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Aula 02 Contabilidade Geral e Avançada

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Estratégia
C O N C U R S O S ^
Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal
Teoria e exercícios comentados
Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 02
AULA 02: 5. SISTEMA DE CONTAS, PLANO DE CONTAS. 
ESCRITURAÇÃO: CONCEITO E MÉTODOS; PARTIDAS
r r
DOBRADAS; LANÇAMENTO CONTÁBIL - ROTINA, FÓRMULAS; 
PROCESSOS DE ESCRITURAÇÃO. ESCRITURAÇÃO DE 
OPERAÇÕES FINANCEIRAS. 6. PROVISÕES: FÉRIAS, 13°
SALÁRIO, DEVEDORES DUVIDOSOS, CONTINGÊNCIAS 
PASSIVAS. 7. BALANCETE DE VERIFICAÇÃO: CONCEITO, 
FORMA, APRESENTAÇÃO, FINALIDADE, ELABORAÇÃO._______
SUMÁRIO
OLÁ, AMIGOS. ....................................................................................................................................................... 2
DIFERENÇA ENTRE CAPITAL E PATRIMÔNIO. ......................................................................................................2
SISTEMA DE CONTAS, PLANO DE CONTAS. ESCRITURAÇÃO: CONCEITO . ..................................................... 4
MÉTODOS DE ESCRITURAÇÃO; PARTIDAS DOBRADAS; LANÇAMENTO CONTÁBIL - ROTINA, FÓRMULAS;
PROCESSOS DE ESCRITURAÇÃO. .........................................................................................................................5
CONTAS LANÇADAS A DÉBITO E A CRÉDITO. ....................................................................................................5
ELEMENTOS ESSENCIAIS DE UM LANÇAMENTO...............................................................................................10
FÓRMULAS DO LANÇAMENTO.............................................................................................................................11
1a FÓRMULA. .......................................................................................................................................................11
2a FÓRMULA. .......................................................................................................................................................11
3a FÓRMULA. .......................................................................................................................................................12
4a FÓRMULA. .......................................................................................................................................................12
TIPOS DE FATOS CONTÁBEIS. ...........................................................................................................................12
FATO PERMUTATIVO OU QUALITATIVO............................................................................................................. 13
1) PERMUTA ENTRE ELEMENTOS DO ATIVO . ....................................................................................................13
2) PERMUTA ENTRE ELEMENTOS DO PASSIVO . ............................................................................................... 13
3) PERMUTA ENTRE ELEMENTOS DO ATIVO E PASSIVO. ................................................................................14
4) PERMUTA ENTRE ELEMENTOS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO. ....................................................................... 14
FATO MODIFICATIVO OU QUANTITATIVO. ........................................................................................................14
1) MODIFICATIVO AUMENTATIVO. .....................................................................................................................15
2) MODIFICATIVO DIMINUTIVO......................................................................................................................... 15
FATO M ISTO .........................................................................................................................................................15
1) FATO MISTO AUMENTATIVO...........................................................................................................................16
2) FATO MISTO DIMINUTIVO.............................................................................................................................16
RETIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO CONTÁBIL. ..................................................................................................... 16
LIVROS CONTÁBEIS E FISCAIS . ............................ 17
LIVRO DIÁRIO. ..................................................................................................................................................... 17
LIVRO RAZÃO . ..................................................................................................................................................... 19
LIVRO C A IX A . ...................................................................................................................................................... 19
LIVRO REGISTRO DE INVENTÁRIO E ENTRADA E SAÍDA DE MERCADORIAS. ............................................... 19
LIVROS OBRIGATÓRIOS PARA AS SOCIEDADES ANÔNIMAS . ........................................................................ 20
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO. ...........................................................................................................................20
PROVISÕES: FÉRIAS, 13° SALÁRIO, DEVEDORES DUVIDOSOS, CONTINGÊNCIAS PASSIVAS.....................22
REGULAMENTO DO IMPOSTO DE REND A . .........................................................................................................28
PROVISÃO PARA PAGAMENTO DE FÉRIAS:. ...................................................................................................... 29
PROVISÃO PARA PAGAMENTO DE 13° SALÁRIO. ..............................................................................................32
PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS (PD D )...........................................................................................32
CONTINGÊNCIAS PASSIVAS. .............................................................................................................................. 34
QUESTÕES COMENTADAS. ..................................................................................................................................37
LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ..........................................................................................97
GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA A U LA . ............................................................................ 121
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Teoria e exercícios comentados
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OLÁ, AMIGOS.
Olá, meus amigos. Como estão? E com imenso prazer que disponibilizamos 
mais uma aula de Contabilidade Geral para os Futuros Auditores Fiscais 
da Receita Federal do Brasil.
Nós já estamos nos preparando para receber de vocês os diversos convites para 
comemoração da aprovação. De norte a sul do Brasil, iremos em todas as 
confraternizações. A passagem e hospedagem em hotel cinco estrelas será por 
conta dos novos servidores é claro.
Atenção: há uma quantidade muito grande de questões ESAF para 
vocês resolverem. Por isto a grande extensão da aula. Quem não 
quiser, não precisa resolver todas. Façam as mais recentes e ganhem 
tempo. Ou, então, façam, confiram os comentários do que errou e 
sigam em frente.
Lembrando que quaisquer dúvidas podem ser enviadas aos emails:
gabrielrabelo@estrategiaconcursos.com.br
lucianorosa@estrategiaconcursos.com.br
Um abraço e bons estudos a todos.
Gabríel Rabelo e L u c ía n o r o s a
DIFERENÇA ENTRE CAPITAL E PATRIMÔNIO
Este conceito ficou pendente na aula passada. Vejamos, portanto, agora.
O conceito de capital pode ser visto sob diversos ângulos.
O capital próprio representa o patraimônio líquido da entidade, ou seja, os 
recursos que estão aplicados na entidade que pertencem aos seus sócios.
O capitalde terceiros é todo aquele valor que se encontra aplicado na empresa, 
mas que pertence a terceiros. É o passivo exigível (passivo circulante e não 
circulante).
Dentro do capital próprio, temos o capital social, que é a conta do PL composta 
pelas ações subscritas na constituição da sociedade ou com o aumento de 
capital. E dividida em capital social e capital social a realizar. A lei das S .A 's 
dispõe que:
Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por 
dedução, a parcela ainda não realizada.______________________________________
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Teoria e exercícios comentados
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A Lei das S .A 's prescreve que a integralização mínima é de 10% do capital 
social. As ações podem ser subscritas em dinheiro ou quaisquer bens 
suscetíveis de avaliação em dinheiro.
Exemplo. Se a empresa X fosse constituída com um capital social de R$
100.000. 00, totalmente integralizado, o lançamento seria:
D - Caixa 100.000,00 (Ativo)
C - Capital Social 100.000,00 (p L)
Todavia, caso apenas metade deste valor fosse integralizado, o lançamento, no 
momento da constituição da sociedade seria:
D - Caixa (Ativo) 50.000,00
D - Capital Social a Realizar (- PL) 50.000,00 
C - Capital Social (PL) 100.000,00
Neste caso, constituímos a conta capital social a realizar, que representa 
nada mais do que uma promessa dos sócios em entregar posteriormente os 
valores pelo qual se comprometem.
Com a integralização posterior do restante do capital, o lançamento correto será 
o seguinte:
D - Caixa 50.000,00 (Ativo)
C - Capital Social a Realizar 50.000,00 (PL)
O capital autorizado, por fim, representa aquele valor que está previsto no 
estatuto social pelo qual pode haver aumento do capital social sem que haja 
necessidade de alterar este instrumento.
Assim, se o estatuto permitisse que, no exemplo citado acima, a empresa 
aumentasse seu capital até o limite de 200.000,00, poderíamos constituir mais
100.000. 00 sem a necessidade de fazer alterações no estatuto e, 
consequentemente, proceder a todos os trâmites burocráticos frente a Junta 
Comercial.
Patrimônio, contudo, em contabilidade, poder ser entendido como patrimônio 
líquido, que é o valor dos capitais próprios empregados às atividades 
empresariais ou patrimônio bruto, hipótese em que representa o valor total do 
ativo da entidade.
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Teoria e exercícios comentados
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SISTEMA DE CONTAS, PLANO DE CONTAS. ESCRITURAÇÃO: CONCEITO
Dissemos que a ciência contábil se utiliza, para sua perfeita existência, de 
técnicas. Quatro são as técnicas que apresentamos: escrituração, elaboração 
das demonstrações contábeis, auditoria e análise de balanços.
Visto o conceito de escrituração, passemos a entender o processo amiúde. O 
processo de escrituração hoje está regulamentado pelo CFC 1.330/2011.
A escrituração contábil deve ser realizada com observância aos princípios de 
contabilidade (item 3, CFC 1.330).
