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As Convenções de Genebra

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As Convenções de Genebra: a essência do Direito Internacional Humanitário
As Convenções de Genebra e os Protocolos Adicionais são tratados internacionais que contêm as regras mais importantes que limitam a barbárie da guerra. Elas protegem as pessoas que não participam do combate (civis, médicos e profissionais de socorro) e os que não mais participam do combate (soldados feridos, doentes, náufragos e prisioneiros e guerra). Veja os links para fontes selecionadas.
 As Convenções de Genebra de 1949 | Artigo 3º Comum | Em que situações se aplicam as Convenções de Genebra? | Os Protocolos Adicionais às Convenções de Genebra
As Convenções de Genebra e seus Protocolos Adicionais são a essência do Direito Internacional Humanitário, o conjunto de leis que rege a conduta dos conflitos armados e busca limitar seus efeitos. Eles protegem especificamente as pessoas que não participam dos conflitos (civis, profissionais de saúde e de socorro) e os que não mais participam das hostilidades (soldados feridos, doentes, náufragos e prisioneiros de guerra). As Convenções e seus Protocolos apelam para que sejam tomadas medidas para evitar ou para acabar com todas as violações. Eles contêm regras rigorosas para lidar com as chamadas "violações graves" (em inglês). Os responsáveis pelas violações graves devem ser buscados, julgados ou extraditados, independente de suas nacionalidades. 
As Convenções de Genebra de 1949
A primeira Convenção de Genebra protege feridos e enfermos das forças armadas em campanha. Esta Convenção representa a quarta versão atualizada da Convenção de Genebra sobre feridos e enfermos depois das adotadas em 1864, 1906 e 1929. Contém 64 artigos que protegem não só os feridos e enfermos, mas também o pessoal médico e religioso, as unidades e os transportes médicos. A Convenção também reconhece os emblemas distintivos. Apresenta dois anexos: um projeto do acordo relativo às zonas e localidades sanitárias e um modelo de cartão de identidade para pessoal sanitário e religioso.
A segunda Convenção de Genebra protege feridos, enfermos e náufragos das forças armadas no mar .Esta Convenção substitui a Convenção de Haia de 1907 sobre a Adaptação dos Princípios da Convenção de Genebra de 1864 a Guerras Marítimas. Segue as disposições da Primeira Convenção de Genebra em termos de estrutura e conteúdo. Contém 63 artigos que se aplicam especificamente a guerras marítimas. Por exemplo, protege os navios-hospitais. Também contém um anexo com um modelo de cartão de identidade para pessoal sanitário e religioso.
A terceira Convenção de Genebra se aplica aos prisioneiros de guerra.
Esta Convenção substitui a Convenção sobre Prisioneiros de Guerra de 1929. Contém 143 artigos, enquanto a de 1929 continha apenas 97. As categorias de pessoas com direito ao status de prisioneiro de guerra foram ampliadas de acordo com as Convenções I e II. As condições e os locais de cativeiro também foram definidos com mais precisão, em particular com relação ao trabalho de prisioneiros de guerra, seus recursos pecuniários, o socorro que recebem e os processos judiciais contra eles. A Convenção estabelece o princípio de que os prisioneiros de guerra devem ser liberados e repatriados sem demora após o término das hostilidades ativas. A Convenção tem cinco anexos com vários modelos de acordos e cartão de identidade e outros cartões.
A quarta Convenção de Genebra protege os civis, inclusive em territórios ocupados.
