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Aula 05 Geografia e Conhecimentos Gerais p/ IBGE - 2016 (Técnico em Informações Geográficas e Estatísticas) Professor: Mário Machado !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ∋ #∃ %& Apresentação Olá, pessoal! Hoje iniciamos nossa última aula (05), que abordará os seguintes tópicos do edital: As atividades econômicas e a organização do espaço: Espaço agrário: modernização e conflitos; Espaço urbano: atividades econômicas, emprego e pobreza; A rede urbana e as Regiões Metropolitanas. Formação Territorial e Divisão Político-Administrativa: Divisão Político-Administrativa; Organização federativa. História do Brasil. Queria agradecer a vocês pela confiança depositada, espero que o curso tenha atendido às expectativas. IMPORTANTE: Avaliem o curso! Critiquem! Façam sugestões! E, caso queiram, elogiem também! Rs. Seu feedback é muito importante, de modo que eu possa deixar o curso cada vez melhor para vocês! Havendo dificuldade, deixe sua pergunta no fórum de dúvidas! ☺ Forte abraço e vamos em frente. Mário Machado Periscope: @mariomachado YouTube: https://www.youtube.com/channel/UC1oknPByu1Fk0Na3IetiXNw? Facebook: https://www.facebook.com/profmariomachado Email: mariomachado@estrategiaconcursos.com.br !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ( #∃ %& As atividades econômicas e a organização do espaço a) Espaço Agrário: Modernização e conflitos Pilares da economia brasileira desde os tempos coloniais, a agricultura e a pecuária apresentam números tão expressivos quanto a extensão do território do país, e o setor continua a crescer. O Brasil é o maior produtor mundial de vários itens da pauta agrícola, como suco de laranja, açúcar, café e feijão, além de ser o maior exportador de carne bovina e de frango. Também é grande produtor e exportador de carne suína, de milho e de soja e seus derivados. Em 2014, a agronegócio brasileiro foi responsável por 23% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, superando a marca de R$ 1 trilhão. Vale ressaltar que os produtos do setor têm valorização crescente nas exportações. Mas, Mário, o que vem a ser o agronegócio? O agronegócio abrange toda a cadeia produtiva da agricultura e da pecuária, incluindo nesse último grupo, além de bovinos, as aves, os suínos, ovinos e caprinos. Essa cadeia começa na indústria, em que empresas fornecem equipamentos como tratores, colheitadeiras, adubos, rações e defensivos agrícolas. Em um segundo momento, estão a plantação ou a criação de animais, que são o centro do negócio. Uma terceira etapa é das indústrias de transformação, como os frigoríficos e as empresas de torrefação e moagem do café, de processamento de cana, para produzir açúcar e álcool, de suco de laranja, de óleo de soja e de couros, por exemplo. O setor abrange ainda o ramo de embalagens, conservação e transporte, entre outros. Um dos enormes desafios do agronegócio brasileiro é melhorar a infraestrutura, desde silos e armazéns para estocar as colheitas até o transporte por estradas, ferrovias e hidrovias. O fato do território ser extenso, no que tange os cultivos, cria também grandes distâncias a serem vencidas, o que encarece os produtos e diminui sua competitividade. !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ) #∃ %& Em relação aos outros ramos da economia, a agropecuária vem sendo um dos menos afetados pelas turbulências globais. Exemplificando, a crise econômica mundial iniciada em 2008 atingiu pouco o setor. O faturamento de 2009 das exportações agropecuárias caiu apenas 9,8% em comparação com o do ano anterior, enquanto o rendimento dos demais produtos exportados pelo Brasil, como minérios, teve queda de 30%. Já o volume exportado pelo agronegócio caiu apenas 0,4% naquele ano. O Brasil é o segundo maior produtor de soja e de seus derivados (grão, óleo, farelo, entre outros). O grão possui grande representatividade na pauta de exportações brasileira, seguido de perto pelos produtos da cana-de-açúcar e das carnes. Além de ser o maior exportador de café e açúcar do mundo, o Brasil é o maior exportador de carne bovina. Embora os Estados Unidos sejam os maiores produtores de carne, exportam menos. O Brasil também é o terceiro maior produtor e o maior exportador de carnes de aves e o quarto em exportação de carne suína. Apesar dos bons resultados, a agropecuária enfrentará desafios importantes para manter esse crescimento. Faltam silos para armazenar os grãos, há precariedade no transporte, com rodovias ruins e rede limitada de hidrovias e ferrovias, e há carência de portos secos (recintos alfandegados que armazenam o produto antes do embarque para o exterior), além da contínua derrubada de vegetação nativa para ampliar as plantações de grãos, de cana- de-açúcar, isso sem falar nas pastagens. No mercado externo, o Brasil tenta emplacar o etanol (álcool combustível de cana-de-açúcar) como commodity, ou seja, torná-lo uma mercadoria negociada nas bolsas internacionais, com regras padronizadas e preços flutuantes, o que ampliaria o consumo global e as exportações brasileiras. Commodity é um termo de língua inglesa (plural commodities), que significa mercadoria. É utilizado nas transações comerciais de produtos de origem primária nas bolsas de mercadorias. O termo é usado como referência aos produtos de base em estado bruto (matérias-primas) ou com pequeno grau de industrialização, de qualidade quase uniforme, produzidos em grandes quantidades e por diferentes produtores. Estes produtos "in natura", cultivados ou de extração mineral, podem ser estocados por determinado período sem perda significativa de qualidade. Possuem cotação e negociabilidade globais, utilizando bolsas de mercadorias. Fonte: Site do MDIC !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& % #∃ %& Estrutura fundiária A principal característica da formação do território brasileiro, desde a colonização, tem sido a ocupação e a distribuição desiguais da terra e dos recursos naturais. E ela se mantém, segundo o último Censo Agropecuário decenal, realizado em 2006 e divulgado no fim de 2008 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ele mostrou uma tímida diminuição do índice de Gini, usado pela entidade para medir a desigualdade na distribuição da terra. Em uma década, ele passou de 0,856 para 0,854. No índice de Gini, quanto mais próximo de 1, maior é a concentração. O censo revelou que o país tem quase 5,2 milhões de propriedades rurais. Aquelas com menos de 10 hectares representam apenas 2,7% da área total das propriedades e as que possuem mais de mil hectares concentram 43%. A agropecuária familiar reúne 84% dos estabelecimentos brasileiros e ocupa somente 24% da área, mas é ela quem garante fornecimento significativo ao mercado interno, com a produção de 87% da mandioca, 70% do feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz e 58% do leite consumidos no país, conforme o IBGE. Vejam nos gráficos abaixo: !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& + #∃ %& Comentário do professor: Fique atento à relevância da produção nacional da soja, o Brasil é o segundo maior produtor. É o tipo de informação que uma prova de geografia gosta de cobrar. Questão certa. Diferenças regionais no espaço agrário Rio Grande do Sul, Santa Catarinae Paraná têm a estrutura fundiária mais bem distribuída do país, que resulta, em parte, de sua colonização por imigrantes europeus, que reproduziram o padrão agrário familiar do país de origem. A Região Sul se diferencia pela produção diversificada, com destaque para cereais e a agroindústria de uvas, de aves, de suínos e de tecidos. No lado oposto, encontra-se a Região Nordeste, que mantém números de concentração de terra semelhantes ao índice nacional, muito em decorrência do histórico de monocultura de cana-de-açúcar e algodão para exportação, com mão de obra escrava, e grandes propriedades pastoris do sertão. Destacam-se também a produção de cana-de-açúcar, tabaco, cacau, soja e algodão e o extrativismo. Plantation é um tipo de sistema agrícola baseado em uma monocultura de exportação mediante a utilização de latifúndios e mão de obra escrava. Conforme acabamos de ver, uma das características da economia de plantation é a monocultura. Nesse sistema, são produzidas grandes quantidades de apenas um produto que se adapte bem ao solo e ao clima da região. No Brasil, podemos citar alguns produtos cultivados por meio da economia de plantation: cana-de-açúcar, café, soja, entre outros. Por óbvio, nos tempos atuais, a mão de obra escrava pela assalariada, mas continua-se a denominar o sistema agrícola que segue tais moldes como plantation. A expansão da agricultura de grãos em grande escala, sobretudo soja e milho, e também do algodão pelo cerrado do Centro-Oeste reforçou a concentração de terras que já marcava a região pela pecuária extensiva. Na Região Norte, particularmente no Pará, a presença de grandes propriedades produtoras de soja, milho e pecuária contrasta com a predominância de pequenas propriedades no noroeste do Amazonas. São posseiros e ribeirinhos que sobrevivem da pesca artesanal e de pequenas !