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1
Português Jurídico
Brasília-DF, 2010.
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PORTUGUÊS JURÍDICO
2
Biografi a do Autor
Professor Marcelo Paiva
Mestre em Linguística e pós-graduado em Português Jurídico e Direito Público, Marcelo 
Paiva ministra cursos em diversos órgãos públicos e empresas no Brasil e em Portugal (STF, 
STJ, TCU, TSE, MPU, Polícia Federal, TJDFT, MPDFT). É autor de 32 livros e desenvolve cursos 
presenciais e a distância sobre o uso adequado de nosso idioma.
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3
SUMÁRIO
Apresentação
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Unidade I – A linguagem jurídica
Capítulo 1 - A linguagem no texto jurídico
Capítulo 2 - Vocabulário e Expressões
Unidade II – Normalizações e padronizações
Capítulo 3 - Elementos normativos
Capítulo 4 - Siglas, abreviaturas e siglas
Capítulo 5 - Empregos de maiúsculas e minúsculas
Capítulo 6 - Grafi a de números
Capítulo 7 - Acerca de citações
Capítulo 8 - A Petição inicial
Referências
04
05
06
06
10
22
22
27
30
34
37
47
51
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PORTUGUÊS JURÍDICO
4
Apresentação
Prezado aluno,
A Escola Superior da Advocacia do Distrito Federal – ESA/DF tem a satisfação de lhe dar as boas-
vindas ao Curso de Formação para o Exercício da Advocacia, idealizado de forma inédita pela atual 
gestão do Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal. Concebido e 
planejado pora atender as necessidades de treinamento profi ssional dos advogados, nomeadamente 
dos advogados recém admitidos aos quadros da OAB, o presente curso se inscreve na educação 
profi ssional brasileira como acontecimento da maior relevância, pois se propõe a suprir uma lacuna, 
abrangendo disciplinas ordinariamente inexistentes no currículo do curso de Bacharelado em Direito, 
mas que não são indispensáveis para atingir no tempo mais curto e da forma mais plena possível o 
sucesso na carreira de advogado.
Sob o prisma pedagógico, o curso está dividido em sete disciplinas, estas últimas distribuídas por três 
etapas. Desarte, em uma primeira etapa, denominada de formação básica, serão abordados temas 
ligados a Português Jurídico, Ética Profi ssional e Prerrogativas Legais do Advogado. Em seguida, 
uma segunda etapa, de formação instrumental, ensinará Oratória e Administração Legal, Gestão, 
Marketing e Finanças de Escritórios de Advocacia. Após, em uma terceira e última etapa, de formação 
prática, serão ministradas as disciplinas de Peticionamento e Advocacia nos Tribunais Superiores.
A experiência, como dizia Roberto Campos, é como uma lanterna na popa, porquanto somente 
ilumina para trás o caminho. Por meio do presente curso, elaborado por advogados com fartos 
conhecimentos práticos e reconhecida especialização em seus respectivos campos de atuação, o 
caminho para o futuro do novo advogado fi ca, pela primeira vez, devidamente iluminado, permitindo 
a esse novo advogado evitar erros e pular etapas; enfi m, atingir, rapidamente, a sua inserção no 
mercado profi ssional, com sucesso e segurança!
Boa sorte e bons estudos!
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5
Refl exão: Questões inseridas 
durante o estudo da disciplina para 
estimulá-lo a pensar a respeito 
do assunto proposto. Registre sua 
visão, sem se preocupar com o 
conteúdo do texto. O importante é 
verifi car seus conhecimentos, suas 
experiências e seus sentimentos. É fundamental que 
você refl ita sobre as questões propostas. Elas são o 
ponto de partida de nosso trabalho.
Provocação: Pensamentos 
inseridos no material didático 
para provocar a refl exão sobre 
sua prática e seus sentimentos 
ao desenvolver os estudos em 
cada disciplina.
Saiba Mais: Novos textos, 
trechos de textos referenciais, 
conceitos de dicionários, 
exemplos e sugestões para lhe 
apresentar novas visões sobre o 
tema abordado no texto básico.
Sintetizando e Enriquecendo 
nossas Informações: Espaço 
para você fazer uma síntese dos 
textos e enriquecê-los com sua 
contribuição pessoal.
Curiosidades: Aprofundamento 
das discussões.
Atividades: Atividades 
sugeridas no decorrer das 
leituras com o objetivo 
pedagógico de fortalecer o 
processo de aprendizagem.
Atenção: Destaque do assunto 
referente ao conteúdo.
Indo à Sala de Aula: Sugestão 
de ações e atividades a serem 
desenvolvidas em sala de 
aula com base nos conteúdos 
trabalhados.
Para (Não) Finalizar: Texto, 
ao fi nal do Caderno, com 
a intenção de instigá-lo a 
prosseguir com a refl exão.
Referências: Bibliografi a 
consultada na elaboração da 
disciplina.
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA
Apresentação: Mensagem da Coordenação do Esa.
Organização da Disciplina: Ícones utilizados no material didático
Ícones utilizados no material didático
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PORTUGUÊS JURÍDICO
6
A Linguagem Jurídica UNID.
Não tenhas medo das palavras grandes, pois se 
referem a pequenas coisas. 
 Para o que é grande os nomes são pequenos:
 assim a vida e a morte, a paz e a guerra, a noite, o 
dia, a fé, o amor e o lar.
Aprende a usar, com grandeza, as palavras 
pequenas.
 Verás como é difícil fazê-lo, mas conseguirás dizer o 
que queres dizer.
Entretanto, quando não souberes o que queres dizer,
 usa palavras grandes, que geralmente servem para 
enganar os pequenos.
Arthur Kudner
A linguagem a ser empregada em atividades jurídicas deve apresentar características 
básicas da boa redação (clareza, objetividade, correção gramatical, coerência, coesão) 
e características específi cas do documento a ser elaborado. O texto jurídico apresenta 
propriedades técnicas em diversas situações (expressões latinas, sentido peculiar de termos 
e expressões, estrutura do documento), no entanto, na produção de um bom texto, não se 
aceita falsa sabedoria, rebuscamento, criação de termos totalmente impróprios e estrutura 
desorganizada, uma vez que a inadequação na linguagem compromete o pensamento 
jurídico. O Superior Tribunal Militar recebeu, certa vez, um recurso assim redigido:
O alcândor Conselho Especial de Justiça, na sua apostura irrepreensível, 
foi correto e acendrado no seu decisório. É certo que o Ministério Público tem 
o seu lambel largo no exercício do poder de denunciar. Mas nenhum lambel o 
levaria a pouso cinéreo se houvesse acolitado o pronunciamento absolutório dos 
nobres alvarizes de primeira instância.
1
Capítulo 1 - A linguagem no texto jurídico
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7
UNIDADE 1 :: A LINGUAGEM JURÍDICA
Presume-se que um advogado ou magistrado conheça palavras complexas. Assim, o 
léxico mais apurado contribuirá para expressão mais específi ca e precisa. Em toda a atividade 
forense, é evidente que se deve preferir a linguagem formal e culta. Palavras técnicas e precisas 
inibem falhas de compreensão. Não se pode, no entanto, exagerar nos termos como ocorreu 
no parágrafo anterior.
Por determinação da egrégia segunda vice-presidência, comunico que 
a colenda primeira Câmara Criminal, julgando habeas corpus ___ Proc. Crime 
____, dessa Vara, em que são impetrantes os bacharéis ____ e paciente _____, 
proferiu a seguinte decisão: conhecida em parte, na parte conhecida, concederam 
parcialmente a ordem impetrada, tão somente para anular o depoimento das 
testemunhas protegidas pelo provimento __, com reiquirição delas, após as 
providências constantes do v. Acórdão, fi cando denegada a pretensão formulada 
na sustentação ora de concessão de ordem de “habeas corpus”, de ofício, 
deferindo liberdade provisória ao paciente, retifi cada a tira de julgamento 
anterior, nos termos do pedido hoje ofertado.
Inúmeras são as vezes em que a redaçãocompromete o entendimento. O texto a seguir foi 
escrito por um magistrado. Tratava-se de um pedido de habeas corpus. O delegado, ao receber, 
entendeu exatamente o contrário do que desejava o autor.
Níveis de linguagem
A linguagem empregada no ambiente jurídico deve ser formal e culta. No entanto, isso 
não signifi ca linguagem incompreensível. É comum encontrar textos jurídicos com verdadeiras 
acrobacias linguísticas com desprezível conteúdo. Observe o exemplo a seguir:
O vetusto vernáculo manejado no âmbito dos Excelsos Pretórios, 
inaugurado a partir da peça ab ovo, contaminando as súplicas do petitório, não 
repercute na cognoscência dos frequentadores do átrio forense. Ad excepcionem 
o instrumento do Remédio Heroico e o Jus Laboralis, onde o jus postulandi sobeja 
em beneplácito do paciente e do obreiro. 
Hodiernamente, no mesmo diapasão, elencam-se os empreendimentos 
in Judicium Specialis, curiosamente primando pelo rebuscamento, ao revés do 
perseguido em sua prima gênese (...).
Fragmento do artigo “Entendeu?”, de Rodrigo Collaço, presidente da AMB.
 Também não deve ser coloquial, com gírias, regionalismos etc.
E aí, doutor, vou ou não vou ganhar minha indenização?” – perguntou 
por e-mail o cliente. O advogado prontamente respondeu: “O egrégio tribunal 
acolheu o supedâneo de nosso arrazoado e reformou a sentença prolatada dando 
a lide como transitada em julgado em prol do deprecante”. O cliente, perplexo, 
fi cou na mesma. Só entendeu o que o advogado quisera dizer quando, no fi nal 
da mensagem, viu um “parabéns”. Ou seja: vai ganhar, sim, a indenização(...).
Fragmento do artigo “Falar difícil”, de Joaquim Falcão, diretor da Escola de Direito da FGV.
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PORTUGUÊS JURÍDICO
8
Qualidades de um texto
A redação jurídica deve obedecer, para sua maior efi ciência, a princípios elementares de 
estruturação de texto. Observe as principais qualidades de um texto.
Clareza
O texto deve ser claro de tal forma que não permita 
interpretação equivocada ou demorada pelo leitor. 
