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PENAL I Aulas 04 e 05

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Faculdade São Francisco de Assis - Credenciamento Portaria 3.558 de 26/11/2003 – D.O.U. 28/11/2003 
Curso de Administração - Reconhecimento Portaria 164 de 16/02/2007 – D.O.U. 21/02/2007 
Curso de Arquitetura e Urbanismo – Autorização Portaria 116 de 13/06/2011 – D.O.U. 14/06/2011 
Curso de Ciências Contábeis – Reconhecimento Portaria 1.134 de 21/12/2006 – D.O.U. 26/12/2006 
Curso de Direito – Autorização Portaria 209 de 27/06/2011 – D.O.U. 29/06/2011 
Curso de Psicologia – Autorização Portaria 245 de 05/07/2011 – D.O.U. 06/07/2011 
Unidade Navegantes: Av. Sertório, 253, Unidade Concórdia: Av. Presidente Franklin Roosevelt, 770, Unidade São Francisco: Av. Baltazar de Oliveira Garcia, 4879 
Fone/Fax: (51) 3014-1800 - Porto Alegre – RS - www.saofranciscodeassis.edubr 
DIREITO PENAL I 
Profª Neida Leal Floriano 
3 APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO 
I – APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO 
Regra: a lei penal vigente à época dos fatos – tempus regit actum -. 
Exceção: extratividade – é a possibilidade de aplicação de uma lei a fatos ocorridos fora do 
alcance de sua vigência, ou seja, mesmo depois de revogada, continua regulando fatos ocorridos 
durante a sua vigência (ultratividade) ou retroage para alcançar fatos ocorridos antes de sua entrada em 
vigor (retroatividade). 
Assim, a extratividade pode ocorrer sob duas formas: 
a) Retroatividade – aplicação da lei penal benéfica a fato acontecido antes do período de sua 
vigência (art. 5º, XL, CF); 
b) Ultratividade – aplicação da lei penal benéfica, já revogada, a fato ocorrido após o período 
de sua vigência. 
Geralmente, a lei penal entra em vigor na data de sua publicação, no Diário Oficial da União. O 
espaço de tempo entre a publicação e a entrada em vigência da lei chama-se vocatio legis. Trata-se de 
uma medida de cautela ou de prudência do legislador. Iniciada a vigência a norma continua existindo e 
incidindo até que outra venha revogá-la ou que ela mesma estabeleça a autorrevogação, como ocorre 
com as leis transitórias. Se a revogação é parcial tem-se a derrogação, se for total tem-se a ab-
rogação. 
A sucessão de leis no tempo implica, não raramente, em questões que precisam ser dirimidas, 
ou seja, o fato de uma lei suceder a outra ocasiona, por vezes, o chamado conflito de normas no tempo. 
No sentido de resolvê-lo, a ciência jurídica formulou alguns princípios, cujo conteúdo forma o Direito 
Penal Intertemporal. Esse direito é que contribui com suas regras para conciliar a aplicação da lei nova 
quando concorre com a lei velha sobre a mesma matéria penal. 
O princípio geral é que prevaleça a lei do tempo do fato, segundo a regra tempus regit actum. De 
acordo com este postulado o juiz deve aplicar sempre a lei que vigorava quando a infração penal foi 
cometida. No entanto, se surgir alguma lei que favoreça ou amenize a pena, deverá ser esta aplicada, 
por força do art. 2º do CP, ou seja, a lei posterior que de qualquer modo favorecer o agente aplica-se aos 
fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
 
 
3.1 Tempo do crime: é o momento, a ocasião em que se considera praticado o delito, para fins de 
aplicação da lei penal ao autor do fato delituoso. 
 
Sobre o tempo do crime existem três teorias: 
 Teoria da atividade - considera o delito praticado no momento da conduta (ação ou 
omissão), não importando o instante do resultado. 
 Teoria do resultado – considera cometido o crime no momento do resultado, não 
importando o tempo da ação ou omissão. 
 Teoria mista ou ubiquidade – considera os dois fatores, podendo ser tanto o momento da 
ação ou omissão, quanto o do resultado. 
 