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& & #∃ %& plantações, como a da mandioca, aproveitando a riqueza dos rios e os solos de várzea fertilizados pelas cheias sazonais. Na Região Sudeste, observa-se uma complexa convivência entre áreas de forte, média e pequena desigualdade na concentração de terras. A mecanização e a diversificação são características da produção nos estados da região. Destacam-se os cultivos de laranja, cana- de-açúcar e de seringueiras, no interior paulista, e do café e da pecuária, em Minas Gerais. (CESGRANRIO / Agente de Pesquisas e Mapeamento IBGE / 2014) Os portugueses introduziram, pioneiramente, na África e no Brasil, um tipo de agricultura apoiada na monocultura açucareira em grandes propriedades, com mão de obra constituída predominantemente de escravos. Toda a produção era embarcada em navios com destino à Europa. Esse tipo de agricultura persiste até hoje no Brasil, com o protagonismo das exportações de produtos tropicais. MAGNOLI, D. e ARAUJO, R. Geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 1997, p. 239. Adaptado. A atividade agrícola descrita acima é denominada agricultura de a) jardinagem b) regadio c) subsistência d) precisão e) plantation Comentário do professor: O enunciado da questão trouxe exatamente o conceito de plantation que acabou de ser estudado. Gabarito opção “E”. !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& , #∃ %& Biocombustíveis na agricultura brasileira Com o aumento das emissões de carbono e o consumo acelerado de petróleo (e seu encarecimento), as nações desenvolvidas passaram a adotar ações para substituir os combustíveis derivados de petróleo (gasolina, o querosene e o óleo diesel) por biocombustíveis (etanol de cana-de-açúcar ou de milho e o biodiesel). O Brasil tem muito a ganhar com essa medida, pois é o maior produtor de etanol feito com cana-de-açúcar. Além disso, esse etanol é produzido a um custo mais baixo que o etanol norte-americano, fabricado com milho. O país também é líder mundial na produção de biodiesel, combustível obtido de plantas oleaginosas (mamona, dendê, girassol, babaçu, soja e algodão). De acordo com o Ministério da Agricultura, a agroenergia é responsável por quase 32% da energia ofertada no Brasil. Mas, após sucessivos recordes, as safras de cana-de-açúcar caíram a partir de 2011. Entre os motivos que explicam a queda estão a redução de investimentos em razão da crise econômica internacional, as adversidades climáticas (escassez de chuvas e geadas) e o envelhecimento dos canaviais. Contudo, a produção poderá entrar em processo de recuperação, impulsionada pelo interesse mundial por etanol e pelo crescimento do consumo interno, em virtude da frota de veículos com motor bicombustível. Além disso, no fim de 2011, o Senado dos EUA não renovou um imposto sobre a importação do etanol brasileiro, o que favorece as exportações para os EUA. O etanol ainda não conseguiu o status de commodity internacional, ou seja, de produto negociado nas bolsas de mercadorias internacionais, como pretende o governo federal. Em princípio, isso elevará o consumo e favorecerá as exportações. Pesa contra o Brasil a existência de trabalho em condições de escravidão no setor sucroalcooleiro, que historicamente usa boias-frias nas colheitas. No período entre 2003 e 2010, o setor teve mais de 10 mil trabalhadores resgatados pela fiscalização do trabalho (conduzida pelo Ministério do Trabalho e Emprego). Trata-se de uma barreira classificada como não tarifária, ou seja, não é um imposto. Essa é uma barreira de extrema relevância, assim como o trabalho infantil ou a contaminação por agrotóxicos, mas nem sempre há consenso quanto à barreira. O Brasil enfrenta continuamente a adoção de outras restrições não tarifárias impostas pelos compradores. Tais restrições são regras sanitárias, de uso de aditivos, de componentes e métodos de produção, de rotulação e embalagem que muitas vezes são utilizadas politicamente, apenas para dificultar as importações do Brasil. !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ∀− #∃ %& A decisão de ampliar a produção brasileira de etanol envolve ainda outros pontos importantes, como o impacto ambiental da monocultura no empobrecimento do solo, sobretudo com a prática da queimada das folhas da planta antes da colheita e da palha, que também polui o ar. Nesse contexto, ainda há a vinhaça (resíduo das destilarias de álcool), que pode contaminar os lençóis freáticos. Outra preocupação é o avanço das plantações sobre áreas do cerrado e da Amazônia, além da incerteza de que áreas destinadas à produção dos demais alimentos possam ser ocupadas pela cana, o que provocaria redução na oferta de alimentos. (Questão INÉDITA / 2015) O Brasil é o maior produtor de etanol feito com milho. Além disso, esse etanol é produzido a um custo mais baixo que o etanol norte-americano, fabricado com cana-de-açúcar. Comentário do professor: Na verdade, o Brasil é o maior produtor de etanol feito com cana-de-açúcar. Feito com milho é o etanol dos EUA. Questão errada. A soja na agricultura brasileira No fim da década de 1960, alguns fatores econômicos importantes levaram o Brasil a investir em tecnologia e plantio da soja e a se tornar o segundo maior produtor mundial da atualidade. Na época, o trigo era a principal cultura do sul do país. Como o trigo é um cultivo de inverno, a soja surgiu como opção de cultura rotativa de verão. Contribuiu para isso o trabalho da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), que permitiu aumentar em seisvezes a produtividade da soja brasileira e, com isso, melhorar a competitividade do seu preço no mercado externo. !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ∀∀ #∃ %& A produção crescente de suínos e aves (dentro e fora do Brasil) também gerava a demanda por farelo de soja como ração. Nas décadas seguintes, a EMBRAPA desenvolveu o melhoramento genético de sementes e mudas adaptadas ao clima e ao solo do Centro-Oeste, medida que contribuiu para a expansão das lavouras naquela região. O melhoramento genético é a seleção continuada de espécimes mais adequados às variáveis e condições que escolhemos, como a resistência a variações de temperatura, umidade, tipo de solo, luz e pragas e se distingue da engenharia genética, que é a intervenção genética. Nos últimos 15 anos, a soja e seus derivados se tornaram o principal produto agrícola na pauta das exportações brasileiras. A cultura do grão foi a que mais se expandiu. Para reduzir os custos de sua produção, grande parte dos agricultores optou pelo cultivo da soja transgênica, que chegou a 75% da área plantada. A soja transgênica é resistente aos herbicidas à base de glifosato, substância que mata qualquer espécie de planta. Isso permite que os agricultores abandonem outros herbicidas, diminuam as pulverizações na plantação e utilizem mais glifosato. Preservação ambiental x expansão agropecuária Um dos grandes desafios da agropecuária é reduzir seu impacto sobre o ambiente, como a derrubada de matas e florestas nativas. De acordo com o último Censo Agropecuário do IBGE, no decênio (1996-2006) houve uma diminuição da área total dos estabelecimentos agrícolas em 23,6 milhões de hectares. Tal fato está relacionado, em parte, à criação de novas terras indígenas e novas unidades de conservação ambiental. No decênio em questão, cerca de 27% das pastagens naturais também viraram plantações. O Ministério do Meio Ambiente tenta ordenar a atividade dos produtores rurais, especialmente dos pecuaristas acusados de derrubar florestas para vender a madeira ou de queimá-la para ampliar as pastagens ou plantações. Especialistas propõem a adoção de técnicas para aumentar a produtividade e usar melhor a terra já explorada, como substituir a pecuária extensiva, na qual o gado é criado em pastos abertos, pela pecuária intensiva, em que ele é confinado. Os levantamentos anuais do governo indicam a desaceleração do desmatamento na Amazônia e no cerrado. Porém, mais da metade do bioma cerrado já foi destruída ou alterada pela ação humana. !