A compreensão do documento deve ser imediata. É 
importante usar vocabulário acessível, redigir orações na 
ordem direta, utilizar períodos curtos e eliminar o emprego 
excessivo de adjetivos. O texto claro pressupõe o uso de 
sintaxe correta e de vocabulário ao alcance do leitor.
O ato de escrever e 
de organizar ideias 
é técnica essencial 
para o profi ssional 
demonstrar o domínio 
de sua capacidade. 
Não se trata de arte 
ou dom. É estudo, 
prática, técnica.
a) releia várias vezes após escrever, para assegurar-se de que está claro;
b) empregue linguagem técnica apenas em situações que a exijam e 
tenha o cuidado de explicitá-la quando necessário;
c) certifi que-se de que as conjunções realmente estabeleçam as 
relações sintáticas desejadas, no entanto evite o uso excessivo de 
orações subordinadas, pois períodos muito subdivididos difi cultam o 
entendimento;
d) utilize palavras e expressões em outro idioma apenas quando forem 
indispensáveis. Nesse caso, grafe-as em itálico ou negrito.
Concisão
Ser conciso é informar o máximo em um 
mínimo de palavras. Não se deve, no entanto, 
eliminar informação essencial apenas para 
reduzir-lhe o tamanho. Os itens que nada 
acrescentam ao que já foi dito é que necessitam 
ser eliminados. Mais que curtas e claras, as 
expressões empregadas devem ser precisas. 
a) retire palavras inúteis, re-
petições desnecessárias, des-
medida adjetivação e perío-
dos extensos. Não acumule 
pormenores irrelevantes; 
b) dispense, sempre que pos-
sível, os verbos auxiliares, em 
especial ser, ter e haver, pois 
a recorrência constante a eles 
torna a redação monótona, 
cansativa;
c) prefi ra palavras breves.
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9
UNIDADE 1 :: A LINGUAGEM JURÍDICA
Objetividade
Consiste em ir diretamente ao assunto com informação e pensamento claro e concreto 
para o leitor. Não há espaço para rodeios. Observe texto com falta de objetividade retirado 
de revista de grande circulação nacional.
Investigar as causas principais que fi zeram desabrochar no meu espírito 
durante os anos tão distantes da infância que não voltam mais e da qual poucos 
traços guardo na memória, já que tantos anos se escoaram, a vocação para a 
Engenharia é tarefa que pelas razões expostas, me é praticamente impossível 
e, ouso acrescentar que, mesmo para um psicólogo acostumado a investigar as 
profundezas da mente humana, essa pesquisa seria sobremodo árdua para não 
dizer impossível.
a) use frases curtas e evite intercalações excessivas ou inversões desnecessárias;
b) elimine os adjetivos que não contribuam para a clareza do pensamento;
c) corte os advérbios ou as locuções adverbiais dispensáveis;
d) seja econômico no emprego de pronomes pessoais, pronomes possessivos 
e pronomes indefi nidos. Evite, por exemplo, um tal, um outro, um certo, um 
determinado, pois termos indefi nidos juntos não contribuem para maior clareza, ao 
contrário, tornam o texto obscuro;
e) procure restringir o uso de conjunções e de pronomes relativos (que, qual, cujo);
f) não use expressões irrelevantes, pois tornam o texto artifi cial;
g) não use fi guras de linguagem, frases ambíguas, circunlóquios;
h) se puder optar, escolha a voz ativa. No lugar de Foram feitas muitas alterações 
pelos engenheiros, prefi ra Os engenheiros fi zeram muitas alterações;
i) use palavras específi cas, pertinentes ao assunto.
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PORTUGUÊS JURÍDICO
10
Capítulo 2 - Vocabulário e expressões
O vocabulário jurídico
Algumas palavras de nosso idioma, apesar de 
serem acessíveis a um leitor comum, são utilizadas no 
universo jurídico com sentido peculiar. Isso signifi ca que 
muitos termos utilizados em textos jurídicos, apesar de 
parecerem complexos e mesmo estranhos, têm função 
de defi nir conceitos do Direito de que aquele que 
redige não se pode afastar. Observe o exemplo.
O advogado mostrou que o homicídio simples não constitui crime hediondo e defendeu, em 
excelente tese, que mesmo o homicídio qualifi cado, por vezes, não deve ser visto como tal.
É possível, sem conhecimento jurídico, entender o texto acima, mas, provavelmente, 
grande parte do conteúdo da mensagem será perdida. Quando o advogado cita o termo 
hediondo, refere-se à enumeração taxativa de lei específi ca e remete a todos os efeitos 
que ela determina. Esse vocabulário busca expor com precisão os conceitos do Direito, cuja 
complexidade é inevitável.
Essa linguagem não pode, entretanto, fi car prisioneira de expressões arcaicas e 
rebuscadas, que apenas prejudicam a boa comunicação. Respeita-se o aspecto técnico, mas 
condena-se veementemente a prolixidade e o rebuscamento de muitos profi ssionais da área. 
Linguagem confusa e arcaica contribui para a morosidade da justiça.
a) Estribado no escólio do saudoso mestre baiano, o pedido contido na exordial não 
logrou agasalho.
b) Os adjetivos podem vir, mas que se separem os adjetivos e os advérbios de modo, 
para que fi quemos com o substantivo. E o Tribunal que decidir substantivos, não 
propriamente adjetivos, nem advérbios de modo. Vamos reduzir, digamos, a liturgia 
da adverbiação para caminharmos para o compromisso da substantivação. 
c) Ementa de Tribunal: Adultério. Para o fl agrante de adultério, não é indispensável 
à prova de seminatio in vas, nem o encontro dos infratores nudo cum nudo in 
eodem cubículo. Basta que, pelas circunstâncias presenciadas, se possa inferir como 
quebrada materialmente a fi delidade conjugal.
d) V. Exª, data máxima vênia, não adentrou as entranhas meritórias doutrinárias e 
jurisprudenciais acopladas na inicial, que caracterizam, hialinamente, o dano sofrido.
e) Procura o réu escoimar-se da Jurisdição Penal, por suas pueris alegações.f) E vem ora o querelante vestir-se com o cretone da primariedade como se isso o 
eximisse de responsabilidade.
g) A acusação enjambra-se em seus próprios argumentos.
Lembre-se de que existe leitor interessado em entender o que está escrito o mais 
rápido possível e de forma precisa para dar sequência ao trabalho. Dessa forma, 
evite textos com vocabulário inadequado como os enumerados a seguir.
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11
UNIDADE 1 :: A LINGUAGEM JURÍDICA
Vez que, eis que, posto que
As expressões acima quase sempre são empregadas de forma inadequada na linguagem 
jurídica. Vez que e de vez que não devem ser empregadas nunca. Estão inadequadas. Eis que 
indica surpresa ou tempo. Raramente, será empregada nesse sentido. Posto que não possui 
valor de causa. O sentido correto da expressão é de concessão. Observe os exemplos a seguir.
Inadequado Adequado
•O tribunal solicitou a cópia, vez 
que não a possuía.
•O Tribunal solicitou a cópia, de 
vez que não possuía.
•O Tribunal solicitou a cópia, eis 
que não a possuía.
•O Tribunal solicitou a cópia, 
posto que não a possuía.
•O tribunal solicitou a cópia, 
uma vez que não a possuía.
•Eis que ela apareceu na cidade
•Ela passou no concurso, posto 
que não tenha estudado.
Mesmo
Erro generalizado é o uso de “mesmo” como pronome pessoal, substituindo um 
substantivo já expresso. Observe os exemplos abaixo:
Inadequado
• O desembargador recebeu o processo e analisará o mesmo. 
• O relatório já chegou e o mesmo apresenta erros de conteúdo. 
• Receba de volta seu título e verifi que se o mesmo está rubricado pelo diretor. 
• [...] poderá fazer por escrito o seu protesto, em petição dirigida ao juiz, e requerer 
que do mesmo se intime a quem de direito. 
• Para analisar com calma o parecer, solicitou que o mesmo lhe fosse entregue.
Adequado
• O desembargador recebeu o processo e o analisará. 
• O relatório já chegou e apresenta erros de conteúdo. 
• Receba de volta seu título e verifi que se está rubricado. 
• [...] poderá fazer por escrito o seu protesto, em petição dirigida ao juiz, e requerer 
que dele se intime a quem de direito. 
• Para analisar com calma o texto, solicitou que o relatório lhe fosse entregue.
O domínio das técnicas de produção textual garante uma atuação profi ssional de qualidade, 
mas todo o tabalho empenhado na macroestrutura de texto (clareza, objetividade, correção 
gramatical, coerência e coesão) pode ser comprometido se o vocabulário for empregado com 
incorreção.
As palavras a seguir são recorrentes nos textos jurídicos. Observe seu uso correto.
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PORTUGUÊS JURÍDICO
12
O pronome pode ser utilizado adequadamente em várias situações.
Junto a
A locução junto a deve ser empregada no sentido de ao lado de, perto de, adido a.
O segurança posicionou-se junto ao réu. 
O embaixador brasileiro junto a Portugal será homenageado. 
Nos demais empregos, usa-se a preposição que o verbo pedir: 
O sindicato mantém as negociações com (e não junto a) a diretoria. 
Solicitou providências do (e não junto ao) ministério.
Entrou com recurso no (e não junto ao) Tribunal.
No sentido de
A expressão não apresenta ideia de “fi nalidade”. Ela não deve ser empregada em 
substituição a “com vistas em”, “para”, “a fi m de”, “com o objetivo de”: ele agiu assim 
no sentido de melhorar a situação (inadequado).
A expressão é usada para explicar o signifi cado de um termo ou ideia anterior: o termo 
“Casa” foi empregado no sentido de “Congresso Nacional”.
Quando do (da)
A expressão é galicismo, por isso deve ser evitada e pode ser substituída por no momento 
de, no tempo de, por ocasião de: Por ocasião da consulta, o tribunal estava de recesso, 
e não Quando da consulta [...].
Inobstante
O vocabulário ortográfi co não registra a palavra “inobstante”, embora empregada com 
certa frequência no meio jurídico. Melhor usar “não obstante” ou “nada obstante”.
Como pronome adjetivo Como advérbio
O juiz teve a mesma opinião.
Elas mesmas discutiram o assunto.
Este julgamento é mesmo necessário.
Minha casa fi car lá mesmo.