O nível de detalhamento da escrituração contábil deve estar alinhado às 
necessidades de informação de seus usuários. Nesse sentido, o Conselho 
Federal de Contabilidade (CFC) não estabelece o nível de detalhe ou mesmo 
sugere um plano de contas a ser observado. O detalhamento dos registros 
contábeis é diretamente proporcional à complexidade das operações da 
entidade e dos requisitos de informação a ela aplicáveis e, exceto nos casos em 
que uma autoridade reguladora assim o requeira, não devem necessariamente 
observar um padrão pré-definido.
Com efeito, é de esperar uma complexidade maior nas demonstrações 
contábeis de uma entidade tal como a Unilever (que produz mercadorias tais 
como Axe, Dove, Ades, Comfort, Seda, entre outros) do que nas demonstrações 
de uma pequena locadora de DVDs.
A fim de padronizar a execução da escrituração, a Resolução prescreve certas 
formalidades. E essas finalidades são muito cobradas em concursos. Vejamos:
5. A escrituração contábil deve ser executada:
a) em idioma e em moeda corrente nacionais;
b) em forma contábil;
c) em ordem cronológica de dia, mês e ano;
d) com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou 
emendas; e
e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em
elementos que comprovem ou evidenciem fatos contábeis.____________________
Lembrando novamente, dissemos que a escrituração contábil é feita através de 
contas. Na contabilidade, conta é o nome dado aos componentes patrimoniais 
(bens, direitos e obrigações) e de resultado (despesas e receitas).
O dinheiro em espécie existente, por exemplo, é chamado de conta caixa. As 
contas podem ser patrimoniais (ativo [bens e direitos], passivo [obrigações] e 
patrimônio líquido [capital próprio]).
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O conjunto de todas as contas existentes dentro de uma entidade, para 
uniformizar os registros contábeis, é denominado plano de contas. O plano de 
contas varia também de uma empresa para outra. Assim, uma indústria de 
calçados não terá o mesmo plano de contas de um supermercado. Esse 
entendimento está em consonância com o item 4 da Resolução do CFC 
1330/2011.
DEFINIÇÃO
Plano de contas: conjunto de todas as contas existentes dentro de uma 
entidade para uniformizar os registros contábeis._____________________________
Temos ainda o chamado sistema de contas. O sistema de contas é algo que 
mais tem a ver com a finalidade das contas em si. Ao agruparmos as contas, 
por exemplo, em contas patrimoniais e contas de resultado. O sistema de 
contas racionalmente organizado vai ajudar a compreender melhor o 
patrimônio.
MÉTODOS DE ESCRITURAÇÃO; PARTIDAS DOBRADAS; LANÇAMENTO 
CONTÁBIL - ROTINA, FÓRMULAS; PROCESSOS DE ESCRITURAÇÃO.
Método é o caminho de que nos utilizamos para chegar a uma meta.
Na contabilidade, o método utilizado para se escriturar é o método das 
partidas dobradas. Esse método consiste em considerar que para todo e 
qualquer item que ingressa no patrimônio, há um lugar de onde ele é 
proveniente. Ou seja, não há geração espontânea de patrimônio, mas sim uma 
origem para todo elemento que se aplica no patrimônio, passando a integrá-lo.
Ao registro de um fato contábil chamamos lançamento. Este é efetuado em 
livros contábeis próprios como o diário, razão, caixa, duplicatas a receber etc. 
Ao conjunto de registros ou lançamentos é que chamamos escrituração.
Antes de aprendermos a efetuar lançamentos em espécie, devemos entender 
quando e quais contas são lançadas a débito ou a crédito.
CONTAS LANÇADAS A DÉBITO E A CRÉDITO
Não confundir a palavra débito da linguagem comum com a utilizada na 
terminologia contábil. Assim, esqueça o entendimento da vala comum de que 
débito equivale a uma dívida.
As contas patrimoniais podem ser representadas através de um "T", o lado 
esquerdo é sempre o lado do débito, na terminologia contábil. Assim...
Conta Caixa
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Lado do débito
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Lado do crédito
Gravem isso. Os registros contábeis são feitos nestes "T" e o lado do débito é o 
lado esquerdo.E o outro lado? O outro lado só pode ser o do crédito.
Não podemos também confundir a palavra crédito usada na linguagem comum 
com o sentido com quem é usada na contabilidade.
Gravem (regra geral):
As contas do ativo e as de despesa têm natureza devedora 
As contas do passivo, PL e as de receita têm natureza credora.
E o que quer dizer saldo devedor e saldo credor? Simples. Saldo devedor 
significa dizer que o total dos débitos em uma conta supera o total dos créditos. 
Assim, se tenho registrado na conta caixa R$ 1.000,00 em débitos e R$ 600,00 
em créditos, isto me dá um saldo devedor total de R$ 400,00.
Agora, tivéssemos R$ 4.000,00 de créditos na conta fornecedores e R$
1.000,00 de débitos, o saldo seria credor de R$ 3.000,00.
O saldo poderia também ser nulo, quando os totais dos créditos e dos débitos 
se equivalem.
Assim, se a conta caixa aumentar em R$ 500, por causa de um recebimento de 
Duplicaras a Receber, teremos a seguinte alteração no nosso "T", chamado 
também de razonete.
Como as contas do ativo têm natureza devedora, elas aumentam quando 
lançamos ali, no lado do débito. Somente isso quer dizer "a conta do ativo tem 
natureza devedora". Significa dizer, repito, que ela aumenta a débito (e 
diminui, conseqüentemente, a crédito).
Por outro lado, a contas de natureza Credora (Passivo, Patrimônio Líquido e 
Receitas) aumentam com lançamentos a crédito e diminuem com lançamentos 
a débito.
Conta Caixa
500,00
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Teoria e exercícios comentados
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Atenção: Considere que é apenas uma convenção.
Vamos explicar esta situação por meio de um exemplo. Observem este balanço 
patrimonial:
ATIVO PASSIVO
Caixa Fornecedores
300 200
Mercadorias PL
200
Capita Social
300
TOTAL 500 TOTAL 500
Ele equivale ao seguinte:
ATIVO PASSIVO
Caixa 300 Fornecedores 200
Mercadorias 200 Capital Social 300
TOTAL 500 TOTAL 500
Suponhamos que essa entidade tenha sido constituída por dois sócios, que 
firmaram contrato social criando a pessoa jurídica KLS.
Eles dispuseram de R$ 300 (R$ 150 cada) para dar início às atividades. Esse 
montante inicial pode ser em dinheiro ou em quaisquer bens suscetíveis de 
avaliação em dinheiro (Lei 6.404/76, art. 7°) e é denominado de capital social 
(nome importantíssimo!).
Vamos analisar a situação: o Caixa aumentou (passou de zero para R$ 300). A 
conta Caixa é uma conta do Ativo e tem natureza devedora. Se o saldo da 
conta Caixa aumentou, vamos debitar a conta, para representar esse aumento.
O PL também aumentou. Mas o PL tem natureza credora. Portanto, vamos 
creditar a conta Capital Social, no PL, em contrapartida ao débito efetuado na 
conta caixa.
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O lançamento desta operação será feito da forma seguinte:
Débito - Caixa (ativo) 300,00
Crédito - Capital Social (patrimônio líquido) 300,00
Fácil não é? Está feito. É este o registro contábil (lançamento).
Agora, já em funcionamento, esta empresa compra mercadorias a prazo, no 
valor de R$ 200,00. Como é o lançamento contábil?!
Débito - Mercadorias (ativo) 200,00
Crédito - Fornecedores (passivo) 200,00
Veja-se. As mercadorias estão sendo compradas, passando, com a entrega 
(tradição) a serem propriedade da empresa. Debitamos a conta Estoque para 
registrar o aumento pela entrada da mercadoria.
E creditamos a conta Fornecedores (que é uma conta de Passivo e tem natureza 
credora) para registrar a dívida da empresa com os fornecedores.
Com o decurso das aulas, estes lançamentos ficarão automáticos, de modo que 
vocês saberão:
As contas do ativo e as de despesa têm natureza devedora 
As contas do passivo, do PL e as de receita têm natureza credora.
Se uma conta do ativo aumenta a débito, consequentemente, ela diminui a 
crédito. De igual modo, se uma conta do patrimônio líquido aumenta por 
lançamento a crédito, diminui por lançamento a débito.
Mais um exemplo para fixação. Como contabilizar a compra de um veículo à 
vista, no valor de R$ 30.000,00?
Veja que o veículo é um bem. Em que grupo devemos classificar os bens? No 
ativo! Se for à vista está saindo dinheiro do caixa (outra conta do ativo).
Na compra do veículo, está recebendo o carro (o que aumenta o Ativo) e 
diminuindo o Caixa, pela saída do dinheiro, portanto teremos:
Débito - Veículos (ativo) 30.000,00
Crédito - Caixa (ativo) 30.000,00
Está feito o lançamento.
