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BIBLIOLOGIA: DOUTRINA DA BÍBLIA 
 
 
 
 I. REVELAÇÃO: É a operação divina que comunica ao homem fatos 
que a razão humana é insuficiente para conhecer. É portanto, a operação 
divina que comunica a verdade de Deus ao homem (ICo.2:10). 
 
 A) Provas da Revelação: O diabo foi o primeiro ser a pôr em dúvida a 
existência da revelação: “É assim que Deus disse?” (Gn.3:1). Mas a Bíblia é a 
Palavra de Deus. Vejamos alguns argumentos: 
 
 1) A Indestrutibilidade da Bíblia: Uma porcentagem muito pequena de 
livros sobrevive além de um quarto de século, e uma porcentagem ainda menor 
dura um século, e uma porção quase insignificante dura mil anos. A Bíblia, 
porém, tem sobrevivido em circunstâncias adversas. Em 303 A.D. o imperador 
Dioclécio decretou que todos os exemplares da Bíblia fossem queimados. A 
Bíblia é hoje encontrada em mais de mil línguas e ainda é o livro mais lido do 
mundo. 
 
 2) A Natureza da Bíblia: 
 
 a) Ela é superior: Ela é superior a qualquer outro livro do mundo. O 
mundo, com sua sabedoria e vasto acúmulo de conhecimento nunca foi capaz 
de produzir um livro que chegue perto de se comparar a Bíblia. 
 
 b) É um livro honesto: Pois revela fatos sobre a corrupção humana, 
fatos que a natureza humana teria interesse em acobertar. 
 
 c) É um livro harmonioso: Pois embora tenha sido escrito por uns 
quarenta autores diferentes, por um período de 1.600 anos, ela revela ser um 
livro único que expressa um só sistema doutrinário e um só padrão moral, 
coerentes e sem contradições. 
 
 3) A Influência da Bíblia: O Alcorão, o Livro dos Mórmons, o Zenda 
Avesta, os Clássicos de Confúncio, todos tiveram influência no mundo. Estes, 
porém, conduziram a uma idéia apagada de Deus e do pecado, ao ponto de 
ignorá-los. A Bíblia, porém, tem produzido altos resultados em todas as esferas 
da vida: na arte, na arquitetura, na literatura, na música, na política, na ciência 
etc. 
 
 4) Argumento da Analogia: Os animais inferiores expressam com suas 
vozes seus diferentes sentimentos. Entre os racionais existe uma presença 
correspondente, existe comunicação direta de um para o outro, uma revelação 
de pensamentos e sentimentos. Consequentemente é de se esperar que 
exista, por analogia da natureza, uma revelação direta de Deus para com o 
homem. Sendo o homem criado à Sua imagem, é natural supor que o Criador 
sustente relação pessoal com Suas criaturas racionais. 
 
 5) Argumento da Experiência: O homen é incapaz por sua própria força 
descobrir que: 
 
 a) Precisa ser salvo. 
 
 b) Pode ser salvo. 
 
 c) Como pode ser salvo. 
 
 d) Se há salvação. 
 
 Somente a revelação pode desvendar estes mistérios eternos. A 
experiência do homem tem demonstrado que a tendência da natureza humana é 
degenerar-se e seu caminho ascendente se sustêm unicamente quando é 
voltado para cima em comunicação direta com a revelação de Deus. 
 
 6) Argumento da Profecia Cumprida: Muitas profecias a respeito de 
Cristo se cumpriram integralmente, sendo que a mais próxima do primeiro 
advento, foi pronunciada 165 anos antes de seu cumprimento. As profecias a 
respeito da dispersão de Israel também, se cumpriram (Dt.28; Jr.15:4;l6:13; 
Os.3:4 etc); da conquista de Samaria e preservação de Judá (Is.7:6-8; Os.1:6,7; 
IRs.14:15); do cativeiro babilônico sobre Judá e Jerusalém (Is.39:6; Jr.25:9-12); 
sobre a destruição final de Samaria (Mq.1:6-9); sobre a restauração de 
Jerusalém (Jr.29:10-14), etc. 
 
 7) Reivindicações da Própria Escritura: A própria Bíblia expressa sua 
infalibilidade, reivindicando autoridade. Nenhum outro livro ousa fazê-lo. 
Encontramos essa reivindicação na seguintes expressões: “Disse o Senhor a 
Moisés” (Ex.14:1,15,26;16:4;25:1; Lv.1:1;4:1;11:1; Nm.4:1;13:1; Dt.32:48) 
“O Senhor é quem fala” (Is.1:2); “Disse o Senhor a Isaías” (Is.7:3); “Assim diz 
o Senhor” (Is.43:1). Outras expressões semelhantes são encontradas: “Palavra 
que veio a Jeremias da parte do Senhor” (Jr.11:1); “Veio expressamente a 
Palavra do Senhor a Ezequiel” (Ez.1:3); “Palavra do Senhor que foi dirigida a 
Oséias” (Os.1:1); “Palavra do Senhor que foi dirigida a Joel” (Jl.1:1), etc. 
Expressões como estas são encontradas mais de 3.800 vezes no Velho 
Testamento. Portanto o A.T. afirma ser a revelação de Deus, e essa mesma 
reivindicação faz o Novo Testamento (ICo.14:37; ITs.2:13; IJo.5:10; IIPe.3:2). 
 
 B) Natureza da Revelação: Deus se revelou de sete modos: 
 
 1) Através da Natureza: (Sl.19:1-6; Rm.l:19-23). 
 
 2) Através da Providência: A providência é a execução do programa de 
Deus das dispensações em todos os seus detalhes (Gn.48:15;50:20; Rm.8:28; 
Sm.57:2; Jr.30:11; Is.54:17). 
 3) Através da Preservação: (Cl.1:17; Hb.1:3; At.17:25,28). 
 
 4) Através de Milagres: (Ex.4:1-9). 
 
 5) Através da Comunicação Direta: (Nm.12:8; Dt.34:10). 
 
 6) Através da Encarnação: (Hb.1:1; Jo.8:26;15:15). 
 
 7) Através das Escrituras: A Bíblia é a revelação escrita de Deus e, 
como tal, abrange importantes aspectos: 
 
 a) Ela é variada: Variada em seus temas, pois abrange aquilo que é 
doutrinário , devocional, histórico, profético e prático. 
 
 b) Ela é parcial: (Dt.29:29). 
 
 c) Ela é completa: Naquilo que já foi revelado (Cl.2:9,10); 
 
 d) Ela é progressiva: (Mc.4:28). 
 
 e) Ela é definitiva: (Jd.3). 
 