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13
UNIDADE 1 :: A LINGUAGEM JURÍDICA
Gerúndio
O gerúndio é empregado com exagero nos textos jurídicos. Quase sempre de forma 
inadequada. 
O emprego adequado está relacionado a ideia adverbial de: 
Sendo ainda novo, não quis ir só (causa). 
Não quis, sendo sábio, resolver as dúvidas por si mesmo (concessão).
Triunfarás, querendo (condição). 
O carneiro defendia-se dizendo que... (meio). 
Ele fala cantando (modo). 
Proferindo o orador estas palavras, a assembleia deu vivas (tempo).
É incorreto o uso do gerúndio com sentido pontual, adjetivo ou aditivo:
Inadequado Adequado
Vou estar fazendo. 
Texto contendo erros. 
O órgão analisou o caso, decidindo [...]. 
Farei.
Texto que contém erros. 
O órgão analisou o caso e decidiu [...].
A princípio – em princípio
A princípio tem o sentido de “inicialmente”, “no começo”.
Em princípio tem o sentido de ‘em tese”, “teoricamente”, “de forma geral”.
A princípio não gostei da cidade, porém com o tempo passei a me adaptar muito bem.
Ela a princípio não gostava do namorado.
O campeonato ainda não terminou. Em princípio o São Paulo será campeão novamente.
A princípio, ele agiu sem maldade. = No início, ele agiu sem maldade.
Em princípio, ele agiu sem maldade. = Teoricamente, ele agiu sem maldade.
Em que pese a – em que pese(m)
Em que pese a (com o som fechado = pêse) tem o sentido de “ainda que contrarie a 
opinião de”, “ainda que”. O verbo fi ca sempre no singular: 
Falhou neste ponto, em que pese à sua dedicação.
Em que pese aos argumentos apresentados contra o acusado, ele será absolvido.
Em que pese(m) (com o som aberto = pése) tem o sentido de “ainda que se leve em 
consideração”, “embora”. O verbo concordará com o termo seguinte, que será sujeito 
da construção.
Em que pesem as opiniões do ministro, ninguém aceitou a explicação.
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PORTUGUÊS JURÍDICO
14
Enquanto
O vocábulo “enquanto” não apresenta sentido de condição profi ssional ou social. Seu 
uso deve se limitar a tempo ou a proporção:
Refl etia enquanto lia. (adequado)
Enquanto chovia, ele escrevia o artigo. (adequado)
Não gostava dele enquanto era ministro. (adequado)
Enquanto juiz pode proferir as decisões. (inadequado)
Há que + infi nitivo
Expressão típica de textos jurídicos, a expressão “há que + verbo no infi nitivo” tem o 
sentido de “é necessário”, “deve-se fazer”:
Há que examinar com detalhes os argumentos apresentados.
Trata-se de
Não é possível, lógica e gramaticalmente, construção com o verbo tratar-se para coisas. 
Trata-se somente pode ter por sujeito um ente humano, em acepções específi cas: O 
caso trata-se de acusações. (inadequado); Aqui todos se tratam por você; Ele somente 
se trata com remédios caseiros. 
Nos demais casos, trata-se de constrói-se impessoalmente: Trata-se de processos novos.
Uso do porquê
1. Por que
a) ao se substituir por “por qual motivo”. 
Por que você mentiu para mim? 
Diga-me por que você mentiu.
b) ao se substituir por “pelo(a) qual” no singular ou no plural.
A razão por que a despediu não foi justa.
c) em orações subordinadas substantivas introduzidas pela preposição “por” com a 
conjunção “que”.
Anseio por que passes no concurso
 
2. Por quê
Ao se substituir por “por qual motivo” no fi nal da ideia.
Partiste por quê?
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15
UNIDADE 1 :: A LINGUAGEM JURÍDICA
3. Porque
Ao introduzir ideia explicativa, causal ou fi nal. Pode-se substituir por “pois” ou “para 
que”.
Não respondi porque não escutei a pergunta.
Façovotos porque sejas feliz.
4. Porquê
Ao exercer função de substantivo.
O porquê do fato não nos interessa.
Face a – em face de
Não existe a expressão “face a”. O correto é “em face de”, que signifi ca “diante de”: 
Face o relatório apresentar erro (inadequado); Em face de erro apresentado em relatório 
(adequado).
Deve estar – deve de estar
Deve de estar tem o sentido de que há probabilidade: 
Ele deve de estar em casa agora.
Deve estar indica obrigação, certeza: 
Os advogados devem estar preparados para a atividade profi ssional.
O verbo “dar” funcionando como auxiliar manterá os sentidos acima com outros verbos 
também.
Através de
“Através de” pode ser empregado em três situações bem defi nidas: 
a) de um lado a outro: Ela me viu através da janela de vidro.
b) movimento interno: O sangue corre através das veias. 
c) relação à passagem do tempo: Ela foi me conhecendo melhor através dos anos.
Observe erro comum na expressão: O projeto será regulamentado através de novas leis 
(inadequado). O projeto será regulamentado por meio de novas leis (adequado).
Afi nal – A fi nal
Afi nal tem o sentido de “fi nalmente”.
A fi nal tem o sentido de “ao fi m” ou “ao fi nal”.
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PORTUGUÊS JURÍDICO
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A posteriori – a priori 
A posteriori não tem o sentido de “posteriormente” como 
muitos gostariam. A expressão latina deve ser usada quando 
o raciocínio empregado está baseado em fatos, na 
experiência comprovada, em dados concretos, para 
alcançar uma conclusão indutiva.
A priori não tem o sentido de “principalmente”, 
“primeiramente” ou “antes de mais nada”. A expressão 
latina deve ser empregada para demostrar um pensamento 
que parte do geral para o particular, com valor dedutivo.
A partir de
A expressão a partir de deve ser empregado em sentido 
temporal. Evite empregá-la no sentido de “com base em”. 
Ela prometeu iniciar o regime a partir do próximo mês.
O juiz proferiu a sentença a partir dos argumentos 
apresentados (inadequado).
O juiz proferiu a sentença com base nos argumentos 
apresentados (adequado).
A cerca de – acerca de – há cerca de
A cerca de signifi ca a uma distância de.
Belo Horizonte fi ca a cerca de setecentos quilômetros de Brasília.
Acerca de signifi ca sobre, a respeito de.
Falavam acerca do processo.
Há cerca de signifi ca faz aproximadamente.
Há cerca de duas semanas, o processo foi protocolado.
A fi m de – afi m de
A fi m de é locução prepositiva. Indica fi nalidade e equivale a para.
Estamos aqui a fi m de trabalhar.
Afi m/afi ns são adjetivos e referem-se ao que apresenta afi nidade, parentesco.
Ele se tornou inelegível por ser parente afi m do prefeito.
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UNIDADE 1 :: A LINGUAGEM JURÍDICA
À medida que – na medida em que
À medida que é locução proporcional e signifi ca à proporção que, ao passo que, 
conforme.
A opinião popular mudava à medida que se aproximava a eleição.
Na medida em que é locução causal e signifi ca porque, porquanto, uma vez que, pelo 
fato de que.
 Na medida em que foi constatada a sua inconstitucionalidade, o projeto foi arquivado.
Ao encontro de – de encontro a
Ao encontro de signifi ca em busca de, em favor de, 
encontrar-se com, corresponder ao desejo de.
 Houve entendimento, pois a opinião da maior parte dos 
estudantes ia ao encontro das propostas da direção.
De encontro a signifi ca oposição, contra, em contradição.
Houve divergência, pois a opinião da maior parte dos estudantes ia de encontro às 
propostas da direção.
Ao invés de – em vez de
Ao invés de signifi ca ao contrário de e encerra a ideia de oposição:
Os juros, ao invés de baixarem, sobem. 
Em vez de signifi ca em lugar de.
Estudou Direito Penal em vez de Direito Constitucional.
Em nível de – ao nível de
Em nível de é usado no sentido de nessa instância.
Isto ocorreu em nível ministerial ou em nível de ministério.
Ao nível de é usado no sentido de à mesma altura.
A cidade de Santos está ao nível do mar.
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PORTUGUÊS JURÍDICO
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Como sendo
Esta expressão é desnecessária e deve ser evitada: Foi considerado (como sendo) o 
melhor funcionário do ano.
Ante 
A preposição ante signifi ca “diante de”, “na presença de”. O uso correto se dá com a 
preposição + artigo defi nido [ante + o(a)].
Confi gura erro o emprego de ante ao(s), ante à(s).
Ante a juíza, ele vacilou. 
Calou-se ante os argumentos apresentados. 
 
Perante ao juiz ou perante o juiz?
Não se trata de uma expressão com preposição. Dessa maneira, o “a” está inadequado 
no caso. O correto é “perante o”.
Ela se saiu bem perante o juiz. 
À custa de – a expensas de – em via de
À custa de tem o sentido de “à força de”:
Obteve o resultado favorável à custa de muito trabalho.
Sem recursos desde o ano passado, vive à custa da família.
A expensas de tem o mesmo sentido de “à custa de”. Pode-se grafar também “às 
expensas”.
O prédio foi construído a expensas do governo local. 
Em via de tem o sentido de “a caminho de” ou “prestes a”. Não aceita a palavra “vias” 
na expressão.
O processo está em via de ser encerrado.
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Se não – senão
Se não quando o “se” é conjunção e inicia oração subordinada condicional, 
equivalendo a caso não, quando não.
O acusado, se não (caso não) comparecer, será prejudicado. 
São problemas que, se não (quando não) resolvidos, complicam a 
situação;
Senão quando esta palavra equivale a exceto, salvo, a não 
ser, de outro modo, do contrário, mas, mas sim, mas também. 
Esta efi cácia não se opera unicamente em favor do eleitor, 
senão (a não ser) também dos partidos. Confessa, senão (do 
contrário) serás preso.
Tampouco – tão pouco
Tampouco é advérbio de sentido negativo e signifi ca também não, nem, sequer. Por isso 
dispensa o acompanhamento da partícula nem.
Não compareceu à sessão eleitoral, tampouco se justifi cou.
Em tão pouco, o advérbio tão modifi ca a palavra pouco, que pode ser advérbio ou 
pronome indefi nido.
Argumentou tão pouco (advérbio) que não convenceu os eleitores. 
Revelou tão pouco (pronome indefi nido) interesse pelo assunto.