E se essa compra fosse 50% à vista e 50% a prazo? Bem, neste caso, teríamos 
o mesmo débito em veículos, de R$ 30.000,00 e o mesmo crédito de caixa, mas
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Teoria e exercícios comentados
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no montante de R$ 15.000,00. O restante seria computado como obrigação. E 
onde lançamos as obrigações? No passivo exigível. Ficaria assim:
Débito - Veículos (ativo) 30.000,00
Crédito - Caixa (ativo) 15.000,00
Crédito - Financiamentos a pagar (passivo) 15.000,00
Vejam que segundo o método das partidas dobradas o valor dos créditos deve 
ser sempre igual ao dos débitos.
E se esse veículo fosse vendido metade à vista, metade a prazo, antes do 
registro de qualquer depreciação, sem lucro ou prejuízo. Como lançaríamos?
Débito - Caixa 15.000,00
Débito - Duplicatas a receber 15.000,00
Crédito - Veículo 30.000,00
RESUMINDO! GRAVE:
Contas do ativo ^ Aumentam a débito e diminuem a crédito.
Consta do passivo e PL ^ Aumentam a crédito e diminuem a débito.
O que você deve conceber agora é que sempre que houver qualquer aumento 
ou diminuição de uma ou mais contas a débito, terá de existir uma 
compensação com o aumento ou diminuição de uma ou contas a crédito. Isso é 
o chamado método das partidas dobradas.
Com base no método das partidas dobradas, algumas conclusões podem ser 
tomadas:
1) A soma dos débitos é sempre igual à soma dos créditos.
2) Um ou mais débitos numa ou mais contas deve corresponder a um ou mais 
créditos de valor equivalente em uma ou mais contas.
3) O total do ativo será sempre iSJual á soma do passivo exigível com o 
patrimônio líquido.
Imaginemos agora as seguintes situações e façamos os lançamentos contábeis:
1) Constituição da sociedade KLS mediante R$ 100.000,00 totalmente 
integralizados em espécie.
2) Compra de um veículo por R$ 10.000,00 à vista.
3) Compra de mercadorias por R$ 50.000,00 a prazo.
4) Pagamento de metade da dívida com o fornecedor.
5) Entrada de outro sócio com capital social de R$ 30.000,00, integralizado com 
um terreno.
Vamos lá!
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1) Constituição da sociedade KLS mediante R$ 100.000,00 totalmente 
integralizados em espécie.
Débito - Caixa 100.000,00
Crédito - Capital Social 100.000,00
2) Compra de um veículo por R$ 10.000,00 à vista.
Débito - Veículos 10.000,00
Crédito - Caixa 10.000,00
3) Compra de mercadorias por R$ 50.000,00 a prazo.
Débito - Mercadorias 50.000,00
Crédito - Fornecedores 50.000,00
4) Pagamento de metade da dívida com o fornecedor.
Débito - Fornecedores 25.000,00
Crédito - Caixa 25.000,00
5) Entrada de outro sócio com capital social de R$ 30.000,00,integralizado com um terreno.
Débito - Terrenos 30.000,00
Crédito - Capital Social 30.000,00
ELEMENTOS ESSENCIAIS DE UM LANÇAMENTO
é essencial que conste em um lançamento:
Elementos essenciais do lançamento
1) Local (pode ser suprimido, considerando-se feito no local do 
estabelecimento) e data;
2) Conta debitada;
3) Conta creditada;
4) Histórico;
5) Valor.__________________________________________________________________
Por exemplo. O lançamento de uma compra à vista de mercadorias no valor de 
R$ 100 pode ser descrito da seguinte forma:
Vitória/ES, 21 de dezembro de 2010. 
Débito - Mercadorias
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Crédito - Caixa
Conforme nota fiscal de compra n. 1.000, emitida pela empresa X LTDA R$ 100.
Todavia, para ganhar praticidade, não precisamos fazer isso para "matar" 
questões. Basta fazer
D - Mercadorias 
C - Caixa 100.
Ou
Mercadorias 
a Caixa 100.
A preposição "a" indica conta creditada.
Admite-se o uso de códigos e/ou abreviaturas, nos históricos dos lançamentos, 
desde que permanentes e uniformes, devendo constar o significado dos códigos 
e/ou abreviaturas no Livro Diário ou em registro especial revestido das 
formalidades extrínsecas daquele.
FÓRMULAS DO LANÇAMENTO
Os lançamentos podem ser de:
1a FÓRMULA
Envolve uma conta a débito e uma conta a crédito.
Exemplo: compra de mercadoria à vista
D - Mercadorias 
C - Caixa 100.
2a FÓRMULA
Envolve uma conta a débito e duas ou mais a crédito.
Exemplo: compra de mercadoria, metade à vista, metade a prazo.
D - Mercadorias 100
C - Caixa 50
C - Fornecedores 50.
Ou assim,
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Mercadorias 
a Diversos 
a Caixa
a Fornecedores
100
50
50
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3a FÓRMULA
Envolve duas ou mais contas a débito e uma conta a crédito.
Exemplo: Realização da prestação de serviço, recebida metade à vista e metade 
para 30 dias.
D - Caixa 100
D - Clientes 100
C - Receita de prestação de serviços 200
4a FÓRMULA
Envolve duas ou mais contas a débito e duas ou mais contas a crédito.
Exemplo: compra de canetas, no valor de R$ 100, sendo metade à vista e 
metade a prazo, a ser utilizada metade como estoque de material de consumo e 
metade como mercadoria para revenda.
D - Material de consumo 50
D - Mercadoria para revenda 50
C - Caixa 50
C - Fornecedores 50
Macete
Lançamento Débito Crédito
1a fórmula 1 1
2a fórmula 1 1 2
3a fórmula 2 1
4a fórmula 2 2
é só ver a seqüência de números e teremos: 11, 12, 21, 22. Em ordem 
crescente.
Observando: onde está escrito 2, deve ser entendido como 2 ou mais.
TIPOS DE FATOS CONTÁBEIS
Dissemos que fatos contábeis são aqueles que têm por escopo promover 
alteração no patrimônio (conjunto de bens, direitos e obrigações) de uma 
entidade.
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Já os atos contábeis são atos relevantes que não alteram o patrimônio da 
entidade, tal como a contratação de empregados, o simples fato de se conceder 
fiança a um terceiro ou avalizar um cheque.
Os fatos contábeis são divididos hoje em três grupos:
1) Modificativos;
2) Permutativos;
3) Mistos.
FATO PERMUTATIVO OU QUALITATIVO
Como o próprio nome já diz, os fatos permutativos alteram o patrimônio 
somente em aspectos qualitativos. Seria como, por exemplo, trocar o meu 
Fusca, avaliado em R$ 3.000,00, pela sua Brasília, avaliada pelo mesmo valor.
Os fatos permutativos configuram apenas trocas, permutas, entre bens do 
ativo e passivo exigível, sem que haja alteração no valor total do patrimônio 
líquido e contas de resultado.
As trocas podem ser entre elementos do ativo, passivo, de ambos, ou entre 
elementos da situação líquida.
1) PERMUTA ENTRE ELEMENTOS DO ATIVO
Suponha a compra de mercadoria à vista no valor de R$ 500,00. O lançamento, 
como já visto, é o que se segue:
D - Mercadorias 500,00
C - Caixa 500,00
Vejam que ambas as contas são do ativo. Tivemos um aumento na conta 
mercadorias e uma diminuição na conta caixa.
2) PERMUTA ENTRE ELEMENTOS DO PASSIVO
Suponha, por exemplo, que a empresa A tenha uma dívida com B, no montante 
de R$ 1.000,00. Porém, B pediu a A que promovesse a quitação perante C. Se 
na contabilidade de A tivéssemos:
Dívida com B 
" 1.000
Com a transferência da dívida ficaria:
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Dívida com B
(i) 1.000 1.000
Dívida ^com C
1000 (i)
3) PERMUTA ENTRE ELEMENTOS DO ATIVO E PASSIVO
Por exemplo, compra de mercadoria a prazo.
Débito - Mercadoria 1.000,00 (+ Ativo)
Crédito - Fornecedores 1.000,00 (+ Passivo)
Quando promovermos o pagamento desta mercadoria, teremos outro fato 
permutativo.
Débito - Fornecedores 1.000 (- Passivo)
Crédito - Caixa 1.000 (- Ativo)
4) PERMUTA ENTRE ELEMENTOS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
A primeira coisa aqui importante é que vocês percebam que não se trata este 
tipo de fato permutativo de aumento do grupo PL, mas somente de permuta 
entre contas deste grupo.
Por exemplo, se a sociedade A tem uma reserva estatutária no valor de R$ 
100.000,00 e resolve se utilizar deste valor para aumentar seu capital social.