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ∀∋ #∃ %& Concentração de terras A política de reforma agrária (que será comentada em tópico próprio) busca resolver um problema nacional que vem do Brasil colônia, que é a desigualdade na distribuição das terras, com grandes áreas nas mãos de poucos proprietários e o predomínio de latifúndios (propriedades com mais de mil hectares). O Censo Agropecuário de 2006 mostra que a agropecuária nacional ocupa 330 milhões de hectares (vale lembrar que 1 hectare é igual a 10 mil metros quadrados), o que equivale a mais de um terço do território. Contudo, veja como a divisão da terra para a produção é desigual: • os latifúndios pertencem a apenas 1% dos proprietários de terra e abrangem 43% das terras de cultivo e criações; • as pequenas propriedades (com no máximo 10 hectares) pertencem a quase metade dos proprietários rurais (47%) e representam só 2,7% da área de lavouras e pastos no país. Esses dois modelos exemplificam os extremos da produção rural no Brasil. De um lado, a agroindústria é a herdeira moderna do antigo sistema de exploração da terra do Brasil colonial, em que se produzia em larga escala para exportação com base em monoculturas, como as de cana-de-açúcar e algodão. A liderança mundial do país na produção do açúcar se mantém desde aquele período. Na agroindústria atual, a posse de grandes porções de terra é sobretudo de empresas, que possuem produção mecanizada, uso intensivo de tecnologia e pouca gente empregada. De outro, há a agricultura familiar, realizada geralmente em pequenas propriedades, voltadas basicamente para a produção de alimentos para consumo no mercado interno. Mesmo ocupando somente 24% da área da agropecuária, a agricultura familiar responde por mais da metade da produção nacional dos alimentos mais essenciais. Reforma agrária A reforma agrária é uma necessidade do país, além de uma política de Estado, iniciada durante o governo militar (1964-1985). Atualmente, sua realização ocorre no âmbito do Programa Nacional de Reforma Agrária, uma responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Agrário, executada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ∀( #∃ %& Desde a criação do INCRA, em 1970, foram assentadas oficialmente no Brasil cerca de 1,3 milhão de famílias, em quase 88 milhões de hectares. Esse total de famílias, porém, não se mantém, pois existe algumas que acabam descredenciadas ou que abandonam a propriedade. Fazer reforma agrária significa o governo dar terra e também recursos ao pequeno produtor, para nessa terra viver e trabalhar. É um modelo que prevê a desconcentração da posse da terra, com o suporte necessário para que o assentado produza, a saber: • Financiamento de cada safra para a compra de sementes, mudas, adubos e defensivos; • Crédito para construir moradia, instalações e máquinas; • Infraestrutura pública, tais como: estradas para transporte da safra, eletricidade para a moradia e também para equipamentos de processamento e refrigeração, por exemplo; • Extensão rural, que é o nome dado ao acompanhamento da atividade dos assentados, desde orientação técnica para os cultivos e criações até suporte e ensino das formas de comercializar, aspectos de contabilidade, finanças e formação de cooperativas, entre outros, feitos pelo INCRA. Esse conjunto de benefícios pode parecer muito, mas é necessário, pois um dos objetivos da reforma agrária é fixar o homem no campo, e, para tanto, é preciso dar condições de vida dignas. Reformas agrárias já foram realizadas por governos diversos. Na França e na Inglaterra, elas foram obra da burguesia ascendente há séculos, depois da derrubada das monarquias absolutistas. Na Rússia e na China, ocorreram após revoluções de caráter socialista. Com o fim da II Guerra Mundial, fizeram também reforma agrária Itália, Japão, Taiwan e Coreia do Sul, visando a estimular o mercado interno e a enfraquecer a aristocracia rural, econômica e politicamente, acabando com as relações seculares que impunham no campo. Em vários países, a automação na produção agropecuária em latifúndios provocou forte êxodo rural já no fim do século XIX. No Brasil, o êxodo acentuou-se a partir da segunda metade do século XX: lavradores sem trabalho deixavam o campo em busca da sobrevivência nos centros urbanos, criando ou agravando problemas urbanos como a favelização, o desemprego e a pobreza. Além de contribuir para reduzir o êxodo rural, a reforma agrária estimula a produção de alimentos básicos, a geração de trabalho e renda e a diversificação do comércio e serviços no meio rural. !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ∀) #∃ %& (CESGRANRIO / Agente de Pesquisas e Mapeamento IBGE / 2014) Segundo dados do IBGE, cerca de 28% da PEA (população economicamente ativa) brasileiratrabalha no setor primário, sendo a agropecuária responsável por apenas 9,1% do nosso produto interno bruto (PIB). Levando em conta que ainda grande parte dos trabalhadores agrícolas mora na periferia das cidades e que eles se deslocam diariamente ao campo para trabalhar como boias- frias em modernas agroindústrias, percebemos que, apesar da modernização verificada nas técnicas agrícolas, ainda persistem o subemprego, a baixa produtividade e a pobreza no campo. SENE, E. e MOREIRA, J. Geografia geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2000. p. 276. Adaptado. Essa modernização técnica do campo provoca a seguinte consequência socioespacial: a) reforma agrária b) assentamento fundiário c) redução das exportações d) emigração estrangeira e) êxodo rural Comentário do professor: Conforme estudamos, lavradores sem trabalho deixavam o campo em busca da sobrevivência nos centros urbanos, criando ou agravando problemas urbanos como a favelização, o desemprego e a pobreza. Esse movimento de êxodo rural foi causado, em grande medida, pela automação na produção agropecuária em latifúndios. Gabarito opção “E”. !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ∀% #∃ %& Questão agrária no Brasil A bandeira da reforma agrária ganhou força política no Brasil a partir da década de 1950, com grandes mobilizações de trabalhadores rurais nas Ligas Camponesas. Os conflitos agrários foram focos de tensão social nos primeiros anos da década de 1960. Em razão disso, já em 1964, no primeiro ano da ditadura militar, o governo criou o Estatuto da Terra, com o qual os militares pretendem regular o processo de reforma agrária. O Estatuto da Terra define os direitos e deveres dos proprietários de terras e disciplina o uso, a ocupação e as demais relações fundiárias no Brasil. Ele estabelece a necessidade de realizar a reforma agrária, definida como “o conjunto de medidas que visem a promover melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social e aumento de produtividade”. Também determinou a criação do INCRA, para implementar a reforma agrária, e prevê o assentamento de famílias em três tipos de área: • terras públicas (da União e dos Estados) com vocação para produção agropecuária; • fazendas improdutivas, que são desapropriadas pelo poder público, mediante indenização aos proprietários; • terras públicas ocupadas ilegalmente por fazendeiros (as chamadas “terras griladas”). A expressão “grilagem” refere-se a uma prática antiga que consiste em falsificar documentos fundiários, colocando os papéis guardados em caixas com grilos. Os grilos roíam e sujavam os papéis, dando a eles um aspecto envelhecido. Ainda durante a ditadura militar, teve início a criação de organizações civis de luta pela reforma agrária. Em 1975, a Igreja Católica funda a Pastoral da Terra, para atuar entre os trabalhadores rurais. Ela se torna a atual Comissão Pastoral da Terra (CPT). No começo da década de 1980, surgiu o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), que se torna a principal organização no país de mobilização de lavradores por assentamento no campo. Em 1985, foi criada a União Democrática Ruralista (UDR, para representar os grandes proprietários de terras). Em 1988, a nova Constituição definiu que a terra deve cumprir uma função social: o solo fértil e com condições de plantio ou criação de animais deve ser usado para a agropecuária e para a geração de empregos, ou ser área protegida como reserva ambiental. Veja no mapa abaixo a distribuição dos assentos rurais no Brasil: !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ∀∗ #∃ %& Movimentos atuais no contexto da reforma agrária Atualmente, pode-se afirmar que os dois principais grupos políticos envolvidos na questão agrária no Brasil são o MST (e os parlamentares que apoiam o movimento no Congresso Nacional) e a bancada ruralista (frente de parlamentares de vários partidos que defende os interesses dos grandes proprietários rurais). Os ruralistas defendem propostas que beneficiem os produtores rurais, como financiamento rural mais barato e menos entraves ambientais para a ampliação das áreas de cultivo e pecuária. O principal método de atuação do MST é a ocupação de terras, principalmente de propriedades improdutivas, que possam ser indicadas para desapropriação pelo governo federal ou pelos governos estaduais, que possuem institutos de terras para esse fim, como é o caso do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP). !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ∀+ #∃ %& As famílias que participam do movimento acampam na beira de estradas ou em terras para assentamento por prazo indefinido, que pode se estender por anos, e, na maioria dos casos, começam a plantar ou criar animais. Seu lema é: “ocupar, resistir, produzir”. As ocupações de terra, frequentemente consideradas ilegais pelo Poder Judiciário, visam levar as autoridades a desapropriar áreas rurais. O MST apoiou as candidaturas de Lula e Dilma, esperando a aplicação de um programa maciço de reforma agrária. Como isso não ocorreu, o movimento vem ampliando a pressão sobre o governo federal. Conflitos no campo, violência e críticas à reforma agrária Ao lado da lentidão na reforma agrária, dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) revelam que a violência no campo aumentou até 2011 e agora apresenta uma certa estabilidade (nos últimos 2 anos). Vejamos os números: !