Começa a partir de
É inadequado escrever “começa a partir de”. A partir de signifi ca começar. 
O curso começa a partir do dia 16 de junho (inadequado).
O curso começa dia 16 de junho (adequado).
Preferencialmente, use “a partir de” para sentido temporal.
Apenar – Penalizar
Apenar signifi ca condenar à pena, castigar, punir: 
O Tribunal apenou o responsável pelo prejuízo.
Penalizar quer dizer causar pena ou desgosto a, sentir grande pena ou desgosto:
Também o penalizavam os resultados da fome em seu país. 
Penalizou-se com o sofrimento do amigo.
UNIDADE 1 :: A LINGUAGEM JURÍDICA
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Com vista(s) a – Com vista(s) em
Ambas as expressões signifi cam a fi m de, com o objetivo de. Tanto faz utilizar uma ou 
outra: 
Remeteu o processo ao Ministério Público com vista à (ou: com vistas na) elaboração de 
parecer.
Custas – Custa
Para referir-se a despesas em processo judicial usa-se “custas”: 
Foram bastante altas as custas do processo. 
Nos outros casos, usa-se o singular: As despesas foram feitas à custa (a expensas de) do 
pai. O serviço foi feito a minha custa (a expensas de). Faz concessões à custa (com sacrifício de) 
da honra.
Dado – Visto – Haja vista
Os particípios dado e visto usados como adjetivo concordam em gênero e número com o 
substantivo a que se referem: 
Dados o interesse e o esforço demonstrados, optou-se pela permanência do servidor em 
sua função. 
Dadas as circunstâncias... 
Vistas asprovas apresentadas, não houve mais hesitação no encaminhamento do inquérito.
Já a expressão haja vista, signifi ca uma vez que, seja considerado ou veja-se: 
O servidor tem qualidades, haja vista o interesse e o esforço demonstrados. 
Na greve, ocorreram alguns imprevistos, haja vista o número de feridos. 
Observação: Haja visto (com o) com o sentido de haja vista é inovação oral brasileira, 
evidentemente descabida em redação ofi cial. 
O Tribunal solicitou a cópia, haja visto não a possuir. (inadequado)
De forma que – De forma a
De forma (ou: maneira, modo) que: usa-se nas orações desenvolvidas: 
Fez a viagem de forma que se cansasse menos. 
Deu recado de maneira que não deixasse dúvida.
Terminou o trabalho a tempo, de modo que pôde ir ao cinema.
De forma (ou: maneira, modo) a: usa-se nas orações reduzidas de infi nitivo: 
Deu amplas explicações, de forma (ou: maneira, modo) a deixar tudo claro.
Observação: As locuções “de forma que”, “de maneira que”, “de modo que”, “de sorte 
que”, “de molde que”, “de jeito que” não possuem plural.
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UNIDADE 1 :: A LINGUAGEM JURÍDICA
Deferir – diferir
Deferir (deferimento): atender: A Diretora deferiu prontamente o pedido; outorgar, 
conceder: Os jurados deferiram o prêmio ao jovem cientista. 
Diferir (diferimento): adiar: A empresa diferiu o pagamento; ser diferente: Esses projetos 
diferem apenas no acessório, sendo idênticos no essencial. 
Remição – remissão
Remição: ato ou efeito de remir “tornar a obter, resgatar”; liberação de pena ou dívida. 
Remissão: ato ou efeito de remitir “perdoar”; perdão; ação ou efeito de remeter. 
Sendo que
Esta expressão apresenta o sentido de causa em seu uso adequado. No entanto, quase 
sempre encontramos de forma incorreta na linguagem jurídica. Melhor evitar o uso. Observe 
um uso inadequado: 
Auxiliava sua ex-esposa constantemente, sendo que ainda pagava a mensalidade escolar 
do fi lhos.
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PORTUGUÊS JURÍDICO
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Normalizações & PadronizaçõesUNID. 2
Capítulo 3 – Elementos normativos
Artigo
O artigo é a unidade básica para apresentação, divisão ou agrupamento de assuntos 
num texto legal. Pode desdobrar-se “em parágrafos ou em incisos; os parágrafos em incisos; 
os incisos em alíneas e as alíneas em itens”. (Lei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de 
1998, art. 10, II.) 
Emprega-se a palavra artigo: 
a) na forma abreviada (art.), seguida do ordinal até o art. 9º , dispensando-se o ponto 
entre o numeral e o texto. A partir do art. 10, emprega-se o cardinal, seguido de ponto: 
Art. 5º Nas eleições proporcionais [...].
Art. 10. Cada partido poderá registrar [...]. 
b) por extenso, se vier empregada em sentido genérico ou desacompanhada do numeral: 
Fez referência ao artigo anterior da lei. 
O texto de um artigo inicia-se por maiúscula e encerra-se por ponto-fi nal. Quando 
se subdivide em incisos, a disposição principal, chamada caput (do latim, cabeça), encerra-
se por dois-pontos e as subdivisões encerram-se por ponto-e-vírgula, exceto a última, que 
terminará por ponto-fi nal.
Parágrafos
Os parágrafos são divisões imediatas do artigo e podem conter explicações ou modifi cações 
da proposição anterior. São representados pelo sinal gráfi co §, forma entrelaçada dos esses 
iniciais da expressão latina signum sectionis (sinal de seção, corte). 
Usa-se o sinal gráfi co §: 
a) antes do texto do parágrafo, quando seguido de número. Emprega-se o ordinal até 
o nono, dispensando-se o ponto entre o numeral e o texto. A partir do § 10, emprega-se a 
numeração cardinal, seguida de ponto: 
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UNIDADE 2 :: NORMALIZAÇÕES & PADRONIZAÇÕES
§ 1º Qualquer cidadão no gozo de seus direitos políticos poderá [...].
§ 11. A violação do disposto neste artigo sujeita [...].
b) nas citações e referências bibliográfi cas:
Agiu nos termos do art. 37, § 4º, da Constituição Federal. 
Emprega-se o sinal gráfi co duplo §§, quando seguido de número, indicando mais de um 
parágrafo: O art. 32 e seus §§ 4º e 5º esclarecem o assunto. 
Usa-se a palavra parágrafo por extenso quando:
 a) o parágrafo for único:
Art. 43. É permitida [...]
Parágrafo único. A inobservância dos limites estabelecidos [...];
A forma p. único somente pode ser usada nas referências, entre parênteses: (art. 32, p. 
único, do Código Eleitoral). 
b) o sentido for vago, indeterminado, e estiver desacompanhado do número: 
Isso se refere ao parágrafo anterior. 
O texto de um parágrafo inicia-se por maiúscula e encerra-se por ponto-fi nal. Quando 
se subdivide em incisos, empregam-se dois-pontos antes das subdivisões, que se separam por 
ponto-e-vírgula, exceto a última, terminada por ponto-fi nal.
Incisos
Os incisos são usados como elementos discriminativos do caput de um artigo ou de um 
parágrafo. Eles vêm após dois-pontos, são indicados por algarismos romanos, seguidos de 
travessão e separados por ponto-e-vírgula, exceto o último, que se encerra por ponto-fi nal. 
As iniciais dos textos dos incisos são minúsculas: 
“Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I – o Tribunal Superior Eleitoral;
II – os tribunais regionais eleitorais;
III – os juízes eleitorais;
IV – as juntas eleitorais” (Constituição Federal).
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PORTUGUÊS JURÍDICO
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Alíneas
As alíneas são desdobramentos dos incisos e vêm indicadas por letras minúsculas 
seguidas de parênteses. Quanto às iniciais e à pontuação dos textos das alíneas, empregam-
se as mesmas regras dos incisos: 
“Art. 14. (...) 
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: 
I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos; 
II – facultativos para: 
a) os analfabetos; 
b) os maiores de setenta anos; 
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos” (Constituição Federal).
Itens
Os itens são desdobramentos das alíneas e vêm indicados por algarismos arábicos. As 
letras iniciais e a pontuação dos textos dos itens seguem o padrão dos incisos: 
“Art. 1º São inelegíveis: 
(...) 
II – para presidente e vice-presidente da República: 
a) até 6 (seis) meses depois de afastados defi nitivamente de seus cargos e funções: 
1 – os ministros de Estado; 
2 – os chefes dos órgãos [...]” (Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990).
Pontuação com elementos normativos
Ao citar referências de elementos articulados, geralmente surgem dúvidas em relação 
quanto ao uso de vírgulas. Vamos esclarecer:
a) Ordem direta crescente, ligada pela preposição “de”, não recebe vírgula: 
O processo está baseado nos incisos I e II do artigo 226 do Código Penal. 
O advogado recorreu com base na alínea “d” do inciso III do artigo 593 do Código de 
Processo Penal.
A autorização está fundamentada corretamente com base na alínea “b” do inc. II do art. 
10 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
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UNIDADE 2 :: NORMALIZAÇÕES & PADRONIZAÇÕES
Observe que, no último exemplo, a vírgula aparece somente por causa da data.
b) Sequência em ordem indireta, mesmo com a preposição “de”, é separada por 
vírgula. 
Tal situação é regulada no art. 302, inc. III, do Código de Processo Penal. 
O art. 5º, inc. XXXVI, da Constituição de 1988 repete a regra do art. 153, § 3º, da 
Constituição de 1967.
Erros comuns:
A art. 14, “b” do Código de Processo Penal (faltou a vírgula após a alínea).
O art. 14, do Código de Processo Penal (não existe a vírgula após o número do artigo, 
pois está na ordem crescente).
Referência a texto legal
A primeira referência a texto legal deve ser feita por extenso: Lei nº 8.177, de 1o de 
março de 1991. Nas seguintes, pode-se empregar a forma reduzida: Lei nº 8.177, de 1991 ouLei nº 8.177/ 91. Portaria nº 10, de 20 de março de 2004. Nas seguintes: Portaria nº 10/2004.
Usa-se inicial maiúscula e por extenso quando há referência expressa a um diploma legal: 
Lei nº 8.112; Portaria nº 28; Resolução nº 113; Decreto-Lei nº 2.354. Em sentido generalizado, 
usa-se com inicial minúscula: A lei é a fonte imediata da justiça em um país.
Quando se tratar de referência à legislação, colocada entre parênteses, a expressão 
pode ser abreviada: O referido dispositivo (DL 2.354/92).