Isto será registrado pelo lançamento:
D - Reservas estatutárias 100.000,00
C - Capital social 100.000,00
Reservas estatutárias
(i) 100.000 100.000
Capita Social
(i) 100.000
FATO MODIFICATIVO OU QUANTITATIVO
Os fatos modificativos são aqueles que têm o condão de alterar, para mais ou 
para menos, o patrimônio líquido. A doutrina também os denomina como fatos 
quantitativos.
Enquanto os fatos permutativos envolvem apenas contas patrimoniais, os fatos 
modificativos envolvem também conta de resultados (receitas e despesas).
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Assim, frise-se, o fato modificativo provoca aumento ou redução do ativo ou 
passivo e, concomitantemente, modificação na situação líquida.
Os fatos modificativos podem ser:
1) MODIFICATIVO AUMENTATIVO
é aquele que provoca aumento da situação líquida mediante aumento do ativo 
ou diminuição do passivo. Amigos, quando falamos de situação líquida e 
apresentamos contas de resultado (apuradas na DRE), lembrem-se de que o 
resultado do exercício (lucro ou prejuízo) integra o capital próprio.
Exemplo 1: Recebimento de receita de juros no valor de R$ 700,00, em 
31.05.2011, referente ao mês de maio de 2011.
Débito - Bancos conta movimento 700,00 (+ Ativo)
Crédito - Receita de juros 700,00 (+ Receita)
Exemplo 2: O Governo do Estado do Rio de Janeiro publicou lei que concede 
remissão do ICMS. A empresa ALFA tem débito no valor de R$ 5.000,00 que 
foram abrangidos.
Débito - ICMS a pagar 5.000 (- Passivo)
Crédito - Receita operacional/tributária 5.000 (+ Receita)
2) MODIFICATIVO DIMINUTIVO
O fato modificativo diminutivoé aquele que tem o condão de reduzir a situação 
líquida da empresa. Essa redução se dá, geralmente, pelo aumento do passivo 
ou pela redução do ativo.
Exemplo 1: Apropriação de despesa de salários no valor de R$ 10.000,00, 
relativo ao mês de janeiro de 2011, em janeiro de 2011.
Débito - Despesa de salário 10.000,00 (+ Despesa)
Crédito - Salários a pagar 10.000,00 (+ Passivo)
Exemplo 2: Despesa com energia elétrica, no valor de R$ 500,00, paga dentro 
do próprio mês.
Débito - Despesa com energia 500 (+ Despesa)
Crédito - Caixa 500 (- Ativo)
FATO MISTO
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Fato misto é o que envolve, ao mesmo tempo, um fato permutativo e um fato 
modificativo. Acarreta, portanto, alterações no ativo e PL, no passivo e no PL ou 
no ativo, passivo e PL.
1) FATO MISTO AUMENTATIVO
é quando o fato misto tem o condão de aumentar a situação líquida patrimonial.
Pagamento de um duplicata no valor de R$ 1.000,00, com desconto de R$ 
200,00.
D - Duplicatas a pagar 1.000,00 (- Passivo)
C - Bancos 800,00 (- Ativo)
C - Descontos financeiros 200,00 (+ Resultado = Receita)
2) FATO MISTO DIMINUTIVO
É quando o fato misto tem o condão de diminuir a situação líquida patrimonial.
O exemplo clássico aqui é o pagamento de uma duplicata, de R$ 1.000,00 com 
a incidência de juros de 10%, por exemplo.
Lançamento:
Débito - Duplicatas a pagar 1.000
Débito - Despesa de juros 100
Crédito - Bancos conta movimento 1.100
RETIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO CONTÁBIL
Retificação de lançamento é o processo técnico de correção de registro 
realizado com erro na escrituração contábil da entidade e pode ser feito por 
meio de:
a) estorno;
b) transferência; e
c) complementação.
Em qualquer das formas citadas acima, o histórico do lançamento deve precisar 
o motivo da retificação, a data e a localização do lançamento de origem.
O e s to rn o consiste em lançamento inverso àquele feito erroneamente, 
anulando-o totalmente.
Lançamento de tra n s fe rê n c ia é aquele que promove a regularização de conta 
indevidamente debitada ou creditada, por meio da transposição do registro para 
a conta adequada.
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Lançamento de complementação é aquele que vem posteriormente 
complementar, aumentando ou reduzindo o valor anteriormente registrado.
Os lançamentos realizados fora da época devida devem consignar, nos seus 
históricos, as datas efetivas das ocorrências e a razão do registro 
extemporâneo.
LIVROS CONTÁBEIS E FISCAIS
O registro dos fatos contábeis, em seu conjunto, denomina-se escrituração. A 
escrituração é encontrada nos livros contábeis e fiscais. Estudemos os 
principais.
LIVRO DIÁRIO
Este livro está regulado pelo Código Civil, que prescreve:
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um 
sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração 
uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e 
a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.
Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o diário, 
que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou 
eletrônica.
Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para 
o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico.____________
O livro diário é um livro que contém o registro de todo e cada lançamento em 
ordem cronológica, fato que nos permite compreender a seqüência de 
acontecimentos ocorridos na empresa. Ele é obrigatório para a quase que 
totalidade dos empresários (ressalvai se o pequeno empresário previsto na LC 
123/2006).
Algumas bancas indagam frequentemente se "a escrituração do livro diário 
pode ser substituída pela escrituração obrigatória do livro razão". Tais 
questionamentos devem ser tidos como incorretos, pois cada livro cumpre a sua 
função de modo distinto. O livro diário é obrigatório pela legislação empresarial, 
comercial, já o livro razão é facultativo sob esta ótica.
O registro de uma operação no livro Diário é denominado de "PARTIDA DE 
DIÁRIO", ou simplesmente "LANÇAMENTO" (isso mesmo, o lançamento que 
estamos tratando nesta aula). Alguns requisitos existem para essas partidas de 
diário, a saber:
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Resolução 1.330, CFC:
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Item 6. A escrituração em forma contábil de que trata o item 5 deve conter, no 
mínimo:
a) data do registro contábil, ou seja, a data em que o fato contábil ocorreu;
b) conta devedora;
c) conta credora;
d) histórico que represente a essência econômica da transação ou o código de 
histórico padronizado, neste caso baseado em tabela auxiliar inclusa em livro 
próprio;
e) valor do registro contábil;
f) informação que permita identificar, de forma unívoca, todos os registros que 
integram um mesmo lançamento contábil.
No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do 
documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as 
operações relativas ao exercício da empresa. Admite-se a escrituração resumida 
do Diário, com totais que não excedam o período de trinta dias, relativamente 
a contas, cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do 
estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares regularmente 
autenticados, para registro individualizado, e conservados os documentos que 
permitam a sua perfeita verificação.
Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resultado econômico, 
devendo ambos ser assinados por técnico em Ciências Contábeis legalmente 
habilitado e pelo empresário ou sociedade empresária.
O livro diário possui algumas formalidades, extrínsecas e intrínsecas, vamos 
vê-las:
Formalidades do livro diário
Extrínsecas (Finalidade: dificultar adulteração):
- Deve ser encadernado;
- As folhas devem ser numeradas;
- Deve ser autenticado pela Junta Comercial do Estado (empresas mercantis) 
ou pelo Registro Civil de Pessoas Jurídicas (empresas civis); e
- Deve haver termo de abertura e termo de encerramento.
Intrínsecas (Finalidade: resguardar a fidedignidade dos fatos ocorridos 
em relação aos fatos registrados):
- Seguir uma ordem cronológica;
- Não deve haver rasuras, borrões, sinais, linhas em branco, entrelinhas, folhas 
em branco, etc; e
- A escrituração deve ser feita em língua e moeda nacionais.__________________
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Resumindo, o diário é:
4- Obrigatório (exigido pelo Código Civil);
4- Principal (registra todos os fatos contábeis);
4- Comum (para todas as empresas);
4- Cronológico (fatos contábeis registrados em ordem cronológica). 
LIVRO RAZÃO
O livro razão é facultativo, principal (isto é, registram todos os fatos) e 
sistemático (leva em conta principalmente a organização das informações).
Segundo a legislação do IR, os contribuintes sujeitos à apuração do lucro real 
devem escriturar o livro razão.
Vejamos um exemplo de lançamentono livro razão:
R a z ã o A n a l ít ic o
XPTO Com érc io LTda Data: CNPJ: 0 1 .3 42 .57 5 /0 0 0 1 -8 7 Período:
Conta: Bancos C ta. M ovim ento - B radesco S /A
D a ta H is tó r ic o d a O p e r a ç ã o D é b ito C r é d ito S a ld o
01 .01 .2008 Sa ldo In ic ia l 1 .000 ,00 D
02 .01 .2008 Depósito 500 ,00 1 .500 ,00 D
02 .01 .2008 Cheque n° 050070 200 ,00 1 .300 ,00 D
To ta is 500 ,00 200 ,00 1 .300 ,00 D
Esses dois são os dois principais livros que caem em concursos. Vejamos, 
porém, outros que podem ser objeto de cobrança:
LIVRO CAIXA
Registra as entradas e saídas de numerário. Os registros devem ser 
efetuados em ordem cronológica e, pyp r isso, pode ser utilizado como auxiliar do 
Livro Diário, devendo atender a todas as formalidades exigidas.
