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NACIONALIDADE - DIP

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NACIONALIDADE
É o vínculo jurídico-político que une o indivíduo ao Estado. Ter uma nacionalidade significa ser membro de um Estado.
- No DIP não existe uma definição precisa do que seja nacionalidade.
- Cada Estado determina as regras sobre as pessoas que eles consideram como seus nacionais (nacionalidade originária, naturalização etc). (domínio reservado à competência interna dos Estados). 
- a atribuição da nacionalidade não pode ser resultante do exercício de uma competência discricionária, mas deve estar baseada em vínculos efetivos entre o indivíduo e o Estado que lhe atribui a nacionalidade (Caso Nottebohm)
- Questões relacionadas à nacionalidade também têm um aspecto internacional: art. XV Declaração Universal dos Direitos do Homem: “Todo homem tem direito a uma nacionalidade. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.” Art. 24 do Pacto Internacional de Direito civis e Políticos (“toda criança tem direito a adquirir uma nacionalidade”).
- a nacionalidade pode ser (a) originária (jus soli, jus sanguinis, sistema misto) ou (b) adquirida.
	BR:
Art. 12 CF/88; art. 5º, § 4º, II, alínea; 
- Brasileiros natos e naturalizados
- No caso dos brasileiros adquirirem outra nacionalidade, por ato voluntário, a CF determina-lhes a perda da nacionalidade brasileira. 
- Brasil x Portugal: Convenção sobre igualdade de direitos e deveres entre brasileiros e portugueses, promulgada no BR pelo Decreto nº 79.391, de 12.04.1972 (que equipara os portugueses abrangidos pelo denominado “estatuto da igualdade” aos brasileiros naturalizados).
OBS.: há uma lacuna constitucional no que se refere a naturalização pelo casamento com pessoa de nacionalidade estrangeira, por determinação da lei estrangeira (caso da França). (SOARES,2002:320).
“O fato de os ordenamentos jurídicos nacionais poderem variar no que respeita a critérios adotados para a determinação da nacionalidade pode ocasionar um duplo fenômeno: (a) a atribuição de duas ou mais nacionalidades ao mesmo indivíduo ) binacionalidade ou plurinacionalidade, também dita: polinacionalidade) e (b) a apatrídia, ou seja, a ausência de nacionalidade de uma pessoa física. Ambos os fenômenos decorrem da regra da liberdade de os Estados poderem adotar os critérios que entenderem (...), os quais podem ocasionar vínculos concomitantes ou inexistentes entre os respectivos ordenamentos jurídicos relativamente a um mesmo indivíduo, seja no momento de seu nascimento, seja em épocas posteriores de sua vida.” (SOARES (2002), p. 320).
A CF/88 consagra dois casos de perda de nacionalidade: a) cancelamento da naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; b) adquirir outra nacionalidade por naturalização voluntária. 
Naturalização: Lei nº 8.815, de 18-8-1980 (Estatuto de Estrangeiro).
CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988
Art. 12. São brasileiros:
I -  natos:
        a)  os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
    II -  naturalizados:
os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
    I -  de Presidente e Vice-Presidente da República;
 II -  de Presidente da Câmara dos Deputados;
 III -  de Presidente do Senado Federal;
   IV -  de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
 V -  da carreira diplomática;
 VI -  de oficial das Forças Armadas;
 VII -  de Ministro de Estado da Defesa.
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I -  tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II -  adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
        b)  de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.
Deportação: devolução de um cidadão ao seu país devido ao não-cumprimento de algum requisito legal, como e.g., o visto estar vencido. A deportação afasta o estrangeiro do país, mas não impede seu regresso, de forma regular. Exige-lhe a Lei 6815/80 que para retornar ao Brasil, o deportado deverá ressarcir ao Governo brasileiro as despesas efetuadas com sua deportação.
Expulsão: 
- É o ato político-administrativo que obriga o estrangeiro a sair do território nacional, ao qual não pode mais voltar.
- é adotada quando um estrangeiro é mandado para fora do país por causa de um ato ilícito que cometeu. (Poderá se dirigir ao Estado que lhe aprouver)
Extradição: 
- é o ato por meio do qual um indivíduo é entregue por um Estado a outro, que seja competente a fim de processá-lo e puni-lo.
- é a entrega de um estrangeiro por causa de um delito que praticou em seu país. 
Fundamentos: - solidariedade intern., necessidade de reprimir atos delituosos, ; respeito e manutenção da paz social.
Asilo territorial, ou externo, ou internacional – é aquele que o Estado concede aos indivíduos perseguidos dentro do seu território
Asilo diplomático, ou interno, ou político, ou intranacional, ou extraterritorial é o outorgado em legações, navios de guerra e acampamentos ou aeronaves militares, a pessoas perseguidas por motivos ou delitos políticos. (art. 1. Conv.Interamericana sobre asilo diplomático, 1954)
BR: art, 4 CF/88.
Asilo territorial e refúgio são distintos:
A concessão do asilo é um ato discricionário, o Estado tem uma margem de manobra maior para dá-lo ou não. Ele oferece uma proteção a alguém que já está sendo perseguido.
O refúgio pode se configurar quando uma pessoa tem fundamentados temores de perseguição em seu país e está fora de suas fronteiras. 
ACNUR

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