Nomenclatura dos feitos
Em sentido generalizado, as iniciais devem ser minúsculas: O mandado de segurança é 
o remédio adequado para.
Deverão ser usadas iniciais maiúsculas quando se tratar de um julgado específi co: O 
Agravo de Instrumento nº 89.01.07582-6/MG. Habeas Corpus nº 90.01.02123-7/RO.
Data
As datas dos documentos devem ser grafadas com as seguintes 
normas, estabelecidas pelo Decreto nº 4.176, de 28 de março de 2002 
e consagradas na redação ofi cial:
1. a localidade não pode sofrer abreviatura; 
2. a unidade da federação não é obrigatória;
3. o primeiro dia é sempre ordinal. Não existe zero antes do número 2 ao 9;
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4. o mês é minúsculo e por extenso; 
5. não existe ponto entre o milhar e a centena no ano: 2010 (não: 2.010); 
6. nos casos em que for cabível o uso da data abreviada (nunca na data do documento), não 
se deve grafar zero à esquerda do número no dia e no mês: 5/6/2009 (não: 05/06/2009);
7. no interior do texto, as datas e os anos podem ser escritos de forma plena ou abreviada. 
No entanto, em órgãos públicos, a preferência é pela forma extensa. O primeiro dia do mês 
é designado com ordinal também. O Brasil proclamou a independência em 7 de setembro de 
1822. Entre 1986 e 1988, o Congresso elaborou a atual Constituição brasileira, assinada em 
8 de outubro de 1988.O Brasil foi campeão mundial de futebol em 1958, 1962, 1970, 1994 
e 2002. O documento foi assinado em 1º de abril de 2004;
8. se a data não estiver centralizada, indica-se o uso de ponto fi nal. Brasília, 1º de junho de 
2010. Brasília, 2 de junho de 2010. Brasília-DF, 27 de junho de 2010;
9. datas que se tornaram efemérides são escritas por extenso: O Sete de Setembro, o Quinze 
de Novembro, o Dois de Julho. Mas (dia 1º): o 1º de Janeiro, o 1º de Maio; 
10. as décadas podem ser mencionadas sem a referência ao século (salvo quando houver 
possibilidade de confusão). O “milagre econômico” da década de 70. Os anos 20 foram 
fortemente infl uenciados pela Semana de Arte Moderna de 1922. Na década de 1850.
Referência a Folhas de Autos
A referência a folhas de autos provoca dúvida, sendo encontradas 
as mais diversas formas no cotidiano forense. As mais comuns são: “à 
folha 27”, “a folhas 27”, “as folhas 27”, “às folhas 27”. Autores afi rmam 
que a expressão foi variação da locução “a certa altura”. Por isso mesmo, 
as formas adequadas são as duas primeiras: “à folha 27” ou “a folhas 
27”. Napoleão Mendes de Almeida afi rma que na linguagem forense se 
diz “a folhas vinte e duas” – signifi ca “a vinte e duas folhas do início do 
trabalho”. Também a expressão “a páginas vinte e sete” segue este princípio. Em relação ao 
assunto ainda, a forma abreviada deve ser escrita assim: 
- a fl s. 27;
- à fl . 27;
- a fl s. 27 e 28;
- às fl s. 27 e 28;
- a fl s. 27 a 32;
- às fl s. 27 a 32.
Inadequado está o uso do plural para indicar apenas uma folha ou página. Inadequado 
também é o uso da expressão sem a referida folha ou página.
Conforme os dados descritos a fl s. citada, confi rmo a decisão (inadequado).
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UNIDADE 2 :: NORMALIZAÇÕES & PADRONIZAÇÕES
Capítulo 4 – Siglas, abreviaturas e símbolos
Sigla
As siglas são empregadas para evitar a repetição de palavras e expressões no texto. Salvo 
nos casos em que a sigla é bastante vulgarizada, ou seja, quando a instituição a que ela se 
refere é muito conhecida pela sigla (Petrobras, SBT etc.), o nome da instituição deve ser escrito 
por extenso, antes da sigla (que deve vir a seguir, entre parênteses), na primeira menção, 
usando-se apenas a sigla nas menções seguintes.
1. No caso de a sigla não se referir a uma instituição consagrada, só se escreverá o seu signifi cado 
por extenso se o contexto o exigir.
2. Não se usam aspas nem pontos de separação entre as letras que formam a sigla.
3. Com sigla empregada no plural, admite-se o uso de “s” (minúsculo) de plural, sem apóstrofo: 
os TREs (Tribunais Regionais Eleitorais), 300 UPCs, 850 Ufi rs (não: TRE’s, Ufi r’s). Esta regra não 
se aplica a sigla terminada com a letra s, caso em que o plural é defi nido pelo artigo: os DVS 
(Destaques para Votação em Separado).
Maiúscula e minúscula em siglas
1. Siglas formadas por até três letras são grafadas com maiúsculas: ONU, PIS, OMC. 
2. Siglas formadas por quatro ou mais letras, cuja leitura seja feita letra por letra, são grafadas 
com maiúsculas: PMDB, INPC, INSS.
3. Siglas formadas por quatro ou mais letras que formem palavra pronunciável são grafadas 
preferencialmente como nome próprio (apenas a primeira letra é maiúscula): Otan, Unesco, 
Inamps, Petrobras.
É erro a construção “consta à fl .27”, por exemplo, pois o verbo constar, no 
sentido de estar documentado, pede a regência da preposição “em” ou “de”.
Quando se faz referência à citação de folha ou página numerada, a preposição deve ser 
acompanhada do artigo defi nido.
Conforme se lê à fl . 15.
Conforme se lê às fl s. 12 e 13.
Conforme se lê às fl s. 12 a 18.
Segundo consta da/na fl . 27 do processo.
Segundo consta nas fl s. 27 e 28 do processo.
Segundo consta nas fl s. 27-45 do processo.
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Abreviatura
A abreviatura é a escrita reduzida de uma palavra ou locução. 
1. Possui ponto, diagonal ou parênteses: doc. = documento; S/A = sociedade anônima; (a) 
assinado, assinada.
2. Admite fl exão de gênero, número e grau: Sr. ou Sra.; prof. ou profs.; D. ou DD.
3. Para abreviar, sempre que possível termine a abreviatura em consoante. Ex.: ac. (acórdão), 
rel. (relator). Se a palavra é cortada em um grupo de consoantes, todas estas devem aparecer 
na abreviatura. Ex.: inst. (instituição), secr. (secretaria). Independentemente de a abreviatura 
terminar em vogal ou consoante, coloque sempre o ponto fi nal. Ex.: ago. (agosto), téc. (técnica).
4. Há palavras cujas abreviaturas podem ser formadas pela combinação de suas consoantes 
ou de suas iniciais e suas últimas consoante e vogal. Ex.: dz. (dúzia), vl. (valor).
5. Se, na parte constante da abreviatura, aparece o acento gráfi co da palavra, deve ele 
permanecer. Ex.: pág. (página), déb. (débito).
6. Em palavras compostas ligadas por hífen, deve ele ser mantido na abreviatura. Ex.: secr.-
ger. (secretaria-geral), proc.-ger. (procurador-geral).
7. A inicial poderá ser maiúscula ou minúscula de acordo com as normas da ortografi a ofi cial 
do novo Acordo ortográfi co em relação à palavra por extenso. Ex.: R. (Rua) das Laranjeiras ou 
r. (rua) das Laranjeiras, Dr. (Doutor) Albert Einstein, tel. (telefone), fl . (folha).
8. O ponto abreviativo, quando coincide com o ponto-fi nal, acumula a função deste, por 
isso deve-se evitar a repetição: Foram convidados para o debate: políticos, professores, 
engenheiros etc.
A identifi cação de siglas pode ser pesquisada na obra Siglas brasileiras, publicada pelo Instituto 
Brasileiro de Informação em Ciências e Tecnologia – IBICT.
4. Siglas em que haja leitura mista (parte é pronunciada pela letra e parte como palavra) são 
grafadas com todas as letras em maiúsculas: DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura 
de Transportes), Veículos Automotores de Via Terrestre), HRAN (Hospital Regional da Asa Norte).5. No caso de siglas consagradas que fogem às regras acima, deve-se obedecer à sua 
grafi a própria: CNPq (Conselho Nacional de Pesquisas), MinC (Ministério da Cultura), UnB 
(Universidade de Brasília).
 
6. Siglas que não mais correspondam com exatidão ao nome por extenso também devem ser 
acatadas, se forem as siglas usadas ofi cialmente: Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), MEC 
(Ministério da Educação).
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UNIDADE 2 :: NORMALIZAÇÕES & PADRONIZAÇÕES
9. Os meses são abreviados com as três letras iniciais. Se for escrito todo em letras maiúsculas, 
dispensa-se o ponto. Se for escrito apenas com a inicial maiúscula ou todo em letras minúsculas, 
deverá aparecer o ponto abreviativo. Não se abrevia o mês de maio. Ex.: JAN, Jan., jan.
10. Existem abreviaturas que podem ser reduzidas com variações: a.C. ou A.C. (antes de 
Cristo); f., fl . ou fol. (folha).
11. Existem abreviaturas que representam mais de uma palavra: p. (página, pé, palmo).
12. Não se abreviam nomes geográfi cos, a não ser os estados da Federação e casos 
mundialmente aceitos: DF (Distrito Federal), SP (São Paulo), USA (Estados Unidos da América), 
UK (Reino Unido). Portanto, as cidades brasileiras são sempre grafadas por extenso: Rio de 
Janeiro, São Paulo etc.
13. Por praticidade, as abreviaturas podem ser grafadas sem sobrelevação, seguidas de ponto 
(Cia., Dra., V. Exma.), desde que não formem palavras inadequadas, como profa. (professora), 
amo. (amigo), nº (número). Tal recurso não é muito empregado em textos jurídicos.
14. Também não se abreviam palavras com menos de cinco letras. Exceções: h (hora), id. 
(idem), S. (São), t. (tomo), v. (ver, veja, vide), S (Sul).
15. As unidades de peso e medida são abreviadas quando seguem os numerais: 10 g, 24 ml. 
Quando apresentadas isoladamente, devem ser gradas por extenso: grama, mililitro.