O livro caixa é obrigatório para contribuintes que estejam no regime 
simplificado previsto na Lei Complementar 123/2006.
LIVRO REGISTRO DE INVENTÁRIO E ENTRADA E SAÍDA DE 
MERCADORIAS
Registra os bens de consumo, as mercadorias, as matérias-primas e outros 
materiais que se achem estocados nas datas em que forem levantados os 
balanços.
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Temos ainda os livros registros de entrada e saída de mercadorias, que servem 
para auxiliar os empresários a apurarem o quanto entra e sai de mercadoria no 
estoque da empresa durante o exercício.
LIVROS OBRIGATÓRIOS PARA AS SOCIEDADES ANÔNIMAS
Segundo a Lei 6.404, artigo 100, a companhia deve ter, além dos livros 
obrigatórios para qualquer comerciante, os seguintes, revestidos das mesmas 
formalidades legais:
I - o livro de Registro de Ações Nominativas.
II - o livro de "Transferência de Ações Nominativas".
III - o livro de "Registro de Partes Beneficiárias Nominativas" e o de 
"Transferência de Partes Beneficiárias Nominativas".
IV - o livro de Atas das Assembléias Gerais.
V - o livro de Presença dos Acionistas.
VI - os livros de Atas das Reuniões do Conselho de Administração, se houver, e 
de Atas das Reuniões de Diretoria.
VII - o livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal.
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO
O balancete de verificação é um demonstrativo de caráter auxiliar em que são 
relacionadas todas as contas, sejam ela patrimoniais ou de resultado.
Através do balancete de verificação separamos as contas de saldo devedor das 
de saldo credor, em duas colunas.
Serve tão-somente para o correto apontamento da utilização do método das 
partidas dobradas. Caso haja a existência de débito sem crédito 
correspondente, o balancete acusará. E vice-versa.
Nem todos os erros de escrituração são constatáveis no balanço patrimonial. 
Exemplifiquemos.
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO DA EMPRESA ALFA
Sald o
Conta Devedor Credor
Banco 10
Clientes 20
Capital a realizar 50
Capital 100
Salários a pagar 10
Caixa 15
Mercadorias 40
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Empréstimos obtidos 40
Prejuízos acumulados 20
Fornecedores 5
Total 155 155
Suponhamos que a conta mercadorias corresponda a uma única compra. 
Todavia, erroneamente, o contabilista escriturou o valor a crédito. Neste caso, 
será que constataríamos o erro através do balancete?
Sald o
Conta Devedor Credor
Banco 10
Clientes 20
Capital a realizar 50
Capital 100
Salários a pagar 10
Caixa 15
Mercadorias 40
Empréstimos obtidos 40
Prejuízos acumulados 20
Fornecedores 5
Total 115 195
Vejam que neste caso o total dos saldos credores não foi igual ao total dos 
saldos devedores. O erro foi constatável através do balancete de verificação.
Suponhamos agora que ao invés de registrar a entrada na conta mercadorias, o 
correspondente valor de R$ 40,00 foi registrado na conta bancos a débito. 
Neste caso, constataríamos o erro através do balancete?
Sald o
Conta Devedor Credor
Banco 50
Clientes 20
Capital a realizar 50
Capital 100
Salários a pagar 10
Caixa 15
Empréstimos obtidos 40
Prejuízos acumulados 20
Fornecedores 5
Total 155 155
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Vejam que esta situação não é perceptível no balancete, posto que o balancete 
não tem o escopo de verificar os lançamentos em espécie, mas somente o saldo 
da totalidade das contas.
Amigos, todas as informações para a confecção do balancete de verificação são 
extraídas do LIVRO RAZÃO, posto que nele temos os saldo de que 
necessitamos para elaborá-lo.
PROVISÕES: FÉRIAS, 13° SALÁRIO, DEVEDORES DUVIDOSOS,
CONTINGÊNCIAS PASSIVAS.
Até 2008, a contabilidade das empresas era fortemente influenciada pela 
regulamentação do Imposto de Renda. As demonstrações contábeis eram 
elaboradas, em sua maioria, seguindo os preceitos da legislação fiscal, e não o 
que seria mais correto contabilmente.
Com as alterações introduzidas na contabilidade, para harmonização com as 
Normas Internacionais, houve uma grande alteração nesse conceito. A 
contabilidade passou (ou deveria passar) a ser elaborada de acordo com os 
critérios tecnicamente mais corretos, e não os critérios fiscais.
As diferenças devem ser ajustadas extra-contabilmente, no LALUR - Livro de 
Apuração do Lucro Real.
Por exemplo, até 2008, todos os veículos eram depreciados em 5 anos, que é o 
tempo admitido pelo regulamento da Imposto de Renda.
A partir de 2008, se uma empresa adquirir dois veículos idênticos, e a melhor 
estimativa técnica for de vida útil de 4 anos para um e de 6 anos para o outro 
(o primeiro será usado em condições mais severas que o segundo), deve 
depreciá-los de acordo com esses prazos.
A diferença para o permitido pelo Imposto de Renda é ajustada no LALUR.
A ESAF (que organiza o concurso para os auditores do Imposto de Renda) 
costumava apresentar questões contábeis fortemente influenciadas pelo 
Regulamento do IR.
Todavia, em 2009 e 2012 estes assuntos não foram cobrados. Vamos 
apresentar as determinações do Regulamento do IR, para o tópico acima, com 
questões da ESAF; e vamos explicar as alterações, com questões de outras 
bancas.
Muito bem, vamos começar.
O Pronunciamento Técnico CPC 25 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos 
Contingentes oferece as seguintes definições:
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Definições
10. Os seguintes termos são usados neste Pronunciamento, com os significados 
especificados:
Provisão é um passivo de prazo ou de valor incertos.
Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já 
ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos da 
entidade capazes de gerar benefícios econômicos.
Passivo contingente é:
(a) uma obrigação possível que resulta de eventos passados e cuja existência 
será confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros 
incertos não totalmente sob controle da entidade; ou
(b) uma obrigação presente que resulta de eventos passados, mas que não é 
reconhecida porque:
(i) não é provável que uma saída de recursos que incorporam benefícios 
econômicos seja exigida para liquidar a obrigação; ou
(ii) o valor da obrigação não pode ser mensurado com suficienteconfiabilidade.
Comentários:
Já estudamos a definição de Passivo nas aulas passadas.
Considerando as definições acima, principalmente que Provisão é um Passivo de 
prazo ou valor incerto, e que Passivo é uma obrigação presente da entidade, 
vemos que a expressão "Provisão para Devedores Duvidosos" está incorreta.
Vamos supor que a empresa pospua um valor a receber de, digamos, 
R$100.000,00. Com base em experiências passadas, sabe que é mais provável 
que vá receber R$ 97.000,00 (apresenta um índice de inadimplência de 3%).
Esta situação iria gerar o seguinte lançamento:
D - Despesa com devedores duvidosos (resultado) 3.000,00
C - Provisão para Devedores Duvidosos (Ret. Ativo) 3.000,00
Mas esse valor não será pago a ninguém. Não é um Passivo, é apenas uma 
redução do valor esperado dos recebimentos. Assim, o mais correto seria 
chamar essa conta de "Perdas Estimadas com Devedores Duvidosos" ou "Ajuste 
para perdas com devedores duvidosos", ou outra denominação semelhante.
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Mas, como já está consagrada a expressão "Provisão para Devedores 
Duvidosos", vamos utilizá-la, embora a natureza desta conta não seja de 
Provisão, e sim de Ajuste.
Conforme o CPC 25:
7. Este Pronunciamento Técnico define provisão como passivo de prazo ou valor 
incertos. Em alguns países o termo "provisão" é também usado no contexto de 
itens tais como depreciação, redução ao valor recuperável de ativos e créditos 
de liquidação duvidosa: estes são ajustes dos valores contábeis de ativos e não 
são tratados neste Pronunciamento Técnico.
Provisão e outros passivos
A diferença entre as provisões e os outros passivos referem-se à incerteza 
sobre o prazo ou o valor do desembolso necessário para sua liquidação.
Assim, as contas a pagar são passivos a pagar por conta de bens ou serviços 
fornecidos ou recebidos e que tenham sido faturados ou formalmente acordados 
com o fornecedor. Não há incerteza sobre o prazo ou o valor do pagamento. 
