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Universidade Federal do Tocantins Campus Universitário de Araguaína Escola de Medicina Vetrinária e Zootecnia Zootecnia - Suinocultura Prof: Gerson Fausto AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS Araguaína – To 2013 ACADÊMICO: Ranniere Rodrigues Pereira Parente DADOS ECONÔMICOS SUINOCULTURA 2 3 4 5 6 7 8 9 10 4º 11 10º 12 13 14 15 16 1º 2º 3º 4º 5º DEFINIÇÃO DE ALGUNS CONCEITOS 17 Definição de Alguns Conceitos • Classificação • Agrupar em classes, aquilo que tem características semelhantes. • Ex.: categorias de sexo, idade, peso. • Tipificação • Diferenciação das classes em tipos hierarquizados. • Ex.: gordura de cobertura e conformação de carcaça. • Finalidades da Tipificação • Auxiliar na comercialização entre produtores – frigoríficos – varejo • Garantir ao consumidor ESPEFIFICAÇÕES diferenciadas de cortes e produtos • Auxiliar a indústria frigorífica quanto ao destino dado a carcaça e exportação, mercado interno, fabricação de produtos ―light‖, venda ―in natura‖. 18 Definição de Alguns Conceitos A carcaça pode ser avaliada quanto as características de maior importância: o RENDIMENTO e a QUALIDADE da carne: Rendimento: ◦ Refere-se a quantidade de carne comercializável na carcaça. Qualidade: ◦ Inclui fatores de interesse do setor varejista, indústria e consumidores. ◦ Visual: cor, textura e firmeza ◦ Atributos organolépticos: maciez, sabor e suculência ◦ Tecnológicos: capacidade de retenção de água, sabor, etc. 19 RENDIMENTO de carne na carcaça Depende do conteúdo de músculo e relação com ossatura e gordura. Curvas de Crescimento Alométrico e deposição de tecidos. Relação com crescimento e desenvolvimento ◦ Fatores como genótipo, sexo, estado hormonal, nutrição e ambiente. 20 RENDIMENTO: Indicadores Utilizados individualmente ou combinados, em índices ou equações, as medidas ou avaliações seguintes: ◦ Peso da carcaça ◦ Avaliações subjetivas: Conformação/musculosidade (relação carne/osso) Acabamento ou cobertura da carcaça – escores ◦ Espessura de gordura que recobre a carcaça em pontos específicos ◦ AOL - seção transversal do Longissimus dorsi ◦ CC entre o bordo cranial da sínfise pubiana ao bordo crânio-ventral do Atlas 21 Características Qualitativas Estimadas por indicadores que tenham uma certa correlação com as medidas que poderiam ser feitas em laboratórios ◦ Maturidade fisiológica – ossificação de cartilagens, dentes incisivos permanentes – idade e maciez da carne ◦ Avaliação do marmoreio – maciez, sabor ◦ Cor da carne e da gordura – associada ao pH pode detectar PSE, DFD ou carne ácida ◦ pH da carne - 45 min e 24 h após o abate 22 CORTES DA CARCAÇA SUÍNA 23 SISTEMAS DE AVALIAÇÃO CLASSIFICAÇÃO TIPIFICAÇÃO SISTEMA BRASILEIRO SISTEMA EUA (NPPC) SISTEMA AUSTRÁLIA (AUS-MEAT) SISTEMA EUROPEU (SEUROP) 24 SISTEMA BRASILEIRO 25 • Foi desenvolvido o Método Brasileiro de Classificação de Carcaças (MBCC) 1965 • Foi instituído oficialmente o Sistema Brasileiro de Tipificação 1981 • ABCS criou e oficializou o Método Brasileiro de Classificação de Carcaças 1973 SISTEMA BRASILEIRO Tradicionalmente - carcaças eram avaliadas em relação ao PCQ e a ET Depois, foram desenvolvidos índices de bonificação e penalização com referência ao PCQ e o rendimento estimado de carne. 