As Convenções de Genebra, adotadas antes de 1949, se preocupavam apenas com os combatentes, mas não com os civis. Os eventos da II Guerra Mundial mostraram as consequências desastrosas da ausência de uma convenção para proteger os civis em tempos e guerra. A Convenção adotada em 1949 leva em consideração as experiências da II Guerra Mundial. É composta por 159 artigos e contém uma pequena seção referente à proteção geral das populações contra certas consequências da guerra, sem tratar da conduta das hostilidades, que foi examinada depois nos Protocolos Adicionais de 1977. A parte principal das Convenções aborda o status e o tratamento de pessoas protegidas, a distinção entre os estrangeiros em território de uma parte em conflito e os civis em território ocupado. Ela esclarece as obrigações da Potência Ocupante com relação à população civil e contem disposições detalhadas sobre o socorro humanitário em território ocupado. Também contém um regime específico para o tratamento de civis internados. Seus três anexos contêm um projeto de acordo relativo às zonas e localidade sanitárias e de segurança, projeto de regulamento relativo ao socorro humanitário e modelos de cartões. 
Artigo 3º Comum
O artigo 3º (em inglês), comum às quatro Convenções de Genebra, marcou um avanço, uma vez que, pela primeira vez, contempla os conflitos armados não-internacionais. Esses tipos de conflito variam muito. Eles incluem guerras civis tradicionais, conflitos armados internos que se expandem para outros Estados ou conflitos internos nos quais um terceiro Estado ou uma força multinacional intervém junto com o governo. O Artigo 3º Comum estabelece regras fundamentais que não podem ser derrogadas. É como uma mini-Convenção dentro das Convenções, pois contém regras essenciais das Convenções de Genebra em um formato condensado e as torna aplicáveis aos conflitos de caráter não-internacional:
Estabelece que todas as pessoas em poder do inimigo, sem qualquer discriminação, devem receber tratamento humano. Proíbe especificamente o homicídio sob todas as formas, as mutilação, as torturas, os tratamentos cruéis, humilhantes ou degradantes, as tomadas de reféns e os julgamentos injustos.Também estabelece que os feridos, enfermos e náufragos sejam recolhidos e tratados.Concede ao CICV o direito de oferecer seus serviços às partes em conflito. Pede às partes em conflito que se esforcem para pôr em vigor todas ou parte das Convenções de Genebra por meio dos chamados acordos especiais.
Reconhece que a aplicação dessas regras não afeta o estatuto jurídico das partes em conflito.
Devido a que a maioria dos conflitos armados de hoje são não-internacionais, a aplicação do Artigo 3º Comum é de suma importância. Ele deve ser respeitado por completo. 
Veja também: Crescente respeito pelo Direito Internacional Humanitário em conflitos armados não-internacionais (em inglês) Em que situações se aplicam as Convenções de Genebra?
Estados Parte das Convenções de Genebra
As Convenções de Genebra entraram em vigor no dia 21 de outubro de 1950. 
O número de ratificações aumentou de forma gradual nas últimas décadas: 74 Estados ratificaram as Convenções durante a década de 50; 48 Estados o fizeram na década de 60; 20 Estados na década de 70; e outros 20 Estados as assinaram durante a década de 80. Vinte e seis países ratificaram as Convenções no início da década de 90, a maioria depois da dissolução da União Soviética, da Tchecoslováquia e da antiga Iugoslávia.
Com as sete novas ratificações desde o ano 2000, o número de Estados Parte totaliza 194, tornando as Convenções de Genebra universalmente aplicáveis.Os Protocolos Adicionais das Convenções de Genebra
Nas duas décadas após a adoção das Convenções de Genebra, o mundo testemunhou um aumento no número de conflitos armados não-internacionais e de guerras por independência. Em resposta a isso, foram adotados em 1977 dois Protocolos Adicionais às Convenções de Genebra de 1949. Eles fortalecem a proteção das vítimas de conflitos armados internacionais (Protocolo I) e não-internacionais (Protocolo II) e determina limites dos métodos de guerra. O Protocolo II foi o primeiro tratado internacional exclusivamente dedicado às situações de conflitos armados não-internacionais. 
Em 2007, um terceiro Protocolo Adicional foi adotado criando um emblema adicional, o Cristal Vermelho, que tem o mesmo status internacional dos emblemas da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. 
VER OS PROTOCOLOS ADICIONAIS I, II, III NO SITE: http://www.icrc.org/web/por/sitepor0.nsf/html/genevaconventions

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