Portanto, temos Contas a Pagar ou Fornecedores, mas não Provisão para 
Pagamento de Estoques ou Provisão para Fornecedores.
Da mesma forma, há alguns passivos derivados da apropriação pelo regime de 
competência (também chamados accruals), que também se constituem em 
Passivo, e não em Provisão.
Como exemplo, podemos citar a apropriação das despesas de férias por 
competência. A cada mês trabalhado, o funcionário adquire direito a 1/12 avos 
de férias. Portanto, deve ser reconhecido um Passivo, referente a eventos 
passados (o mês já trabalhado) e de cuja liquidação se espera a saída de 
recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos. Assim, essa 
apropriação por competência deveria ser chamada de "Férias a Pagar", e não de 
"Provisão para Férias".
Embora algumas vezes seja necessário estimar o valor ou prazo desses 
passivos, a incerteza é geralmente muito menor do que nas provisões.
No caso de Provisão, há incerteza quanto ao prazo de pagamento ou ao valor.
Mas, como já é amplamente usado na contabilidade, vamos aceitar as 
expressões "Provisão para Férias" e "Provisão para 13°", embora, 
tecnicamente, sejam incorretas.
Texto do Pronunciamento 25:
Relação entre provisão e passivo contingente
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12. Em sentido geral, todas as provisões são contingentes porque são incertas 
quanto ao seu prazo ou valor. Porém, neste Pronunciamento Técnico o termo 
"contingente" é usado para passivos e ativos que não sejam reconhecidos 
porque a sua existência somente será confirmada pela ocorrência ou não de um 
ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob o controle da entidade. 
Adicionalmente, o termo passivo contingente é usado para passivos que não 
satisfaçam os critérios de reconhecimento.
13. Este Pronunciamento Técnico distingue entre:
(a) provisões - que são reconhecidas como passivo (presumindo-se que possa 
ser feita uma estimativa confiável) porque são obrigações presentes e é 
provável que uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos seja 
necessária para liquidar a obrigação; e
(b) passivos contingentes - que não são reconhecidos como passivo porque 
são:
(i) obrigações possíveis, visto que ainda há de ser confirmado se a entidade 
tem ou não uma obrigação presente que possa conduzir a uma saída de 
recursos que incorporam benefícios econômicos, ou
(ii) obrigações presentes que não satisfazem os critérios de reconhecimento
deste Pronunciamento Técnico (porque não é provável que seja necessária uma 
saída de recursos que incorporem benefícios econômicos para liquidar a 
obrigação, ou não pode ser feita uma estimativa suficientemente confiável do 
valor da obrigação).________________________________________________________
Comentários:
Há, portanto, uma diferença fundamental entre Provisão e Passivo Contingente:
As provisões são contabilizadas, e os Passivos Contingentes não são.
Os Passivos Contingentes não são contabilizados, pois:
1) Ainda há de ser confirmado se a entidade tem ou não uma obrigação 
presente;
2) ou existe a obrigação presente, mas não é provável que seja necessária 
uma saída de recursos para liquidá-la;
3) ou não pode ser feita uma estimativa suficientemente confiável do valor da 
obrigação.
Veremos, a seguir, as condições para que uma provisão seja reconhecida
(contabilizada). Conforme o pronunciamento 25:
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Comentários:
Vamos examinar estas condições através de alguns exemplos:
Exemplo 1 - Garantia Um fabricante dá garantias no momento da venda para 
os compradores do seu produto. De acordo com os termos do contrato de 
venda, o fabricante compromete a consertar, por reparo ou substituição, 
defeitos de produtos que se tornarem aparentes dentro de três anos desde a 
data da venda. De acordo com a experiência passada, é provável (ou seja, mais 
provável que sim do que não) que haverá algumas reclamações dentro das 
garantias.
Obrigação presente como resultado de evento passado que gera obrigação - 
O evento que gera a obrigação é a venda do produto com a garantia, o que dá 
origem a uma obrigação legal.
Saída de recursos envolvendo benefícios futuros na liquidação - Provável para 
as garantias como um todo. Ou seja, ainda que a possibilidade de um 
determinado produto quebrar seja pequena, a possibilidade de que alguns 
quebrarão durante o período da garantia é alta, considerando-se o conjunto de 
todos os produtos vendidos.
Conclusão - A provisão é reconhecida pela melhor estimativa dos custos para 
consertos de produtos com garantia vendidos antes da data do balanço (ver 
itens 14 e 24).
Exemplo 2A - Terreno contaminado - é praticamente certo que a 
legislação será aprovada
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Uma entidade do setor de petróleo causa contaminação, mas efetua a limpeza 
apenas quando é requerida a fazê-la nos termos da legislação de um país em 
particular no qual ela opera. O país no qual ela opera não possui legislação 
requerendo a limpeza, e a entidade vem contaminando o terreno nesse país há 
diversos anos. Em 31 de dezembro de 20X0 é praticamente certoque um 
projeto de lei requerendo a limpeza do terreno já contaminado será aprovado 
rapidamente após o final do ano.
Obrigação presente como resultado de evento passado que gera obrigação - 
O evento que gera a obrigação é a contaminação do terreno, pois é 
praticamente certo que a legislação requeira a limpeza.
Saída de recursos envolvendo benefícios futuros na liquidação - Provável.
Conclusão - Uma provisão é reconhecida pela melhor estimativa dos custos de 
limpeza.
Nesse exemplo, é importante ressaltar que, antes da aprovação da legislação 
requerendo a limpeza, havia um passivo contingente, o qual não era 
reconhecido contabilmente (não era contabilizado).
A mudança da legislação, exigindo a limpeza, transforma o passivo contingente 
em provisão, a qual deve ser reconhecida pela melhor estimativa.
Vejamos, a seguir, um outro aspecto que pode ser cobrado em concursos.
Vamos supor que uma empresa esteja sendo processada por ex-funcionário.
O evento passado já ocorreu: a propositura da ação judicial. Também é possível 
estimar a saída de recursos. A questão que se coloca é se esta ação deve ser 
contabilizada ou não.
Temos três possíveis situações:
1) Se a saída futura de recursos for provável, deve ser contabilizado e 
divulgado em nota explicativa.
2) Se a saída for possível (mas não provável), não deve ser contabilizado, 
mas deve ser divulgado em nota explicativa.
3) Se a possibilidade de saída de recursos for remota, não deve ser nem 
contabilizado e nem divulgado.
A grande dificuldade reside na avaliação da possibilidade de saída de recursos.
Uma vez estabelecido que a saída é provável, possível ou remota, fica simples
estabelecer o correto tratamento contábil.
Para gravar: Se a saída de recursos for:
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Provável: contabiliza e divulga 
Possível: Não contabiliza, mas divulga.
Remota: Não contabiliza e nem divulga.
REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA
Vamos ver como a legislação do Imposto de Renda trata deste assunto. No site 
da receita federal, há uma página de "perguntas e respostas", na qual consta o 
seguinte:
Em que consistem as provisões?
Provisões são expectativas de obrigações ou de perdas de ativos resultantes da 
aplicação do princípio contábil da Prudência. São efetuadas com o objetivo de 
apropriar no resultado de um período de apuração, segundo o regime de 
competência, custos ou despesas que provável ou certamente ocorrerão no 
futuro.
O que fazer se a provisão não chegar a ser utilizada no período de 
apuração seguinte?
Quando a provisão constituída não chegar a ser utilizada ou for utilizada só 
parcialmente, o seu saldo, por ocasião da apuração dos resultados do período 
de apuração seguinte, deverá ser revertido a crédito de resultado desse período 
de apuração e, se for o caso, constituída nova provisão para vigorar durante o 
período de apuração subseqüente.
Em que condições as provisões serão admitidas pela legislação do 
Imposto de Renda?
Na determinação do lucro real, somente poderão ser deduzidas as provisões 
expressamente autorizadas pela legislação tributária (RIR/1999, art. 335).
Quais são as provisões admitidas pela legislação do Imposto de Renda?
A legislação do imposto de renda somente admite a constituição, como custo ou 
despesa operacional, das seguintes provisões (Lei no 9.249, de 1995, art. 13, I, 
e RIR/1999, art. 335):
1. provisões constituídas para o pagamento de férias de empregados 
(RIR/1999, art. 337);
2. provisões para o pagamento de décimo-terceiro salário (RIR/1999, art. 338);
3. provisões técnicas das companhias de seguro e de capitalização, bem como 
das entidades de previdência privada, cuja constituição é exigida em lei 
especial a elas aplicável (RIR/1999, art. 336);
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A pessoa jurídica ainda poderá constituir contabilmente as provisões 
que não se encontrem expressamente previstas como dedutíveis para 
fins da legislação do imposto de renda?