A legislação brasileira adota a teoria da atividade (art. 4º, CP), cujo alcance possui os seguintes 
efeitos: 
 
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Curso de Ciências Contábeis – Reconhecimento Portaria 1.134 de 21/12/2006 – D.O.U. 26/12/2006 
Curso de Direito – Autorização Portaria 209 de 27/06/2011 – D.O.U. 29/06/2011 
Curso de Psicologia – Autorização Portaria 245 de 05/07/2011 – D.O.U. 06/07/2011 
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a) determinar a imputabilidade do agente; 
b) fixar as circunstâncias do tipo penal; 
c) possibilitar eventual aplicação da anistia; 
d) dar oportunidade à prescrição. 
 
Obs.: Em caso de crimes permanentes e continuados aplica-se regra especial, qual seja: a 
consumação se prolonga no tempo. 
 
3.1.1 Princípios da lei penal no tempo: 
a) Imediatidade → Princípio do tempus regit actum: trata-se de aplicação da lei penal imediata à 
data do ato criminoso. 
 
b) Irretroatividade da lei penal: trata-se da regra contida no Código Penal. Diz-se 
irretroatividade da lei penal a hipótese em que a lei só vai vigorar para fatos futuros. 
 
c) Retroatividade da lei mais benigna: ocorre quando o juiz aplica nova lei penal, não existente 
à época do fato, mas que retroage a essa data porque beneficia o réu. Constata-se a retroatividade da lei 
penal quando ela atinge fatos ocorridos antes de sua vigência. 
 
 
3.2 Sucessão de leis no tempo 
Entre a data do fato praticado e o término do cumprimento da pena pelo réu poderão surgir 
várias leis penais que, de alguma maneira, tenham aplicação ao fato praticado pelo agente. Para tanto, 
deve ser analisada a consequência jurídica, ou seja, os efeitos que ela poderá produzir no curso da 
execução penal. Desse modo, se a lei nova for benéfica, opera-se a retroatividade. Se a lei nova não 
for benéfica, aplicar-se-á a lei anterior, em favor do réu, por ser mais vantajosa, portanto, será ultrativa. 
 
3.2.1 Crime permanente e lei penal benéfica: aplica-se a lei nova durante a atividade executória do 
crime permanente, aquele cuja consumação se estende no tempo, mesmo que seja no tempo, 
mesmo que seja prejudicial ao réu. Ver Súmula 711 do STF. 
 
3.2.2 Leis intermitentes: são leis criadas para durar certo período e, por vezes, por um lapso 
temporal breve. As leis excepcionais (duração durante um estado anormal) e temporárias (editadas 
por um período determinado, ou seja, dotadas de autorrevogação) são espécies desse gênero. Essas 
leis são sempre ultrativas (art. 3º, CP), salvo se sobrevier uma lei temporária mais benéfica. 
 
3.2.3 Lei Intermediária: A lei intermediária é aquela que não era vigente à data do fato nem à data 
da prolação da sentença. Deve ser aplicada sempre que, comparativamente a ambas, for mais 
benéfica, o que faz surgir uma retroatividade em relação à lei anterior e uma ultra-atividade em 
relação a uma lei mais nova. 
 
 
3.3 Lugar do crime 
Igualmente, existem três teorias: 
 Teoria da atividade – considera local do crime aquele onde foi praticada a conduta (ação ou 
omissão), ainda que seja outro o lugar que tenha ocorrido o resultado. 
 Teoria do resultado – considera o lugar do crime aquele onde ocorreu o resultado 
(consumação), ou seja, despreza o lugar da conduta (ação ou omissão). 
 Teoria mista ou ubiquidade – adota como lugar do crime tanto onde houve a conduta, quanto 
onde se deu o resultado. 
 