 
 
 II. INSPIRAÇÃO: É a operação divina que influenciou os escritores 
bíblicos, capacitando-os a receber a mensagem divina, e que os moveu a 
transcrevê-la com exatidão, impedindo-os de cometerem erros e omissões, 
de modo que ela recebeu autoridade divina e infalível, garantindo a exata 
transferência da verdade revelada de Deus para a linguagem humana 
inteligível (ICo.10:13; IITm.3:16; IIPe.1:20,21). 
 
 A) Autoria Dual: Com este termo indicamos dois fatos: 
 1) Autoria Divina: Do lado divino as Escrituras são a Palavra de Deus no 
sentido de que se originaram nEle e são a expressão de Sua mente. Em 
IITm.3:16 encontramos a referência a Deus: “Toda Escritura é divinamente 
inspirada” (theopneustos = soprada ou expirada por Deus) . A referência 
aqui é ao escrito. 
 
 2) Autoria Humana: Do lado humano certos homens foram escolhidos 
por Deus para a responsabilidade de receber a Palavra e passá-la para a forma 
escrita. Em IIPe.1:21 encontramos a referência aos homens: “Homens santos de 
Deus falaram movidos pelo Espírito Santo” (pherô = movidos ou 
conduzidos). A referência aqui é ao escritor. 
 
 B) Inspiração ou Expiração? A palavra inspiração vem do latim, e 
significa respirar para dentro. Ela é usada pela ARC. (Almeida Revista e 
Corrigida) somente duas vezes no N.T. (IITm.3:16; IIPe.1:21). Este vocábulo, 
embora consagrado pelo uso, e, portanto, pela teologia, não é um termo 
adequado, pois pode parecer que Deus tenha soprado alguma espécie de vida 
divina em palavras humanas. Em IITm.3:16 encontramos o vocábulo grego 
theopneustos que significa soprado por Deus. Portanto podemos afirmar que 
toda a Escritura é soprada ou expirada por Deus, e não inspirada como 
expressa a ARC. As Escrituras são o próprio sopro de Deus, é o próprio Deus 
falando (IISm.23:2). Em IIPe.1:21 este vocábulo se torna mais inadequado 
ainda, pois a tradução da ARC. transmite a idéia de que os homens santos 
foram inspirados pelo Espírito Santo. O fato é que o homem não é inspirado, 
mas a Palavra de Deus é que é expirada ( Compare Jó.32:8; 33:4; com 
Ez.36:27; 37:9). A ARA. (Almeida Revista e Atualizada), porém, apesar de 
utilizar o termo inspiração em IITm.3:16, usa, com acerto,o verbo mover em 
IIPe.1:21, como tradução do vocábulo grego pherô, que significa exatamente 
mover ou conduzir. 
 Considerada esta ressalva, não devemos pender para o extremo, 
excluindo a autoria humana da compilação das Escrituras. Ela própria 
reconhece a autoria dual no registro bíblico. Em Mt.15:4 está escrito que Deus 
ordenou enquanto que em Mc.7:10 diz que foi Moisés quem ordenou. E 
muitas outras passagens há semelhantes a esta ( Compare Sl.110:1 com 
Mc.12:36; Ex.3:6,15 com Mt.22:31; Lc.20:37 com Mc.12:26; Is.6:9,10; At.28:25 
com Jo.12:39-41; Mt.1:22;2:15; At.l:16;4:25; Hb.3:7-11; Hb.9:8;10:15) Deus 
opera de modo misterioso usando e não anulando a vontade humana, sem que 
o homem perceba que está sendo divinamente conduzido, sendo que neste 
fenômeno, o homem faz pleno uso de sua liberdade (Pv.16:1;19:21; 
Sl.33:15;105:25; Ap.17:17). Desse mesmo modo Deus também usa Satanás 
(Compare ICr.21:1 com IISm.24:1; IRs.22:20-23), mas não retira a 
responsabilidade do homem (At.5:3,4), como também o faz na obra da salvação 
(Dt.30:19; Sl.65:4; Jo.6:44). 
 
 C) O Termo Logos: Este termo grego foi utilizado no N.T. cerca de 200 
vezes para indicar a Palavra de Deus Escrita, e 7 vezes para indicar o Filho 
de Deus (Jo.1:1,14; IJo.1:1;5:7; Ap.19:13). Eles são para Deus o que a 
expressão é para o pensamento e o que a fala é para a razão, portanto o Logos 
de Deus é a expressão de Deus, quer seja na forma escrita ou viva (Compare 
Jo.14:6 com Jo.17:17). 
 
 1) Cristo é a Palavra Viva: Cristo é o Logos, isto é, a fala, a expressão 
de Deus. 
 
 2) A Bíblia é a Palavra Escrita: A Bíblia também é o Logos de Deus, e 
assim como em Cristo há dois elementos (duas naturezas), divino e humano, 
igualmente na Palavra de Deus estes dois elementos aparecem unidos 
sobrenaturalmente. 
 D) Provas da Inspiração: Somos acusados de provar a inspiração pela 
Bíblia e de provar a verdade da Bíblia pela inspiração, e, assim, de argumentar 
num círculo vicioso. Mas o processo parte de uma prova que todos aceitam: a 
evidência. Esta, primeiro prova a veracidade ou credibilidade da testemunha, e 
então aceita o seu testemunho. A veracidade das Escrituras é estabelecida de 
vários modos, e, tendo constatado a sua veracidade, ou a validade do seu 
testemunho, bem podemos aceitar o que elas dizem de si mesmas. As 
Escrituras afirmam que são inspiradas, e elas ou devem ser cridas neste 
particular ou rejeitadas em tudo mais. 
 
 1) O A.T. afirma sua Inspiração: (Dt.4:2,5; IISm.23:2; Is.1:10; Jr.1:2,9; 
Ez.3:1,4; Os.1:1; Jl.l:1; Am.1:3;3:1; Ob.1:1; Mq.1:1). 
 
 2) O N.T. afirma sua Inspiração: (Mt.10:19; Jo.14:26;15:26,27; Jo.16:13; 
At.2:33;15:28; ITs.1:5; ICo.2:13; IICo.13:3; IIPe.3:16; ITs.2:13; ICo.14:37). 
 
 3) O N.T. afirma a Inspiração do A.T.: (Lc.1:70; At.4:25; Hb.1:1, 
IItm.3:16; IPe.1:11; IIPe.1:21). 
 
 4) A Bíblia faz declarações científicas descobertas posteriormente: 
(Jó.26:7; Sl.135:7; Ec.1:7; Is.40:22). 
 
