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Eutanásia: Conceito, Classificações e Legislações

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EUTANÁSIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FMU - FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS 
 
 
 
CINTIA D. J. VIANNA 
 JESSICA A. S. LOBO 
NATACHA J. M. NUNES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
 
28/03/2016 
Eutanásia 
 
1 – Conceito de eutanásia 
 A eutanásia é um dos assuntos mais delicados e polêmicos de nosso tempo, envolvendo opiniões e 
doutrinas contra e a favor. 
Etimologicamente o termo é originário da junção das palavras gregas EU (bom) +THANATOS (morte), 
significando, assim: boa morte, morte piedosa, sem dor, tranquila. 
Brevemente considerando, a prática da eutanásia consiste em antecipar a morte de uma pessoa portadora 
de doença incurável que se encontra em estado terminal ou vegetativo, sem perspectiva de retorno. 
Os exemplos mais antigos da história da Eutanásia estão na Índia antiga onde os doentes incuráveis eram 
atirados ao rio Ganges, “depois de receberem na boca e no nariz um pouco de lama sagrada”; Os celtas 
tinham por hábito que os filhos matassem os seus pais quando estes estivessem velhos e doentes. 
 
2 – Classificações 
Antes de analisar as legislações em espécie, é imprescindível que se faça uma breve distinção entre 
algumas modalidades de eutanásia e sua diferença com relação a morte ou suicídio assistido. 
Quanto ao modo, a eutanásia pode ser Ativa ou Passiva. Na eutanásia ativa há uma ação realizada por 
terceiro no sentido de retirar a vida do enfermo, nesse caso são utilizados medicamentos controlados, 
overdoses e injeções letais. Na eutanásia passiva ocorre a interrupção dos tratamentos até então 
empregados no paciente. 
Outra classificação é com relação ao consentimento da vítima, isso porque, conforme será observado, 
algumas legislações exigem tal requisito. Assim, a eutanásia pode ser classificada em espontânea ou não 
espontânea em razão da vontade do paciente. 
 
 3 – Brasil 
Segundo a Constituição Federal do Brasil, o direito à vida é inviolável, o qual se destaca o mais 
fundamental dos direitos. Ninguém poderá ser privado de sua vida arbitrariamente. O Código Penal prevê 
sanções para quem violar esse direito. “A eutanásia no Brasil é crime, trata-se de homicídio doloso que, 
em face da motivação do agente, poderia ser alçado à condição de privilegiado, apenas com a redução da 
pena”. 
A eutanásia não possui nenhuma menção nem no Código Penal Brasileiro, que data de 1940, nem na 
Constituição Federal. Por isso, legalmente falando, o Brasil não tem nenhum caso de eutanásia - quando 
algo semelhante acontece, recebe o nome de homicídio ou suicídio. Mas, de acordo com a interpretação 
que advogados e juízes venham a desenvolver, os artigos 121 e 121 do Código Penal podem ser 
empregados para fundamentar posições em relação à prática. O artigo 121 trata do homicídio qualificado, 
conceito que inclui a morte provocada por motivo fútil, com emprego de meios de tortura ou com recurso 
que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido. Em todos esses casos, a pena vai de 12 a 30 anos 
de reclusão. O artigo 122 versa sobre o suicídio induzido, instigado ou auxiliado por terceiros. 
 
3.1 – Uruguai 
O país prevê a possibilidade de os juízes isentarem de pena a pessoa que comete o chamado homicídio 
piedoso. Assim, embora o Uruguai não tenha expressamente legalizado à prática da eutanásia, foi o 
primeiro país do mundo a tolerar sua prática, permitindo ao juiz, após análise do caso concreto, decidir 
pela isenção da pena o agente que abreviar a morte de uma pessoa em estado terminal, desde que 
cumprido determinados requisitos. 
 