O Código Penal adota a teoria mista ou da ubiquidade → art. 6º, CP → destina-se, 
exclusivamente a resolver problemas de Direito Penal internacional, ou seja, a aplicação da lei penal no 
espaço, quando um crime tiver início no Brasil e terminar no exterior ou vice-versa – crime à distância. 
Ex.: um sujeito, na Argentina, envia carta-bomba que explode com seu destinatário,no Brasil. Se a 
Argentina adotar a teoria da atividade e o Brasil a do resultado, o agente ficaria impune. 
 
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Os delitos praticados em território nacional se aplica a regra do art. 70 do CPP – lugar 
onde se consumar a infração-. 
 
Assim, tem-se a aplicação das teorias: 
 
TEMPO DO CRIME – TEORIA DA ATIVIDADE 
LUGAR DO CRIME – TEORIA DA UBIQUIDADE 
 
 
II – APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO 
 
Regra geral: princípio da territorialidade → aplicação das leis brasileiras aos delitos cometidos dentro 
do território nacional (art. 5º, caput, CP) 
Exceção: princípio da extraterritorialidade → aplicação das leis brasileiras aos delitos cometidos fora 
do território nacional (art. 5º, caput, CP) 
Art. 5º. Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito 
internacional, ao crime cometido no território nacional. 
§ 1º. Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e 
aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se 
encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 
§ 2º. É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações 
estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo 
no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. 
 
Considera-se território brasileiro todo o espaço onde o Brasil exerce sua soberania, seja 
terrestre, aéreo, marítimo ou fluvial. São elementos do território nacional: 
a) o solo (e subsolo) ocupado pela nação – sem solução de continuidade e com limites 
reconhecidos -; 
b) os rios, os lagos e os mares interiores e sucessivos; 
c) os golfos, as baías e os portos; 
d) a faixa de mar exterior, que corre ao largo da costa e que constitui o mar territorial – 
incluindo o leito e o subsolo respectivo (plataforma continental); 
e) a parte que o direito atribui a cada Estado sobre os rios, lagos e mares fronteiriços; 
f) os navios nacionais; 
g) o espaço aéreo correspondente ao território; 
h) as aeronaves nacionais. 
 
Rios, lagos e mares fronteiriços e sucessivos: rios fronteiriços ou limítrofes são os que se 
situam na fronteira entre dois países, separando-os. Cabe aos tratados e convenções 
internacionais fixar a quem pertencem. Se não houver acordo internacional, entende-se que a 
fronteira fica estabelecida na metade do rio. Ex.: Rio Solimões, situado entre o Peru e a 
Colômbia. Rios sucessivos ou interiores são os que passam pelo território de vários países. Ex.: 
Rio Uruguai, etc. 
 
Espaço aéreo: compreende todo o espaço acima do território, inclusive o mar territorial, até o 
limite da atmosfera. 
 
Mar territorial: atualmente, o mar territorial do Brasil possui 12 milhas. Nesse espaço aplica-se a 
lei penal pátria. De acordo com a Lei nº 8.617/93, além das milhas do mar territorial, há também 
a chamada Zona Contígua, compreendida entre 12 e 24 milhas para fins de fiscalização de 
assuntos aduaneiros, fiscais, sanitários ou relativa à imigração. Também, nessa lei há previsão 
da chamada Zona Econômica Exclusiva que se estende no espaço compreendido entre 12 e 200 
milhas. 
 
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Território brasileiro por equiparação: art. 5º, § 1º, CP → duas possibilidades: a) embarcações 
e aeronaves brasileira de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde se 
encontrarem; b) embarcações e aeronaves brasileira de propriedade privada, que estiverem 
navegando em alto-mar ou sobrevoando águas internacionais. 
 