 E) Teorias da Inspiração: Podemos ter revelação sem inspiração 
(Ap.10:3,4), e podemos ter inspiração sem revelação, como quando os 
escritores registram o que viram com seus próprios olhos e descobriram pela 
pesquisa (IJo.1:1-4; Lc.1:1-4). Aqui nós temos a forma e o resultado da 
inspiração. A forma é o método que Deus empregou na inspiração, enquanto 
que o resultado indica a conseqüência da inspiração. Portanto, as chamadas 
teorias da intuição, da iluminação, a dinâmica e a do ditado, todas descrevem a 
forma de inspiração, enquanto que a teoria verbal plenária indica o resultado. 
 
 1) Teoria da Inspiração Dinâmica: Afirma que Deus forneceu a 
capacidade necessária para a confiável transmissão da verdade que os 
escritores das Escrituras receberam ordem de comunicar. Isto os tornou 
infalíveis em questões de fé e prática, mas não nas coisas que não são de 
natureza imediatamente religiosa, isto é, a inspiração atinge apenas os 
ensinamentos e preceitos doutrinários, as verdades desconhecidas dos autores 
humanos. Esta teoria tem muitas falhas: Ela não explica como os escritores 
bíblicos poderiam mesclar seus conhecimentos sobrenaturais ao registrarem 
uma sentença, e serem rebaixados a um nível inferior ao relatarem um fato de 
modo natural. Ela não fornece a psicologia daquele estado de espírito que 
deveria envolver os escritores bíblicos ao se pronunciarem infalivelmente sobre 
matérias de doutrina, enquanto se desviam a respeito dos fatos mais simples da 
história. Ela não analisa a relação existente entre as mentes divina e humana, 
que produz tais resultados. Ela não distingue entre coisas que são essenciais à 
fé e à pratica e àquelas que não são. Erasmo, Grotius, Baxter, Paley, Doellinger 
e Strong compartilham desta teoria. 
 
 2) Teoria do Ditado ou Mecânica: Afirma que os escritores bíblicos 
foram meros instrumentos (amanuenses), não seres cujas personalidades 
foram preservadas. Se Deus tivesse ditado as Escrituras, o seu estilo seria 
uniforme. Teria a dicção e o vocabulário do divino Autor, livre das 
idiossincrasias dos homens (Rm.9:1-3; IIPe.3:15,16). Na verdade o autor 
humano recebeu plena liberdade de ação para a sua autoria, escrevendo com 
seus próprios sentimentos, estilo e vocabulário, mas garantiu a exatidão da 
mensagem suprema com tanta perfeição como se ela tivesse sido ditada por 
Deus. Não há nenhuma insinuação de que Deus tenha ditado qualquer 
mensagem a um homem além daquela que Moisés trasncreveu no monte santo, 
pois Deus usa e não anula as suas vontades. Esta teoria, portanto, enfatiza 
sobremaneira a autoria divina ao ponto de excluir a autoria humana. 
 
 3) Teoria da Inspiração Natural ou Intuição: Afirma que a inspiração é 
simplesmente um discernimento superior das verdades moral e religiosa por 
parte do homem natural. Assim como tem havido artistas, músicos e poetas 
excepcionais, que produziram obras de arte que nunca foram superadas, 
também em relação as Escrituras houve homens excepcionais com visão 
espiritual que, por causa de seus dons naturais, foram capazes de escrever as 
Escrituras. Esta é a noção mais baixa de inspiração, pois enfatiza a autoria 
humana a ponto de excluir a autoria divina. Esta teoria foi defendida pelos 
pelagianos e unitarianos. 
 
 4) Teoria da Inspiração Mística ou Iluminação: Afirma que inspiração é 
simplesmente uma intensificação e elevação das percepções religiosas do 
crente. Cada crente tem sua iluminação até certo ponto, mas alguns tem mais 
do que outros. Se esta teoria fosse verdadeira, qualquer cristão em qualquer 
tempo, através da energia divina especial, poderia escrever as Escrituras. 
Schleiermacher foi quem disseminou esta teoria. Para ele inspiração é “um 
despertamento e excitamento da consciência religiosa, diferente em grau e não 
em espécie da inspiração piedosa ou sentimentos intuitivos dos homens 
santos”. Lutero, Neander, Tholuck, Cremer, F.W.Robertson, J.F.Clarke e 
G.T.Ladd defendiam esta teoria, segundo Strong. 
 
 5) Inspiração dos Conceitos e não das Palavras: Esta teoria pressupõe 
pensamentos à parte das palavras, através da qual Deus teria transmitido idéias 
mas deixou o autor humano livre para expressá-las em sua própria linguagem. 
Mas idéias não são transferíveis por nenhum outro modo além das palavras. 
Esta teoria ignora a importância das palavras em qualquer mensagem. Muitas 
passagens bíblicas dependem de uma das palavras usadas para a sua força e 
valor. O estudo exegético das Escrituras nas línguas originais é um estudo de 
palavras, para que o conceito possa ser alcançado através das palavras, e 
não para que palavras sem importância representem um conceito. A Bíblia 
sempre enfatiza suas palavras e não um simples conceito (ICo.2:13; 
Jo.6:63;17:8; Ex.20:1; Gl.3:16). 
 
 6) Graus de Inspiração:Afirma que há inspiração em três graus. 
Sugestão, direção, elevação, superintendência, orientação e revelação direta, 
são palavras usadas para classificar estes graus. Esta teoria alega que algumas 
partes da Bíblia são mais inspiradas do que outras. Embora ela reconheça as 
duas autorias, dá margem a especulação fantasiosa. 
 
 7) Inspiração Verbal Plenária: É o poder inexplicado do Espírito Santo 
agindo sobre os escritores das Sagradas Escrituras, para orientá-los (conduzí-
los) na transcrição do registro bíblico, quer seja através de observações 
pessoais, fontes orais ou verbais, ou através de revelação divina direta, 
preservando-os de erros e omissões, abrangendo as palavras em gênero, 
número, tempo, modo e voz, preservando, desse modo, a inerrância das 
Escrituras, e dando à ela autoridade divina. 
 
 a) Observação Pessoal: (IJo.1:1-4). 
 
 b) Fonte Oral: (Lc.l:1-4). 
 
 c) Fonte Verbal: (At.17:18; Tt.1:12; Hb.1:1). 
 
 d) Revelação Divina Direta: ( Ap.1:1-ll; Gl.1:12). 
 
 e) Gênero: (Gn.3:15). 
 
 f) Número: (Gl.3:16). 
 
 g) Tempo: (Ef.4:30; Cl.3:13). 
 
 h) Modo: (Ef.4:30; Cl.3:13). 
 
 i) Voz: (Ef.5:18) 
 
 j) Explicação dos itens e,f,g,h,i: A inspiração verbal plenária fica assim 
estabelecida. Em Gn.3:15 o pronome hebraico está no gênero masculino, pois 
se refere exclusivamente a Cristo (Ele te ferirá a cabeça...). Em Gl.3:16 Paulo 
faz citação de um substantivo hebraico que está no singular, fazendo, também, 
referência exclusiva a Cristo. Em Ef.4:30 e Cl.3:13 o verbo perdoar encontra-se, 
no grego, no modo particípio e no tempo presente, o que significa que o perdão 
judicial de Deus realizado no passado, quando aceitamos a Cristo, estende-se 
por toda a nossa vida, abrangendo o perdão dos pecados do passado, do 
presente, e do futuro (IJo.1:9 trata do perdão do pecado doméstico e não do 
judicial). Jesus Cristo reconheceu a inspiração verbal plenária quando declarou 
que nem um til (a menor letra do alfabeto hebraico) seria omitido da lei(Mt.5:18 
e Lc.16:l7). 
 