Símbolos
São abreviaturas fi xadas por convenções quase sempre internacionais. Geralmente, não 
recebem ponto abreviativo, não admitem plural nem são escritos com letra maiúscula: 200g 
(200 gramas); 5km (5 quilômetros); 2min (dois minutos). 
1. Alguns casos, no entanto, são escritos com letras maiúsculas: os símbolos que se originam 
de nomes próprios: W (watt), N (newton); os prefi xos gregos: M (mega), G (giga), MHz 
(megahertz); os símbolos dos elementos químicos: O (oxigênio), Au (ouro), Ag (prata); os 
símbolos dos pontos cardeais: N (norte), S (sul), L (leste), O (oeste).
2. A representação das horas nunca deverá conter vírgula, pois esta é privativa de decimal. 
Ex.: 16h15 min, 16.15 e jamais 16,15h.
3. Os símbolos das unidades de medida, com exceção das horas, devem ser escritos depois do 
número a que se referem e não antes ou intercalados entre a parte inteira e a parte decimal. 
Ex.: 34,5km, 1,25Kg, 35mm e não 34km500m, 1kg250g, mm35.
4. Os símbolos das unidades de ângulo plano são grafados como expoentes. Ex.: 45°, 
13°18’20”.
5. O símbolo do real é R$. Fica antes do número que indica a importância e separado deste 
por um espaço. Se houver possibilidade de fraude, deve-se escrever também por extenso.
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PORTUGUÊS JURÍDICO
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Capítulo 5 – Emprego de maiúsculas e minúsculas
Usa-se inicial minúscula
a) Ordinariamente, em todos os vocábulos da língua nos uso 
corrente. 
b) nos dias, meses, estações do ano:
segunda-feira; outubro; primavera.
c) Nas obras literárias e artísticas (após o primeiro elemento, que é com 
maiúscula, os demais vocábulos, podem ser escritos com minúscula, salvo 
nos nomes próprios nele contidos, tudo em grifo): O Senhor do Paço de 
Ninães, O senhor do paço de Ninães, Menino de Engenho ou Menino de 
engenho, Árvore e Tambor ou Árvore e tambor.
d) Nos usos de fulano, sicrano, beltrano.
e) Nos pontos cardeais (mas não nas 
suas abreviaturas); norte, sul (mas: SW 
sudoeste).
f) Nos termos de reverência, tratamento e religioso (opcionalmente, neste 
caso, também com maiúscula): senhor doutor Joaquim da Silva, bacharel 
Mário Abrantes, o cardeal Bembo; santa Filomena (ou Santa Filomena). 
Sabe-se que, em órgãos públicos, indica-se a inicial maiúscula nas formas 
de tratamento por respeito.
g) Nos nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas 
(opcionalmente, também com maiúscula): português (ou Português), 
matemática (ou Matemática); línguas e literaturas modernas (ou 
Línguas e Literaturas Modernas).
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UNIDADE 2 :: NORMALIZAÇÕES & PADRONIZAÇÕES
Usa-se inicial maiúscula
a) Nos nomes próprios (reais ou fi ctícios): Pedro Marques; Branca de Neve, D. Quixote. 
b) Nos nomes próprios, reais ou fi ctícios: Lisboa, Luanda, Rio de Janeiro; Atlântida. 
c) Nos nomes de seres antropomorfi zados ou mitológicos: Adamastor; Neptuno/Netuno. 
d) Nos nomes que designam instituições: Instituto de Pensões e Aposentadorias da Previdência 
Social. 
e) Nos nomes de festas e festividades: Natal, Páscoa, Ramadão, Todos os Santos. 
f) Nos títulos de periódicos, que retêm o itálico: O Primeiro de Janeiro, O Estado de São Paulo. 
g) Nos pontos cardeais ou equivalentes, quando empregados absolutamente: Nordeste, por 
nordeste do Brasil, Norte, por norte de Portugal, Meio-Dia, pelo sul da França ou de outros 
países, Ocidente, por ocidente europeu, Oriente, por oriente asiático. 
h) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais ou nacionalmente reguladas com 
maiúsculas, iniciais ou mediais ou fi nais ou o todo em maiúsculas: FAO, NATO, ONU; H2O; 
Sr., V. Exa.
i) Opcionalmente, em palavras usadas reverencialmente, aulicamente ou hierarquicamente, 
em início de versos, em categorizações de logradouros públicos: (rua ou Rua da Liberdade, 
largo ou Largo dos Leões), de templos (igreja ou Igreja do Bonfi m, templo ou Templo do 
Apostolado Positivista), de edifícios (palácio ou Palácio da Cultura, edifício ou Edifício Azevedo 
Cunha).
 
Merecem atenção na redação ofi cial os seguintes casos:
a) Nomes de órgãos públicos, instituições militares, 
políticas e profi ssionais, unidades administrativas, 
comissões ofi ciais, coligações, empresas privadas 
e seus departamentos: Ministério Público da 
União, Superior Tribunal de Justiça, Secretaria de 
Documentação e Informação, Diretório Municipal do 
PSDB de Juiz de Fora, Prefeitura Municipal de São 
Carlos, Juízo Eleitoral da 4º Zona do Estado do Rio Grande do Norte, Comissão de Constituição 
e Justiça e de Redação, Coligação Trabalho e Moralização, Ministério Público.
Observação: As disposições sobre os usos das minúsculas e maiúsculas não obstam a que 
obras especializadas observem regras próprias, provindas de códigos ou normalizações 
específi cas (terminologias antropológica, geológica, bibliológica, botânica, zoológica, etc.), 
promanadas de entidades científi cas ou normalizadoras, reconhecidas internacionalmente.
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PORTUGUÊS JURÍDICO
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b) Escrevem-se com inicial maiúscula as simplifi cações de nomes de 
entidades ou instituições consagradas pelo uso: Congresso por Congresso 
Nacional, Senado por Senado Federal, Câmara por Câmara dos 
Deputados, Constituinte por Assembleia Nacional Constituinte, Supremo 
por Supremo Tribunal Federal.
c) Nomes designativos de cargos antepostos à autoria de atos ofi ciais e pospostos à assinatura 
deles: O Diretor-Geral da Secretaria do Supremo Tribunal Federal, no uso de suas atribuições 
[...].
d) Elementos dos compostos hifenizados, pois mantêm autonomia: Decreto-Lei nº 200, Grã-
Bretanha. 
e) Nomes pelos quais as leis tornam-se conhecidas: Código Civil, Código Eleitoral, Lei Áurea. 
f) Palavras empregadas em sentido especial, como:
• Casa, signifi cando local destinado a reuniões de interesse público: O deputadoencontra-
se na Casa para votar. 
• Constituição, no sentido de lei fundamental e suprema de um país e demais sinônimos: 
Constituição de 1988, Carta Magna, Lei Fundamental. 
• Corte, no sentido de tribunal: Esta Corte tem posição defi nida sobre o assunto. 
• Direito, no sentido de ciência das normas obrigatórias que disciplinam as relações dos 
homens numa sociedade: as regras do Direito. 
• Estado, no sentido de nação politicamente organizada: O Estado responsabilizou-se pelo 
desaparecimento de presos políticos. 
• Estado e município, no sentido, respectivamente, de unidade da Federação e circunscrição 
administrativa autônoma de um estado, seguidos dos nomes: o Estado de Minas Gerais, o 
Município de Luziânia; mas, o município elegeu um deputado. 
• Federação, no sentido de união política entre as unidades federativas, relativamente 
autônomas, que se associam sob um governo central: O projeto visa ao fortalecimento da 
Federação. 
• Igreja, no sentido de instituição: A Igreja é contra o aborto. 
• Império, república, monarquia, no sentido de regime político, período histórico ou quando 
equivaler à palavra Brasil: No Império houve muitas insurreições. 
• Justiça, no sentido de Poder Judiciário ou de seus ramos: A Justiça começa a se modernizar. 
Isso é da competência da Justiça Eleitoral. 
• Leis, projetos, acórdãos, resoluções etc. acompanhados dos respectivos números: Lei nº 
9.504, de 30 de setembro de 1997, Mandado de Segurança nº 112, Of. nº 10. A inicial 
deve ser maiúscula com nome de leis ou normas políticas e econômicas consagradas pela 
importância de que se revestem: Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei Áurea, Lei 
Afonso Arinos, Lei Antitruste, Código Civil, Lei de Responsabilidade Fiscal.
• Mesa, no sentido de conjunto do presidente e dos secretários de uma assembleia: A Mesa 
do Senado posicionou-se a favor das medidas. 
• Plenário, no sentido de assembleia ou tribunal reunido em sessão: O Plenário da 
Câmara rejeitou a proposta do governo. 
• União, no sentido de reunião de estados relativamente autônomos, mas subordinados a 
um governo central; governo federal: Cabe à União tomar medidas para o caso. 
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UNIDADE 2 :: NORMALIZAÇÕES & PADRONIZAÇÕES
Maiúscula e minúscula em textos jurídicos
Emprego de inicial maiúscula e minúscula em textos legais que 
fazem referência a leis, decretos, portarias etc.
• Utiliza-se a inicial maiúscula quando o nome dos atos estiver 
acompanhado do respectivo número: A Lei nº 312, de 24-5-95, 
dispõe [...]. O Decreto n 312, de 5 de março de 1993, regulamenta 
[...]. A Portaria nº 234, de vinte e cinco de julho de 1997, sofreu várias alterações. 
Observação: Não há consenso entre os gramáticos quanto ao uso de inicial maiúscula quando 
determinado ato, após sua primeira citação no texto — no caso, acompanhado do respectivo 
número — é referenciado em outras partes do texto, sem estar acompanhado do número. 
Neste curso adotou-se o uso de inicial maiúscula em tais casos, desde que fi que subentendido 
que os referidos atos estejam individualizados: Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data 
de sua publicação. Conforme o disposto no art. 3º da citada Lei Complementar [...].
• Remissão a artigos, parágrafos e incisos escreve-se com letra minúscula: Refi ro-me ao 
parágrafo único do art. 11 da Portaria nº... De acordo com o inciso I do art. 57 da Lei nº... ; 
• Ganha a inicial maiúscula o nome de leis ou normas políticas e econômicas consagradas 
pela importância de que se revestem: Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei Áurea, Lei 
Afonso Arinos, Lei Antitruste, Código Civil, Lei de Responsabilidade Fiscal.
