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68 Unidade III Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 Unidade III 5 ACIDENTE DE TRABALHO 5.1 Definição Acidente de trabalho é considerado como tal, quando acontece durante o exercício das atividades laborais. O acidentado, no caso o empregado ou segurado, deverá estar em pleno exercício do trabalho e o fato poderá acarretar, para ele, lesões corporais ou algum tipo de disfunção funcional que possa resultar na morte, perda ou limitação, seja permanente ou temporária, de sua capacidade para a realização do trabalho. De acordo com o Ministério da Previdência Social, acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, com o segurado empregado, trabalhador avulso, médico residente, bem como com o segurado especial, no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou a redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho (BRASIL, 1999b). Segundo Gardin (2001), a década de 1970 é conhecida como era industrial do Brasil, pois foi a época em que o país mais cresceu no campo das indústrias. Entretanto, nesse mesmo período, o país foi considerado campeão mundial de acidentes de trabalho. Atualmente, mesmo após as cobranças dos sindicatos e da legislação, independente das dificuldades da contagem real dos casos, o Brasil ainda ocupa o décimo lugar. Contudo, antes de nos aprofundarmos nesse assunto, precisamos conhecer dois termos indispensáveis: insalubridade e periculosidade. • insalubridade: palavra originada do latim que diz respeito a tudo que possa causar doença. Seu conceito legal é dado pelo artigo 189 da Consolidação das Leis do Trabalho, nos seguintes termos: serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos (BRASIL, 1977). • periculosidade: refere-se a tudo aquilo que possa de alguma forma oferecer perigo. Ainda de acordo com Gardin (2001), acidentes ocorrem com pessoas e também com coisas como: ferramentas, máquinas, entre outros. Assim, ele define que acidente pessoal é uma ocorrência inesperada, 69 Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 Introdução de hIgIene e segurança do trabalho geralmente um contato físico do empregado com algum objeto, substância ou a sua exposição ao ambiente nocivo, que interfere no andamento normal do trabalho. O contato pode não resultar em lesão. Os elementos chaves dessa definição são: 1) Um acidente é uma ocorrência inesperada. 2) Um acidente é geralmente um contato. 3) Um acidente interrompe o trabalho. Figura 13 – Trabalhadores em exercício das aditividades laborais Lembrete Ninguém está livre de acidentes, e suas causas podem estar vinculadas às condições inseguras. Exemplo de aplicação Analise a simulação de um acidente pessoal: Um empregado tentou soltar uma porca grande com uma chave inglesa. A porca estava enferrujada e muito apertada. Quando ele foi aplicar uma pressão extra na chave, ela escorregou, fazendo com que ele cambaleasse para trás. Sua cabeça bateu contra a beirada afiada de um transportador, localizado atrás dele. Note que existem três ocorrências distintas: 1) a chave escorregou; 2) o empregado perdeu o equilíbrio e foi para trás; 70 Unidade III Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 3) a cabeça do empregado bateu contra o transportador. Essa última é que se ajusta à nossa definição. Ela foi inesperada, interrompeu o trabalho do empregado. O objeto, a substância ou a exposição a ambiente nocivo referidos na definição de acidente pessoal requerem maior explicação. Por objetos, queremos dizer as coisas “sólidas”, que são parte do ambiente de trabalho de um empregado, tais como ferramentas, equipamentos, máquinas, materiais duros etc. Por substâncias, entendemos as coisas “liquidas”, que são prejudiciais ao contato físico, tais como ácidos cáusticos, materiais derretidos e produtos químicos tóxicos. Por exposições a ambientes nocivos nos referimos a coisas mais ou menos “invisíveis”, que prejudicam o empregado, tais como gases tóxicos, temperaturas elevadas, vapores, poeiras e radiações excessivas. Analise a simulação de um acidente com equipamento: Trata-se ocorrência inesperada envolvendo o manuseio do equipamento que poderia, sob certas circunstâncias, resultar no contato do empregado com o objeto, a substância ou colocá-lo sob a condição de exposição. Geralmente, embora não necessariamente, a ocorrência inesperada resulta na interrupção do uso do equipamento. Note que os elementos chaves são muito similares àqueles dos acidentes pessoais. Envolvem uma interrupção do trabalho devido à forma do uso do equipamento. Existe um componente de contato pessoal. É essa última