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ∀& #∃ %& Alguns casos emblemáticos de crime no campo foram o assassinato do líder sindical seringueiro Chico Mendes, no Acre (1988); o massacre de Eldorado de Carajás, no Pará (1996), em que 19 sem-terra foram mortos em uma ação da polícia; e o assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, também no Pará (2005). Uma das críticas feitas à reforma agrária em andamento no Brasil é estar baseada principalmente na distribuição de terras na Região Norte. A maioria dos novos assentamentos encontra-se na Amazônia, muito longe dos lugares nos quais há famílias sem terra, e sua implantação acaba resultando em desmatamento com muita frequência, pois os assentados se veem levados a limpar os lotes para produzir. O governo federal anunciou diversas mudanças no INCRA no fim de 2012 e início de 2013, que também levantaram críticas. Muitas das funções que o INCRA executava estão sendo repassadas aos ministérios e programas em andamento, como o Brasil sem Miséria; Minha Casa, Minha Vida; Bolsa Família; Brasil Carinhoso; Luz para Todos e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Para os críticos das mudanças, o INCRA está sendo esvaziado pelo atual governo. b) Espaço Urbano: atividades econômicas, emprego e pobreza De acordo com o IBGE, o mapa político do Brasil é dividido em 5 regiões, a saber: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Vejamos a distribuição da população urbana entre as regiões: !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ∀, #∃ %& Nota-se uma maior concentração da população urbana nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Vamos chegar agora quais Estados possuem as maiores e menores populações urbanas: !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(01&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ∋− #∃ %& Rio de Janeiro e São Paulo possuem as maiores taxas de população urbana. Por sua vez, o Maranhão possui a menor taxa de população urbana. !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ∋∀ #∃ %& (CESGRANRIO / Agente de Pesquisas e Mapeamento IBGE / 2014) De acordo com os dados registrados no mapa acima, à época, o estado da federação com o menor grau de urbanização era o a) Maranhão b) Pará c) Amapá d) Piauí e) Ceará Comentário do professor: Olhando a legenda, fica fácil verificar que a resposta é o Estado do Maranhão (conforme acabamos de estudar), desde que você saiba identifica-lo no mapa político brasileiro. Gabarito opção “A”. !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ∋∋ #∃ %& Agora vamos aos aspectos econômicos mais relevantes de cada região. Movimentada pelas maiores montadoras e siderúrgicas do país, a produção industrial do Sudeste é de ponta. Com o maior parque industrial do Brasil, a região responde por cerca de 55% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Os serviços e o comércio são os principais ramos de atividade e representam a maior parte da riqueza da região Sudeste. No fim dos anos 1990, percebe-se relativa queda de investimentos no setor industrial. A agricultura apresenta elevado padrão técnico e boa produtividade. O cultivo de café, laranja, cana-de-açúcar e frutas encontra-se entre os mais importantes do país. O Sudeste também possui riqueza mineral. No estado de Minas Gerais destaca-se a exploração de minérios – em especial as reservas de ferro e manganês na Serra do Espinhaço. Da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, sai quase todo o petróleo brasileiro, e grande parte das jazidas de petróleo recém-descobertas no pré-sal encontram-se no Sudeste, em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. São Paulo possui o maior parque industrial do país e lidera a produção econômica, respondendo por quase um terço do PIB nacional. Sua riqueza produz uma vida social, política e cultural dinâmica e rica, que exerce importante impacto sobre o conjunto do Brasil. Até o fim do século XVIII, o estado recebe forte influência da cultura indígena nos hábitos cotidianos e na língua. Depois, causa enormes mudanças a chegada maciça de imigrantes italianos, portugueses, espanhóis, japoneses, judeus, sírios, libaneses e, num período mais recente, de nordestinos, que ajudam a construir sua prosperidade e seus costumes. Na região Centro-Oeste, a atividade econômica baseava-se, inicialmente, nos garimpos de ouro e diamante, que foram gradativamente substituídos pela pecuária e pela agricultura. O crescimento econômico da região deve-se, sobretudo, ao bom desempenho do setor agropecuário. Com mais de 80 milhões de cabeças de gado, o rebanho bovino do Centro-Oeste é o maior do país. Na agricultura, os itens mais importantes são o algodão, a cana- de-açúcar, o milho, o sorgo e, principalmente, a soja, pois detém a posição de principal produtor do país, seguido da Região Sul. A grande produção de grãos beneficia indiretamente a indústria e o comércio. A região também enfrenta o desafio de aliar crescimento econômico com preservação ambiental. As plantações aumentaram à custa do desmatamento, e a cultura de grãos avança perigosamente para o norte de Mato Grosso, rumo à Floresta Amazônica. !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ∋( #∃ %& Os recursos minerais que mais se destacam no Centro-Oeste são: calcário, água mineral, cobre, níquel, ferro-nióbio e amianto (cujo uso vem sendo proibido em alguns países e estados brasileiros por causar graves problemas à saúde quando inalado). No Maciço do Urucum, no Pantanal, estão as maiores reservas de manganês da nação. Contudo, elas são pouco exploradas, pois o acesso é muito difícil. A região Centro-Oeste vive intenso processo de urbanização. Na década de 1970, a população rural representava aproximadamente 60% do total de habitantes, índice que em 2013 está em 10%. Essa alteração decorre não apenas do êxodo rural, consequência direta dos programas de mecanização da agricultura, como também do aumento do fluxo migratório de outras regiões para os centros urbanos do Centro-Oeste. A nova distribuição populacional exige dos estados grandes investimentos em infraestrutura urbana e no setor de serviços. Atualmente, a Região Centro-Oeste registra indicadores sociais e de qualidade de vida abaixo da média brasileira. A exceção é o Distrito Federal, que apresenta as melhores taxas de escolaridade e a maior renda per capita do país. No entanto, as cidades- satélite de Brasília abrigam muitas favelas e sérios problemas de escolaridade, carência habitacional e de transportes. Algumas dessas cidades surgem como moradia dos candangos, nome pelo qual eram conhecidos os operários que trabalharam na construção da nova capital, no fim dos anos 1950. Da década de 1970 em diante, chegam novas levas de migrantes, o que acaba inchando as cidades-satélite. Os índices de violência nesses núcleos urbanos ultrapassam os de regiões metropolitanas como São Paulo e Rio de Janeiro. Situada na fronteira com Argentina, Paraguai e Uruguai, os principais parceiros do Brasil no Mercosul, a região Sul tem a economia impulsionada na década de 1990. As crises nesses três países em 2002 e o colapso da energia no Brasil em 2001 enfraquecem o Mercosul, e as exportações para esses parceiros diminuem. Como nas outras regiões, o setor de serviços responde pela maior parte das riquezas. Depois vem a indústria, com destaque para os setores metalúrgico, automobilístico, têxtil e de alimentos. A região Sul detém quase metade da produção nacional de grãos, com cultivos de soja, milho, arroz, feijão, trigo e tabaco, e é onde mais se produzem mel e maçã. Como a soja tem grande importância na economia da região, a liberação do plantio de sementes transgênicas divide opiniões. O Paraná e o Rio Grande do Sul estão entre os três estados do Brasil com maior plantação de soja geneticamente modificada. A vegetação de campos, no interior dos três estados, favorece a criação de bovinos, em particular nos pampas gaúchos. Também é importante a !