26 SISTEMA BRASILEIRO Para diferentes composições corporais ◦ Acréscimo ou decréscimo na remuneração Hoje, a tipificação é feita de forma independente e variada pelas indústrias Algumas das características em comum: ◦ Tipificação das carcaças sem a cabeça, pés e patas. 27 SISTEMA BRASILEIRO 28 Dados para um exemplo (ACCS, 2012): - Preço: R$ 2,22/kg - Rendimento: 78 – 82% SISTEMA BRASILEIRO 29 SISTEMAS AMERICANOS (EUA) 1. Aprovado oficialmente pelo governo (Departamento de Agricultura, USDA) 2. Desenvolvido pelo National Pork Producers Council (NPPC) 30 SISTEMA AMERICANO (USDA) Iniciou em 1931 e foi revisada em 1933, em 1949 e em 1955. Os padrões do USDA para tipificação de suínos avaliam a COMPOSIÇÃO e a QUALIDADE A cobertura de gordura é classificada em números de 1 a 4, valorizando os animais com menor proporção gordura/músculo 31 SISTEMA AMERICANO (USDA) 32 SISTEMA AMERICANO (USDA) 33 Figura 9. Escores de musculosidade do USDA Fonte: AMSA, 2001 SISTEMA AMERICANO (USDA) Categoria USDA = (1,576 x EGUC) - EM 34 SISTEMA AMERICANO (NPPC) ―Carcass Lean Value Program‖ Predição da composição através de medidas de gordura e de musculatura. Scanning eletromagnético ToBEC® Pesagem da carcaça pela sua correlação com a gordura e musculatura → consistência dos dados de rendimento. 35 SISTEMA AMERICANO (NPPC) A medida de gordura é feita entre a 10a e a 11a costela A musculosidade é avaliada pela medida da área de olho de lombo (longissimus dorsi) entre a 10a e a 11a costela 36 Figura 10. Medição de gordura e área do olho do lombo em suínos, método NPPC. Fonte: AMSA, 2001 SISTEMA AMERICANO (NPPC) 37 SISTEMA AMERICANO (NPPC) Carne pálida, mole e exudativa. Carne vermelha, firme e não- exudativa. Carne escura, dura e seca. 38 Figura 11. Padrões de qualidade do NPPC. Fonte: AMSA, 2001. PSE RFN DFD SISTEMA AMERICANO (NPPC) 39 Figura 12. Padrões de coloração do NPPC. Fonte: AMSA, 2001. Sugerido: 3 a 5 SISTEMA AMERICANO (NPPC) 40 Figura 13. Padrões de marmoreio do NPPC. Fonte: AMSA, 2001. Sugerido: 2 a 4% SISTEMA AUSTRALIANO (AUS-MEAT) 41 EX.: uma carcaça com peso quente de 68 kg, e 15 mm de gordura, estaria na classe H2 ? SISTEMA AUSTRALIANO (AUS-MEAT) A medida da gordura é realizada no “Sítio P2”, ou seja, na última costela do lado direito, a 59 mm abaixo da linha mediana 42 Figura 14. Medição da gordura no sítio P2 (AUS-MEAT). SISTEMA EUROPEU (SEUROP) Os animais são tipificados no momento da pesagem de acordo com a estimação do rendimento de carne magra. Utilização de medidas objetivas para predizer a percentagem de carne de referência. Medidas de espessura de toucinho e profundidade de músculo Definição de percentagem de carne. Baseada na dissecação das quatro peças principais da carcaça, ou seja, pernil, lombo, paleta e barriga 43 SISTEMA EUROPEU (SEUROP) 44 Estimativa do percentual de carne. %Carne = peso das quatro peças x1,3 x 100 peso da carcaça Classificação das carcaças segundo as letras EUROP mais a classe especial S. Cada letra corresponde a um intervalo de % de carne. Marcação de cada carcaça com a letra correspondente ao percentual de carne SISTEMA EUROPEU (SEUROP) 45 MÉTODOS ANTE MORTEM Ultrassom PT aliado ao CC e Peso Régua milimétrica Impedância Bioelétrica Capacitância Elétrica ABSORMETRIA POR RAIO-X DE DUPLA ENERGIA (DXA): MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE CARCAÇAS 46 MÉTODOS POST MORTEM Moagem das Carcaças ―Cutter‖ Análises Quimicas Medidas feitas na Carcaça MÉTODOS TRADICIONAIS Cálculo do PT, aliadoao peso e o comprimento ◦ Colocados em uma equação, forneciam uma projeção da quantidade de carne e gordura ◦ Desvantagem: necessita de constantes ajustes, em função do rápido progresso genético da suinocultura. 