• Nome de moeda escreve-se com letra minúscula: real, dólar, franco, peso, marco, libra. 
O real está de cara e coroa novas. Atenção: quando se fala do Plano Real, está-se falando de 
nome próprio; nesse caso, usa-se inicial maiúscula: O (Plano) Real estabilizou a economia.
• Nomes que designam cargos ou postos escrevem-se com inicial maiúscula: A Presidente do 
Tribunal de Contas do DF concedeu a palavra ao Relator. O Diretor-Geral autorizou a publicação 
do normativo. Nomes de profi ssões são escritos com inicial minúscula: advogado, contador, 
engenheiro, jornalista, médico, professor.
Observação: Quando individuados, emprega-se a inicial maiúscula: o Advogado Rui Barbosa, 
o Poeta Camões etc.
• Após o parêntese, inicia-se com maiúscula somente quando o texto constitui oração à 
parte, completa, caso em que vem precedido de ponto. A oração que está entre parênteses tem 
o ponto dentro, antes de fechar o parêntese, e não fora: Na portaria da fábrica o ambiente era 
de absoluta calma. (A indústria não trabalha aos sábados).
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PORTUGUÊS JURÍDICO
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Cardinais em algarismos
• Quantias, grandezas e medidas: R$ 10,00, 25kg, 30m.
• Horários: 8h35min20s.
• Datas, décadas e decênios: A reunião realizou-se no dia 20 
de agosto de 1998. Publicado no DJ de 24-5-96. Década de 
60.
• Endereços: Rua 15 de Novembro, Casa 7.
• Páginas e folhas de publicações: página 23, folha 14.
• Porcentuais: 30% dos votantes.
• Idade: Ele tem 45 anos.
• Artigos e parágrafos de lei a partir do número 10: art. 10, art. 25.
Capítulo 6 – Grafi a de números
Ordinais em algarismos
• Zonas, sessões, distritos e regiões: 15º Zona Eleitoral, 1º Distrito.
• Primeiro dia do mês: Hoje é 1º-4-99.
• Artigos e parágrafos de leis, decretos etc. até o número 9: art. 
1º, art. 9º.
• Numerais antecedendo substantivos: 3º capítulo, 5º andar.
Observação: Por brevidade, trocam-se os ordinais pelos cardinais: trigésima primeira folha por 
folha trinta e um, primeira casa por casa um. Nesse caso, usam-se os cardinais sem fl exão de 
gênero e de número por fi car subentendida a palavra número.
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UNIDADE 2 :: NORMALIZAÇÕES & PADRONIZAÇÕES
Algarismos romanos
• Nomes de papas, soberanos: Papa João Paulo II, Luís XV.
• Dinastias reais: II Dinastia.
• Séculos: século XX.
• Divisões das Forças Armadas: I Comando do Exército,
IV Distrito Naval.
• Congressos, seminários, simpósios e eventos correlatos: V Bienal do Livro.
• Partes de uma obra: Título III, Capítulo II, Seção I.
• Incisos de leis: inciso V.
Observação: Quando o algarismo romano vier após o nome, até o X, lê-se como ordinal e, a 
partir daí, como cardinal: Século III (lê-se século terceiro); século XII (lê-se século doze). Vindo 
antes do nome, lê-se como ordinal: XII Bienal (lê-se décima segunda bienal).
Grafi a por extenso
Normalmente escrevem-se por extenso:
• Os cardinais e ordinais de um a dez, cem e mil: três dias, segundo turno, cem pessoas; Se 
houver números acima e abaixo de 11 na mesma frase, prefi ra os algarismos: Chegaram 3 
revistas e 22 questionários.
• Os cardinais e ordinais em início de frases: Trinta e dois votos foram anulados.
• Os fracionários, quando os dois elementos estiverem entre um e dez: três quintos dos votos; 
mas empregam-se algarismos nos demais casos: 1/12 dos eleitores.
A Lei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de 
1998, em seu art. 11, II, f, determina que se deve 
grafar por extenso quaisquer referências feitas, no 
texto legal, a números e porcentuais.
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PORTUGUÊS JURÍDICO
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Grafi a mista
Usa-se grafi a mista (algarismos e por extenso) na classe dos milhares, se não houver 
número na classe inferior: 32 mil votos. Caso contrário, empregue apenas algarismos: 32.420 
votos. A partir da classe dos milhões, há dois procedimentos, se não houver número na classe 
inferior:
• 15 milhões e 438 mil eleitores; R$ 4 bilhões.
• 15,4 milhões de eleitores (com aproximação do número fracionário). Caso haja número nasclasses inferiores, empregam-se apenas algarismos: 15.438.302 eleitores.
1. Emprega-se o ponto para separar as classes dos numerais: 3.004.987. 
Exceções: ano e CEP: janeiro de 1998, CEP 70833-060.
2. Nas datas, separam-se o dia, o mês e o ano por ponto separativo, sem 
zero à esquerda de 2 a 9: 3.5.98. O primeiro dia do mês deve ser ordinal.
 
3. Milhão, bilhão, trilhão etc. variam em número: três milhões, oito bilhões, 
mas 1,2 milhão.
4. O número (em algarismo), quando em fi nal de linha, não deve ser dividido 
em textos jurídicos.
5. Na indicação de quantia, grandeza, medida ou horário, não se usa espaço 
entre os numerais e os símbolos ou abreviaturas: 2h35min15s, 80km.
Números cardinais compostos
A escrita do cardinal, conforme sua composição, faz-se da seguinte maneira:
• Dois algarismos: põe-se a conjunção e entre os algarismos: 86 => oitenta e seis.
• Três algarismos: põe-se a conjunção e entre cada um dos três: 654 => seiscentos e cinquenta 
e quatro.
• Quatro algarismos: omite-se a conjunção e entre o primeiro algarismo e os restantes: 4.455 
=> quatro mil, quatrocentos e cinquenta e cinco. Se o primeiro algarismo da centena fi nal for 
zero, aparecerá então o e: 3.048 => três mil e quarenta e oito. Aparecerá ainda o e quando 
os dois últimos ou os dois primeiros da centena forem representados por zeros: 1.400 => mil e 
quatrocentos; 1.001 => mil e um; R$ 4.005,28 => quatro mil e cinco reais e vinte e oito centavos.
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UNIDADE 2 :: NORMALIZAÇÕES & PADRONIZAÇÕES
• De vários grupos de três algarismos: omite-se o e entre cada um dos grupos: 
3.444.225.528.367 => três trilhões, quatrocentos e quarenta e quatro bilhões, duzentos e 
vinte e cinco milhões, quinhentos e vinte e oito mil, trezentos e sessenta e sete.
Capítulo 7 – Acerca das citações
A ABNT defi ne citação, em sua norma NBR 10520:2002, como “Menção de uma 
informação extraída de outra fonte”. O emprego de trecho extraído de outra fonte pode ser 
uma transcrição ou paráfrase. A reprodução exata é também chamada de citação direta, ou 
seja, o trecho é transcrito exatamente como o autor formulou. A paráfrase ou citação indireta 
é o uso da ideia de um autor transcrita em sua prova com outras palavras.
Conquanto as normas da ABNT sejam bem rigorosas em relação a este assunto, 
especialmente em se tratando de monografi as e trabalhos científi cos, não se exige a 
observância estrita de tais regras em petições juridicas. 
Não obstante, para uma consulta mais detalhada acerca de como fazer corretamente 
citações, releva observar as seguintes regras básicas.
Normas gerais
• Manter a fi dedignidade às ideias do autor sem reduzir ou extrapolar o trecho a ser citado.
• Caso o trecho possua algum erro de ortografi a ou sintaxe na transcrição direta, inclua a 
palavra latina sic entre aspas após o vocábulo errado.
• Usar aspas duplas no início e no fi nal de transcrição e aspas simples em transcrição inserida 
em outra. A ABNT não permite o uso de aspas em citações com recuo. No entanto, esta 
prática é muito comum em textos jurídicos e aceita pelas bancas organizadoras.
• Recuar, em relação à margem esquerda, quando as transcrições tiverem três ou mais linhas. 
Quando se tratar de textos de lei, recuar independentemente do número de linhas.
• Supressões feitas numa transcrição são indicadas por reticências entre colchetes e os 
acréscimos ou comentários feitos pelo autor do texto, por colchetes. Se a supressão ocorrer 
antes do trecho a ser escrito ou no fi nal, o uso dos três pontos é opcional. Ele só é obrigatório, 
se comprometer o entendimento da transcrição ou possibilitar erro de gramática. Isso é muito 
raro ocorrer.
“Segundo João Barbalho, a cláusula fi nal do art. 28 resultara de uma falha da redação, 
pois a emenda aditiva [...] dizia: representação das minorias [e não da minoria] com mais 
propriedade e acerto.”
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• As citações podem vir introduzidas por expressões latinas, como: verbis, in verbis, ipsis verbis 
(pelas mesmas palavras; textualmente) ou ipsis litteris (textualmente; pelas mesmas letras):
O Ministério Público Federal sintetizou de forma coerente a questão. In verbis: [...]
• Indicar os dados necessários à identifi cação da fonte citada, os quais podem aparecer antes, 
no meio ou no fi nal do trecho transcrito.
Referência a elementos normativos
Vejamos, agora, diversas formas de fazer referência a elementos normativos. Todos os 
exemplos foram retirados dos gabaritos sugeridos pela OAB-SP.
Exemplo 1:
O art. 150 , VI, “c”, da Constituição Federal garante às instituições de educação e de assistência 
social, sem fi ns lucrativos, a desobrigação de recolher certos tributos.
Exemplo 2:
A norma jurídica que garante às instituições de educação e de assistência social, sem fi ns 
lucrativos, a desobrigação de recolher certos tributos é o art. 150, VI, “c”, da Constituição 
Federal.
Exemplo 3:
Após, que o art. 468, parágrafo único, da CLT permite a reversão do empregado ao cargo antes 
ocupado, quando deixar de exercer função de confi ança, sendo que só não será possível haver 
redução salarial (art. 7º, VI, da CF/88) quando esta for percebida por empregado, decorrente 
do exercício de função de confi ança gratifi cada, por mais de dez anos, haja vista o princípio da 
estabilidade fi nanceira, quando então incorporara ao seu salário (Súmula 372, item I, do TST). 