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ∋) #∃ %& criação de frango, porco e carneiro. Existe, ainda, grande potencial hidrelétrico já instalado, com destaque para a Usina de Itaipu, no Rio Paraná, na fronteira do Paraná com o Paraguai. A mecanização da agricultura e a agroindústria favorecem a mudança de famílias do campo para a cidade. Na região Sul, que apresenta o segundo menor percentual de migração interna do país (atrás do Nordeste), 85,5% da população vive em centros urbanos. A consequência imediata desse alto índice de urbanização é a formação de bolsões de miséria nas principais cidades da região. A grande pobreza atinge até mesmo parte da população de Curitiba, a capital do Paraná, considerada modelo mundial de cidade. Por sua vez, a economia do Nordeste vem apresentando crescimento. Com a guerra fiscal (concessão de benefícios fiscais pelos governos estaduais com o objetivo de atrair empresas), muitas indústrias se instalaram nos estados nordestinos para fugir da carga tributária e fiscal mais pesada no Sul e no Sudeste. Foi assim com a Ford, que se estabeleceu na Bahia, e com empresas têxteis que foram para oCeará. A região Nordeste é a segunda produtora de petróleo do país e a maior na extração de petróleo em terra, que sai principalmente do Rio Grande do Norte. É nela também que funciona um dos polos petroquímicos mais importantes: o de Camaçari (BA). A agricultura e a pecuária sofrem com os longos períodos de seca. A boa adaptação das cabras ao clima local faz com que o Nordeste tenha o maior rebanho do país, concentradas, sobretudo, na Bahia, em Pernambuco e no Piauí. Por requerer pouca água, a produção de mel começa a ganhar força, principalmente nos municípios de Araripina, em Pernambuco, Limoeiro do Norte, no Ceará, e Picos, no Piauí, que estão entre os maiores produtores do país em 2012. As condições climáticas também permitem que o Nordeste tenha significativa produção comercial de peixe. A região concentra cerca de 80% da produção nacional de pescados marinhos. A cana-de-açúcar é o produto agrícola que se destaca, mas as lavouras irrigadas de frutas tropicais vêm crescendo em importância na produção nacional. Na última década, a plantação de frutas triplica e substitui as tradicionais, como a do feijão. Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) são líderes na produção nordestina. A Bahia é a segunda maior produtora e exportadora nacional de frutas frescas e ainda segunda no ranking de produção de bananas no Brasil. Grande parte da uva de mesa produzida no país é originária desse polo (a região do Vale do São Francisco), e há iniciativas de plantio de variedades para a produção de vinhos. O Nordeste é o maior produtor de manga. Destacam-se, também, acerola, melão e goiaba. O melão é importante, ainda, no Rio Grande do Norte e no Ceará. !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ∋% #∃ %& A concentração da população urbana passou de 60,6% em 1991 para 73,3% em 2013. Mas essa taxa é a mais baixa entre as regiões do país, cujo grau de urbanização em nível nacional é de 84,7%. Fortaleza (CE), polo industrial e de turismo, é a região metropolitana emergente dos últimos anos. Destaca-se a região metropolitana do Recife (PE), que se consolida como centro de excelência em eletroeletrônica e informática em razão das pesquisas da Universidade Federal de Pernambuco. A principal região metropolitana do Nordeste, porém, ainda é Salvador (BA), com enorme movimento de turistas. Finalmente, chegamos à região Norte. Apesar da produção industrial da Zona Franca de Manaus, a economia do Norte baseia-se principalmente na extração da madeira e minérios brutos e de alimentos in natura. No Pará, estão as minas da Serra dos Carajás, de onde sai grande parte do minério de ferro brasileiro exportado, e as de Trombetas (de bauxita) para a produção de alumínio em São Luís (MA). Na Serra do Navio (AP) encontram-se jazidas de manganês. A Vale do Rio Doce, empresa mineradora de ferro, também extrai de Carajás cobre e ouro. O grau de urbanização da região Norte é o segundo mais baixo do país: 74,6% em 2013 (no Nordeste, é de 73,3%). A região se urbanizou rapidamente entre 1990 e 2000, com um crescimento urbano de 28,5%, o maior no período, segundo o IBGE. Manaus (AM) e Belém (PA) são as principais regiões metropolitanas. (Questão INÉDITA / 2015) Na região Centro-Oeste, a atividade econômica baseava-se, inicialmente, nos garimpos de ouro e diamante, que foram gradativamente substituídos pela pecuária e pela agricultura. Comentário do professor: Perfeita a assertiva, conforme estudamos em aula. Questão certa. !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ∋∗ #∃ %& c) A rede urbana e as Regiões Metropolitanas Urbanização é o processo de formação ou de ampliação das áreas urbanas, em contraposição às áreas rurais. As regiões urbanas caracterizam-se pela alta densidade populacional, pela predominância de atividades econômicas relacionadas a comércio, serviços e indústria e pela existência de equipamentos públicos de uso coletivo, como escolas, hospitais e centros de lazer. O processo de urbanização começou a se generalizar no século XIX, envolvendo os países que viveram a Revolução Industrial. Nos países em desenvolvimento, a urbanização intensificou-se a partir de meados do século XX, graças, principalmente, à expansão da industrialização. Segundo o relatório Perspectivas Mundiais de Urbanização 2014 da ONU, 54% da população vivia na região urbana e 46% em área rural em 2014. Essa é uma tendência que vem se firmando desde 2008, quando pela primeira vez na história a população das cidades superou a das áreas rurais, conforme dados da Organização das Nações Unidas (ONU). A tendência é que esse número aumente ainda mais, já que, segundo a ONU, o crescimento populacional será maior nas áreas urbanas. Em 1950, 30% da população mundial era urbana e, em 2050, deverá atingir 66%, segundo as projeções. Atualmente, as regiões mais urbanizadas incluem a América do Norte (82% vivem em áreas urbanas em 2014), a América Latina e o Caribe (80%) e Europa (73%). Em contraste, a África e a Ásia permanecem em sua maioria rural, com 40% e 48% de suas populações vivendo em áreas urbanas, respectivamente. Todas as regiões devem se urbanizar ainda mais nas próximas décadas. África e Ásia estão passando pelo processo de urbanização mais rápido do que as outras regiões. Ainda segundo a ONU, a população rural absoluta do mundo tem crescido lentamente desde 1950 e deverá atingir seu pico em alguns anos. A população rural mundial está agora perto de 3,4 bilhões e deverá diminuir para 3,2 bilhões até 2050. África e Ásia são o lar de cerca de 90% da população rural do mundo. A Índia tem a maior população rural, seguida pela China. Já a população urbana do mundo tem crescido rapidamente desde 1950, de 746 milhões para 3,9 bilhões em 2014. A Ásia, apesar de seu menor nível de urbanização, abriga 53% da população urbana mundial, seguida pela Europa e pela América Latina e Caribe. No contexto nacional, a urbanização só teve início a partir do momento em que a indústria passou a ganhar destaque na economia nacional. Vale destacar que a urbanização representa um dos aspectos da transição de uma !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ∋+ #∃ %& economia exclusivamente exportadora de produtos agrícolas para uma economia urbana e com viés industrial. A modernização do país, resultante do crescimento da economia urbano- industrial, produz uma divisão territorial de trabalho que subordina o campo à cidade, e as cidades menores às maiores. Assim, nasceu um sistema integrado de cidades, onde há uma hierarquia: as cidades pequenas dependem das médias que, por sua vez, estão subordinadas às grandes cidades ou metrópoles. Segundo o Atlas Geográfico Escolar de 2002 do IBGE, a classificação da rede urbana compreende quatro categorias: • Metrópole Global; • Metrópole Nacional; • Metrópole Regional; • Centro Regional. Metrópoles regionais: Belém (PA), Manaus (AM) e Goiânia (GO). Essas três cidades possuem uma área de influência que abrange as regiões onde estão localizadas. Outros municípios dessa região dependem, em alguma proporção, dos serviços centralizados nessas metrópoles regionais. Metrópoles nacionais: Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), Recife (PE), Fortaleza (CE) e Brasília (DF). Possuem relevância nacional, tendo em vista que possuem uma densa estrutura de serviços. Metrópoles globais: São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Essas duas metrópoles globais estão entre as cidades mais importantes do mundo, pois abrigam sedes de grandes empresasnacionais, filiais de empresas transnacionais, sedes de grandes bancos e as principais universidades e centros de pesquisas do país. Contudo, o estudo mais recente elaborado pelo IBGE acerca do tema é o "Regiões de influência das cidades - 2007" (REGIC 2007). Vejamos o que diz o REGIC 2007 acerca da hierarquia dos centros urbanos: !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ∋& #∃ %& As cidades foram classificadas em cinco grandes níveis, por sua vez subdivididos em dois ou três subníveis, a saber: 1. Metrópoles – são os 12 principais centros urbanos do País, que caracterizam-se por seu grande porte e por fortes relacionamentos entre si, além de, em geral, possuírem extensa área de influência direta. O conjunto foi dividido em três subníveis, segundo a extensão territorial e a intensidade destas relações: a. Grande metrópole nacional – São Paulo, o maior conjunto urbano do País, alocado no primeiro nível da gestão territorial; b. Metrópole nacional – Rio de Janeiro e Brasília também estão no primeiro nível da gestão territorial. Juntamente com São Paulo, constituem foco para centros localizados em todo o País; e c. Metrópole – Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre constituem o segundo nível da gestão territorial. Note-se que Manaus e Goiânia, embora estejam no terceiro nível da gestão territorial, têm porte e projeção nacional que lhes garantem a inclusão neste conjunto. 