47 MÉTODOS TRADICIONAIS Régua metálica milimétrica ◦ Necessita de uma pequena incisão a 2,5 cm da linha dorso lombar, na altura da última vértebra lombar, denominado sítio P2 ◦ Trata-se portanto de um método invasivo ◦ Desvantagem: restringe-se a medir somente a espessura de toucinho, baixa precisão. ◦ *Em crescente desuso* 48 MÉTODOS TRADICIONAIS ANÁLISES QUÍMICAS do corpo inteiro (livre de ingesta) ou após a separação física de músculos, gordura e ossos Consomem muito tempo Inviabilizam carcaça ou reduzem valor SHIELDS e MAHAN (1983): Utilização de meia carcaça – disponibiliza a outra metade para comercialização 49 MÉTODOS TRADICIONAIS MEDIDAS FEITAS NAS CARCAÇAS ◦ Percentagem de pernil ◦ Comprimento de carcaças ◦ Profundidade de gordura (ET) ◦ Área do músculo longissimus dorsi (AOL) ◦ Percentagem de cortes cárneos Métodos bastante precisos, porém de difícil realização pelas indústrias ◦ São lentos e impedem desta forma a coleta de dados na linha de abate. 50 AVALIAÇÃO POR APARELHOS ÓTICOS ―Probes‖ Baseada na diferença de condutividade ou refletância elétrica entre os diferentes tecidos corporais Instrumentos capazes de estimar espessura de toucinho e a profundidade de músculos. ◦ Medição da profundidade de músculo e gordura em determinados pontos da carcaça ◦ Leituras dos aparelhos → equações de regressão São as técnicas mais empregadas no mundo p/ avaliação de carcaças na linha de abate ◦ Facilidade, rapidez, precisão 51 AVALIAÇÃO POR APARELHOS ÓTICOS ―Probes‖ Hennessy Grading Probe (HGP) Pistola com um sensor photoelétrico em sua agulha. ◦ Mede a profundidade da gordura e do músculo (e a sua coloração) ◦ Calcula a porcentagem de carne magra e a classificação SEUROP 52 Figura 17. Hennessy Grading Probe. Fonte: Didai Tecnologia, 2000. AVALIAÇÃO POR APARELHOS ÓTICOS “Probes” Outros tipos de sondas elétricas ―probes‖: ◦ Ulster Probe (UP), desenvolvida pela Queen’s University of Belfast, Ireland, UK ◦ Probe Espectroscópica Reflexiva ◦ Optical Probe (OP) ◦ Fat Depth Indicator (FDI) o qual foi aperfeiçoado pela Hennessy Grading Systems Ltd., Auckland, NZ ◦ Danish Meat Fat Automatic Probe (MFA) ◦ DESTRON PG-1, equipamento Canadense 53 AVALIAÇÃO POR APARELHOS ÓTICOS “Probes” Local para a tomada da medida é o sítio P2 (altura da última costela a 6 cm abaixo da linha média) 54 Tabela 1. Médias para E.T. tomadas por três ―probes‖ e os respectivos cortes nas carcaças. TECNOLOGIAS QUE SIMULAM A OBSERVAÇÃO VISUAL DO AVALIADOR • Ultrassonografia • Análise de imagens de vídeo 55 MÉTODO ULTRASSONOGRAFIA Componentes: ◦ Eco câmara – Unidade principal ◦ Gerador de pulso – produz corrente elétrica ◦ Transdutor – energia elétrica em mecânica ◦ Amplificador - impulsos na tela (interpretação) Tipos de Equipamentos: ◦ Modo A - unidimensional mede a profundidade de músculo ou gordura. ◦ Modo B (brilho) – bidimensional, gera uma imagem com diferentes tons de cinza, que representam distância e capacidade de refletância dos tecidos ◦ ―Real Time‖ – atualização de 20 vezes/s (mais adequado) 56 MÉTODO ULTRASSONOGRAFIA Correlações entre as medidas ultra-sônicas e as medidas na carcaça (SCHINKEL, 1994): ◦ r = 0,92 e 0,94 para espessura de toucinho no método Tempo