3.2 – Holanda 
Foi o primeiro país do mundo a legalizar e regulamentar a prática da eutanásia. 
 Os novos critérios legais estabelecem que a eutanásia só pode ser realizada: 
·Quando o paciente tiver uma doença incurável e estiver com dores insuportáveis. 
·O paciente deve ter pedido, voluntariamente, para morrer. 
·Depois que um segundo médico tiver emitido sua opinião sobre o caso. 
Com as alterações é permitida, inclusive, a eutanásia em menores de idade sendo imprescindível a 
autorização dos pais. 
Por fim, importante salientar que, embora legalizada, a eutanásia e o suicídio assistido sofre intenso 
controle no país, sendo cada caso encaminhado a uma comissão regional formada por médicos, juízes e 
sociólogos que devem se manifestar pela viabilidade ou não do procedimento e em caso de dúvida o caso 
é submetido ao poder judiciário. 
 
3.3 – Bélgica 
A Bélgica, juntamente com a Holanda, são os únicos dois países do mundo a expressamente legalizarem a 
prática da eutanásia. 
Inicialmente a lei belga foi mais rígida que a holandesa, não se admitindo a prática da eutanásia em 
menores de 18 anos, porém, a lei permitia a eutanásia em pessoas que não estavam em estado terminal. 
Todos os procedimentos são obrigatoriamente revistos por um comitê especial e no caso de eutanásia 
infantil é realizado um longo processo junto aos pais com apoio de psicólogos. 
 
 
 3.4 – Colômbia 
A análise da eutanásia na Colômbia é curiosa e juridicamente relevante, na medida em que sua 
“autorização” se deu por decisão final da Corte Constitucional que decidiu pela isenção de 
responsabilidade penal daquele que cometesse o chamado homicídio piedoso, desde que houvesse 
consentimento prévio e inequívoco do paciente em estado terminal. 
A decisão da Corte Constitucional não solucionou a insegurança jurídica, já que o Código Penal 
 Colombiano, em seu artigo 326, ainda prevê como tipo penal a figura do homicídio piedoso, com pena de 
6 meses a 3 anos, motivo pelo qual muitos procedimentos de eutanásia ainda são praticados 
clandestinamente. 
A tradição católica no país ainda é uma barreira rumo a plena legalização e regulamentação da eutanásia 
na Colômbia, embora haja uma grande parcela da população que aceite a prática. 
 
3.5 – Estados Unidos da América 
Nos Estados Unidos a decisão sobre a permissão ou proibição da prática da eutanásia é de competência de 
cada um dos Estados da Federação. 
O Estado do Oregon, primeiro Estado norte americano a permitir que médicos receitem medicamentos 
letais aos pacientes em estado terminal que manifestarem sua intenção de abreviar a morte exigindo que o 
doente esteja ao menos psicologicamente lúcido e que sua condição seja diagnosticada por dois médicos, 
a responsabilidade pela ingestão e administração das doses é do paciente. 
O Estado de Washington foi o segundo a legalizar a prática da morte assistida nos EUA. Lá se exige que 
o paciente em estado terminal seja diagnosticado com menos seis meses de vida, deve ser maior de idade 
e estar consciente da sua escolha. 
O Estado de Vermont, entretanto, foi o primeiro Estado a legalizar a prática via processo legislativo e não 
o referendo. A lei estabelece como requisito a necessidade de manifestação favorável de dois médicos, 
avaliação psicológica e um período de espera de 17 dias antes da ingestão dos medicamentos. 
O Estado de Montana a morte assistida é autorizada via processo judicial, onde o doente em estado 
terminal solicita seu direito a uma morte digna. 
O Estado do Texas a lei autoriza em determinados casos que médicos e hospitais paralisem os tratamentos 
quando estes se mostrarem inadequados ou fúteis, permitindo, assim, a chamada eutanásia passiva. 
 