 
 
 III. ILUMINAÇÃO: É a influência ou ministério do Espirito Santo que 
capacita todos os que estão num relacionamento correto com Deus para 
entender as Escrituras (I Cor.2:12; Lc.24:32,45; IJo.2:27). 
 A iluminação não inclui a responsabilidade de acrescentar algo às 
Escrituras (revelação) e nem inclui uma transmissão infalível na linguagem 
(inspiração) daquele que o Espirito Santo ensina. 
 A iluminação é diferenciada da revelação e da inspiração no fato de ser 
prometida a todos os crentes, pois não depende de escolha soberana, mas de 
ajustamento pessoal ao Espirito Santo. Além disso a iluminação admite graus 
podendo aumentar ou diminuir (Ef.1:16-18; 4:23; Cl.1:9). 
 A iluminação não se limita a questões comuns, mas pode atingir as coisas 
profundas de Deus (ICo.2:10) porque o Mestre Divino está no coração do 
crente e, portanto, ele não houve uma voz falando de fora e em determinados 
momentos, mas a mente e o coração são sobrenaturalmente despertados de 
dentro (ICo.2:16). Este despertamento do Espírito pode ser prejudicado pelo 
pecado, pois é dito que o cristão que é espiritual discerne todas as coisas 
(ICo.2:15), ao passo que aquele que é carnal não pode receber as verdades 
mais profundas de Deus que são comparadas ao alimento sólido (ICo.2:15;3:1-
3; Hb.5:12-14). 
 A iluminação, a inspiração e a revelação estão estritamente ligadas, 
porém podem ser independentes, pois há inspiração sem revelação (Lc.1:1-3; 
IJo.1:1-4); inspiração com revelação (Ap.1:1-11); inspiração sem iluminação 
(IPe.1:10-12); iluminação sem inspiração (Ef.1:18) e sem revelação (ICo.2:12; 
Jd.3); revelação sem iluminação (IPe.1:10-12) e sem inspiração (Ap.10:3,4; 
Ex.20:1-22). E’ digno de nota que encontramos estes três ministérios do Espirito 
Santo mencionados em uma só passagem (ICo.2:9-13); a revelação no 
versículo 10; a iluminação no versículo 12 e a inspiração no versículo 13. 
 
 
 
 IV. AUTORIDADE: Dizemos que a bíblia é um livro que tem autoridade 
porque ela tem influência, prestígio e credibilidade (quanto a pureza na 
transcrição ou tradução), por isso deve ser obedecida porque procede de 
fonte infalível e autorizada. 
 A autoridade está vinculada a inspiração, canonicidade e credibilidade, 
sem os quais a autoridade da Bíblia não se estabeleceria. Assim, por ser 
inspirado, determinado trecho bíblico possui autoridade; por ser canônico, 
determinado livro bíblico possui autoridade, e por ter credibilidade, 
determinadas informações bíblicas possuem autoridade, sejam históricas, 
geográficas ou científicas. 
 Entretanto, nem tudo aquilo que é inspirado é autorizado, pois a 
autoridade de um livro trata de sua procedência, de sua autoria, e, portanto, de 
sua veracidade. Deus é o Autor da Bíblia, e como tal ela possui autoridade, mas 
nem tudo que está registrado na Bíblia procedeu da boca de Deus. Por 
exemplo, o que Satanás disse para Eva foi registrado por inspiração, mas não é 
a verdade (Gn.3:4,5); o conselho que Pedro deu a Cristo (Mt.16:22); as 
acusações que Elifaz fez contra Jó (Jó.22:5-11), etc. Nenhuma dessas 
declarações representam o pensamento de Deus ou procedem dEle (procedem 
apenas por inspiração), e por isso não têm autoridade. Um texto também perde 
sua autoridade quando é retirado de seu contexto e lhe é atribuído um 
significado totalmente diferente daquele que tem quando inserido no contexto. 
As palavras ainda são inspiradas, mas o novo significado não tem autoridade. 
 
 
 
 V. CREDIBILIDADE OU VERACIDADE: Um livro tem credibilidade se 
relatou veridicamente os assuntos como aconteceram ou como eles são; e 
quando seu texto atual concorda com o escrito original. 
 Nesse caso credibilidade relaciona-se ao conteúdo do livro (original), e a 
pureza do texto atual (cópia ou tradução). Por exemplo, as palavras de Satanás 
em Gn.3:4,5 são inspiradas, mas não possuem autoridade, porque não é 
verdade, porém tem credibilidade ou veracidade (quanto a sua transcrição) 
porque foram registradas exatamente como Satanás disse. A veracidade das 
palavras de Satanás não se relacionam ao o que ele pronunciou, mas sim 
como ele as pronunciou. 
 
 A) Credibilidade do A.T.: Estabelecida por três fatos: 
 
 1) Autenticado por Jesus Cristo: Cristo recebeu o A.T. como relato 
verídico. Ele endossou grande número de ensinamentos do A.T., como, por 
exemplo: A criação do universo por Deus (Mc.3:19), a criação do homem 
(Mt.19:4,5), a existência de Satanás (Jo.8:44), o dilúvio (Lc.17:26,27), a 
destruição de Sodoma e Gomorra (Lc.17:28-30), a revelação de Deus a Moisés 
na sarça (Mc.12:26), a dádiva do maná (Jo.6:32), a experiência de Jonas dentro 
do grande peixe (Mt.12:39,40). Como Jesus era Deus manifesto em carne, Ele 
conhecia os fatos, e não podia se acomodar a idéias errôneas, e, ao mesmo 
tempo ser honesto. Seu testemunho deve, portanto, ser aceito como verdadeiro 
ou Ele deve ser rejeitado como Mestre religioso. 
 