característica que distingue os acidentes envolvendo equipamento e os torna algo de interesse especial do ponto de vista da segurança. Aqui está um caso para ilustrar a definição: um ajudante de guindasteiro afastou-se da carga e deu o sinal para iniciar a operação. Enquanto a carga estava sendo erguida, um cabo se partiu a ela se espatifou no solo, a alguns metros de distância do empregado, que ficou assustado, mas não foi atingido pela carga. Agora, responda a esta pergunta: que tipo de acidente você diria que houve, se o ajudante tivesse sido atingido pela carga? As duas definições deixaram bem claro o que estamos tentando evitar: ocorrências inesperadas, que envolvem (ou que poderiam envolver) os empregados em contato com as coisas à sua volta. Fonte: Gardin (2001, p. 21-22). 5.1.1 Doenças profissionais e doenças do trabalho São duas as principais entidades mórbidas consideradas como acidente de trabalho: • doenças profissionais: aquelas que foram produzidas ou desencadeadas por algum tipo específico de atividade. Para ser considerada doença profissional, ela deverá constar na relação oficial do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. 71 Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 Introdução de hIgIene e segurança do trabalho Observação As doenças ocasionadas por um movimento repetitivo constante podem ser classificadas como doenças profissionais (Decreto nº 2.172/97). • doenças do trabalho: representadas pelas doenças adquiridas ou desencadeadas por conta das condições oferecidas pelo trabalho. Elas também necessitam fazer parte da relação do Ministério do Trabalho e da Previdência Social para serem consideradas como tal (Decreto nº 2.172/97). Vale ressaltar que, nos casos excepcionais em que a doença não faça parte dessa relação oficial do Ministério do Trabalho e da Previdência Social, mas ficou constatado que foi adquirida ou desencadeada pelas condições de trabalho, a Previdência Social (INSS) a considera como doença de trabalho. As doenças degenerativas próprias da faixa etária do empregado não serão consideradas como doenças de trabalho. Já as doenças endêmicas, como as epidemias, não serão consideradas como acidente de trabalho para aquelas pessoas que já são habitantes no local. É necessária uma comprovação de que o empregado, cujo local de origem é diferente daquele onde adquiriu a doença, foi infectado ao se deslocar para realizar suas atividades laborais em condições ambientais distintas daquelas a que estava habituado. 5.1.2 Atos inseguros e condições inseguras • Atos inseguros: representam todos osatos praticados pelo colaborador por conta de sua atividade no trabalho. É também definido como o comportamento consciente ou inconsciente do trabalhador, que pode levá-lo a sofrer algum tipo de acidente em virtude de sua exposição a um determinado risco exigido por seu trabalho. • Condições inseguras: representam toda e qualquer condição que de alguma forma compromete a segurança do trabalhador. Um risco ambiental sem controle, como um vazamento de gás, pode ser considerado uma condição insegura. Também podemos citar como exemplo os equipamentos com defeitos, lâmpadas queimadas, dificuldade de visibilidade, entre outras. 5.1.3 Outros acidentes de trabalho Também são considerados acidente de trabalho: • o acidente que contribuiu para a morte, perda ou redução da capacidade do segurado para o exercício laboral, ainda que o acidente não tenha sido a causa exclusiva; • o acidente sofrido pelo empregado no horário e local de trabalho em consequência de atos de terrorismo, sabotagem, agressão, desabamento, inundação, imprudência, negligência ou imperícia de companheiro de trabalho, ou ainda, ofensa física intencional ocasionada por disputa de trabalho; 72 Unidade III Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 • as doenças oriundas da contaminação, por acidente, do empregado em plena atividade laboral; • o acidente sofrido fora do horário e local de trabalho, em viagem do empregado a serviço da empresa. Observação Os atos de agressões relacionados a motivos de ordem pessoal não serão, de forma alguma, considerados como acidentes de trabalho. 