Real ◦ R = 0,68 a 0,82 para as medidas estimadas pelo modo A. 57 Tabela 2. Correlações entre estimações de medidas ultra-sônicas e medidas na carcaça para Área de Olho de Lombo e músculo livre de gordura. MÉTODO ULTRASSONOGRAFIA Atualmente, existe o aparelho AutoFom (Automatic Fat-O-Meater), da Dinamarca capaz de fazer estas análises de forma totalmente automática. O Autofom tem 16 sondas, e faz 3.200 medições em cada carcaça, formando uma imagem tri-dimensional da musculatura, gordura e esqueleto da mesma 58 MÉTODO ULTRASSONOGRAFIA 59 Figura 18. Esquema do AutoFom, mostrando a apresentação da carcaça às sondas, e a captura da imagens transversais. Fonte: SFK, 2001. MÉTODO ULTRASSONOGRAFIA 60 Figura 1 - Imagem transversal do músculo Longissimus dorsi, entre a 10ª e a 11ª costela, em suínos. MÉTODO ULTRASSONOGRAFIA Os resultados até hoje indicam que este instrumento é capaz de fazer predições muito precisas da composição da carcaça e do rendimento de carne magra. A sua adoção irá depender do custo do aparelho e de operação, e do benefício a ser obtido pela maior precisão nas avaliações. 61 ANÁLISE DE IMAGENS DE VÍDEO Atualmente, há vários instrumentos: ◦ VIAScan® da Austrália ◦ Computer Vision Systems (CVS®) do Canadá ◦ BCC-2 da Dinamarca ◦ USDA: instrumento em fase de testes Capturam várias imagens da carcaça por vídeo digital, e um computador analisa as imagens, faz uma série de mensurações, e estima a classificação Podem medir a coloração da gordura e a área do olho do lombo e a gordura de cobertura, desde que a carcaça seja cortada transversalmente como nos EUA 62 ANÁLISE DE IMAGENS DE VÍDEO Têm sido estudados mais para bovinos que para suínos, porque são incapazes de medir a espessura do toucinho sem cortar a carcaça. 63 Figura 19. Análises de imagens de carcaça (A, BCC-2), e do olho do lombo e a gordura de cobertura (B e C, CVS). TECNOLOGIAS QUE MENSURAM CARACTERÍSTICAS NÃO OBSERVÁVEIS VISUALMENTE • Condutividade Elétrica Total • Impedância Bioelétrica • Capacitância Elétrica • Absormetria por raio-x de dupla energia (DXA) 64 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA TOTAL O aparelho ToBEC™ mede a absorção de energia por uma carcaça, corte, ou caixa de carne exposta a um campo eletromagnético. Esta absorção está estreitamente relacionada com o conteúdo de carne magra, porque esta tem 20 vezes a condutividade elétrica da gordura Esta tecnologia sofre alguns problemas relacionados à: ◦ Temperatura, forma de apresentação, custos de operação e manutenção. Entretanto, ela está sendo aplicada em várias indústrias de suínos nos EUA e no Canadá, porque as predições de rendimento de carne magra são excelentes 65 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA TOTAL 66 Figura 20. ToBEC, mostrando o túnel pelo qual passa a carcaça. Fonte: Sioux Preme Pork Products, 2001. IMPEDÂNCIA BIOELÉTRICA Tanto in vivo como nas carcaças Mede a velocidade com que o sinal atravessa o corpo do animal É baseada na condutância ou resistência ◦ Dependente da configuração geométrica, volume corporal, intensidade do sinal e frequência da corrente aplicada Diferença em RESISTÊNCIA a uma corrente elétrica que existe entre o TECIDO MAGRO e a GORDURA. 