2. Capital regional – integram este nível 70 centros que, como as metrópoles, também se relacionam com o estrato superior da rede urbana. Com capacidade de gestão no nível imediatamente inferior ao das metrópoles, têm área de influência de âmbito regional, sendo referidas como destino, para um conjunto de atividades, por grande número de municípios. Como o anterior, este nível também tem três subdivisões. O primeiro grupo inclui as capitais estaduais não classificadas no nível metropolitano e Campinas. O segundo e o terceiro, além da diferenciação de porte, têm padrão de localização regionalizado, com o segundo mais presente no Centro-Sul, e o terceiro nas demais regiões do País. Os grupos das Capitais regionais são os seguintes: a. Capital regional A – constituído por 11 cidades, com medianas de 955 mil habitantes; b. Capital regional B – constituído por 20 cidades, com medianas de 435 mil habitantes; e c. Capital regional C – constituído por 39 cidades com medianas de 250 mil habitantes. !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ∋, #∃ %& 3. Centro sub-regional – integram este nível 169 centros com atividades de gestão menos complexas, dominantemente entre os níveis 4 e 5 da gestão territorial; têm área de atuação mais reduzida, e seus relacionamentos com centros externos à sua própria rede dão-se, em geral, apenas com as três metrópoles nacionais. Com presença mais adensada nas áreas de maior ocupação do Nordeste e do Centro-Sul, e mais esparsa nos espaços menos densamente povoados das Regiões Norte e Centro-Oeste, estão também subdivididos em grupos, a saber: a. Centro sub-regional A – constituído por 85 cidades, com medianas de 95 mil habitantes; e b. Centro sub-regional B – constituído por 79 cidades, com medianas de 71 mil habitantes. 4. Centro de zona – nível formado por 556 cidades de menor porte e com atuação restrita à sua área imediata; exercem funções de gestão elementares. Subdivide-se em: a. Centro de zona A – 192 cidades, com medianas de 45 mil habitantes e 49 relacionamentos. Predominam os níveis 5 e 6 da gestão territorial (94 e 72 cidades, respectivamente), com nove cidades no quarto nível e 16 não classificadas como centros de gestão; e b. Centro de zona B – 364 cidades, com medianas de 23 mil habitantes e 16 relacionamentos. A maior parte, 235, não havia sido classificada como centro de gestão territorial, e outras 107 estavam no último nível daquela classificação. 5. Centro local – as demais 4 473 cidades cuja centralidade e atuação não extrapolam os limites do seu município, servindo apenas aos seus habitantes, têm população dominantemente inferior a 10 mil habitantes (mediana de 8 133 habitantes). Fonte: REGIC/IBGE !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& (− #∃ %& (CESGRANRIO / Técnico em Informações Geográficas e Estatísticas IBGE / 2013) Em 2002, o IBGE apresentou, no Atlas Geográfico Escolar, uma classificação para hierarquizar as cidades brasileiras, empregando as categorias de metrópole global, metrópole nacional, metrópole regional e centro regional. De acordo com essa classificação, são exemplos de metrópole regional e centro regional, respectivamente, as seguintes cidades: a) Belém e Londrina b) São Paulo e Curitiba c) São Paulo e Salvador d) Rio de Janeiro e Belém e) Rio de Janeiro e Vitória Comentário do professor: Conforme estudamos, Rio de Janeiro e São Paulo, segundo o Atlas Geográfico Escolar de 2002, são metrópoles globais. Belém, por sua vez, é uma metrópole regional. Notem que mesmo em uma prova de 2013 a CESGRANRIO resolveu buscar a questão em uma publicação tida como desatualizada, pois hoje temos o REGIC/IBGE (de 2007). Fique atento! Gabarito opção “A”. A rede urbana do país, portanto, compreende o conjunto de centros urbanos que polarizam o território nacional e os fluxos de pessoas, bens e serviços que se estabelecem entre eles e com as respectivas áreas rurais. É formada por centros urbanos de dimensões variadas, que estabelecem relações dinâmicas entre si de diferentes magnitudes. São essas interações que respondem não apenas pela atual configuração espacial da rede, mas também por sua evolução futura, cuja compreensão é fundamental para o estabelecimento de diretrizes de políticas públicas por parte dos governantes. !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& (∀ #∃ %& Regiões Metropolitanas Conforme estudamos na aula 2, com o aumento da urbanização, a área das cidades se amplia. Os limites entre municípios vizinhos (ou entre um município e seus subúrbios) se confundem e, onde antes existiam várias cidades, passa a haver uma única mancha urbana. Esse processo é chamado de conurbação e aparece no Brasil na década de 1970, fazendo surgir as regiões metropolitanas. O rápido crescimento dessas áreas torna equipamentos e serviços públicos (transporte, saúde e educação, por exemplo) insuficientes. São necessárias políticas urbanas que englobem vários municípios. Para responder a essa realidade, foram criadas as primeiras regiões metropolitanas do Brasil, com sede em algumas das capitais mais populosas. Com a instituição de órgãos de gerenciamento, algumas atribuições dos prefeitos foram transferidas para os governos estaduais. No início, os principais critérios para o estabelecimento de uma região metropolitana eram a concentração populacional e a conurbação. Mas, desde a Constituição de 1988, cada Estado define seu conceito. Atualmente, o estado brasileiro com mais regiões metropolitanas é apenas o oitavo em densidade demográfica: Santa Catarina. De acordo com a legislação catarinense, um conjunto de cidades que reúna 6% da população estadual pode decidir formalizar uma região metropolitana. Dessa forma, existem 11 regiões metropolitanas no estado. No Brasil, há 63 regiões metropolitanas em 2014. Em 2010, viviam nas dez maiores regiões metropolitanasdo país cerca de 60 milhões de habitantes, que correspondem a 30% de sua população. Na maior delas, a área metropolitana de São Paulo, residem 10% dos brasileiros. Na última década, as maiores aglomerações urbanas cresceram menos do que a média do país. A taxa média de crescimento das cinco maiores regiões metropolitanas entre 2000 e 2010 é de 6,7%, enquanto a de todas as cidades brasileiras é de 12,3%. Segundo o IBGE, vejam a projeção para o percentual da população urbana no Brasil (em relação ao total): !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& (∋ #∃ %& Agora vejam no mapa a seguir a distribuição das regiões metropolitanas no Brasil: !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& (( #∃ %& Fonte: IBGE Agora vamos conferir a população nas maiores regiões metropolitanas: !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& () #∃ %& (Questão INÉDITA / 2015) Atualmente, o estado brasileiro com mais regiões metropolitanas é São Paulo. Comentário do professor: Na verdade, o estado com mais regiões metropolitanas é Santa Catarina. Questão errada. !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& (% #∃ %& Formação Territorial e Divisão Político-Administrativa a) Divisão Político-Administrativa A responsabilidade pela divisão do mapa político brasileiro em regiões é do IBGE. Conforme vimos, hoje temos 5 regiões (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste). Vejamos o mapa político atual: Contudo, nem sempre foi assim. Vamos conferir a evolução da divisão político-administrativa do Brasil (de acordo com o IBGE): !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& (+ #∃ %& !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& (& #∃ %& !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& (, #∃ %& (CESGRANRIO / Agente de Pesquisas e Mapeamento IBGE / 2014) Território federal é uma denominação brasileira para uma categoria específica de divisão administrativa. Os territórios federais integram diretamente a União, sem pertencerem a qualquer estado, e podem surgir da divisão de um estado ou desmembramento, dele exigindo-se aprovação popular através de plebiscito e lei complementar. Com a extinção dos territórios federais no Brasil pela Constituição Federal de 1988, a seguinte unidade político- administrativa tornou-se estado da federação: a) Tocantins b) Amapá c) Rondônia d) Pará e) Pernambuco Comentário do professor: Com a Constituição de 1988, Roraima, Amapá e Rondônia deixaram de ser territórios federais tornaram-se Estados. Gabarito opção “B”. b) Organização Federativa Sobre a organização federativa do Brasil, é importante destacar o artigo 18 da Constituição Federal de 1988: Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. O artigo 18 enumera os entes federativos: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& )− #∃ %& Vejam que o Brasil é uma República FEDERATIVA. E o que seria uma federação? Federação ou Estado Federal nada mais é do que um Estado composto por diversas entidades territoriais autônomas dotadas de governo próprio. Vale destacar que os entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) são autônomos, ou seja, possuem um grupo de prerrogativas garantidas pela Constituição Federal que não podem ser suprimidas ou modificadas de modo unilateral pelo governo central (União). Entre os aspectos mais relevantes da autonomia de que gozam os entes federados, podemos mencionar a autonomia financeira, tendo em vista que cada um possui orçamento próprio e fontes de receita próprias (impostos de sua competência, por exemplo). Os entes federados são AUTÔNOMOS, e não soberanos. Soberania é uma característica da República Federativa do Brasil, e não dos entes federados. !