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LODO ATIVADO PROF.: MSC. CARLA SUNTTI Videira, Agosto de 2015 UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA ENGENHARIA QUÍMICA TRATAMENTO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS Material professores: Dra. Alessandra Pelizzaro Bento, Dr. Paulo Belli Filho e Drª. Rosane H. de Campos SISTEMAS DE LODOS ATIVADOS E SUAS VARIANTES Definição Meio constituído de flocos produzidos em esgotos ou decantados através do crescimento de bactérias zoogléias ou outros organismos, na presença de oxigênio dissolvido, e acumulado em concentrações suficientes devido ao retorno do floco previamente formado. SISTEMAS DE LODOS ATIVADOS E SUAS VARIANTES Conceito do processo O processo biológico aeróbio. Nele o afluente e o lodo ativado são aerados, misturados e agitados (tanque de aeração). Após ocorre a aração dos lodos ativados e do efluente (por sedimentação em decantador). A maior parte do lodo retorna ao processo, enquanto uma parcela menor é retirada para tratamento específico ou destino final (lodo em excesso). O efluente tratado ou efluente final é retirado pelo decantador. LODOS ATIVADOS: 1. DEFINIÇÃO � Tratamento biológico aeróbio de esgotos domésticos e/ou industriais; � Baseia-se na retenção de elevada concentração de biomassa ativa - o lodo ativado em um reator aerado mecanicamente; � Consiste de 2 unidades básicas: um reator aerado e um decantador; � A biomassa é separada do esgoto tratado por meio de unidades de formato cônico - decantadores; � Uma parte do lodo retorna ao reator biológico e a fração excedente é descartada; LODOS ATIVADOS: 2. OBJETIVOS DO SISTEMA �Reduzir a matéria carbonácea contida nos efluentes; �Remover as formas nitrogenadas e fosforadas dos efluentes; �Reduzir a concentração de microrganismos patogênicos; �Produzir efluentes clarificados. LODOS ATIVADOS: 3. ELEMENTOS ATUANTES �Biológicos - microrganismos �Físicos - sedimentação, fatores hidráulicos �Ambientais - Temperatura �Químicos - disponibilidade de substrato, nutrientes, oxigênio, pH, etc. Variantes + utilizadas Quanto a Idade do lodo Convencional Aeração prolongada Contínuo Intermitente (batelada) Esgoto bruto Decantador primário Reator anaeróbio Outro processo Sistemas de Lodos Ativados e suas variantes Quanto ao fluxo Quanto ao afluente Classificação do sistema quanto a idade do lodo Idade do lodo Carga DBO aplicada/unidade volume Faixa de idade do lodo Denominação usual Reduzidíssima Altíssima Inferior a 3 dias Aeração modificada Reduzida Alta 4 a 10 dias Lodos ativados convencional Intermediária Intermediária 11 a 17 dias - Elevada Baixa 18 a 30 dias Aeração Prolongada Essa classificação se aplica tanto para fluxo intermitente quanto fluxo contínuo Sistemas de Lodos Ativados e suas variantes Convencional Princípio de sistema de lodo ativado de fluxo contínuo • O reator e decantador são localmente separados • O reator biológico sempre é totalmente misturado • A recirculação de lodo é fundamental para uma operação adequada. Fluxo contínuo Idade do lodo = 4 a 10 dias TRH = 6 a 8 horas Sistemas de Lodos Ativados e suas variantes Classificação do sistema quanto ao fluxo Aeração prolongada Também denominada de oxidação total estações compactas de tratamento, valos de oxidação e estações de