 2) Prova Arqueológica e Histórica: 
 
 a) Arqueológica: Através da arqueologia, a batalha dos reis registrada 
em Gn.14 não pode mais ser posta em dúvida, já que as inscrições no Vale do 
Eufrates “mostram indiscutivelmente que os quatro reis mencionados na Bíblia 
como tendo participado desta expedição não são, como era dito 
displicentemente, ‘invenções etnológicas’, mas sim personagens históricos 
reais. Anrafel é identificado como o Hamurábi cujo maravilhoso código de leis 
foi tão recentemente descoberto por De Morgan em Susa”. (Geo. F. Wright, O 
Testemunho dos Monumentos à Verdade das Escrituras). 
 As tábuas Nuzi esclarecem a ação de Sara e Raquel ao darem suas 
servas aos seus maridos (Jack Finegan, Ligth from theAncient Past = Luz de 
um Passado Antigo). 
 Os hieróglifos egípcios indicam que a escrita já era conhecida mais de 
1.000 anos antes de Abraão (James Orr, The Problem of the Old Testament = O 
Problema do Velho Testamento). 
 A arqueologia também confirma o fato de Israel ter vivido no Egito, como 
escravo, e ter sido liberto (Melvin G. Kyle, The Deciding Voice of the 
Monuments = A Voz Decisória dos Monumentos). 
 Muitas outras confirmações da veracidade dos relatos das Escrituras 
poderiam ser apresentados, mas esses são suficientes e devem servir como 
aviso aos descrentes com relação às coisas para as quais ainda não temos 
confirmação; podemos encontrá-la a qualquer hora. 
 b) Histórica: A história fornece muitas provas da exatidão das descrições 
bíblicas. Sabe-se que Salmanezer IV sitiou a cidade de Samaria, mas o rei da 
Assíria, que sabemos ter sido Sargom II, carregou o povo para a Síria 
(IIRs.17:3-6). A história mostra que ele reinou de 722-705 a.C. Ele é 
mencionado pelo nome apenas uma vez na Bíblia (Is.20:1). Nem Beltsazar 
(Dn.5), nem Dario, o Medo (Dn.6) são mais considerados como personagens 
fictícios. 
 
 3) As Escrituras possuem Integridade: 
 
 a) Integridade Topográfica e Geográfica: As descobertas arqueológicas 
provam que os povos, línguas, os lugares e os eventos mencionados nas 
Escrituras são encontrados justamente onde as Escrituras os localizam, no local 
exato e sob as circunstâncias geográficas exatas descritas na Bíblia. 
 
 b) Integridade Etnológica ou Racial: Todas as afirmações bíblicas sobre 
raças tem sido demonstrada como corretas com os fatos etnológicos revelados 
pela arqueologia. 
 
 c) Integridade Cronológica: A identificação bíblica de povos, lugares e 
acontecimentos com o período de sua ocorrência é corroborada pela cronologia 
síria e pelos fatos revelados pela arqueologia. 
 
 d) Integridade Histórica: O registro dos nomes e títulos dos reis está em 
harmonia perfeita com os registros seculares, conforme demonstrados por 
descobertas arqueológicas. 
 
 e) Integridade Canônica: A aceitação pela igreja em toda a era cristã, 
dos livros incluídos nas Escrituras que hoje possuímos, representa o endosso 
de sua integridade. 
 Exemplares do A.T. e do N.T. impressos em 1.488 e 1.516 d.C., 
concordam com os exemplares atuais. Portanto a Bíblia como a possuímos hoje, 
já existia há 400 anos passados. 
 Quando essas Bíblias foram impressas, certo erudito tinha em seu poder 
mais de 2.000 manuscritos. Esse número é sem dúvida suficiente para 
estabelecer a genuinidade e credibilidade do texto sagrado, e tem servido para 
restaurar ao texto sua pureza original, e fornecem proteção contra corrupções 
futuras (Ap.22:18-19; Dt.4:2;12:32). 
 Enquanto a integridade canônica da Bíblia se baseia em mais de 2.000 
manuscritos, os escritos seculares, que geralmente são aceitos sem 
contestação, baseiam-se em apenas uma ou duas dezenas de exemplares. 
 As quatro Bíblias mais antigas do mundo, datadas entre 300 e 400 d.C., 
correspondem exatamente a Bíblia como a possuímos atualmente. 
 
 B) Credibilidade do N.T.: Estabelecida por cinco fatos: 
 
 1) Escritores Competentes: Possuíam as qualificações necessárias, 
receberam investidura do Espirito Santo e assim escreveram não somente 
guiados pela memória, apresentações de testemunho oral e escrito, e 
discernimento espiritual, mas como escritores qualificados pelo Espirito Santo. 
 
 2) Escritores Honestos: O tom moral de seus escritos, sua preocupação 
com a verdade, e a circunstância de seus registros indicam que não eram 
enganadores intencionais mais sim homens honestos. O seu testemunho pôs 
em perigo seus interesses materiais, posição social, e suas próprias vidas. Por 
quê razão inventariam uma estória que condena a hipocrisia e é contrária a 
suas crenças herdadas, pagando com suas próprias vidas?. 
 
 3) Harmonia do N.T.: Os sinópticos não se contradizem mas 
suplementam um ao outro. Os vinte e sete livros do N.T. apresentam um quadro 
harmonioso de Jesus Cristo e Sua obra. 
 
 4) Prova Histórica e Arqueológica: 
 
 a) Histórica: O recenseamento quando Quirino era Governador da Síria 
(Lc.2:2), os atos de Herodes o Grande (Mt.2:16-18), de Herodes Antipas 
(Mt.14:1-12), de Agripa I (At.12:1), de Gálio (At.18;12-17), de Agripa II (At.25:13-
26:32) etc. 
 
 b) Arqueológica: As descobertas arqueológicas confirmam a veracidade 
do N.T. Quirino (Lc.2:2) foi Governador da Síria duas vezes (16-12 e 6-4 a.C.), 
sendo que Lucas se refere ao segundo período. 
 Lisânias, o Tetrarca é mencionado em uma inscrição no local de Abilene 
na época a que Lucas se refere. 
 Uma inscrição em Listra registra a dedicação da estátua Zeus (Júpiter) e 
Hermes (Mercúrio), o que mostra que esses deuses eram colocados no mesmo 
nível, no culto local, conforme descrito em At.14:12. 
 Uma inscrição de Pafos faz referência ao Proconsul Paulo, identificado 
como Sergio Paulo (At.13:7). 
 