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& )∀ #∃ %& História do Brasil Tendo em vista que se trata de um tópico muito pouco abordado nos concursos do IBGE (a CESGRANRIO, que costuma organizar os concursos para o IBGE não explorou o assunto de forma contundente nos últimos anos), vamos nos ater aos principais acontecimentos de cada período da história do Brasil. a) Brasil Colônia Pedro Álvares Cabral e sua esquadra chegam ao litoral da Bahia em 22 de abril de 1500. É o descobrimento do Brasil. A maioria dos historiadores considera o fato mais uma tomada de posse do que um descobrimento, pois a existência do território – dividido seis anos antes pelo Tratado de Tordesilhas – já era sabida. Em 26 de abril é celebrada a primeira missa, e, em 1º de maio, Cabral oficializa a posse. A esquadra segue para a Índia. Um dos navios retorna a Portugal levando a carta do escrivão Pero Vaz de Caminha ao rei. É o primeiro documento histórico escrito sobre o território brasileiro. Em 1534, o rei de Portugal, dom João III (1502–1557), criou as capitanias hereditárias, ao dividir a colônia em 14 largas faixas de terra, e delega seu governo e exploração a nobres e fidalgos do reino – os capitães donatários. O rei lhes atribui direitos e isenções em troca do compromisso com o povoamento, a defesa, a exploração das riquezas naturais e a propagação da fé católica. Apenas as capitanias de São Vicente e Pernambuco prosperam. Em razão da falta de verbas e de interesse dos donatários, as demais sucumbem à pobreza e ao ataque dos índios, mas contribuem para manter os estrangeiros longe. !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& )∋ #∃ %& !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& )( #∃ %& Em 1549, chegaram ao Brasil os primeiros jesuítas – religiosos da ordem católica Companhia de Jesus. Chefiados pelo padre Manuel da Nóbrega (1517- 1570), dedicaram-se a catequizar os índios e a educar os colonos. Entre o século XVI e o XVIII, construíram igrejas e colégios (incluindo o que dá origem à cidade de São Paulo, em 1554). Em 1759, são expulsos do país pelo marquês de Pombal. As entradas e bandeiras são expedições de desbravamento do interior do Brasil colônia, ativas principalmente no século XVII. As entradas saíam do litoral para o interior, em missão oficial de mapeamento do território. Também combatiam os grupos indígenas que resistem aos colonizadores. Os principais trajetos vão do Nordeste para a Amazônia e do Sudeste para o Centro-Oeste. Algumas se limitavam a percorrer áreas próximas ao litoral, entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo. Já as bandeiras, em sua maioria, saíam de São Vicentee de São Paulo para o Sul, o Centro-Oeste e a região mineira. São quase sempre expedições organizadas por particulares paulistas, em consequência da pobreza de São Paulo, onde a cana não se adapta. Formadas por familiares, agregados, brancos pobres e mamelucos, elas possuíam a meta de atacar as missões jesuíticas estabelecidas na bacia dos rios Paraná e Uruguai e trazer índios cativos, ou ir em busca de minas de ouro e pedras preciosas. Portugal é invadido no fim de 1807 por tropas do imperador francês Napoleão Bonaparte, após ter rejeitado o bloqueio decretado pela França contra o comércio com a Inglaterra. Com o apoio da esquadra britânica, dom João, regente do reino no lugar de sua mãe, dona Maria I, foge para o Brasil acompanhado de sua corte – de 12 mil pessoas – e chega no início de 1808.Aqui instalado, dom João abre os portos às “nações amigas”, transferindo o movimento de importação e exportação de Portugal para o Brasil. A medida favorece tanto a Inglaterra, que usa a colônia portuguesa como porta de entrada de seus produtos para a América espanhola, quanto os produtores brasileiros, praticamente livres do pacto colonial. Dom João também permite o funcionamento de fábricas e manufaturas no Brasil. São criados o Banco do Brasil e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Em 1809, dom João anexa a Guiana Francesa, em represália a Napoleão, mas devolve o território seis anos depois. Em 1822, Dom Pedro recusa fidelidade à Constituição portuguesa e convoca a primeira Assembleia Constituinte brasileira. Depois de declarar inimigas as tropas portuguesas que viessem a desembarcar no Brasil, ele publica o Manifesto às Nações Amigas, redigido pelo político paulista José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838), justificando o rompimento com as !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& )) #∃ %& cortes de Lisboa e assegurando a independência do Brasil, embora como reino irmão de Portugal. Os portugueses anulam a convocação da Assembleia Constituinte brasileira e exigem, mediante a ameaça do envio de tropas, o retorno imediato de dom Pedro. Ele não acata as exigências da corte e, em 7 de setembro, proclama a independência do Brasil com declaração oficial de separação política entre a colônia e a metrópole portuguesa. Dom Pedro é aclamado imperador em outubro e, dois meses depois, coroado pelo bispo do Rio de Janeiro com o título de dom Pedro I. b) Brasil Império Com a proclamação da independência, dom Pedro I convoca uma Assembleia Constituinte em 1823, mas as divergências com os deputados levam-no a dissolvê-la. Então, ele outorga a primeira Constituição brasileira, em 1824. Ela institui o Poder Moderador, poder pessoal do imperador acima dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Em 1831, a queda da popularidade de dom Pedro I fica patente quando é recebido com frieza em Minas Gerais, numa visita para recuperar prestígio político. O imperador tenta reagir a protestos, mas desiste ao perceber que não tem mais sustentação política. A abdicação de dom Pedro I do trono brasileiro ocorre em 7 de abril. Após a abdicação de dom Pedro I, políticos intitulados regentes governam o Brasil em nome do imperador, já que o herdeiro do trono, seu filho dom Pedro II, tem apenas 5 anos. Essa fase, de grande agitação social e política, vai de abril de 1831 a julho de 1840 e divide-se em quatro regências consecutivas: a Regência Trina Provisória (1831), formada pelos senadores Joaquim Carneiro de Campos, marquês de Caravelas, e Nicolau Pereira de Campos Vergueiro e pelo brigadeiro Francisco de Lima e Silva; a Regência Trina Permanente (1831 a 1835), formada pelos deputados José da Costa Carvalho e João Bráulio Muniz e pelo brigadeiro Francisco de Lima e Silva; a 1ª Regência Una (1835 a 1837), assumida pelo senador Diogo Antônio Feijó (até sua renúncia, em 1837) e, posteriormente, pelo senador Pedro de Araújo Lima; e a 2ª Regência Una, de Pedro de Araújo Lima (1837 a 1840). As divisões políticas se aprofundam. Os liberais alcançam o poder e tentam pacificar o país; porém, os mais exaltados permanecem fora do governo e mantêm a reivindicação de maior autonomia para as províncias. Por volta de 1870, o alto custo da Guerra do Paraguai fortalece a oposição ao regime monárquico. No Rio de Janeiro, fazendeiros, políticos, jornalistas e intelectuais lançam o Manifesto Republicano, que defende um regime presidencialista, representativo e federativo. As ideias republicanas disseminam-se no país. !