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PENAL I Aulas 01 e 02

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DIREITO PENAL I
Profª Neida Leal Floriano
I – Conceitos: 
1. Direito Penal: é o ramo do Direito Público que define as infrações penais, estabelecendo as penas e/ou medidas de segurança. Também chamado de Direito Criminal. São várias as definições de Direito Penal, as quais, em regra, apresentam a mesma essência.
“É o conjunto de normas estabelecidas pelo Estado que definem os delitos, as penas e as medidas de correção e de segurança com as quais são sancionados” (Cuello Culón).
 “É o conjunto de normas jurídicas que regulam o poder punitivo do Estado, tendo em vista os fatos de natureza criminal e as medidas aplicáveis a quem os pratica” (Magalhães Noronha).
“É o conjunto de normas jurídicas que tem por objeto a determinação de infrações de natureza penal e suas sanções correspondentes – penas e medidas de segurança” (Cezar Roberto Bitencourt).
2. Política Criminal: é a forma de observação e análise crítica do Direito Penal ou a maneira de raciocinar e estudar o Direito Penal objetivo, apontando as deficiências, sugerindo alternativas para o aperfeiçoamento e, ainda, criando novos institutos jurídicos para a satisfação das finalidades essenciais de controle social desse ramo do Direito.
3. Criminologia: é a ciência que estuda o crime, como fenômeno social, assim como o criminoso, enquanto sujeito do ato ilícito, de forma ampla, não se limitando ao exame da norma penal e seus efeitos, pois estuda as causas que levam à deliquência. Luiz Flávio Gomes e Antonio García-Pablos de Molina definem criminologia como sendo a “ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo, que trata de subministrar uma informação válida, contrastada, sobre a gênese, dinâmica e variáveis principais do crime – contemplado este como problema individual e como problema social -, assim como sobre os programas de prevenção eficaz do mesmo e técnicas de intervenção positiva no homem delinquente e nos diversos modelos ou sistemas de resposta ao delito”�.
4. Bem jurídico: é o bem escolhido pelo ordenamento jurídico para ser tutelado e amparado. Quando se constituir em bem jurídico considerado relevante, passa para o âmbito de proteção penal, permitindo a formação de tipos penais incriminadores, coibindo as condutas em jurídico penal
II – Finalidade do Direito Penal: é a proteção dos bens jurídicos mais importantes e necessários para a própria sobrevivência da sociedade. Para efetivar essa proteção utiliza-se da cominação, aplicação e execução da pena. A pena não é a finalidade do direito penal. É apenas um instrumento de coerção de que se vale para a proteção desses bens, valores e interesses mais significativos da sociedade.
II – Caracteres do Direito Penal
Regula as relações dos indivíduos em sociedade (relações interpessoais).
Os bens protegidos pelo Direito Penal são indisponíveis e interessam à sociedade. 
Finalidade preventiva.
Sujeitos: 
ativo – quem pratica o fato descrito na norma penal incriminadora (fato típico).
passivo – é a pessoa ou entidade que sofre os efeitos do delito (vítima)
Objetos:
Objeto jurídico – é o bem ou interesse protegido pela norma penal. Ex.: no homicídio o objeto jurídico é a vida; no furto o patrimônio.
Objeto material – é a coisa sobre a qual recai a ação do agente. Pode ser tanto um bem material como uma pessoa, no sentido corporal.
III – Fontes do Direito Penal: 
Fonte material do Direito Penal: a União. Excepcionalmente, o Estado-membro se autorizado por lei complementar editada pela União. Base legal: art. 22, I e parágrafo único, da Constituição Federal e Súmula 722 do STF;
Fonte formal do Direito Penal: classifica-se em:
Imediatas: a lei em sentido estrito 
Mediatas: costumes e princípios gerais de direito 
III (1) Interpretação e Analogia no Direito Penal: 
Interpretação: é um processo de descoberta do conteúdo da lei e não de criação de normas. No direito penal se admite qualquer forma de interpretação, inclusive, sendo permitida a interpretação extensiva e analógica. 