Critérios para a extraterritorialidade: 
1) Incondicionada – significa que o interesse punitivo da Justiça brasileira não depende de 
nenhuma condição. 
a. Hipóteses de extraterritorialidade incondicionada: 
i. Crimes cometidos contra a vida ou a liberdade do Presidente da República - art. 
7º, I, a, CP; 
ii. Crimes contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de 
Estado, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, 
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público - art. 7º, I, b, CP; 
iii. Crimes contra a administração pública, por quem está a seu serviço (são os arts. 
312 a 326, c/c o art. 327, CP) - art. 7º, I, c, CP; 
iv. Crime de genocídio, quando agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil - art. 7º, 
I, d, CP; 
v. Crime de tortura, conforme previsão da Lei 9.455/97, que estabeleceu a 
possibilidade de se aplicar a lei brasileira ao torturador, onde quer que o delito 
seja cometido, desde que a vítima seja brasileira ou esteja o autor da infração 
penal sob jurisdição brasileira. 
2) Condicionada – somente haverá interesse do Brasil em punir o autor de crime cometido no 
exterior se preenchidas as condições estabelecidas no art. 7º, §2º, a, b e c e § 3º, do Código 
Penal. 
a. Hipóteses de extraterritorialidade condicionada: 
i. Crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir (ex.: tráfico 
ilícito de drogas, pirataria, tráfico de pessoas, etc.) – art. 7º, II, a, CP; 
ii. Crimes praticados por brasileiros (quando refugiados no Brasil). A competência 
está prevista no art. 88 do CPP – art. 7º, II, b, CP; 
iii. Crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
Exemplo: se uma aeronave privada brasileira estiver sobrevoando território 
estrangeiro e um crime for cometido a bordo, por um estrangeiro contra outro, o 
interesse brasileiro é entregar o autor do delito às autoridades locais. No 
entanto, pode acontecer de, conforme as leis do país dos envolvidos no crime 
não possuir previsão para tal hipótese. Assim, o foro competente é o da 
bandeira da aeronave, ou seja, o Brasil. Essa situação se denomina princípio da 
nacionalidade ou da personalidade – art. 7º, II, c, CP; 
iv. Crimes praticados por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, desde que não 
tenha sido pedida ou tenha sido negada a extradição e quando houver 
requisição do Ministro da Justiça. É a aplicação do princípio da defesa ou da 
proteção – art. 7º, §3º, CP. 
Condições para a extraterritorialidade: 
1) Entrada do agente noterritório nacional 
 