67 IMPEDÂNCIA BIOELÉTRICA Vários eletrodos são inseridos em pontos estratégicos da carcaça, e uma corrente elétrica é aplicada. Um equipamento mede a resistência da carcaça e estima o conteúdo de carne magra 68 Figura 21. Instrumento para medir a impedânica bioelétrica, com a colocação de quatro eletrodos. Fonte: Bohuslavek, 2001. CAPACITÂNCIA ELÉTRICA A capacidade de reter água e a reflectância à luz, são importantescaracterísticas comerciais da carne, pois determina a qualidade do processamento e seu tempo de conservação. Correlaciona o pH com a reflectância Pode ser medida por um par de barras de aço, limpas mantidas paralelamente a uma distância de 1 cm uma da outra; Identificação da característica P.S.E. (Pale, Soft, Exudative) Devem também ser feitos ajustes, para diferenças de populações e sistemas de abate. 69 ABSORMETRIA POR RAIO-X DE DUPLA ENERGIA (DXA) Desenvolvida inicialmente para medir a massa mineral e a densidade dos ossos em humanos. (DPA) A medida da DXA é definida como a quantidade de radiação absorvida pelo corpo (emitida – detectada) Transposição dos fótons de energia em diferentes tecidos Resultados do estudo de Mitchel et al. (1996) ◦ % gordura: (18,2 ± 0,9 %) e (17,8 ± 0,6%), para a técnica DXA e análises químicas, respectivamente, (P = 0,076). ◦ Gordura total: (r=0,989), com médias de (7,31 ± 0,62 Kg) e (7,20 ± 0,50 Kg) para o DXA e análises químicas respectivamente, (P=0,089) ◦ Obs.: Precisão relativa ao tamanho da massa corporal analisada 70 COMPARAÇÃO ENTRE TÉCNICAS Características desejáveis a qualquer técnica 1) Precisão na tomada da medida 2) Acuracidade na interpretação dos resultados 3) Fácil aplicação e execução 4) Custo acessível 5) Aplicável a uma ampla variação de idades e composições corporais 6) Permitir avaliar o animal in vivo com a mínima perturbação, de modo a não interferir em sua performance. COMPARAÇÃO ENTRE TÉCNICAS Vários procedimentos – nenhum consegue atender a todos os requisitos ◦ Sondas elétricas ou probes: são capazes de medir as carcaças com razoável precisão, porém não se aplicam para animais vivos. ◦ Impedância bioelétrica, o raio-x e a ultra- sonografia: relativamente precisos porém apresentam limitações de custo e de operação. 72 MODELOS PARA ESTIMATIVAS DE COMPOSIÇÃO CORPORAL Inúmeros estudos desenvolvidos por diferentes pesquisadores: ◦ Técnicas de avaliação (ultrassom, raio-x, etc) ◦ Pontos de tomada das medidas ◦ Tipos de equipamentos (ToBec®, FOM, etc) Determinações importantes nas equações ◦ Coeficiente de correlação (r) ◦ Coeficiente determinação (r2) ◦ Desvio Padrão (S) 73 MODELOS PARA ESTIMATIVAS DE COMPOSIÇÃO CORPORAL 74 Tebela 3: Equações de predição para alguns tecidos e cortes da carcaça de suínos, utilizando como base a Área de Olho de lombo estimada por ultra-som em tempo real. NORMATIZAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DA TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS • Normatização: estabelecimento de conceitos e normas que orientam um processo • Padronização: padronização ou unificação pressupõe a utilização de uma equação única de tipificação de carcaças em todas as indústrias frigoríficas. 