os documentos pertencem ao governo dos EUA, 
que os guardava sob o status de segredo de estado, com vista a garantir a 
segurança do país. Por isso, ele resolveu retaliar o site e seu fundador. 
Quer relembrar ou saber um pouco mais sobre o caso? Clique no link abaixo. 
E então, quem está sendo mais e quem está sendo menos ético? 
http://www1.folha.uol.com.br/especial/2010/wikileaks/ 
 
 
 
 
 
Unidade 4 - Ética e lei 
 
Nesta unidade, vamos compreender as justas oposições, interseções e limites 
entre Ética e Lei. 
Pág. 2 
A lei é, geralmente, preceito de ordem moral e, portanto, costuma se modificar 
bastante de acordo com o povo que a cria e para a qual ela é orientada. Assim, 
é da natureza das leis que procurem refletir a Ética, mas elas não são a "Ética 
em si". 
 
Vejamos os seguintes exemplos: 
 
Há poucas décadas, era 
comum os pais fumarem, 
ansiosos, na sala de 
espera da maternidade, 
esperando o nascimento 
do filho. 
 
Na época, era legal e 
admissível; hoje, ilegal e 
antiético. 
 
Valor ético: Devemos 
preservar tanto a nossa 
saúde física quanto a dos 
outros, em especial 
daqueles que não podem 
se defender (as 
parturientes e os bebês 
da maternidade). 
 
 
 
 
 
Em boa parte dos 
países islâmicos, 
em especial nos 
estados 
teocráticos, a 
esposa, oficial e 
declaradamente, 
é subordinada ao 
marido. 
 
Lá, é legal e 
admissível; aqui, 
ilegal e antiético. 
 
Valor ético: Os 
seres humanos 
não podem ser 
considerados 
superiores uns 
aos outros e 
devem ter os 
mesmos direitos 
de cidadania. 
 
 
 
 
Existem pessoas que, 
consternadas pela 
situação do outro, dão 
esmola a mendigos nas 
ruas e a pedintes nos 
semáforos; mas também 
existem as que se 
negam a dar esmolas, 
por considerar que este 
ato alimenta a preguiça, 
a exploração infantil e 
mesmo o tráfico e 
consumo de drogas. 
 
Para uns, a doação é 
legal e admissível; para 
outros, deveria ser ilegal 
e é antiética. 
 
Valor ético: Os seres 
humanos não podem ser 
abandonados à 
condição de fome e 
mendicância. 
 
 
 
 
 
Como vimos, existem situações na experiência humana que podem nos colocar 
em dilema: qual é a conduta ética a praticar numa ou noutra situação? 
 
 
Unidade 5 - Ética e Estado 
Nesta unidade, vamos adentrar a relação entre a Ética e o Estado constituído, 
de maneira a compreendermos a importância desse relacionamento. Esta 
parte servirá também para fundamentar, na sequência, o papel da Ética na 
Administração Pública. 
 
Pág. 2 
O Estado é um organismo criado e mantido pela sociedade. Assim, em geral 
ocorre que suas leis, aperfeiçoadas e atualizadas ao longo do tempo, reflitam a 
preocupação ética. 
No caso do Brasil, temos o primeiro grande exemplo em nossa própria 
Constituição Federal, a lei maior do País. 
 
Observe o art. 1º de nossa Carta Magna, que estipula os fundamentos da 
nação-Brasil e no qual colorimos alguns trechos: 
 
TÍTULO I 
 
Dos Princípios Fundamentais 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
 
I - a soberania; 
 
II - a cidadania; 
 
III - a dignidade da pessoa humana; 
 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
 
V - o pluralismo político. 
 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais 
e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, 
idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
 
Note que os itens em verde têm inegável fundamentação ética. Em outras 
palavras, os pilares legais do Estado brasileiro são marcadamente éticos. 
Por favor, releia-os e lembre-se: toda a legislação brasileira deve se pautar 
pela Constituição, e todo o texto constitucional está, em tese, de acordo com os 
princípios acima. 
 
 
 
Pág. 3 
Se no plano interno há essa preocupação, a Constituição Federal também 
prevê que no relacionamento com os outros países o Brasil deve comportar-se 
de acordo com princípios éticos. Mais uma vez, colorimos os trechos que 
exemplificam isso: 
 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações 
internacionais pelos seguintes princípios: 
 
I - independência nacional; 
 
II - prevalência dos direitos humanos; 
 
III - autodeterminação dos povos; 
 
IV - não-intervenção; 
 
V - igualdade entre os Estados; 
 
VI - defesa da paz; 
 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
 
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;X - concessão de asilo político. 
 
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração 
econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à 
formação de uma comunidade latino-americana de nações. 
 
 
Essa preocupação se estende por toda a Constituição brasileira. Basta 
notarmos que há partes inteiras dedicadas à Educação, ao atendimento médico 
e à segurança da população. Existem também capítulos dedicados à proteção 
dos índios e do meio ambiente, à segurança jurídica dos cidadãos e diversos 
outros itens que, vistos em bloco, constituem nítida preocupação ética. 
 