Contudo, no caso, não será devida nem a incorporação da gratifi cação nem o pagamento 
das diferenças salariais correspondentes, a contar da data da supressão da vantagem, pois a 
empregada não satisfez os requisitos contidos na Súmula 372, item I, do TST.
Citação direta de elementos normativos
Exemplo 1:
O art. 1º da Constituição Federal é claro ao afi rmar:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito 
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, 
nos termos desta Constituição.
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UNIDADE 2 :: NORMALIZAÇÕES & PADRONIZAÇÕES
Exemplo 2:
O art. 1º da Constituição Federal, em seu parágrafo único, é claro ao afi rmar:
Art. 1º [...]
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, 
nos termos desta Constituição.
Exemplo 3:
O parágrafo único e o inciso III do art. 1º da Constituição Federal são claros em relação ao tema:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito 
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
[...]
III - a dignidade da pessoa humana;
[...]
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, 
nos termos desta Constituição.
Citação indireta com elementos normativos
Exemplo 1:
Deverá haver expressa menção ao valor do aluguel pretendido (art. 68, I, da Lei n. 8.245/91), 
expresso requerimento de designação de audiência, expresso requerimento de restituição das 
diferenças acumuladas a partir da citação (art. 69 da Lei 8.245/91) e poderá ser requerida a 
fi xação de aluguel provisório, fazendo-se menção aos elementos apresentados para justifi car 
esse pedido.
Exemplo 2:
Se houver pedido de produção de prova testemunhal, o respectivo rol deverá estar na petição 
inicial (art. 276 do Código de Processo Civil).
Exemplo 3:
A propriedade imóvel é adquiridasomente pelo registro imobiliário, que é o momento no qual 
se consuma a transmissão do bem imóvel (art. 530, inciso I, do Código Civil de 1916 e art. 
1.245 do novo Código). A celebração de um “contrato de compra e venda” ou de uma “cessão 
de direito” não são meios hábeis para transferência da propriedade, constituem apenas pré-
contratos que geram obrigação de fazer.
Citação direta de autor
A citação direta deverá ser apresentada entre “aspas”, (se for até 3 linhas; caso contrário, 
aparecerá recuada 4 cm da margem esquerda) seguida do sobrenome do autor, ano da 
publicação, sendo indispensável indicar o número da página de onde foi extraída a transcrição. 
Exemplo 1:
Segundo Oliveira (2008, p.5) a importância da decisão está “de acordo com o que a população 
necessita”.
Exemplo 2:
A importância da decisão está “de acordo com o que a população necessita” (OLIVEIRA, 2008, 
p.5).
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Como se percebe, no primeiro caso, o nome do autor aparece apenas com a inicial em letra 
maiúscula. No segundo caso, todas as letras devem ser grafadas em caixa alta. Muitas bancas 
organizadoras aceitam essa simples referência. No entanto, o mais indicado é fazer uma 
referência mais completa na citação. Observe modelos extraídos da página da própria OAB.
Exemplo 3:
Hermínio Alberto Marques Porto anota, na obra Júri – Procedimentos e aspectos do julgamento 
(11. ed., Editora Saraiva, página 133), que:
“Constitui prova nova o documento que, mesmo não lido em Plenário, tem seu conteúdo 
transmitido aos jurados”. Ora, pode ser que este fato não tenha sido aquele que levou o 
conselho de sentença a decidir como decidiu. Entretanto, também não é possível afastar 
a conclusão de que o nobre promotor de justiça surpreendeu a defesa. É que, ao fazer 
uso do direito que lhe confere o art. 475 do CPP, restou prejudicada, mormente porque o 
órgão ministerial instigou os senhores jurados a que “pensassem o que quisessem” acerca da 
recusa, pela defesa, na produção da nova prova.
Exemplo 4:
Segundo Cleide Previtalli Cais, em O processo tributário, p. 518:
“Sua propositura, nos limites do art. 585, § 1º, do CPC e do art. 38 da Lei 6.830/80, não 
inibe a Fazenda Pública de promover a execução fi scal de sua dívida regularmente inscrita, 
salvo se a ação anulatória estiver precedida do depósito preparatório do valor do débito, 
monetariamente corrigido e acrescido dos juros, multa de mora e demais encargos, consoante 
o disposto pelo inc. II do art. 151 do CTN”.
Exemplo 5:
Nesse sentido, a doutrina de Magalhães Noronha nos ensina que: 
“Apresentando-se o acusado, nem por isso a autoridade poderá prendê-lo: deverá mandar 
lavrar o auto de apresentação, ouvi-lo-á e representará ao juiz quanto à necessidade de 
decretar a custódia preventiva. Inexiste prisão por apresentação” (in Curso de Direito 
Processual Penal).
Exemplo 6:
Nesse sentido a doutrina ensina:
“Assim, a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público e das pessoas 
jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público baseia-se no risco administrativo, 
sendo objetiva. Essa responsabilidade objetiva exige a ocorrência dos seguintes requisitos: 
ocorrência do dano; ação ou omissão administrativa; exigência de nexo causal entre o dano e 
a ação ou omissão administrativa e ausência de causa excludente a responsabilidade estatal” 
(MORAES, Alexandre. Direito constitucional. 14. ed. São Paulo: Atlas, p. 346).
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UNIDADE 2 :: NORMALIZAÇÕES & PADRONIZAÇÕES
Citação indireta de autor
É a transcrição de trecho do autor consultado, porém usando outras palavras sem perder 
o sentido original, ou seja, parafraseando. É necessário citar a fonte: dar crédito ao autor, 
sendo desnecessário indicar o número da página de onde a ideia foi extraída. Caso você faça 
a indicação após a paráfrase, procure citar a página.
Exemplo 1:
Segundo Damásio E. de Jesus, em Código Penal Anotado, em hipóteses como essa, o terceiro 
que provocou o erro responde pelo crime a título de dolo ou de culpa. Já a pessoa que 
foi provocada, tratando-se de erro invencível, não responde pelo crime cometido, quer a 
título de dolo ou culpa; tratando-se de provocação de erro vencível (aquele que poderia ser 
evitado pelo homem médio, naquelas circunstâncias), não responde pelo crime a título de 
dolo, subsistindo a modalidade culposa, se prevista em lei.
Exemplo 2:
Ao invés do destino certo e determinado do bem de que tem a posse e que se exsurge como 
pressuposto do crime, o agente lhe dá outro, no interesse próprio ou de terceiro, já que, se for 
em proveito da própria administração, poderá haver desvio de verba. Esse é o ensinamento 
de Alberto Silva Franco (Código Penal e sua Interpretação, p. 1.437).
Citação de entendimento do tribunal
Exemplo 1:
Apesar do disposto no art. 8º, § 1º, da Lei 9.099/95, vige o entendimento jurisprudencial de 
que o pedido contraposto não equivale a uma ação autônoma, de modo que não existe óbice 
legal para que a pessoa jurídica formule pedido contraposto. Nesse sentido:
“REPARAÇÃO DE DANOS. ACIDENTE DE TRÂNSITO. PEDIDO CONTRAPOSTO. PESSOA 
JURÍDICA. 1) O PEDIDO CONTRAPOSTO NÃO EQUIVALE A UMA NOVA AÇÃO, RAZÃO POR 
QUE NÃO SE APLICA O PARÁGRAFO 1º DO ARTIGO 8.º DA LEI 9.099/95. 2) A ALEGAÇÃO 
DE CULPA EXCLUSIVA DO AUTOR, QUE É INSERIDA PARA O PEDIDO CONTRAPOSTO, NÃO 
AMPLIA A COMPLEXIDADE DA CAUSA, SE NÃO HÁ COGITAR-SE DE PERÍCIA E A DISCUSSÃO 
CONTINUA A GIRAR SOBRE O MESMO PONTO CONTROVERTIDO. 3) CABE AO INTERESSADO 
ADOTAR AS PROVIDÊNCIAS PARA QUE O FUNCIONÁRIO DA JUSTIÇA PROMOVA A 
TRANSCRIÇÃO DA MÍDIA, SOB PENA DE PREVALECEREM OS INFORMES CONTIDOS NA 
SENTENÇA RECORRIDA. 4) RECURSO NÃO PROVIDO”. [APELAÇÃO CÍVEL NO JUIZADO 
ESPECIAL 20060610043322ACJ DF. Acórdão Número: 269.234. Data de Julgamento: 
27/3/2007. Órgão Julgador: Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais 
do D.F. Relator: FÁBIO EDUARDO MARQUES. Publicação no DJU: 23/4/2007, p. 105].
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PORTUGUÊS JURÍDICO
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Exemplo 2:
Nessa linha de raciocínio tem decidido também a Eg. Corte Superior de Justiça, conforme 
se observa do V. Acórdão proferido no REsp. 12.546-RJ, 1ª Turma, relator min. Humberto 
Gomes de Barros: “A propriedade imobiliária apenas se transfere com registro do respectivo 
título (C. Civil, art. 530). O registro imobiliário é o fato gerador do Imposto de Transmissão 
de Bens Imóveis. Assim, a pretensão de cobrar o ITBI antes do registro imobiliário contraria o 
ordenamento jurídico”.
Exemplo 3:
Anote-se, ainda, que, por ocasião do julgamento da ADIN 3.112-1/DF, do STF, Rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, considerou-se inconstitucional o disposto no art. 21 da Lei 10.826/2003, que 
proibia a liberdade provisória no caso dos crimes de posse ou porte ilegal de arma de fogo de 
uso restrito, comércio ilegal de arma de fogo e tráfi co internacional de arma de fogo.
Exemplo 4:
A privação cautelar da liberdade individual reveste-se de caráter excepcional (HC 90.753/RJ, 
Segunda Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJU de 22/11/2007), sendo exceção à regra (HC 
90.398/SP, Primeira Turma. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJU de 17/05/2007).
Referência bibliográfi ca 
As regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT são igualmente bastante 
rigorosas no que se refere a mencionar referências bibliográfi cas de documentos jurídicos. 
Aqui vale a mesma observação feita em relação às citações, vale dizer, para as petições 
jurídicas não há o mesmo nível de exigência que existe em se tratando de monografi as e 
trabalhos científi cos. Apesar disso, é aconselhada a observância, pelo advogado, das normas 
da ABNT pertinentes, as quais são explicitadas de forma resumida a seguir. 
Legislação

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