5.2 O acidente de trabalho e seu reconhecimento técnico De acordo com Gardin (1999), em 1980, o INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) registrava as ocorrências de acidente de trabalho de forma centralizada, mas a partir de 1990, ocorreu uma descentralização e cada agência passou a fazer seu próprio registro e levantamento, o que dificulta termos um registro dos dados. A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é a responsável por caracterizar tecnicamente os acidentes de trabalho. Ela realiza o reconhecimento do chamado nexo causal entre: 1. o acidente e a lesão; 2. a doença e o trabalho; 3. a causa mortis e o acidente. Além disso, é o INSS, por meio de seu setor de benefícios, que reconhecerá o direito do segurado de receber o benefício acidentário. De acordo com o artigo 337 do Decreto 3.048/99, “será considerado agravamento do acidente aquele sofrido pelo acidentado quando estiver sob a responsabilidade da reabilitação profissional.” (BRASIL, 1999c). O Decreto nº 2.172, de 5 de março de 1997, que dispõe sobre os planos de Benefícios da Previdência Social, em seu artigo 131, determina: Art. 131. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou ainda pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do artigo 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (BRASIL, 1997). Ao analisar o conceito de “acidente de trabalho” conforme as determinações do já citado decreto, conclui-se que é obrigatória a existência do nexo causal, isto é, a relação entre o acidente, o trabalho e a lesão. De acordo com Gardin (1999), acidente de trabalho típico é aquele em que um fato repentino 73 Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 Introdução de hIgIene e segurança do trabalho e inesperado provoca um dano ao trabalhador, determinando em primeira instância incapacidade temporária. Nesse sentido, a definição de acidente de trabalho baseia-se em três itens: 1) causa: porque trata de um fato inesperado, isto é, não foi programado; 2) dano: presença de um prejuízo, pois pode provocar lesão corporal, perturbação funcional ou até morte; 3) nexo causal: é imprescindível a existência da ligação do acidente com o fato de que o trabalho foi a causa do dano. Quadro 3 – Campos de aplicação da legislação referente aos acidentes de trabalho A quem se aplica A quem não se aplica empregado empregado doméstico trabalhador avulso empresários que não exerçam a função de empregado médico residente (Lei nº 8.138, de 28/12/90) autônomo e equiparados segurado especial facultativo Lembrete Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, com o segurado empregado, trabalhador avulso, médico residente, bem como com o segurado especial, no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou a redução, temporária ou permanente da capacidade para o trabalho. 6 PREVENINDO E INVEsTIgANDO O ACIDENTE DE TRABALHO A investigação é o melhor método de se ter uma boa análise do acidente. Eduardo Oliveira Gardin Os movimentos sindicais, por meio de suas lutas constantes, foram responsáveis por várias mudanças nas relações laborais. Essas mudanças tinham a finalidade de diminuir, amenizar e prevenir os riscos que poderiam comprometer a saúde do trabalhador. Assim, por meio desses movimentos, houve ampliação da capacidade de intervenção da classe trabalhadora pela participação efetiva nos processos de negociação da relação trabalho através de instrumentos jurídicos – como as convenções e dissídios coletivos de trabalho – objetivando a prevenção da nocividade do ambiente de trabalho, utilização de medidas de proteção contra os riscos ambientais e a defesa da saúde através de instrumentos técnicos. No governo de Getúlio Vargas, o modelo de assistência ao trabalhador estava voltado para a questão da medicina assistencialista, através da intervenção de uma assistência médica voltada para o estudo 74 Unidade III Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 das doenças ocupacionais. Nessa época, era clara a figura do assistencialismo médico sindical no qual se preconizava a tutela de medidas sobre o trabalhador, não envolvendo as questões relacionadas ao ambiente de trabalho e outros fatores que concorrem para a nocividade do processo gerencial ou de produção que oferecem riscos ao trabalhador. 6.1 Prevenção A prevenção do acidente de trabalho está diretamente ligada à conscientização dos trabalhadores acerca de suas tarefas, bem como de tudo que as envolve. Está ligada também à formação destes trabalhadores para o desempenho de suas atividades laborais. Essas são as duas principais medidas subjetivas de prevenção de acidentes que, somadas às medidas físicas de segurança individual e coletiva, auxiliam na diminuição do número de acidente de trabalho que, atualmente, no Brasil, são alarmantes. Altos também são os custos gerados pelos acidentes de trabalho, tanto para empresários como para os próprios trabalhadores, pois ainda que esse último receba o benefício que lhe é de direito, será ele quem deverá arcar com outros gastos como medicamentos, alimentação especial, transporte para se deslocar às consultas etc. Portanto, não deixar que os acidentes ocorram, ou seja, preveni-los, é a melhor solução tanto para empregadores como para empregados. Hoje, todas as ações que visam a evitar acidentes de trabalho estão diretamente ligadas ao tipo de atividade exercida pelo trabalhador, pois cada atividade possui seus equipamentos e normas de segurança. Porém, elas também dependem diretamente do ambiente de trabalho e das tecnologias que o homem tem a seu dispor. 