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& )% #∃ %& Após uma campanha política de quase 20 anos, é proclamada a República, pelo marechal Manoel Deodoro da Fonseca, no Rio de Janeiro, em 15 de novembro de 1889. A monarquia é abolida, e instaura-se a República federativa. Dom Pedro II e a família real são desterrados e embarcam para a Europa. Deodoro da Fonseca assume a chefia do governo provisório. c) Brasil República Em 1894, o paulista Prudente de Moraes é eleito pelo voto direto, tornando-se o primeiro presidente brasileiro civil e eleito. Ele governa até o fim do mandato. Surge a política do café com leite, acordo para alternar o poder entre líderes dos estados mais ricos: São Paulo, produtor de café, e Minas Gerais, de leite. Em 1898, Prudente de Moraes elege o sucessor, o paulista Campos Salles. Durante seu mandato, estabelece-se o esquema conhecido como “política dos governadores”, em que o presidente se alia às oligarquias estaduais em troca de apoio no Congresso Nacional. Eclode a Revolução de 1930, movimento político-militar que derruba o presidente Washington Luís e acaba com a República Velha, levando Getúlio Vargas ao poder. Durante a década de 1920, a mobilização do operariado, as Revoltas Tenentistas e as dissidências políticas haviam enfraquecido as oligarquias do Sudeste. Washington Luís enfrentava o endividamento interno e externo e a retração das exportações. Alegando defender interesses da cafeicultura, lança como candidato à sua sucessão o governador de São Paulo, Júlio Prestes, e rompe a política do café com leite. Em represália, o Partido Republicano Mineiro (PRM) passa para a oposição e forma a Aliança Liberal, lançando a candidatura do gaúcho Getúlio Vargas à Presidência. Em março de 1930, os candidatos da chapa oficial ganham a eleição presidencial e a oposição se desmobiliza. Mas, em julho, o paraibano João Pessoa, candidato a vice-presidente de Vargas, é assassinado num crime passional, e os aliancistas atribuem motivos políticos ao crime. Em outubro, uma rebelião é deflagrada no Nordeste e no Sul. No fim do mês, os ministros militares depõem Washington Luís, e, em 3 de novembro, Getúlio Vargas chega ao Rio de Janeiro, vindo do Rio Grande do Sul, e assume o governo provisório. É o início da Era Vargas. Em 31 de março de 1964, tropas de Minas Gerais e São Paulo avançam sobre o Rio de Janeiro, onde o governo tem o apoio das Forças Armadas. O golpe militar destitui o governo e implanta o Regime Militar. João Goulart se refugia no Uruguai. Em 1º de abril, o Congresso declara vaga a Presidência da República, e autoridades militares assumem o poder. Em 9 de abril, é decretado o Ato Institucional nº 1 (AI-1), !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& )∗ #∃ %& que cassa mandatos e suspende a imunidade parlamentar e os direitos políticos dos cassados. Também acaba com o caráter vitalício dos cargos dos magistrados e com a estabilidade dos funcionários públicos, entre outros direitos constitucionais. Em 11 de abril, o general cearense Humberto de Alencar CastelloBranco é formalizado como presidente pelo Congresso Nacional. Em 1983, a primeira manifestação ampla a favor de eleições diretas para a Presidência da República ocorre em São Paulo, em novembro, convocada pelo PT, reunindo 10 mil pessoas. Participam o PMDB, o PDT, entidades sindicais e a recém-fundada Central Única dos Trabalhadores (CUT). O movimento pelas eleições diretas para presidente cresce, e grandes comícios ocorrem nas principais cidades brasileiras, sob o lema Diretas Já. A emenda constitucional que restabelecia as eleições diretas, apresentada pelo deputado federal Dante de Oliveira, consegue maioria de 298 votos, mas, pelas regras impostas pelo Pacote de Abril, eram necessários 320 para sua aprovação (dois terços do plenário). Em 1989, ocorrem as primeiras eleições diretas para a Presidência da República desde 1960. O vencedor é Fernando Collor de Mello, ex-governador de Alagoas, do Partido da Reconstrução Nacional (PRN), que derrota no segundo turno Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. Collor ataca a corrupção e quer a redução do papel do Estado. Em 1994, o Plano Real, de estabilização econômica, é lançado em julho por Fernando Henrique Cardoso, ministro da Fazenda de Itamar Franco. A moeda muda de cruzeiro real para real e não há congelamento de preços nem de salários. Há medidas para conter os gastos públicos, acelerar as privatizações, comprimir o consumo, pelo aumento dos juros, e pressionar os preços, pela abertura às importações. !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& )+ #∃ %& QUESTÕES COMENTADAS 1. (Questão INÉDITA / 2015) O Brasil é o segundo maior produtor de soja e de seus derivados. O grão possui grande representatividade na pauta de exportações brasileira, seguido de perto pelos produtos da cana-de-açúcar e das carnes. Comentários: Fique atento à relevância da produção nacional da soja, o Brasil é o segundo maior produtor. É o tipo de informação que uma prova de geografia gosta de cobrar. Questão certa. 2. (CESGRANRIO / Agente de Pesquisas e Mapeamento IBGE / 2014) Os portugueses introduziram, pioneiramente, na África e no Brasil, um tipo de agricultura apoiada na monocultura açucareira em grandes propriedades, com mão de obra constituída predominantemente de escravos. Toda a produção era embarcada em navios com destino à Europa. Esse tipo de agricultura persiste até hoje no Brasil, com o protagonismo das exportações de produtos tropicais. MAGNOLI, D. e ARAUJO, R. Geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 1997, p. 239. Adaptado. A atividade agrícola descrita acima é denominada agricultura de a) jardinagem b) regadio c) subsistência d) precisão e) plantation Comentários: O enunciado da questão trouxe exatamente o conceito de plantation que acabou de ser estudado. Gabarito opção “E”. 3. (Questão INÉDITA / 2015) O Brasil é o maior produtor de etanol feito com milho. Além disso, esse etanol é produzido a um custo mais baixo que o etanol norte-americano, fabricado com cana-de-açúcar. Comentários: !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& )& #∃ %& Na verdade, o Brasil é o maior produtor de etanol feito com cana-de-açúcar. Feito com milho é o etanol dos EUA. Questão errada. 4. (CESGRANRIO / Agente de Pesquisas e Mapeamento IBGE / 2014) Segundo dados do IBGE, cerca de 28% da PEA (população economicamente ativa) brasileira trabalha no setor primário, sendo a agropecuária responsável por apenas 9,1% do nosso produto interno bruto (PIB). Levando em conta que ainda grande parte dos trabalhadores agrícolas mora na periferia das cidades e que eles se deslocam diariamente ao campo para trabalhar como boias-frias em modernas agroindústrias, percebemos que, apesar da modernização verificada nas técnicas agrícolas, ainda persistem o subemprego, a baixa produtividade e a pobreza no campo. SENE, E. e MOREIRA, J. Geografia geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2000. p. 276. Adaptado. Essa modernização técnica do campo provoca a seguinte consequência socioespacial: a) reforma agrária b) assentamento fundiário c) redução das exportações d) emigração estrangeira e) êxodo rural Comentários: Conforme estudamos, lavradores sem trabalho deixavam o campo em busca da sobrevivência nos centros urbanos, criando ou agravando problemas urbanos como a favelização, o desemprego e a pobreza. Esse movimento de êxodo rural foi causado, em grande medida, pela automação na produção agropecuária em latifúndios. Gabarito opção “E”. !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& ), #∃ %& 5. (CESGRANRIO / Agente de Pesquisas e Mapeamento IBGE / 2014) De acordo com os dados registrados no mapa acima, à época, o estado da federação com o menor grau de urbanização era o a) Maranhão b) Pará c) Amapá d) Piauí e) Ceará Comentários: Olhando a legenda, fica fácil verificar que a resposta é o Estado do Maranhão (conforme acabamos de estudar), desde que você saiba identifica-lo no mapa político brasileiro. Gabarito opção “A”. 6. (Questão INÉDITA / 2015) Na região Centro-Oeste, a atividade econômica baseava-se, inicialmente, nos garimpos de ouro e diamante, que foram gradativamente substituídos pela pecuária e pela agricultura. Comentários: !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& %− #∃ %& Perfeita a assertiva, conforme estudamos em aula. Questão certa. 7. (CESGRANRIO / Técnico em Informações Geográficas e Estatísticas IBGE / 2013) Em 2002, o IBGE apresentou, no Atlas Geográfico Escolar, uma classificação para hierarquizar as cidades brasileiras, empregando as categorias de metrópole global, metrópole nacional, metrópole regional e centro regional. De acordo com essa classificação, são exemplos de metrópole regional e centro regional, respectivamente, as seguintes cidades: a) Belém e Londrina b) São Paulo e Curitiba c) São Paulo e Salvador d) Rio de Janeiro e Belém e) Rio de Janeiro e Vitória Comentários: Conforme estudamos, Rio de Janeiro e São Paulo, segundo o Atlas Geográfico Escolar de 2002, são metrópoles globais. Belém, por sua vez, é uma metrópole regional. Notem que mesmo em uma prova de 2013 a CESGRANRIO resolveu buscar a questão em uma publicação tida como desatualizada, pois hoje temos o REGIC/IBGE (de 2007). Fique atento! Gabarito opção “A”. 8. (Questão INÉDITA / 2015) Atualmente, o estado brasileiro com mais regiões metropolitanas é São Paulo. Comentários: Na verdade, o estado com mais regiões metropolitanas é Santa Catarina. Questão errada. 9. (CESGRANRIO / Agente de Pesquisas e Mapeamento IBGE / 2014) Território federal é uma denominação brasileira para uma categoria específica de divisão administrativa. Os territórios federais integram diretamente a União, sem pertencerem a qualquer estado, e podem surgir da divisão de um estado ou desmembramento, dele exigindo-se aprovação popular através de plebiscito e lei complementar. Com a extinção dos territórios federais no Brasil pela Constituição Federal de 1988, a seguinte unidade político-administrativa tornou-se estado da federação: a) Tocantins !∀#∃%&∋(& ∀ ∗#+,∀−(.∀+/#0 !∀%&(0 1&%& 23!4 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# : ;<=& >? 5%#∋6 78%(# 7&−,&9# !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&
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