Interpretação extensiva – processo de conhecimento do conteúdo da norma mediante ampliação do sentido de determinado termo, a fim de dar lógica a sua aplicação. Ex.: art. 176 e 235, ambos do CP.
Interpretação analógica - processo de conhecimento do conteúdo da norma mediante um procedimento de comparação entre os seus termos, a fim de dar lógica a sua aplicação. Ex.: art. 121, § 2º, III, CP.
Analogia: processo de integração do sistema normativo, suprindo-se lacunas e aplicando-se norma existente a caso semelhante ao qual seria cabível.
Analogia in malam partem – aplica-se determinada norma para punir o réu em caso análogo, em face da inexistência de lei específica. Inadmissível no Direito Penal brasileiro.
Analogia in bonam partem - aplica-se determinada norma para absolver o réu em caso análogo, em face da inexistência de lei específica. Excepcionalmente, admissível no Direito Penal brasileiro (evitar injustiças).
IV – Direito Penal Objetivo e Direito Penal Subjetivo 
Direito Penal Objetivo: conjunto de normas jurídicas destinado a combater a criminalidade assegurando a defesa da sociedade;
Direito Penal Subjetivo: poder de punir do Estado 
V – Formação histórica do Direito Penal
A história do Direito Penal remonta às mais antigas civilizações. O ser humano desde os primórdios violou regras de convivência, agredindo seus semelhantes e a própria comunidade em que vivia, tornando indispensável a aplicação de uma punição (castigo). No início, a pena era aplicada desordenadamente, sem uma finalidade definida, de forma desproporcional e com forte conteúdo religioso. Atingiu-se a vingança privada e, na sequência, a vingança pública, chamando o Estado a si o poder de punir. Aplicou-se o talião, o que representou um avanço à época, pois traçou-se o contorno da proporcionalidade entre o crime praticado e a pena merecida. Seguiu-se a fase de humanização do Direito Penal, após a Revolução Francesa, estabelecendo-se, no mundo todo, a pena privativa de liberdade contra a principal sanção aplicada, evitando-se como meta ideal a ser atingida, as penas consideradas cruéis.
VI – O Direito Penal no Brasil: panorama da codificação brasileira 
Até a Independência do Brasil vigoravam no país as normas emanadas das Ordenações Portuguesas (Afonsinas, Manoelinas e Filipinas). Após a República surgiram os seguintes Códigos: 
1 - Código Criminal do Império do Brasil – 1830 – legislação mais humanizada e sistematizada. Representava um avanço à época, criando institutos, tais como o dia-multa, até hoje utilizado pelo direito brasileiro;
2 - Código Penal dos Estados Unidos do Brasil ou da Era Republicana – 1890 – vigente até a edição do atual Código Penal, muito embora as críticas decorrentes da falta de continuidade na organização e originalidade das regras jurídicas; 
3 - Consolidação das Leis Penais – 1932, instituída em razão de inúmeras leis penais desconexas;
4 - Código Penal – 1940, em vigência na atualidade, cuja parte especial, com algumas alterações;
5 -Código Penal – 1969, que teve uma vacatio legis de aproximadamente nove anos foi revogado sem nunca ter entrado em vigor;
6 - Código Penal – 1984, que revogou tão somente a parte geral do Código de 1940.
O Código Penal vigente possui uma parte geral (arts. 1º ao 120) que remonta a 1984 e uma parte especial (arts. 121 a 361) que refere-se a edição de 1940, com alterações.