6.1.1 Principais causas dos acidentes de trabalho Diversas são as causas dos acidentes de trabalho; porém, as mais frequentes estão ligadas a: • cansaço ou fadiga: acomete principalmenteos que trabalham com mudança de turnos. Por não dormirem o suficiente ou por estarem com o relógio biológico desajustado, acabam perdendo o controle do corpo. Nos casos em que o colaborador trabalha no manejo de máquinas perigosas, a fadiga poderá ser fatal, podendo levá-lo ao óbito; • álcool: muitos acidentes estão associados à ingestão de bebidas alcoólicas. Algumas estatísticas mostram que a segunda-feira é o dia em que mais trabalhadores sofrem acidentes de trabalho pelo fato de, no fim de semana, terem feito a ingestão de bebidas alcoólicas; • alimentação: por mais que pareça absurdo, ainda hoje trabalhadores sofrem acidentes de trabalho por falta de alimentação. Tonturas e desmaios são os sintomas mais frequentes da hipoglicemia (a ausência de açúcar no organismo); • seleção de pessoal inadequado: alguns cargos exigem que sejam ocupados por pessoas com formação adequada, porém, muitas vezes, encontrar colaboradores com o perfil desejado passa a ser uma tarefa muito difícil. Para evitar uma paralisação nas suas atividades, as empresas passam a contratar pessoas aquém do que o cargo exige e, assim, 75 Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 Introdução de hIgIene e segurança do trabalho passam a correr sérios riscos de acidentes de trabalho, já que estão optando por trabalhar com pessoal não especializado para a atividade. Outras empresas, por desconhecerem as peculiaridades de alguns cargos, passam a contratar pessoas inaptas para ocupá-los e da, mesma forma, caem no risco do acidente de trabalho, embora, neste caso, o risco seja inconsciente; • falta de treinamento adequado: a falta de treinamento adequado para algumas funções tem contribuído bastante para o aumento do número de acidentes de trabalho no Brasil. Por mais tempo que o trabalhador tenha desempenhado uma função, deverá participar de treinamentos periódicos para complementação e atualização de suas funções. Sempre que necessário, o treinamento deve acontecer de forma individualizada, mesmo que os gastos sejam relevantes. Melhor é gastar um pouco mais para prevenir do que para remediar. 6.1.2 Prevenção de acidentes de trabalho Como foi dito anteriormente, a imposição não auxilia as empresas na hora de prevenir acidentes. Conscientização e formação são a base para se evitar os acidentes de trabalho, porém alguns pontos devem ser observados. Vejamos: • o trabalhador precisa sentir-se parte integrante de seu local de trabalho. Somente quando se sentir à vontade, interagindo com o ambiente, sentirá a necessidade de cuidar dele, tornando-o apto para o desenvolvimento excelente de suas tarefas; • é preciso que o trabalhador perceba que ele somente tem a ganhar quando segue as regras de segurança que suas atividades necessitam, sobretudo, quando se tratar de atividades que envolvam riscos de acidentes. É bom deixar claro que, em caso de acidentes, ele será o maior prejudicado, juntamente com sua família; • um local de trabalho organizado, limpo e sem objetos obsoletos, ou seja, que já estão sem utilidade, ajuda a reduzir os riscos de acidente de trabalho. Se todos os objetos de trabalho e equipamentos de segurança estão em seus devidos lugares, será fácil encontrá-los em caso de alguma urgência; • é importante também que os colaboradores estejam cientes dos riscos que envolvem sua atividade laboral, mesmo aqueles mais moderados; • não deixar que falte nenhum equipamento de proteção, seja ele individual ou coletivo. É básico ter à disposição capacetes, vestuário adequado, protetores auriculares, lentes de proteção, dispositivos antiqueda, manuais de instrução, entre outros. Estes equipamentos são básicos quando o objetivo é prevenir acidentes; • oferecimento dos mais diversos meios didáticos de transmissão de informações de prevenção de acidentes. As palestras, filmes e aulas expositivas contribuem bastante para a absorção das informações, principalmente quando se tratar de material ilustrado; • é importante que não haja imposição aos seus colaboradores da utilização de equipamentos ou o seguimento de determinadas normas de segurança. Eles precisam estar dispostos a fazê-lo, 76 Unidade III Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 ou seja, deve ser uma ação consciente e espontânea. Assim, evitar acidente deixa de ser uma constante pressão e passa a ser uma atividade cotidiana. 