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Técnica jurídica

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Paulo Nader
Capítulo 22: “O elemento técnico do Direito” 
126. O CONCEITO DE TÉCNICA
	A técnica consiste no conjunto de operações pelas quais se adaptam meios adequados aos fins buscados ou desejados. É neutra em relação a valores, podendo ser utilizada tanto para promover quanto para destruir interesses do gênero humano.
	Para ser desenvolvida a técnica, é necessário sempre um conhecimento prévio, seja ele filosófico, científico ou vulgar. Baseado nesse último, o homem pode desenvolver uma técnica e alcançar resultados positivos. Por conta disso, não se pode tomar a afirmação “uma técnica sem ciência é um absurdo” como verdadeira.
127. O CONCEITO E SIGNIFICADO DA TÉCNICA JURÍDICA
	A técnica jurídica é o conjunto de meios e de procedimentos que tornam prática e efetiva a norma jurídica. O legislador, ao elaborar um código, torna as normas acessíveis ao conhecimento. Em seguida, o encarregado da técnica de interpretação (exegeta) mostra o sentido e alcance das normas jurídicas. Por fim, com a técnica da aplicação, juízes e administradores dão efetividade às mesmas. 
128. ESPÉCIES DE TÉCNICA JURÍDICA
	Há três espécies de técnica jurídica: de elaboração, de interpretação e de aplicação. A técnica de elaboração, abordando brevemente, relaciona-se ao Direito escrito, tratando da composição e apresentação do ato legislativo (técnica jurídica propriamente dita), assim como da proposição, andamento e aprovação de um projeto de lei (processo legislativo). 
	
	128.1. TÉCNICA DE INTERPRETAÇÃO
	Revela o significado de expressões jurídicas e pode ser executada por qualquer destinatário da norma jurídica. Além disso, não é restrita ao Direito escrito; é aplicável a outras formas de manifestação do Direito, como, por exemplo, à normas costumeiras.
	
	128.2. TÉCNICA DE APLICAÇÃO
	Tem como finalidade orientar juízes e administradores ao julgar. Não é restrita à aplicação das normas em casos concretas, compreendendo também os meios de apuração de provas; além de pressupor o conhecimento da técnica de interpretação.
	Os juízes não criam o Direito; entretanto, de uma norma jurídica de teor genérico, extraem soluções individualizadas para casos específicos. Uma vez revelado o sentido e alcance de determinada norma e estabelecida a natureza da quaestio facti, cabe ao magistrado apenas aplicar as consequências previstas aos sujeitos em questão. [2: 	Quaestio facti: questão de fato]
129. CONTEÚDO DA TÉCNICA JURÍDICA 
	A técnica jurídica divide-se em meio formais e substanciais, cada qual com suas respectivas subdivisões.[3: 	Ver livro páginas 224 e 225]
	129.1. MEIOS FORMAIS
	Dizem respeito às formalidades e seus elementos estruturais necessários aos atos jurídicos.
		
			129.1.1. LINGUAGEM
	No passado, o Direito manifestava-se por meio da oralidade. No presente, faz-se por meio dos códigos. A linguagem é a mediadora entre o poder social e as pessoas e, como tal, precisa expressar fielmente os modelos de comportamento a serem seguidos.
	Obviamente, também é um fatos condicional da efetividade do Direito. Um texto de lei mal redigido, com distorção de linguagem, pode levar à igual distorção de aplicação e, consequentemente, de comportamento. É imprescindível que haja sempre simplicidade, clareza e concisão.
			
			129.1.1.1. VOCÁBULOS
	A linguagem jurídica deve conciliar os interesses da ciência com os relativos ao conhecimento do Direito pelo povo e, para isso, deve-se deixar de lado o jargão técnico sempre que possível. Para a elaboração de um código, reúnem-se vocábulos, termos de uso corrente, assim como alguns de sentido estritamente jurídico.
			
			129.1.1.2. FÓRMULA
	Utilizado com maior força no Direito primitivo, sua tendência na modernidade é desaparecer. De cunho ritualístico, era adotada na prática dos negócios jurídicos e atos judiciais. Atualmente, está presente, por exemplo, no ato do matrimônio.
			