VII – Normas Penais: conceitos e classificação
No Código Penal encontramos não apenas normas que descrevem condutas típicas, que ensejam punição estatal, mas, também normas que podem beneficiar o sujeito e até mesmo excluir o crime. São espécies de normas penais: normas penais incriminadoras e normas penais não-incriminadoras.
a) Normas Penais Incriminadoras
Possuem a função de definir as infrações penais, proibindo ou impondo condutas, sob ameaça de pena. São as normas penaisem sentido estrito, proibitivas ou mandamentais. Neste tipo de norma percebe-se a existência de duas espécies de preceitos:
preceito primário – preceptum iuris – faz a descrição detalhada e perfeita de uma conduta que se procura proibir ou impor; 
preceito secundário – sanctio iuris – individualiza a pena, cominando-a em abstrato.
b) Normas Penais Não-Incriminadoras
Possuem as seguintes finalidades:
tornar lícitas determinadas condutas;
afastar a culpabilidade do agente, erigindo causas de isenção de pena;
esclarecer determinados conceitos;
fornecer princípios gerais para a aplicação da lei penal.
As normas penais não-incriminadoras podem ser permissivas, explicativas e complementares.
Explicativas: esclarecem ou explicam conceitos (arts. 327 e 150, §4º do CP)
Complementares – fornecem princípios gerais para a aplicação da lei penal. Ex.: art. 59, do CP.
Permissivas: que, por sua vez, podem ser:
permissivas justificantes: têm por finalidade afastar a ilicitude (antijuridicidade) da conduta do agente. Ex.: arts. 23 a 25, do CP;
permissivas exculpantes – têm por finalidade eliminar a culpabilidade, isentando o agente de pena. Ex.: arts. 26, caput e 28, §1o, do CP.
Normas Penais em Branco: são normas penais incriminadoras que exigem uma complementação para que se possa compreender o âmbito de aplicação de seu preceito primário. São fornecidas por outras normas, inclusive, de fonte diversa, podendo ser um decreto, um regulamento, uma portaria, etc. As normas penais em branco se dividem em dois grupos:
normas penais em branco homogêneas (ou em sentido amplo): se o seu complemento é oriundo da mesma espécie legislativa que editou a norma que necessita do complemento. Lei complementando lei.
normas penais em branco heterogêneas (ou em sentido estrito): seu complemento é oriundo de fonte diversa daquela que a editou. Regulamento complementando lei. Ex.: Na Lei de Drogas (Lei nº11.343/06) os artigos 28 e 33 tratam de uso ou tráfico de substância entorpecente, mas a lei não diz quais são estas substâncias, sendo elas determinadas pela portaria do Ministério da Saúde.
Normas Penais Incompletas ou Imperfeitas: são aquelas que para se saber a sanção imposta pela transgressão de seu preceito primário o legislador nos remete a outro texto de lei. Pela leitura do tipo penal incriminador, verifica-se o conteúdo da proibição ou do mandamento, mas para saber a consequência jurídica (pena) é necessário se deslocar para outro tipo penal. Ex.: O artigo 304 do CP, que é ao mesmo tempo norma penal em branco (em seu preceito primário) e norma penal incompleta (em seu preceito secundário):
Art. 304. Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os artigos 297 a 302:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
Obs.: Enquanto a norma penal em branco é formalmente deficiente em seu preceito primário, a norma penal incompleta ou imperfeita é deficiente em seu preceito secundário.
� SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004, p. 28.
�Faculdade São Francisco de Assis - Credenciamento Portaria 3.558 de 26/11/2003 – D.O.U. 28/11/2003
Curso de Administração - Reconhecimento Portaria 164 de 16/02/2007 – D.O.U. 21/02/2007
Curso de Arquitetura e Urbanismo – Autorização Portaria 116 de 13/06/2011 – D.O.U. 14/06/2011
Curso de Ciências Contábeis – Reconhecimento Portaria 1.134 de 21/12/2006 – D.O.U. 26/12/2006
Curso de Direito – Autorização Portaria 209 de 27/06/2011 – D.O.U. 29/06/2011
Curso de Psicologia – Autorização Portaria 245 de 05/07/2011 – D.O.U. 06/07/2011
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