6.2 Investigação 6.2.1 Atos inseguros Representam todos os atos praticados pelo colaborador por conta de sua atividade no trabalho. É também definido como sendo o comportamento consciente ou inconsciente do trabalhador, que pode levá-lo a sofrer algum tipo de acidente em virtude de sua exposição a um determinado risco exigido por seu trabalho. Lembrete Ninguém está livre de acidentes, e suas causas podem estar vinculadas a atos inseguros. 6.2.2 Condições inseguras Representam toda e qualquer condição que, de alguma forma, compromete a segurança do trabalhador. Um risco ambiental sem controle, como um vazamento de gás, pode ser considerado uma condição insegura. Também podemos citar como exemplo os equipamentos com defeitos, lâmpadas queimadas, dificuldade de visibilidade, entre outras. Antes de conhecermos como se dá o processo de investigação de um acidente de trabalho, é necessário que se esclareça que todo e qualquer acidente de trabalho deverá ser caracterizado de duas maneiras: • administrativamente: cabe ao INSS, por meio do setor de benefícios, estabelecer o nexo entre o acidente e o trabalho exercido pelo colaborador; • tecnicamente: responsabilidade do setor de perícia médica do Instituto Nacional da Seguridade Social. Este deverá estabelecer o nexo de causa e efeito entre o acidente de trabalho e a lesão sofrida pelo segurado. Observação Os movimentos sindicais tem a finalidade diminuir, amenizar e prevenir os riscos. 6.2.3 O Método Árvore de Causas (ADC) Há algum tempo, a investigação de acidentes de trabalho era baseada apenas em atos ou condições inseguras. Essa prática foi comum até bem pouco tempo, porém sua pouca representatividade na diminuição 77 Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 Introdução de hIgIene e segurança do trabalho dos acidentes de trabalho fez com que ela fosse descartada. Atualmente, os acidentes de trabalho têm sido investigados por meio do método Árvore de Causas, que objetiva encontrar os elementos físicos, ambientais e subjetivos que contribuíram para o acidente. A realização de uma investigação dita causal é um evento muito importante para evitar que os acidentes aconteçam, pois é capaz de identificar quais são os fatores de risco e trabalhar na sua eliminação, auxiliando, assim, na diminuição da ocorrência de novos acidentes. “Árvore de Causas” é um método de investigação multicausal, desenvolvido na França, em 1977, por Monteau. Ele representa um meio de investigação certificado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) que se baseia na Teoria dos Sistemas, sendo o acidente não considerado um evento pontual e isolado, e sim a consequência de uma disfunção do sistema do qual faz parte. Segundo dados da Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes (ABPA), esse método se fundamenta em relato objetivo e detalhado dos fatos envolvidos na ocorrência do acidente de trabalho a partir da lesão produzida, identificando retroativamente tais fatos, denominados fatores antecedentes. Com estas informações constrói-se a rede de antecedentes do acidente, representada sob forma de diagrama denominado árvore de causas. É consenso que, para que um acidente venha a ocorrer, algum comportamento foi alterado ou alguma variaçãoaconteceu se comparada ao cotidiano ao qual o trabalhador estava habituado. Por isso, o método Árvore de Causas trabalha sobre a reconstituição do acidente, analisando de forma minuciosa todos os fatos, sejam eles comuns ou estranhos, que antecederam ao ocorrido. Com isso, ele poderá identificar qual alteração ocasionou o acidente. • O método De acordo com o método Árvore de Causas, todo trabalhador desenvolve uma atividade que pode ser decomposta em quatro elementos descritos a seguir: 1. o indivíduo: representado pela pessoa física que desenvolve suas atividades em seu ambiente de trabalho, de acordo com as orientações que recebeu ao entrar na organização. Vale lembrar que esse indivíduo carrega consigo toda sua bagagem pessoal como crenças, valores e sentimentos; 2. a tarefa: são as ações do indivíduo na produção dos bens ou serviços de responsabilidade da empresa da qual faz parte. É bom esclarecer que a tarefa não representa apenas as ações desenvolvidas no local de trabalho, mas também o deslocamento do indivíduo até a empresa; 3. material: é representado pelo conjunto de meios técnicos e materiais colocados à disposição do trabalhador para o desenvolvimento de suas tarefas. Os produtos ou matérias-primas também são classificados como material; 4. meio de trabalho: representa o ambiente físico no qual o indivíduo executa suas tarefas. Uma vez identificados cada um dos quatro elementos descritos acima, a investigação deverá ocorrer na busca das alterações ocorridas nos mesmos. 