Além daquelas expressamente previstas na legislação do imposto de renda (Lei 
no 9.249, de 1995, art. 13, I, e Lei no 9.430, de 1996, art. 14), a pessoa 
jurídica poderá continuar a constituir contabilmente as provisões que entenda 
serem necessárias à sua atividade ou aos seus interesses sociais. Todavia, na 
hipótese de a provisão constituída na contabilidade ser considerada indedutível 
para fins da legislação do imposto de renda, a pessoa jurídica deverá efetuar no 
Lalur parte A, a adição do respectivo valor ao lucro líquido do período, para a 
apuração do lucro real. No período em que a provisão for revertida 
contabilmente, ela poderá ser excluída do lucro líquido para fins de 
determinação do lucro real.
Embora conste "perda de ativo" como provisão (veja a primeira resposta do IR, pg. 32 
acima), já vimos que, tecnicamente, a perda de ativo tem a natureza de ajuste.
Por exemplo, o Manual de Contabilidade Societária, da equipe de professores da 
USP - FIPECAFI- usa a denominação "Perdas Estimadas em Créditos de 
Liquidação Duvidosa", ao invés de "Provisão para Devedores Duvidosos".
Mas se a banca usar a consagrada expressão "Provisão para Devedores 
Duvidosos", devemos aceitar.
Há apenas duas provisões que são dedutíveis: a de férias e de 13° salário. 
(Embora tecnicamente sejam "Passivos", e não "Provisões", vamos usar a 
segunda denominação.)
PROVISÃO PARA PAGAMENTO DE FÉRIAS:
Entre os direitos dos funcionários, encontra-se o direito às férias, após trabalhar 
um ano.
Mas, contabilmente, deve ser reconhecido 1/12 por mês, para observar o 
Princípio da Competência.
A legislação estabelece que o funcionário tem direito às férias, após um ano de 
trabalho; se for demitido antes de um ano, a empresa deve pagar férias 
proporcionais. Ou seja, o funcionário demitido após 9 meses de trabalho tem 
direito a 9/12 do salário, referente às férias proporcionais.
A provisão de férias é dedutível para efeito de Imposto de Renda, e deve ser 
calculada individualmente para cada funcionário.
A contagem de dias de férias a que o funcionário tem direito na data do 
enceramento das demonstrações financeiras será efetuada da seguinte forma:
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1) Nos casos de períodos completos, após 12 meses de trabalho, o funcionário 
terá direito a férias na seguinte proporção:
Até 5 faltas ^ 30 dias corridos 
De 6 a 14 faltas ^ 24 dias corridos 
De 15 a 23 faltas ^ 18 dias corridos 
De 24 a 32 faltas ^ 12 dias corridos 
Acima de 32 faltas ^ perde o direito às férias.
2) Período incompleto: deverá ser constituída provisão para pagamento das 
férias proporcionais, com base em 1/12 avos do salário mais encargos por mês 
ou fração superior a 14 dias.
Além do salário, devem ser também provisionados os encargos e o adicional de 
férias (um terço).
Os principais encargos são o INSS e o FGTS.
INSS: Há dois tipos de recolhimentos que as empresas realizam, para o INSS:
1) INSS retido do funcionário: as empresas descontam dos funcionários a 
contribuição previdenciária sobre o salário recebido, e posteriormente repassa o 
valor para o INSS. Não é despesa da empresa. Essa parcela do recolhimento 
ao INSS é devido pelo empregado. A empresa apenas desconta e repassa.O 
percentual de desconto varia de 8% a 11%, conforme a faixa salarial do 
funcionário.
Este valor não é incluído na provisão para férias, pois não é encargo da 
empresa.
Vamos ver como ficaria a contabilização do pagamento de salário no valor de 
R$ 1.000,00, com retenção do INSS de 9%:
D - Despesa de salário 1.000
C - INSS retido a recolher (Passivo) 90
C - Salários a pagar (Passivo) 910
Pelo pagamento do salário:
D - Salário a pagar 910
C - Caixa 910
Pelo recolhimento do INSS:
D - INSS retido a recolher 90
C - Caixa 90
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Como se observa, o INSS não é despesa para a empresa; e também não afeta 
o valor das despesas de salários ( a empresa apenas desconta e repassa, nada 
mais).
2) INSS patronal: Constitui um encargo da empresa, que deve recolher 20% 
do valor da folha salarial ao INSS.
FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) : Também é encargo da 
empresa. Corresponde a 8% do valor do salário. O FGTS fica depositado numa 
conta, em nome do funcionário, e pode ser retirado quando o funcionário é 
demitido, ou em certos casos: compra de imóvel, doença, etc.
Há ainda outra contribuições, como o Seguro de Acidentes de Trabalho, Sebrae, 
Sesc, Senai, etc. Algumas são variáveis, como o SAT (seguro de acidente do 
trabalho), cuja alíquota depende do grau de risco da atividade.
Mas normalmente as questões informam o percentual de encargos sociais que 
deve ser considerado.
Abono de férias: Ao sair de férias, o funcionário tem direito ao Abono de 
férias, no valor de 1/3 do salário. O abono deve ser somado ao salário, para 
calculo dos encargos sociais.
Exemplo: Vamos considerar um funcionário com salário de R$ 1.000 reais e 
com direito a 10/12 avos de férias, no encerramento do balanço. A provisão de 
férias, com abono e encargos, ficaria assim (Obs: vamos calcular apenas o 
INSS patronal, de 20%, e o FGTS, de 8%, como encargos).
Salário 1.000,00
Base para provisão (10/12 avos) 833,00
Abono de férias (1/3) 277,67
Subtotal 1.110,67
INSS (20%) 222,13
FGTS (8%) 88,85
Total Provisão férias 1.421,65
Esse cálculo deve ser feito para todos os funcionários, um a um. A 
contabilização, para os funcionários da produção, entra como custo de mão-de- 
obra; para os outros funcionários, como despesa:
Funcionários da produção:
D - Custo de Mão de obra - provisão de férias 
C - Provisão de Férias (passivo circulante)
Outros funcionários (escritório)
D - Despesa admin. - provisão de férias (resultado) 1.421,65
1.421.65
1.421.65
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Estratégia Contabilidade Gerai e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federai
1 ................. Teoria e exercícios comentados
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C - Provisão de Férias (passivo circulante) 1.421,65
Observação: A empresa pode contabilizar separadamente cada parcela da 
provisão de férias (férias, abono, INSS a Recolher, FGTS a recolher) ou pode 
contabilizar um valor total e manter um controle à parte, extra-contábil.
PROVISÃO PARA PAGAMENTO DE 13° SALÁRIO
é semelhante à provisão para férias. Deve ser apropriado 1/12 avos do salário 
por mês, mais encargos.
A fração igual ou superior a 15 dias de trabalho será considerada como mês 
integral.
A provisão para 13° é contabilizada como custo, para os funcionários da 
produção; e como despesa, para os outros funcionários.
Os encargos (INSS e FGTS) também devem ser provisionados.
PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS (PDD)
Registra as perdas esperadas com as contas a receber. Embora não seja mais 
dedutível para imposto de renda, deve continuar sendo calculada e 
contabilizada, para que as contas a receber não constem no balanço por valores 
superiores aos futuros benefícios econômicos.
Embora continue sendo chamada de Provisão, o nome tecnicamente mais 
correto seria "Perdas Estimadas com devedores duvidosos", ou, se formos mais 
rigorosos, "Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação Duvidosa".
A PDD não é mais dedutível para efeito de Imposto de Renda. Atualmente, só 
as perdas efetivas são dedutíveis, conforme o disposto pela Lei 9.430/1996:
Perdas no Recebimento de Créditos 
Dedução
Art. 9° As perdas no recebimento de créditos decorrentes das atividades da 
pessoa jurídica poderão ser deduzidas como despesas, para determinação do 
lucro real, observado o disposto neste artigo.
§ 1° Poderão ser registrados como perda os créditos:
I - em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, 
em sentença emanada do Poder Judiciário;
II - sem garantia, de valor:
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a) até R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por operação, vencidos há mais de seis 
meses, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu 
recebimento;
b) acima de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) até R$ 30.000,00 (trinta mil reais), 
por operação, vencidos há mais de um ano, independentemente de iniciados os 
procedimentos judiciais para o seu recebimento, porém, mantida a cobrança 
administrativa;
c) superior a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), vencidos há mais de um ano, 
desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu 
recebimento;
III - com garantia, vencidos há mais de dois anos, desde que iniciados e 
mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento ou o arresto das 
garantias;
IV - contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada concordatária,
relativamente à parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a 
pagar (...).________________________________________________________________
Contabilmente, a empresa deve continuar reconhecendo as perdas prováveis 
pela melhor estimativa técnica, ainda que não seja dedutível para o IR. Tais 
valores são ajustados no LALUR.