Assim, o Estado reproduz, em ampla escala, o que o cidadão, as comunidades, 
as cidades, enfim, toda a sociedade busca: a Ética. Para você se aprofundar 
nas relações entre participação e representação políticas, especificamente 
considerando os aspectos éticos, sugerimos a leitura do texto 'Para um modelo 
das relações entre eticidade universalista e sociedade política democrática no 
Brasil', do Professor Eurico Gonzales Cursino dos Santos, disponível na 
Biblioteca deste curso, em 'Textos complementares'. 
 
 PENA DE MORTE 
 
 
 
A Constituição brasileira prevê apenas um caso para a admissão da pena de 
morte: 
a guerra. 
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;” 
 
Considerando sob o prisma ético, por um lado podemos dizer que o princípio 
embutido naquela norma é que o inimigo, numa guerra, pode causar um mal 
muito maior do que o de sua eliminação, e que a própria guerra é um cenário 
tão atípico, delicado e fora dos padrões convencionais, que isso justificaria a 
pena de morte para ele. 
 
Por outro lado, considerando a vida como intocável, talvez o bem maior a ser 
defendido pela Ética, pode-se alegar que o dispositivo constitucional torna-se 
incoerente: preserva a vida discutível. 
 
Discuta esta questão no Fórum, com seus colegas. 
 
 
 Unidade 6 - Ética, vida e natureza 
 
 
Nesta unidade, abordaremos um dos mais comentados temas da atualidade, 
mas que constitui um debate ainda novo em termos históricos: os princípios 
baseados na vida e na natureza. 
 
 
Pág. 2 
 
 
Uma das mais recentes preocupações éticas da humanidade é a questão 
ambiental. 
 
Há cerca de 30, 40 anos, o ser humano pouco se importava com a emissão de 
poluentes, também pouquíssimo conhecimento tinha do aquecimento global, 
dos buracos na camada de ozônio causados por CFC (clorofluorcarbonos) e da 
extinção de diversas espécies terrestres, aéreas ou aquáticas. 
 
Também se considerava que recursos como a água doce e os minérios, 
incluindo aí os hidrocarbonetos (dentre os quais destaca-se o petróleo), eram 
quase infinitos e que, portanto, sua exploração poderia ocorrer de forma 
indiscriminada, no ritmo mais forte possível, buscando o máximo de eficiência 
em sua retirada. Não havia, ou eram escamoteados, dados científicos e 
governamentais alertando para a gravidade da situação que se aproximava. 
 
Apenas na década de 80 do século XX, os partidos verdes europeus 
começaram a conquistar número significativo de votos a serem respeitados, 
desfazendo, assim, junto à sociedade, a sua imagem de "novos hippies" ou de 
"um bando de vegetarianos" querendo fazer política partidária. 
 
A partir daí que as questões ambientais alcançaram outro nível de debate. 
 
Os cientistas que já se dedicavam ao estudo do planeta em suas variações 
climáticas começaram a ser procurados pelos governos, para se manifestarem 
sobre os problemas ambientais. 
 
Organizações não governamentais, as ONGs, surgiram ou se fortaleceram nos 
mais diversos países, em todos os continentes. Também houve a 
internacionalização de algumas dessas instituições, como o Greenpeace e a 
WWF, e a criação no Brasil de importantes organizações voltadas à ecologia, 
como a SOS Mata Atlântica. 
 
O que há em comum entre essas ações e associações é a preocupação com a 
vida na face da Terra? 
 
Proteger os animais, as florestas, os mares, a qualidade da água e do ar, entre 
outros itens da pauta ambiental, harmoniza-se, portanto, com a questão ética 
maior, que é a da preservação da vida. 
 
 
Pág. 3 
Aqui nos deparamos com um conceito, que é um verdadeiro novo ramo de 
estudos: é a chamada Bioética. 
 
A Bioética surgiu para que a humanidade reflita sobre as fronteiras de sua 
atuação no que concerne à vida. 
 
Assim, pertencem ao campo de estudos da Bioética temas como o aborto, a 
eutanásia, as experiências genéticas, a pena de morte e vários outros assuntos 
que têm a vida como centro da discussão e da decisão sobre como se deve e 
como não se deve agir. 
 
 
Mais um pouco de Ética... 
Entrevistado, Mário Sérgio Cortella explora um pouco mais as questões éticas, 
trazendo, inclusive, uma proposta polêmica: erotizar a natureza. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=BWR0NUHJS3I 
 
 
 
 
 
Exercícios de Fixação - Módulo II 
Parabéns! Você chegou ao final do Módulo II de estudo do curso Ética e 
Administração Pública. 
 
Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça uma 
releitura do mesmo e responda aos Exercícios de Fixação, que o resultado não 
influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o seu 
domínio do conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz a 
correção imediata das suas respostas! 
 
Para ter acesso aos Exercícios de Fixação, clique aqui.

Outros materiais