 
 
 VI. INERRÂNCIA OU INFALIBILIDADE: Inerrância significa que a 
verdade é transmitida em palavras que, entendidas no sentido em que 
foram empregadas, entendidas no sentido que realmente se destinavam a 
ter, não expressam erro algum. 
 A inspiração garante a inerrância da Bíblia. Inerrância não significa que os 
escritores não tinham faltas na vida, mas que foram preservados de erros os 
seus ensinos. Eles podem ter tido concepções errôneas acerca de muitas 
coisas, mas não as ensinaram; por exemplo, quanto à terra, às estrelas, às leis 
naturais, à geografia, à vida política e social etc. 
 Também não significa que não se possa interpretar erroneamente o texto 
ou que ele não possa ser mal compreendido. 
 A inerrância não nega a flexibilidade da linguagem como veículo de 
comunicação. E’ muitas vezes difícil transmitir com exatidão um pensamento por 
causa desta flexibilidade de linguagem ou por causa de possível variação no 
sentido das palavras. 
 A Bíblia vem de Deus. Será que Deus nos deu um livro de instrução 
religiosa repleto de erros?. Se ele possui erros sob a forma de uma pretensa 
revelação, perpetua os erros e as trevas que professa remover. Pode-se admitir 
que um Deus Santo adicione a sanção do seu nome a algo que não seja a 
expressão exata da verdade?. 
 Diz-se que a Bíblia é parcialmente verdadeira e parcialmente falsa. Se é 
parcialmente falsa, como se explica que Deus tenha posto o seu selo sobre toda 
ela? Se ela é parcialmente verdadeira e parcialmente falsa, então a vida e a 
morte estão a depender de um processo de separação entre o certo e o errado, 
que o homem não pode realizar. 
 Cristo declara que a incredulidade é ofensa digna de castigo. Isto implica 
na veracidade daquilo que tem de ser crido, porque Deus não pode castigar o 
homem por descrer no que não é verdadeiro (Sl.119:140,142; Mt.5:18; Jo.10:35; 
Jo.17:17). Aqueles que negam a infalibilidade da Bíblia, geralmente estão 
prontos a confiar na falibilidade de suas próprias opiniões. Como exemplo de 
opinião falível encontramos aqueles que atribuem erro à passagem de IRs.7:23 
onde lemos que o mar de fundição tinha dez côvados de diâmetro de uma borda 
até a outra, ao passo que um cordão de trinta côvados o cingia em redor. Sendo 
assim, tem-se dito que a Bíblia faz o valor do Pi ser 3 em vez de 3,1416. Mas 
uma vez que não sabemos se a linha em redor era na extremidade da borda ou 
debaixo da mesma, como parece sugerir o versículo seguinte (v.24) não 
podemos chegar a uma conclusão definitiva, e devemos ser cautelosos ao 
atribuir erro ao escritor. 
 Outro exemplo utilizado para contrariar a inerrância da Bíblia, encontra-se 
em ICo.10:8 ondelemos que 23.000 homens morreram no deserto, enquanto 
que Nm.25:9 diz que morreram 
24.000. Acontece que em Números nós temos o número total dos mortos, ao 
passo que em I aos Coríntios nós temos o número parcial que somado ao 
restante dos homens relacionados nos versículos 9 e 10, deverá contabilizar o 
total de 24.000. 
 A inerrância não abrange as cópias dos manuscritos, mas atinge somente 
os autógrafos, isto é, os originais. Desse modo encontramos os seguintes tipos 
de erros nos manuscritos: 
 
 A) Erros Involuntários: Cometidos pelos escribas do N.T. devido a sua 
falta ou defeito de visão, defeitos de audição ou falhas mentais. 
 
 1) Falhas de Visão: Em Rm.6:5 muitos manuscritos (MSS) tem ama 
(juntos), mas há alguns que trazem alla (porém). Os dois lambdas juntos 
deram ao copista a idéia de um mi. Em At.15:40 onde há eplexamenoc (tendo 
escolhido) aparece no Códice Beza epdexamenoc (tendo recebido) onde o 
lambda maiúsculo é confundido com um delta maiúsculo. 
 Há também confusão de sílabas, como é o caso de ITm.3:16 onde o 
manuscrito D traz homologoumen ôs (nós confessamos que) em vez de 
homologoumenôs (sem dúvida). 
 O erro visual chamado parablopse (um olhar ao lado) é facilitado pelo 
homoioteleuton, que é o final igual de duas linhas, levando o escriba a saltar 
uma delas, ou pelo homoioarchon, que são duas linhas com o mesmo início. 
 O Códice Vaticano, em Jo.17:15, não contém as palavras entre 
parênteses: “Não rogo que os tires do (mundo, mas que os guardes do) 
maligno”. Consultando o N.T. grego veremos que as duas linhas terminavam de 
maneira idêntica, em autos ek tou, no manuscrito que o escriba de B copiava. 
 Lc.18:39 não aparece nos manuscritos 33, 57, 103 e b, devido a um final 
de frase igual na sentença anterior no manuscrito do qual eles se derivam. 
 O Códice Laudiano tem um exemplo no versículo 4 do Capítulo 2 do livro 
de Atos: “Et repleti sunt et repleti sunt omnes spiritu sancto”, sendo este em 
caso de adição, chamado ditografia, que é a repetição de uma letra, sílaba ou 
palavras. 
 
 2) Falhas de Audição: Era costume muitos escribas se reunirem numa 
sala enquanto um leitor lhes ditava o texto sagrado. Desse modo o ouvido traía 
o escriba até mesmo quando o copista solitário ditava a si próprio. Em Rm.5:1 
encontramos um destes casos, onde as variantes echômen e echomen foram 
confundidas. IPe.2:3 também apresenta um caso semelhante com as variantes 
cristos (Cristo) e crestos (gentil), esta última encontrada nos manuscritos K e 
L. 
 No grego coinê as vogais e ditongos pronunciavam-se de modo igual 
dentro das respectivas classes. É o caso de ICo.15:54 onde o termo nikos 
(vitória), foi confundido por neikos (conflito), sendo que aparece em P46 e B 
como “tragada foi a morte no conflito”. 
 Em Ap.15:6 onde se lê “vestidos de linho puro” a palavra grega linon é 
substituída por lithon nos manuscritos A e C “vestidos de pedra pura”. Desse 
modo uma só letra que o ouvido menos apurado não entendeu direito e que 
produziu completa mudança de sentido, 
torna-se erro grosseiro e hilariante. 
 
 3) Falhas da Mente: Quando a mente do escriba o traía, chegava a 
cometer erros que variavam desde a substituição de sinônimos, como o caso da 
preposição ek por apo, até a transposição de letras dentro de uma palavra, 
como o caso de Jo.5:39, onde Jesus disse “porque elas dão testemunho de 
mim” 
(ai marturousai) e o escriba do manuscrito D escreveu “porque elas pecam a 
respeito de mim” (hamartanousai). 
 