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2) Existência de dupla tipicidade, ou seja, o fato praticado no exterior e considerado crime no 
Brasil necessita ser também infração penal no exterior. 
3) Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais as leis brasileiras autorizam a extradição (pena 
máxima em abstrato deve ultrapassar um ano). 
4) Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou, tendo sido condenado, não ter aí cumprido 
pena. Trata-se da consagração do princípio ne bis in idem. 
5) Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por qualquer outro motivo, não estar extinta 
a punibilidade. 
Pena cumprida no estrangeiro 
Em se tratando de extraterritorialidade condicionada, a pena cumprida no estrangeiro faz 
desaparecer o interesse do Brasil em punir o criminoso. No entanto, nos casos de extraterritorialidade 
incondicionada, o infrator ingressando no Brasil estará sujeito à punição, pouco importando já ter sido 
condenado ou absolvido no exterior. 
Crítica: Trata-se, tal hipótese, de violação ao princípio que proíbe a dupla punição pelo mesmo 
fato (ne bis in idem). 
Para tentar minimizar a não aplicação do princípio ne bis in idem criou o legislador um dispositivo 
compensatório que se encontra no art. 8º do CP, qual seja: caso a pena cumprida no exterior seja 
idêntica à aplicada no Brasil (ex.: pena privativa de liberdade aplicada no exterior e a mesma pena 
privativa de liberdade aplicada no Brasil) será feita a compensação; caso a pena cumprida no exterior 
seja diversa da que for aplicada no Brasil (ex.: multa no exterior e privativa de liberdade no Brasil), a 
pena a ser fixada pelo juiz brasileiro deve ser atenuada. 
Outras exceções à regra da extraterritorialidade: 
1) As convenções, tratados e regras de direito internacional podem afastar a aplicação da lei 
penal, conforme dispõe o art. 5º, caput, CP. Ex.: Convenção de Viena que cuida das 
imunidades diplomáticas. O diplomata que cometer um crime no Brasil não será preso, nem 
processado no território nacional, por força da exceção criada. 
a. Imunidades diplomáticas → fonte: Convenção de Viena (1961, sobre relações 
diplomáticas, e 1963, sobre relações consulares) 
i. Abrangência, extensão e exclusão da imunidade: diplomatas de carreira (de 
embaixador a terceiro-secretário) e os membros do quadro administrativo e 
técnico (tradutores, contabilistas, etc.) da sede diplomática, desde que 
recrutados no Estado de origem. Estende-se a imunidade aos familiares dos 
diplomatas de carreira (aqueles que convivem ou que dependem 
economicamente do diplomata), dos membros do quadro administrativo e 
técnico, dos funcionários das organizações mundiais (quando estão em serviço), 
os chefes de Estado estrangeiro e os diplomatas ad hoc (pessoas nomeadas 
para acompanhar a posse de algum Presidente da República). Ficam excluídos 
das imunidades os empregados domésticos particulares dos diplomatas (ex.: 
cozinheiro, jardineiro, etc.), mesmo tendo a mesma nacionalidade. 
ii. Características das imunidades diplomáticas: 
1. Inviolabilidade pessoal: os diplomatas não podem ser presos ou 
detidos, nem obrigados a depor como testemunhas, mas podem ser 
investigados. 
2. Independência: os diplomatas agem livremente em relação a tudo o que 
se refere à sua qualidade de representantes de um Estado estrangeiro. 
 
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3. Isenção da jurisdição criminal, civil e tributária (com exceção dos 
dois últimos) 
4. Inviolabilidade de habitação (atualmente, não mais se consideram as 
sedes diplomáticas como extensão do território alienígena). 
5. Dever de cumprimento das leis do estado onde estão servindo: a 
atividade diplomática não lhes dá o direito de descumprir as regras do 
país estrangeiro. 
2) Imunidades consulares: possuem imunidades à jurisdição brasileira os funcionários consulares 
de carreira → cônsul-geral, o cônsul, o vice-cônsul e o agente consular, quando no exercício de 
suas funções. A imunidade consular não se estende aos familiares destes. 
3) As imunidades parlamentares instituídas pela Constituição Federal, configuram outra hipótese 
de não aplicação da lei penal brasileira a infrações cometidas no território nacional. São 
consideradas essenciais ao correto desempenho do mandato (liberdade de ação, através da 
exposição livre do pensamento, das ideias, do voto) 
a. Espécies de imunidade parlamentares: 
1. Substantiva (material, absoluta, real ou irresponsabilidade legal) - art. 
53, CF: é um privilégio de direito penal substantivo e visa a assegurar a 
liberdade de palavra e debates; 
Obs.: a imunidade substantiva não abrange a propaganda eleitoral, 
tampouco, o caráter disciplinar e é irrenunciável (pois pertence ao 
Parlamento e não ao congressista) e não se estende a corréu (Súmula 
245, STF) 
2. Processual (formal ou relativa) – art. 53, § 2º, CF: é um privilégio de 
natureza processual e tem por fim garantir a inviolabilidade pessoa, 
evitando que o parlamentar seja submetido a processos tendenciosos 
ou prisões arbitrárias. 
Obs.: são crimes inafiançáveis os previstos nos arts. 323 e 324 do CPP, 
além do racismo, tortura, tráfico ilícito de substâncias entorpecentes, 
terrorismo, crimes hediondos (Lei nº 8.070/90) e ações de grupos 
armados contra a ordem constitucional e o Estado Democrático de 
Direito. A imunidade processual não impossibilita a investigação policial 
e somente tem incidência em juízo, depois de oferecida a acusação 
penal. 
4) Outras imunidades e foros privilegiados: 
a. Deputados estaduais: possuem as mesmas imunidades que os parlamentares federais, 
conforme dispõe o art. 27, §1º, CF; 
b. Vereadores: possuem somente imunidade substantiva, desde que no exercício do 
mandato e na circunscrição do seu Município (art. 29, VIII, CF). Não têm foro 
privilegiado. 
c. Advogados: imunidade judiciária art. 142, I, CP. 
d. Prefeitos: não possuem imunidades, mas semente prerrogativa de foro → julgados pelo 
Tribunal de Justiça. 
 