Exemplo: a empresa KLS possui duplicatas a receber no total de R$ 
100.000,00, AM 31.12.X1. O nível de inadimplência é de 4%. A conta provisão 
para Devedores Duvidosos apresenta saldo de R$ 1.500,00 reais.
O total da PDD deve ser de R$ 100.000 x 4% = R$ 4.000. Como a conta já 
possui um saldo de R$ 1.500,00, podemos usar dois métodos de contabilização: 
1) Reverter o saldo e constituir nova provisão:
Pela reversão do saldo:
D - PDD (retificadora do Ativo) 1.500
C - Reversão de provisão (receita - resultado) 1.500
Pela constituição da nova provisão:
D - Despesa com devedores duvidosos 4.000
C - PDD (retificadora do Ativo) 4.000
2) Complementar a provisão:
Neste caso, aproveitamos o saldo da conta PDD e só contabilizamos o 
complemento (A ESAF costuma usar esse método).
Pela complementação:
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D - Despesa com devedores duvidosos 2.500
C - PDD (retificadora do Ativo) 2.500
No balanço patrimonial, a conta PDD aparece no Ativo, embora tenha saldo 
credor (é retificadora do Ativo):
Ativo
Caixa
Bancos
Duplicatas a Receber 100.000
Provisão para Devedores Duvidosos (4.000)
As baixas por inadimplência serão suportadas pela Provisão. Por exemplo, a 
baixa de uma duplicata no valor de R$ 500,00 seria contabilizada assim:
Baixa de duplicata:
D - PDD 500
C - Duplicatas a Receber 500Se as perdas com inadimplência superarem o valor da provisão, o excesso 
deverá ser contabilizado em resultado, como "perdas com clientes 
inadimplentes".
Exemplo: Após a constituição da PDD no valor de R$ 4.000,00, a empresa KLS 
teve um total de perdas de R$ 5.000,00, durante o ano.
Contabilização:
D - PDD (ret. do ativo)
D - Perdas com clientes (resultado)
C - Duplicatas a receber (ativo)
CONTINGÊNCIAS PASSIVAS
Não são dedutíveis para o IR, mas devem ser reconhecidas contabilmente. O 
ponto mais importante, nesse tópico, refere-se à diferenciação entre Provisão 
para Contingência e Reserva para Contingência.
A Provisão para Contingência deve ser contabilizada quando for provável que 
ocorra a saída de recursos. Além disso, deve ser possível fazer uma estimativa 
confiável do valor da obrigação.
A Provisão para Contingência refere-se, sempre, a fatos já ocorridos, e diminui 
o Resultado do Exercício.
4.000. 00
1.000. 00 
5.000,00
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Exemplo: Provisão para ações trabalhistas, no valor de R$ 1.000,00, cuja saída 
de recursos é considerada provável:
D - Despesa com ações trabalhistas (resultado) 1.000
C - Provisão para Contingências - ações trabalhistas (passivo) 1.000
Já a Reserva de Contingência refere-se a fatos que ainda não ocorreram, mas 
que podem resultar numa diminuição do lucro em período futuro. A sua 
constituição não afeta o lucro do exercício, pois é constituída a partir dos Lucros 
Acumulados.
Para maiores explicações, vamos reproduzir, abaixo, a Nota Explicativa da 
Instrução CVM 59/86:
"Reservas para Contingências - São constituídas com o objetivo de compensar, 
em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda com 
probabilidade de ocorrer, sendo tal perda passível de ser monetariamente 
mensurada (art. 195 da LEI N° 6.404/76).
A ocorrência de tal perda poderá importar, para a sociedade, uma substancial 
redução de seu lucro ou mesmo o ingresso em uma faixa de prejuízo.
Prudentemente, a constituição dessa reserva, prejudicando a distribuição do 
dividendo obrigatório, busca evitar uma situação de desequilíbrio financeiro, 
que ocorreria caso se distribuíssem os dividendos em um exercício, face à 
probabilidade de redução de lucros ou mesmo da ocorrência de prejuízos em 
exercício futuro, em virtude de fatos extraordinários previsíveis.
Por configurar uma postergação no pagamento de dividendos, a constituição 
dessa reserva deve obedecer o § 1° do artigo 195 da LEI N° 6.404/76, isto é, a 
proposta feita pelos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda e 
justificar, com as razões de cautela devidamente fundamentadas, a constituição 
dessa reserva.
A utilização dessa reserva é até recomendável no caso de determinados ramos 
de negócios, diretamente sujeitos a fenômenos naturais ou cíclicos, tais como: 
geadas, secas, inundações. É o caso, também, de empresas que, por outra 
razões definidas, operam com períodos fortemente lucrativos, seguidos de 
períodos com baixa lucratividade ou mesmo prejuízos, desde que seja previsível 
tal situação.
Também pode ser constituída nos casos de suspensão temporária (anormal, 
extraordinária) de produção e, conseqüentemente, perdas devido à paralisação 
não recorrente, não repetitiva, em virtude de substituições ou reformas de 
equipamentos causadas por danos, greves, falta de suprimentos de matérias- 
primas, por períodos relativamente extensos.
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Há, todavia, casos em que o aplicável é a constituição de provisão para 
contingências e não de reserva para contingências.
Com o objetivo de dissipar eventuais dúvidas quanto à aplicabilidade da 
constituição de reservas ou de provisão para contingências, estabelecemos a 
seguir as características de cada uma. Os principais fundamentos para 
constituição da reserva para contingência são:
1. dar cobertura a perdas ou prejuízos potenciais (extraordinários, não 
repetitivos) ainda não incorridos, mediante segregação de parcela de lucros 
que seria distribuída como dividendo;
2. representa uma destinação do lucro líquido do exercício, contrapartida da 
conta de lucros acumulados, por isso sua constituição não afeta o resultado 
do exercício;
3. ocorrendo ou não o evento esperado, a parcela constituída será, em 
exercício futuro, revertida para lucros acumulados, integrando a base de 
cálculo para efeito de pagamento do dividendo e a perda, de fato ocorrendo, 
é registrada no resultado do exercício;
4. é uma conta integrante do patrimônio líquido, no grupamento de reserva de 
lucros.
Quanto à provisão para contingências suas particularidades são:
5. tem por finalidade dar cobertura a perdas ou despesas, cujo fato gerador já 
ocorreu, mas não tendo havido, ainda, o correspondente desembolso ou 
perda. Em atenção ao regime de competência, entretanto, há necessidade 
de se efetuar o registro contábil;
6. representa uma apropriação ao resultado do exercício, contrapartida de 
perdas extraordinárias, despesas ou custos e sua constituição normalmente 
influencia o resultado do exercício ou os custos de produção;
7. deve ser constituída independentemente de a companhia apresentar, afinal, 
lucro ou prejuízo no exercício;
8. visto que o evento que serviu de base à sua constituição já ocorreu, não há, 
em princípio, reversão dos valores registrados nessa provisão. A pequena 
sobra ou insuficiência é decorrente do cálculo estimativo feito à época da 
constituição;
9. finalmente, se a probabilidade for difícil de calcular ou se o valor não for 
mensurável, há necessidade de uma nota explicativa esclarecendo o fato e 
mencionando tais impossibilidades.
São exemplos: indenizações contratuais, contingências fiscais ou trabalhistas,
etc."
A contabilização da Reserva fica assim:
D - Lucros acumulados 1.000
C - Reserva de Contingência (PL) 1.000
A constituição da Reserva de Contingências afeta o valor dos dividendos.
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QUESTÕES COMENTADAS
1. (ESAF/Analista Técnico Administrativo/MF/2013) Assinale a opção correta.
a) A contabilização feita ao mesmo tempo a débito de duas contas e a crédito 
de apenas uma conta caracteriza um lançamento de terceira fórmula.
b) O lançamento contábil efetuado a débito de uma conta de despesa 
aumentará o patrimônio líquido, pois a conta representa um consumo de 
riquezas.
c) A contabilização feita ao mesmo tempo a débito de duas contas e a crédito 
de apenas uma conta caracteriza o registro de um fato administrativo 
aumentativo.
d) O lançamento contábil efetuado a crédito de uma conta de receita aumentará 
o patrimônio líquido, pois a conta representa uma redução de consumo.
e) O lançamento contábil efetuado a crédito de uma conta de despesa reduzirá 
o patrimônio líquido, pois a conta representa um consumo de riquezas.
Comentários
Comentemos item a item...
a) A contabilização feita ao mesmo tempo a débito de duas contas e a 
crédito de apenas uma conta caracteriza um lançamento de terceira 
fórmula.
Item correto. Basta lembrar:
Débito Crédito
1a fórmula 1 1
2a fórmula 1 2
3a fórmula 2 1
4a fórmula 2 2
b) O lançamento contábil efetuado a débito de uma conta de despesa 
aumentará o patrimônio líquido,

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