tratamento de porte médio. Fluxo contínuo Idade do lodo = 18 a 30 dias TDH = 16 a 24 dias Classificação do sistema quanto ao fluxo Sistemas de Lodos Ativados e suas variantes Aeração prolongada Fluxo contínuo Valos de oxidação Sistemas de Lodos Ativados e suas variantes Classificação do sistema quanto ao fluxo O processo se dá: • Na fase respiração endógena; • O tempo de aeração é bastante prolongado; • A idade do lodo é elevada; • A produção de lodo final é reduzida; • A DBO final é reduzida • Tempo de aeração – 12 a 24h • Grande quantidade de lodo ativado (SSTA: 4000 A 8000 mg/L) • Relação A/M baixa • A energia necessária é alta. • População pequena/média Valos de oxidação Sistemas de Lodos Ativados e suas variantes O processo: • Aeração prolongada ou aeração total • φ > φ clássico • Fluxo orbital ou carrosel • P/ populações < 10.000 hab (rotor com eixo horizontal – convencional) • Carrosel p/ populações > 40.000 hab (rotor com eixo vertical – orbital) Vantagens: • Relação DBO: 2: 1 •Decantador secundário - opcional • Maior eficiência no efluente, lodo mineralizado • Construção simples do tanque de aeração • Lodo denso com menor IVL e com boa sedimentação LODOS ATIVADOS: 4. VARIANTES DE PROCESSO �Classificação dos sistemas quanto ao fluxo: � Fluxo contínuo � Fluxo intermitente (batelada) LODOS ATIVADOS: 5. CONCEITOS FUNDAMENTAIS �Determinação da matéria orgânica: DBO, DQO, COT, proteínas, carboidratos e lipídios; �Determinação da biomassa: SS - Sólidos Suspensos (1 - 10-3µ), SSV - Sólidos Suspensos Voláteis. � Sedimentabilidade do lodo - Total de mL de lodo sedimentados em 1 litro de amostra do tanque de aeração, disposta em proveta de 1L � IVL - Índice volumétrico do lodo - Sedimentabilidade do lodo/SS (mL/g). LODOS ATIVADOS: 5. CONCEITOS FUNDAMENTAIS �Carga de DBO aplicada por volume �Relação A/M �Tempo de detenção hidráulico (horas) � Idade do lodo (dias) LODOS ATIVADOS: 6. MICROBIOLOGIA �MICROFLORA: 0,5-25micra - Microestrutura (Bactérias formadoras de flocos) - Macroestrutura (Bactérias filamentosas) �Papel: - Oxidação da matéria orgânica; - Formação de flocos; - Oxidação da amônia; - Retenção do fósforo. FORMAÇÃO DOS FLOCOS �Equilíbrio entre macro e microestrutura �Macro - sustentação �Micro - produção de polímeros extracelulares �Forças de adesão relacionadas as fases do crescimento; LODOS ATIVADOS: 6. MICROBIOLOGIA �MICROFAUNA: - Protozoários (5 - 1000 micras) - Micrometazoários - Fungos �Papel: - Remoção de bactérias; - Degradação da matéria orgânica; - Contribuição na floculação; - Manutenção do equilíbrio ecológico; - Bioindicadores; - Redução da produção de lodo. 6. BIOQUÍMICA: OXIDAÇÃO AERÓBIA DA MATÉRIA ORGÂNICA CHONS + O2 CO2 + H2O + produtos + E CHONS + O2 + E C5H7NO2 (síntese bacteriana) C5H7NO2 + 5 O2 CO2 + NH3 + 2H2O + E (respiração endógena) OXIDAÇÃO DA AMÔNIA NITRIFICAÇÃO NH4+ + 3/2O2 NO2- + 2H+ + H2O + E Nitrossomonas sp NO2- + 1/2O2 NO3- + E Nitrobacter sp REDUÇÃO DE NITRATOS DESNITRIFICAÇÃO - ANÓXICO 2NO3- + H2O N2 + 2,5O2 + H2O �Bactérias anaeróbias facultativas: Pseudomonas sp, Achromobacter sp, Bacillus sp e Paracoccus sp. �Produção de alcalinidade AMONIFICAÇÃO RNH2 + H2O + H+ ROH + NH4+ �O nitrogênio orgânico é convertido em nitrogênio amoniacal para ser assimilado pelos microrganismos ; FATORES AMBIENTAIS PH � Afeta o comportamento microbiano; � 6,5<pH<8,5: bactérias predominam sobre os fungos; � pH<6,5: fungos podem competir com as bactérias; � 4,0<pH<5,0: fungos predominam; � Baixo pH pode causar a desfloculação; � Baixo pH + carência de nutrientes = bulking filamentoso de fungos; �pH ideal: entre 6 e 9. � Causa de queda do pH: - Cargas de choque momentâneas; - Lodo muito velho FATORES AMBIENTAIS NUTRIENTES � Indispensáveis para a síntese celular; �Macronutrientes essenciais: C, N e P; � Relação DBO:N:Pideal = 100:5:1 ou 100:3,5:0,7 �Os microrganismos são os responsáveis; �Carência de nutrientes: desfloculação e crescimento excessivo de filamentosas; FATORES AMBIENTAIS OXIGÊNIO DISSOLVIDO - OD �Concentração ideal de OD entre 1,0 e 4,0 mg/L; �Menor que 1,0 mg/L - fator limitante ao crescimento dos microrganismos aeróbios, pode levar a condição de anaerobiose no interior dos flocos e ao intumecimento do lodo; �Para nitrificação: OD deve ser maior que 2mg/L, devido a competição entre heterotróficas e quimioautotróficas. FATORES AMBIENTAIS TEMPERATURA �Afeta a velocidade de crescimento dos microrganismos e a velocidade de remoção dos substratos; �Alteram a solubilidade dos gases; � Elevadas temperaturas causam desnaturação de proteínas e redução da atividade bacteriana; � Baixas temperaturas diminuem o crescimento da biomassa e a eficiência do sistema; � Temperaturas ótimas: entre 200C e 400C FATORES OPERACIONAIS TEMPO DE DETENÇÃO HIDRÁULICO �TRH = V Q �Convencional: 6 a 8 horas �Aeração prolongada: 16 a 24 horas FATORES OPERACIONAIS RELAÇÃO A/M �Relação A/M = DQO(mg/L)*Q(L/dia) SSV(mg/L)*V(L) �Aeração prolongada: 0,05 a 0,10kgDBO.kgSSV.dia-1 e 3.000 a 6.000 mg/L de SST; �Convencional: 0,2 a 0,5kgDBO.kgSSV.dia-1 e 1.500 a 3.000 mg/L de SST; FATORES OPERACIONAIS IDADE DO LODO �Tempo médio de permanência da biomassa no reator; �0c = V(L)*SSV Vldesc.*SSVdesc. �Convencional: entre 4 e 10 dias �Aeração prolongada: maior que 20 dias FATORES OPERACIONAIS IVL �IVL = SSd (mL) SST (g/L) �IVL ideal entre 80 e 120 mL/g �IVL > 150 = lodo intumecido �IVL < 50 = microflocos VANTAGENS DO SISTEMA �Grande adaptação as transições hidráulicas e de carga; � Elevada eficiência na remoção de matéria orgânica e nitrogênio; �Utilização de menores áreas para implantação; � Boa capacidade de mineralização do lodo; � Flexibilidade operacional, permitindo diferentes objetivos de qualidade; � Possibilidade de uso do lodo na agricultura. DESVANTAGENS DO SISTEMA �Elevados custos de investimento, operação e manutenção; �Necessidade de operação 24 h por dia; �Alto consumo energético (aeração, recirculação, descarte e manutenção de equipamentos); �Emissões de ruídos; �Menor eficiência de remoção de elementos conservativos (metais pesados, pesticidas...); �Grande produção de lodo. Valos de oxidação SISTEMAS DE LODOS ATIVADOS E SUAS VARIANTES Valos de oxidação SISTEMAS DE LODOS ATIVADOS E SUAS VARIANTES SISTEMAS DE LODOS ATIVADOS E SUAS VARIANTES Ar Sistemas de Aeração Oxigênio puro Difusores Agitadores mecânicos Combinação dos 2 sistemas SISTEMAS DE LODOS ATIVADOS E SUAS VARIANTES Sistemas de Aeração SISTEMAS DE LODOS ATIVADOS E SUAS VARIANTES Sistemas de Aeração SISTEMAS DE LODOS ATIVADOS E SUAS VARIANTES Sistemas de Aeração
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