 
 
Faculdade São Francisco de Assis - Credenciamento Portaria 3.558 de 26/11/2003 – D.O.U. 28/11/2003 
Curso de Administração - Reconhecimento Portaria 164 de 16/02/2007 – D.O.U. 21/02/2007 
Curso de Arquitetura e Urbanismo – Autorização Portaria 116 de 13/06/2011 – D.O.U. 14/06/2011 
Curso de Ciências Contábeis – Reconhecimento Portaria 1.134 de 21/12/2006 – D.O.U.26/12/2006 
Curso de Direito – Autorização Portaria 209 de 27/06/2011 – D.O.U. 29/06/2011 
Curso de Psicologia – Autorização Portaria 245 de 05/07/2011 – D.O.U. 06/07/2011 
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Eficácia de sentença estrangeira 
A sentença estrangeira para que possa produzir efeitos no Brasil deve ser homologada por um 
Tribunal, sob pena de se configurar aplicação de leis estrangeiras em território brasileiro (art. 9º, CP). O 
objetivo é nacionalizar a lei penal estrangeira que deu fundamento à sentença a ser homologada. 
Atualmente, a competência para a homologação é do Superior Tribunal de Justiça – STJ, art. 105, I, i, 
CF. 
 
Finalidades: 
a) permitir que a vítima a utilize para obter reparação civil do dano; 
b) possibilitar o cumprimento de medida de segurança; 
c) viabilizar o confisco de bens em razão de lavagem de dinheiro ocorrida no exterior. 
 
 
EXTRADIÇÃO: é um instrumento de cooperação internacional na repressão à criminalidade, no qual um 
Estado entrega a outro uma pessoa acusada ou condenada, para que seja julgada ou submetida à 
execução da pena. 
 
Requisitos para a concessão de extradição: 
a) exame prévio do STF (art. 102, I, g, CF); 
b) existência de convocação ou tratado firmado com o Brasil, ou oferecimento de reciprocidade; 
c) existência de sentença final condenatória, impositiva de pena privativa de liberdade ou prisão 
preventiva; 
d) ser o extraditando estrangeiro; 
e) o fato imputado deve constituir crime (e não contravenção penal); 
f) a pena máxima para o crime imputado ao extraditando deve ser privativa de liberdade superior 
a um ano, pela legislação brasileira; 
g) o crime imputado ao extraditando não pode ser político ou de opinião; 
h) o extraditando não pode estar sendo processado, nem pode ter sido condenado ou absolvido 
no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido; 
i) o Brasil tem que ser incompetente para julgar a infração (segundo suas leis); 
j) o extraditando, no exterior, não pode ser submetido a tribunal de exceção; 
k) não pode estar extinta a punibilidade pela prescrição; 
l) o extraditando não pode ser considerado, oficialmente, como refugiado pelo Governo brasileiro. 
 
3.4 ABOLITIO CRIMINIS (abolição do crime) 
É um fenômeno que ocorre quando uma lei posterior deixa de considerar criminosa uma 
determinada conduta. Ex. crime de adultério (Lei nº 11.106/05). Quando ocorre a abolitio criminis 
extingue-se a punibilidade do agente, nos termos do art. 107, III, CP.

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