78 Unidade III Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 • Como montar uma Árvore de Causas? 1º passo: deve ser realizada uma investigação do acidente tão logo ele aconteça e, de preferência, no local do evento. Essa primeira investigação deve, se possível, envolver o próprio acidentado e seus companheiros de trabalho, bem como algum técnico que tenha conhecimento tanto da situação como da atividade desenvolvida pelo acidentado. 2º passo: identificar, na descrição do acidente, apenas o que forem fatos objetivos. Nesse momento, as interpretações ou as opiniões próprias de envolvidos ou “curiosos” não acrescentam subsídios para o esclarecimento do evento. Para isso, é preciso que o investigador seja o mais imparcial possível e não possua vínculo emocional com os envolvidos. 3º passo: investigar o modo habitual de trabalho (as tarefas rotineiras e o sistema cotidiano). O ideal é que o investigador possa estar pelo menos um dia inteiro no local de trabalho para que todas as ações sejam observadas. Esse terceiro passo visa a encontrar em que ponto o modo habitual de trabalho sofreu variação. 4º passo: proceder com a investigação dos fatos, tanto os que permaneceram inalterados como os que no momento do acidente sofreram alteração. Neste passo, os quatro componentes (trabalhador, tarefa, material e meio de trabalho) são observados. 5º passo: montagem da Árvore, procurando identificar uma relação entre os fatos ocorridos. É importante, nesse momento, respeitar tudo o que tiver coerência e procedência. Exemplo de aplicação Identifique, no seu ambiente de trabalho, as situações de riscos ocupacionais. Descreva quais os tipos de equipamentos de proteção são utilizados e verifique se estão adequados a atividade exercida. saiba mais Leia o artigo Acidente de trabalho: a importância da higiene e segurança do trabalho na prevenção de acidentes, de Evilázio Junior Magalhães, Fernanda Rodrigues da Silva e Anderson Cega. Nesse artigo, é traçado um paralelo entre as empresas e os organismos vivos, ressaltando a importância de adotar a profilaxia (medidas preventivas) em vez de recorrer à medicina curativa (medidas corretivas) para manter a saúde em perfeito estado, ou seja, a prevenir de acidentes de trabalho. Disponível em: <http://www.revista.inf.br/contabeis07/pages/artigos/ cc-edic07-anoIV-art01.pdf>. 79 Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 Introdução de hIgIene e segurança do trabalho Resumo Em princípio, o acidente de trabalho acontece durante o exercício das atividades laborais. Porém, são também considerados acidentes de trabalho: • acidente que contribuiu para a morte, perda ou redução da capacidade do segurado para o exercício laboral, ainda que este acidente não tenha sido a causa exclusiva; • o acidente sofrido pelo empregado no horário e local de trabalho em consequência de atos de terrorismo, sabotagem, agressão, desabamento, inundação, imprudência, negligência ou imperícia de companheiro de trabalho, ou ainda, ofensa física intencional ocasionada por disputa de trabalho; • as doenças oriundas da contaminação, por acidente, do empregado em plena atividade laboral; • o acidente sofrido fora do horário e local de trabalho, em viagem do empregado a serviço da empresa. Diferença entre insalubridade e periculosidade: insalubridade são aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos; periculosidade refere-se a tudo aquilo que possa de alguma forma oferecer perigo. Diferença entre atos inseguros e condições inseguras: atos inseguros são praticados pelo colaborador por conta de sua atividade no trabalho. É também definido como o comportamento consciente ou inconsciente do trabalhador. Condições inseguras representam toda e qualquer condição que, de alguma forma, compromete a segurança do trabalhador. A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é a responsável por caracterizar tecnicamente os acidentes de trabalho. Ela realiza o reconhecimento do chamado nexo causal entre: o acidente e a lesão; a doença e o trabalho e a causa mortis e o acidente. A legislação referente aos acidentes de trabalho aplica-se ao empregado, ao trabalhador avulso, ao médico residente (Lei nº 8.138, de 28/12/90) e ao segurado especial. Porém, não se aplica ao empregado doméstico, ao empresário que não exerça a função de empregado, ao autônomo e equiparados e, ainda, há os facultativos. 