 B) Erros Intencionais: Erros que não se originaram de negligência ou 
distração dos escribas, mas antes de suspeita de alteração, principalmente 
doutrinária. 
 
 1) Harmonização: Ao copiar os sinópticos, o escriba era levado a 
harmonizar passagens paralelas. E’ o caso de Mt.12:13 onde se lê “...estende a 
tua mão. E ele estendeu; e ela foi restaurada como a outra”. Em alguns 
manuscritos de Marcos o texto pára em “restaurada”, sendo que em outros o 
escriba acrescentou as palavras “como a outra” para harmonizá-lo com Mateus. 
 Outro tipo de harmonização ocorre quando os escribas faziam o texto do 
N.T. conformar-se com o A.T. Por exemplo, em Mc.1:1 os escribas do W e 
Bizantinos mudaram “no profeta Isaias” para “nos profetas” porque verificaram 
que a citação não é só de Isaias. 
 2) Correções Doutrinárias: Certo escriba, copiando Mt.24:36 omitiu as 
palavras “nem o Filho”, pois o escriba sabia que Jesus era onisciente, e deduziu 
que alguém havia cometido erro (Alefe, W, Bizantino). 
 Os manuscritos da Velha Latina e da Versão Gótica apresentam como 
acréscimo, em Lc.1:3, a frase “e ao Espírito Santo” como “empréstimo” de 
At.15:28. 
 
 3) Correções Exegéticas: Passagens de difícil interpretação eram alvo 
dos escribas que tentavam completar o seu sentido através de interpolação e 
supressões. 
 Um caso de interpolação encontra-se em Mt.26:15 onde as 
palavras “trinta moedas de prata” foram alteradas para “trinta estateres” nos 
MSS D, a e b, afim de definir o tipo de moeda mencionada. Mais tarde outros 
escribas (dos manuscritos 1, 209 e h) que conheciam os dois textos, juntaram-
no produzindo a frase “trinta estateres de prata”. 
 
 4) Acréscimos Naturais ou de Notas Marginais: Determinado leitor do 
Códice 1518 anotou nas margens de Tg.1:5 a expressão êgeumatikês kai ouk 
anthrôpines (espiritual e não humana). Quando este Códice foi copiado, o 
escriba do manuscritos 603 incluiu esta expressão no texto: “Se alguém de vós 
tem falta de sabedoria espiritual e não humana, peça-a a Deus...”. 
 
 
 
 VII. AUTENTICIDADE OU GENUINIDADE: Dizemos que um livro 
é genuíno ou autêntico quando ele é escrito pela pessoa ou pessoas cujo 
nome ele leva, ou, se anônimo, pela pessoa ou pessoas a quem a tradição 
antiga o atribui, ou, se não for atribuído a algum autor ou autores 
específicos, à época que a tradição lhe atribui. 
 O Credo Apostólico não é genuíno porque não foi composto pelos 
apóstolos. As Viagens de Gulliver é genuíno, tendo sido escrito por Dean 
Swift, embora seus relatos sejam fictícios. Atos de Paulo não é genuíno, pois 
foi escrito por um sacerdote contemporâneo de Tertuliano. Desse modo a 
autenticidade relaciona-se ao autor e à época do livro, e todos os livros da 
Bíblia possuem autenticidade comprovada pela tradição histórica e pela 
arqueologia (Gl.6:11; Cl.4:18). 
 
 
 
 VIII. CANONICIDADE: Por canonicidade das Escrituras queremos 
dizer que, de acordo com “padrões” determinados e fixos, os livros 
incluídos nelas são considerados partes integrantes de uma revelação 
completa e divina, a qual, portanto, é autorizada e obrigatória em relação à 
fé e à prática. 
 A palavra grega kanon derivou do hebraico kaneh que significa junco ou 
vara de medir (Ap.21:15); daí tomou o sentido de norma, padrão ou regra 
(Gl.6:16; Fp.3:16). 
 
 A) A fonte da Canonização: A Canonização de um livro da Bíblia não 
significa que a nação judaica ou a igreja tenha dado a esse livro a sua 
autoridade canônica; antes significa que sua autoridade, já tendo sido 
estabelecida em outras bases suficientes, foi consequentemente reconhecida 
como pertencente ao cânon e assim declarado pela nação judaica e pela igreja 
cristã. 
 
 B) O Critério Canônico (do Novo Testamento): Adotam-se 5 critérios 
canônicos. 
 
 1) Apostolicidade: O livro deveria ter sido escrito por um dos apóstolos 
ou por autor que tivesse relacionamento com um dos apóstolos (imprimatur 
apostólico). 
 
 2) Universalidade: Quando era impossível demonstrar a autenticidade 
apostólica, o critério de uso e circulação do livro na comunidade cristã universal 
eraconsiderado para sua aferição canônica. O livro deveria ser aceito 
universalmente pela igreja para dela receber o seu imprimatur. 
 
 3) Conteúdo do Livro: O livro deveria possuir qualidades espirituais, e 
qualquer ficção que nele fosse encontrada tornava o escrito inaceitável. 
 
 4) Inspiração: O livro deveria possuir evidências de inspiração. 
 
 5) Leitura em Público: Nenhum livro seria admitido para leitura pública 
na igreja se não possuísse características próprias. Muitos livros eram bons e 
agradáveis para leitura particular, mas não podiam ser lidos e comentados 
publicamente, como se fazia com a lei e os profetas na sinagoga. E’ a esta 
leitura que Paulo exorta Timóteo a praticar (ITm.4:13). 
 
 C) Conclusão da Canonização (do Novo Testamento) 
 
 1) Concílio Damasino de Roma em 382 d.C. 
 
 2) Concílio de Cartago em 397 d.C. 
 
 
 
 IX. ANIMAÇÃO: É o poder inerente à Palavra de Deus para transmitir 
vitalidade ou vida ao ser humano. 
 O Sl.19:7 diz que “a lei do Senhor é perfeita, e restaura a alma...” e no 
versículo 8 diz que “os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração...” 
 Somente algo que tem vida pode transmitir vida, e por isso mesmo 
somente a Bíblia, e nenhum outro livro pode fazê-lo, pois a Bíblia sendo a 
Palavra de Deus é viva: “A Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do 
que espada alguma de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do 
espírito e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e 
intenções do coração”(Hb.4:12). 
 