			129.1.1.3. AFORISMOS
	Expressões latinas utilizadas no Direito.
			
			129.1.1.4. ESTILO
	O legislador deve ter em mente, ao elaborar textos legais, a preocupação com a clareza na linguagem e sua correspondência ao pensamento; sendo assim, é fundamental o mesmo seja claro, simples e conciso.
		
		129.1.2. FORMAS
	Têm a finalidade de manter organizadas os assentamentos políticos e proteger os interesses dos que participam na realização dos fatos jurídicos. No Judiciário, a formalidade é, necessariamente, uma constante pois dela depende a validade dos atos jurídicos. 
		129.1.3. SISTEMAS DE PUBLICIDADE
	Quaisquer acontecimentos de âmbito jurídico que possam vir a afetar, de alguma forma, o bem comum precisa ser publicada e divulgada, a fim de garantir a segurança jurídica. 
	Há, entretanto, alguns atos, como o registro de imóveis, que não têm essa obrigatoriedade de publicação e divulgação. Contudo, os mesmos devem estar disponíveis ao conhecimento a quem a informação possa interessar. 
	129.2. MEIOS SUBSTANCIAIS
	De natureza lógica, derivados do intelecto.
		129.2.1. DEFINIÇÃO
	Não se trata de uma função exclusiva do legislador. Definir é precisar o sentido da palavra ou revelar um objeto por suas notas essenciais. Como os itens anteriores, deve ser clara, breve e simples, evitando, dessa forma, a insegurança jurídica decorrente de interpretações distintas; atribuindo também a um fenômeno jurídico um sentido que não seu habitual e, por fim, delimitando os horizontes de um instituto novo.
		
		129.2.2. CONCEITO
	É a representação intelectual da realidade. O conceito difere da definição por ser um juízo interno, enquanto a segunda é um juízo externo, que revela o conhecimento de algo mediante expressão verbal.
	Os conceitos jurídicos são criados a partir da evolução dos fatos sociais, demandando que o Direito adapte-se às mudanças, ou da intenção de aperfeiçoar a ciência jurídica. Eles favorecem a simplificação dos textos legislativos, pari passu lhe confere maior rigor e precisão lógica, como pode ser observado ao comparar legislações antigas à contemporânea.
		129.2.3. CATEGORIAS
	É um gênero jurídico que reúne diversas espécies que guardam afinidade entre si. Por exemplo, a pessoa jurídica de Direito Privado é uma categoria que abriga outras espécies; como sociedade simples, sociedade de economia mista, sociedade empresária, associação, fundação, etc.
		
		129.2.4. PRESUNÇÕES
	Presunção é a ilação que se tira de um fato conhecido para provar a existência de outro desconhecido, ou seja, considera-se verdadeiro o que é apenas provável.
			129.2.4.1. PRESUNÇÃO SIMPLES
	Também chamada de presunção comum ou de homem. Ela é feita pelo juiz, baseado no senso comum, ao examinar a matéria de fato. É preciso prudência ai executá-la, devendo fazê-lo apenas com provas. O juiz, fundado em fatos provados, ou suas circunstâncias, raciocina, guiado pela sua experiência e pelo que ordinariamente acontece, e conclui por presumir a existência de um outro fato.
			129.2.4.2. PRESUNÇÃO LEGAL
	É estabelecida por lei. Pode ser:
	a) absoluta (peremptória/juris et de jure) – uma vez estabelecida, não permite prova em contrário. Essa sendo obtida torna o fato insubsistente, sem valor.
	b) relativa (condicional/disputante/juris tantum) – caracterizada por admitir prova em contrário. A conclusão atribuída pela lei a determinadas situações prevalece somente na ausência de provas que as contradigam. 
c) mista (intermédia) – a lei estabelece uma presunção que, a princípio, não admite prova em contrário, salvo mediante determinado tipo pela mesma previsto.
		129..2.5. FICÇÕES
	É um instrumento de técnica legislativa para transportar o regulamento jurídico de um fato para fato diverso que, por analogia de situações ou por outras razões, se deseja comparar ao primeiro.
	Os acessórios de um imóvel, por exemplo, apesar de móveis por natureza, recebem o tratamento jurídico próprio dos imóveis.
BIBLIOGRAFIA
NADER, Paulo. O elemento técnico do Direito. In: Introdução ao estudo do Direito. 35.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013. Capítulo 22, p. 221-235.

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