3.6 – Suíça 
Na Suíça, embora não haja regulamentação expressa, a Corte Federal (instancia judicial máxima), numa 
interpretação branda da lei, reconheceu o direito de morrer das pessoas (morte assistida). 
A Suíça é mundialmente famosa quando o assunto é eutanásia, dando ensejo, inclusive, ao chamado 
“turismo de morte”, em razão de duas associações locais que promovem de forma rápida e indolor a 
morte dos pacientes,trata-se da Dignitas e da Exit. 
A Dignitas promove mortes assistidas em um apartamento em Zurique e já conta com mais de 2000 
associados. 
 No caso da associação Exit, existem critérios mais rígidos, na medida em que eles apenas fazem o 
procedimento em cidadãos Suiços ou estrangeiros residentes na suíça. 
 
 4 – Enfermagem e o seu papel frente à Eutanásia 
Enfermeiros, técnicos e auxiliares, estão diretamente ligados aos cuidados do individuo e participam dos 
processos de vida e da morte todos os dias, não só como membros da equipe de saúde, mas como 
cidadãos. A equipe de saúde esta intrinsecamente ligada às questões limítrofes da vida humana: 
nascimento e morte e também a tudo o que ocorre entre esses extremos. Como cidadãos, deparam-se com 
o Código Penal Brasileiro que condena qualquer ato que atente contra a vida do ser humano e, como 
consequência, condena a eutanásia (artigo 121º-128º). E como profissionais, devem agir conforme o 
Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (Cofen), que diz: Das proibições “promover a 
eutanásia ou participar em prática destinada antecipar a morte do cliente”. (cap. 1, artigo 29). 
Participando ativamente dos cuidados, todos os membros da equipe de saúde, juntamente a equipe de 
enfermagem deve, também, seguir o Código de Ética Médica, que em relação à eutanásia assim se 
expressa : “o médico não pode contribuir, direta ou indiretamente, para apressar a morte do doente” 
(artigo 57º). 
A equipe de Enfermagem valoriza a preservação da vida, enfatizando a importância da manutenção do 
bem-estar do paciente crítico e/ou terminal, assistindo-o de forma digna, integral e garantindo seu 
conforto e controle da dor. Vale ressaltar a preocupação da equipe de enfermagem ao enfatizar a 
importância da participação dos familiares e amigos no processo assistencial dos pacientes em estado 
crítico, dando apoio emocional, principalmente. 
 
 
 
 
Questões: 
 
1 O que é a eutanásia? 
É o ato de proporcionar morte sem sofrimento a um doente atingido por afecção incurável que produza 
dores intoleráveis. 
 
2 Defina Eutanásia ativa e passiva. 
Eutanásia Ativa: há uma ação realizada por terceiro no sentido de retirar a vida do enfermo, nesse caso 
são utilizados medicamentos controlados, overdoses e injeções letais. Eutanásia Passiva: ocorre a 
interrupção dos tratamentos até então empregados no paciente. 
 
3 Eutanásia pode também ser chamada de suicídio assistido? Explique. 
Pode ser definida como uma prática distinta do suicídio assistido. Quando um paciente pede, ele mesmo - 
e sempre de maneira consciente - ajuda para se matar. 
Citações 
 
SWISSINFO. Mitos e realidades sobre o suicídio assistido na Suíça. Publicado em 17.12.2008. 
http://www.swissinfo.ch/por/arquivo/Mitos_e_realidades_sobre_o_suicidio_assistido_na_Suica.html?cid
=.... 
 
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/eutanasia/morte-pacientes-etica-religiao-
ortotanasia.shtml 
 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-80422015000300475&lang=pt 
 https://www.youtube.com/watch?v=JmxqAA7mbKk 
https://www.youtube.com/watch?v=Ypc5rRZ-lNQ 
 https://www.youtube.com/watch?v=yTsJvhfX_84 
 http://www.scielo.br/pdf/rlae/v5n2/v5n2a05.pdf 
http://apps.cofen.gov.br/cbcenf/sistemainscricoes/arquivosTrabalhos/a%20percepcao%20da%20equipe%
20de%20enfermagem.pdf 
 http://se.corens.portalcofen.gov.br/codigo-de-etica-resolucao-cofen-3112007 
 https://direitonasociedade.wordpress.com/category/a-eutanasia-e-a-dignidade-da-pessoa-humana/

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