80 Unidade III Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 A prevenção do acidente de trabalho está diretamente ligada à conscientização dos trabalhadores acerca de suas tarefas, bem como de tudo que as envolve. Está ligada também à formação destes trabalhadores para o desempenho de suas atividades laborais. Diversas são as causas dos acidentes de trabalho, porém, as mais frequentes estão ligadas a cansaço ou fadiga, álcool, má alimentação, seleção de pessoal inadequado e falta de treinamento adequado. A conscientização e a formação são a base para se evitar os acidentes de trabalho, mas alguns pontos devem ser observados: o trabalhador precisa sentir-se parte integrante de seu local de trabalho; é preciso que o trabalhador perceba que ele somente tem a ganhar quando segue as regras de segurança que suas atividades; um local de trabalho organizado, limpo e sem objetos obsoletos, ou seja, que já estão sem utilidade, ajuda a reduzir os riscos de acidente de trabalho; é importante também que os colaboradores estejam cientes dos riscos que envolvem sua atividade laboral, mesmo aqueles mais moderados e não deixar que falte nenhum equipamento de proteção, seja ele individual ou coletivo. Atualmente, os acidentes de trabalho têm sido investigados por meio do método Árvore de Causas, que objetiva encontrar os elementos físicos, ambientais e subjetivos que contribuíram para o acidente. De acordo com o método Árvore de Causas, todo trabalhador desenvolveuma atividade que pode ser decomposta em quatro elementos descritos a seguir: o indivíduo, a tarefa, material e meio de trabalho. Para montar uma Árvore de Causas, segue-se os seguintes passos: 1º passo: deve ser realizada uma investigação do acidente tão logo o mesmo aconteça e de preferência no local do evento; 2º passo: procurar identificar na descrição do acidente apenas o que forem fatos objetivos; 3º passo: investigar o modo habitual de trabalho (as tarefas rotineiras e o sistema de trabalho cotidiano); 4º passo: proceder com a investigação dos fatos, tanto os que permaneceram inalterados como os que no momento do acidente sofreram alteração; 5º passo: montagem da árvore, procurando identificar uma relação entre os fatos ocorridos. 81 Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 Introdução de hIgIene e segurança do trabalho Exercícios Questão 1. Simeão Durvolino e Cerzionisio Dutra são colegas de trabalho há mais de dois anos. Tornaram-se amigos, frequentam a casa um do outro, saem juntos e jogam no mesmo time de futebol de campo. Recentemente, tiveram um desentendimento em razão de Simeão haver flertado com a irmã de Cerzionisio. A moça aparentemente gostou do assédio do rapaz, mas o irmão dela não apreciou e considerou a postura de Simeão uma traição à amizade de ambos. Dentro da empresa acabaram por ter uma discussão mais acalorada e Cerzionisio pegou uma chave de boca e bateu na cabeça de Simeão que, em consequência, teve um traumatismo craniano e ficou afastado do trabalho por 45 dias. A CIPA da empresa pretendeu caracterizar o assunto como acidente de trabalho, mas o Depto Jurídico não concordou. Como membro da CIPA você se manifestaria afirmando que: A) embora tenha ocorrido no interior da empresa e durante o horário de trabalho, o fato pode ser caracterizado como acidente de família, porque envolve laços familiares. B) embora tenha ocorrido na empresa e durante o horário de trabalho, o evento não pode ser caracterizado como acidente de trabalho porque a motivação é totalmente externa a ele. C) o acidente ocorreu em local e horário de trabalho, com o uso de uma ferramenta de trabalho e, exatamente por isso, é um acidente de trabalho. D) o acidente ocorreu por falta de segurança no local de trabalho, que jamais deve permitir que desinteligências ocorram entre colegas e, por isso, é um acidente de trabalho. E) o acidente ocorreu por razões que não se justificam, vez que a moça assediada aparentemente gostou da aproximação do rapaz, por isso nem pode ser considerado como acidente. Resposta correta: alternativa B. Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: não existe definição jurídica ou legal para acidente de família, por isso essa classificação não pode ser utilizada. B) Alternativa correta. Justificativa: os atos de agressões relacionados a motivos de ordem pessoal não serão, de forma alguma, considerados como acidentes de trabalho. Nesse caso, não há dúvida de que a motivação dos funcionários foi externa ao ambiente de trabalho e, assim, ainda que o fato tenha ocorrido em local e horário de trabalho, e com o uso de uma ferramenta de trabalho, a motivação foi de ordem pessoal, e por isso não é caracterizado como acidente de trabalho. 82 Unidade III Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 C) Alternativa incorreta. Justificativa: o fato de o acidente ocorrer em local e horário de trabalho, e mesmo com o uso de ferramentas utilizadas no trabalho, não é suficiente para que seja caracterizado como acidente de trabalho. É preciso investigar e provar a motivação do fato que, nesse caso, é flagrantemente de ordem pessoal, totalmente alheia às questões de ordem profissional. D) Alternativa incorreta. Justificativa: as empresas têm responsabilidade pela integridade física e psíquica de seus funcionários e não devem permitir que nada os coloque em risco. Mas nenhuma empresa pode responder por atitudes irresponsáveis dos próprios empregados, sobretudo quando estes têm motivação pessoal, alheia àquelas do trabalho. Não há como a empresa exercer vigilância suficiente que impeça que pessoas imaturas atuem de forma desrespeitosa umas com as outras. E) Alternativa incorreta. Justificativa: a desinteligência entre os dois funcionários da empresa não pode ser considerada como acidente de trabalho, mas deve ser denunciada à polícia, que cuidará de elaborar um boletim de ocorrência e investigar a caracterização do crime de lesão corporal culposa ou dolosa. Se da investigação resultarem elementos para a abertura de um processo crime, o réu será processado e julgado, podendo ser condenado às penalidades previstas em lei para esse caso. E tudo isso ocorrerá independente de a moça ter gostado ou não do assédio sentimental praticado pela vítima da agressão, porque é papel do Estado averiguar e punir as condutas ilegais. Questão 2. Leia as informações abaixo: Os dados estatísticos de Acidentes de Trabalho de 2010 divulgados pelo Ministério da Previdência Social indicam, em comparação com os dos anos de 2009 e 2008, uma pequena redução no número de acidentes de trabalho registrados. O número total de acidentes de trabalho registrados no Brasil caiu de 755.980 casos em 2008 para 733.365 em 2009, até chegar ao patamar atual, de 701.496 acidentes. 512.232 653.090 755.980 733.365 701.496 2006 2007 2008 2009 2010 Acidentes de trabalho registrados 2006-2010 Figura 14 83 Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 Introdução de hIgIene e segurança do trabalho O número de óbitos, contudo, registrou aumento: de 2.817 mortes registradas em 2008, o número caiu em 2009 para 2.560, mas voltou a subir em 2010, com 2.712 óbitos registrados decorrentes de acidentes de trabalho. 2.798 2.804 2.817 2.560 2.712 2006 2007 2008 2009 2010 Número de óbitos decorrentes de acidentes de trabalho 2006-2010 Figura 15 O número de acidentes com CAT registrada seguiu a mesma tendência. Desses, os considerados como acidentes de trabalho típicos passaram de 551.023 em 2008 para 424.248 em 2009, chegando a 414.824 em 2010. Os acidentes de trabalho por motivo de doença do trabalho seguiram a mesma direção: de 20.356 em 2008 para 19.570 em 2009, e 15.593 em 2010. Tendência contrária seguiram os acidentes de trajeto: de 88.742 em 2008, subiram para 90.180 em 2009, alcançando o número de 94.789 em 2011. O número de acidentes de trabalho sem registro de CAT também demonstrou queda. De 204.957 casos em 2008, caiu para 199.117 em 2009, terminando 2010 com 176.290 registros. Fonte: TST, 2011. Esses dados permitem afirmar que: I – Houve queda do número de acidentes de trabalho e isso é muito positivo. II – A prevenção de acidentes de trabalho é papel da empresa, e o aumento no número de óbitos significa o descaso dos empregadores para com seus funcionários. III – O aumento do número de acidentes de trabalho documentados por CAT é um sinal da maior consciência de empregados e empregadores para o problema. IV – A prevenção de acidentes de trabalho está relacionada com a conscientização das empresas e dos trabalhadores. Estes devem conhecer suas tarefas e tudo que as envolve, para poder participar ativamente da prevenção. V – O aumento de óbitos registrado no período sinaliza que houve aumento de postos de trabalho em atividades mais perigosas. 84 Unidade III Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 Assinale a alternativa correta: A) I e IV. B) III e IV. C) II e V. D) III e V. E) IV eV. Resolução desta questão na plataforma.
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