 A) A Palavra de Deus é Viva: O elemento da vida que aqui 
se declara é mais do que aquilo que agora tem autoridade em 
contraste com o que já se tornou letra morta; é mais do que alguma coisa que 
fornece nutrição. Mas as Escrituras são vivas porque é o hálito (espírito) do 
Deus Vivo (Jo.6:63; Jó 33:4). Assim tanto a Palavra Escrita (Logos) como a 
Palavra Falada (rêma) são possuidoras de vida. Não há diferença essencial 
entre elas, pois são apenas duas formas diferentes dela existir. 
 O trecho de Hb.4:12 diz que a Palavra de Deus é viva, e eficaz, é 
cortante, penetra e discerne. 
 Em IPe.1:23 lemos que a Palavra de Deus vive e permanece para sempre. 
Assim a Palavra de Deus possui vida eternamente (Sl.19:9;119:160). 
 
 B) A Palavra de Deus é Eficaz: A palavra grega usada neste trecho é 
energês de onde temos a palavra energia. Trata-se da energia que a vida vital 
fornece. Por isso a Palavra de Deus é comparada a uma poderosa espada de 
dois gumes com poder para cortar, penetrar e discernir. Quando o Espirito 
Santo empunha a Sua espada(Ef.6:17) uma energia é liberada dela para animar 
e realizar o seu propósito (Is.55:10,11). E’ com este poder inerente à Palavra de 
Deus que o Espirito Santo convence os contradizentes (Jo.16:8; ICo.2:4) porque 
a Palavra de Deus é como uma dinamite com poder (dinamos, Rm.1:16) para 
salvar e destruir (IICo.10:4,5;IICo.2:14,17; IJo.2:14; Jr.23:24). 
 A Palavra de Deus é como um nutriente alimento que fornece forças 
(IPe.2:2; Mt.4:4). Paulo escrevendo aos tessalonicenses, revela sua gratidão a 
Deus por haverem eles recebido a Palavra de Deus a qual estava operando 
(energizando) eficazmente neles (ITs.2:13). Paulo conhecia o poder da Palavra 
de Deus, por isso recomendou aos anciãos da igreja que a observassem porque 
ela “tem poder para edificar e dar herança 
entre todos os que são santificados” (At.20:32; Jo.5:39). 
 
 1) É eficaz na regeneração: Comparada com a “água” (Jo.3:5; Ef.5:26), a 
Palavra de Deus tem poder para regenerar, pois ela coopera com o E.S. na 
realização do novo nascimento (IPe.1:23; Tt.3:5; Jo.15:3; Ez.36:25-27; Jo.6:63; 
Tg.1:18,21; ICo.4:15; Rm.1:16). 
 
 2) É eficaz na santificação: A Palavra de Deus tem poder para santificar 
(Jo.17:17; Ef.5:26; Ez.36:25,27; IIPe.1:4; Sl.37:31;119:11). Com efeito, a 
santificação é pela fé (At.15:9 e 26:18) e a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus 
(Rm.10:17). 
 
 3) É eficaz na edificação: A Palavra de Deus tem poder para edificar 
(IPe.2:2; At.20:32; IIPe.3:18). 
 
 
 X. PRESERVAÇÃO: É a operação divina que garante a permanência 
da Palavra Escrita, com base na aliança que Deus fez acerca de Sua 
Palavra Eterna (Sl.119:89,152; Mt.24:35; IPe.1:23; Jo.10:35). 
 Os céus e a terra passarão (Hb.12:26,27; IIPe.3:10) mas a Palavra de 
Deus permanecerá (Mt.24:35; Hb.12:28; Is.40:8; IIPe.1:19). 
 A preservação das Escrituras, como o cuidado divino para a sua criação e 
formação do cânon, não foi acidental, nem incidental, mas sim o cumprimento 
de uma promessa divina. A Bíblia é eterna, ela permanece porque nenhuma 
Palavra que Jeová tenha dito pode ser removida ou abalada; nem uma vírgula 
ou um ponto do testemunho divino pode passar até que seja cumprido. 
 “Quando pensamos no fato da Bíblia ter sido objeto especial de infindável 
perseguição, a maravilha da sua sobrevivência se transforma em milagre... Por 
dois mil anos, o ódio do homem pela Bíblia tem sido persistente, determinado, 
incansável e assassino. Todo esforço possível tem sido feito para corroer a fé 
na inspiração e autoridade da Bíblia, e inúmeras operações têm sido levadas a 
efeito para fazê-la desaparecer. Decretos imperiais têm sido passados 
ordenando que todas as cópias existentes da Bíblia fossem destruídas, e 
quando essa medida não conseguiu exterminar e aniquilar a Palavra de Deus, 
ordens foram dadas para que qualquer pessoa que fosse encontrada com uma 
cópia das Escrituras fosse morta.” (Arthur W. Pink. The Divine Inspiration of the 
Bible = A Inspiração Divina da Bíblia). 
 A Bíblia permanece até hoje porque o próprio Deus tem se empenhado em 
preservá-la. Quando o rei Jeoiaquim queimou um rolo das Escrituras, Deus 
mesmo determinou a Jeremias que rescrevesse as palavras que haviam sido 
queimadas (Jr.36:27,28), e ainda determinou maldições sobre o rei, por haver 
tentado destruir a Palavra de Deus (Jr.36:29,31). Ademais Deus acrescentou ao 
segundo rolo outras palavras que não se encontravam no primeiro (Jr.36:32), 
pois a Palavra de Deus sempre há de prevalecer sobre a palavra do homem 
(Jr.44:17,28; At.19:19,20). 
 Deve ficar esclarecido que Deus tem preservado apenas a 
Sua Palavra inspirada, aquilo que deve ser considerado como revelação de 
Deus, e por isso mesmo não foi preservado e não faz parte do Cânon Sagrado 
(ICr.29:29; IICr.9:29;12:15;13:22;20:34; IICr.24:27;26:22;33:19). Em IICo.7:8 
Paulo faz menção a uma segunda carta que não consta do Novo Testamento, 
sendo que a segunda carta de Coríntios que temos na nossa Bíblia, 
provavelmente deveria ser a terceira. 
 Hoje a estratégia de Satanás sobre a Palavra de Deus é diferente, pois já 
que ele não consegue destruí-la, procura desacreditá-la (negando sua 
inspiração) e corrompê-la com interpretações pervertidas da verdade 
(ITm.4:1,2; IITs.2:9-12). A nós pois, como igreja, cabe a responsabilidade de 
defender e preservar a verdade (ITm.3:15) com o mesmo anseio que 
caracterizava a vida de Paulo (Fp.1:7,16). 
 
 
 
 XI. INTERPRETAÇÃO: É a elucidação ou explicação do sentido das 
palavras ou frases de um texto, para torná-los compreensivos. 
 A ciência da interpretação é designada hermenêutica, e, em razão de sua 
abrangência, requer um estudo especial separado da Bibliologia.

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