75 OBJETIVOS E BENEFÍCIOS DA TIPIFICAÇÃO Objetivo premiar a qualidade da carcaça Benefícios: ◦ Ao produtor: melhor remuneração pelas carcaças de qualidade superior ◦ Às indústrias: pagamento das carcaças proporcional ao rendimento em carne ◦ Ao comércio: produto apresentável, padrão, que evite desperdícios, estimule as vendas; ◦ Ao consumidor: produto sem excessos de gordura, seguro, nutritivo e saudável 76 REFLEXOS DA TIPIFICAÇÃO Busca de material genético especializado Melhorias na nutrição e manejo alimentar Maior comprometimento do produtor com a sanidade dos animais 77 Tabela 1 — Evolução do percentual médio de carne nas carcaças de suínos observado nos frigoríficos de Santa Catarina SITUAÇÃO ATUAL TIPIFICAÇÃO Desuniformidade dos critérios de tipificação entre as indústrias ◦ Tipificação implantada em cada indústria a partir de estudos próprios ◦ Locais de tomadas das medidas ◦ Nº medidas e inclusão do peso de carcaça ◦ Utilização de diferentes equações ◦ Equações fornecidas pelo fabricante das pistolas 78 SITUAÇÃO ATUAL TIPIFICAÇÃO 79 Tabela 2 — Médias e desvios-padrão das características dos machos castrados e das fêmeas encaminhadas para abate em quatro distintas indústrias (FÁVERO, 1999) 2,0% a mais de pagamento para 1,1% a menos de carne na carcaça. • Não são transparentes e confundem o produtor na busca de uma melhoria contínua de sua produção • Não há legitimação do processo que garanta tipificação não tendenciosa NORMATIZAÇÃO DA TIPIFICAÇÃO Deve contemplar os seguintes aspectos: ◦ Base do valor pago ao produtor; ◦ Conceituação de carcaça; ◦ Cálculo do peso frio; ◦ Definição de carne; ◦ Cálculo do percentual de carne na carcaça; ◦ Estabelecimento do método de dissecação para obtenção do percentual de carne da carcaça; ◦ Método de predição de carne na carcaça baseado em medidas objetivas; ◦ Atendimento de estatísticas mínimas para aprovação do método. 80 NORMATIZAÇÃO DA TIPIFICAÇÃO Exemplo da União Européia: Atendimento dos princípios básicos Determinação das equações de predição cada país ◦ a) A informação deve estar baseada em uma amostra representativa de pelo menos 120 carcaças dissecadas; ◦ b) A equação deve predizer o percentual de carne com um desvio padrão residual máximo de 2,5%. O importante é normalizar o objetivo (forma de predição da carne na carcaça) e não os meios (aparelhos e número de medidas) ou a forma de pagamento. 81 PADRONIZAÇÃO DA TIPIFICAÇÃO Exemplo da França, onde busca-se: Facilitar o progresso técnico da produção, com todos os segmentos envolvidos falando a mesma linguagem Facilitar a negociação do sistema de pagamento, tendo como referência a produção de uma matéria prima padronizada Melhorar o equilíbrio entre a oferta e a demanda em toda a dimensão do mercado 82 CONSIDERAÇÕES FINAIS Existem muitos sistemas de avaliação, classificação e tipificação de carcaças no mundo inteiro. Avaliações subjetivas de características que são indiretamente relacionadas com as propriedades de interesse econômico. Por sua vez, o mercado exige tecnologias de avaliação mais acuradas e precisas, de alta capacidade com uma relação custo:benefício favorável. 83 CONSIDERAÇÕES FINAIS A curto prazo as reclamações dos produtores poderiam ser atendidas com uma maior transparência do processo, a partir da divulgação das equações de predição de carne, bem como a tabela ou equação de bonificação das carcaças. A normatização da tipificação é uma medida urgente, que permitirá a sua legitimação. O papel legislador do MAPA é fundamental para a concretização dessa ação. A pretendida unificação do processo de tipificação só poderá tornar-se uma realidade, se fundamentada em estudo prévio, que garanta adequada precisão na predição de carne em todos os frigoríficos do universo considerado. 84 OBRIGADO! 85
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