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Scheila Maria 2016 1 CARDIO – INSUFICIÊNCIA CARDÍACA INTRODUÇÃO E EPIDEMIOLOGIA No Brasil, a principal etiologia de IC é a cardiopatia isquêmica, com frequência, associada a HAS. A ICC acomete cerca de 2% da população mundial. A incidência vem aumentando devido a três principais fatores: envelhecimento populacional (até 10% nos pacientes > 80% anos tem IC); maior prevalência das doenças precursoras (HAS, obesidade, DM); e melhora no tto de doenças associadas que antes limitavam a sobrevida do paciente (IAM, valvulopatias). DEFINIÇÃO Síndrome clínica que ocorre em pacientes que, em razão de anormalidade herdada ou adquirida na estrutura e/ou função cardíacas, desenvolvem uma constelação de sintomas (dispneia e fadiga, por exemplo) e sinais clínicos (edemas, estertores, etc) que levam a hospitalizações frequentes, deterioração na qualidade de vida e menor expectativa de vida. Os aumentos de pressões realizados pelo coração insuficiente causam os quadros clínicos. Ou seja, há uma alteração cardíaca estrutural ou funcional que leva à incapacidade do coração de ejetar ou acomodar sangue dentro de valores pressóricos fisiológicos, causando limitação funcional e necessitando de intervenção terapêutica. A maioria dos casos é devido à perda de massa miocárdica, cursando com dilatação e/ou hipertrofia compensatória do VE. Ocorre então um paradoxo já que essa resposta compensatória envolve ativação neuro-hormonal (sistema adrenérgico e SRAA) e é justamente a hiperatividade neuro-hormonal a responsável direta pelas alterações deletérias observadas no cardiomiótico (isto é, a cardiotoxicidade de mediadores como epinefrina e angII). CLASSIFICAÇÃO Estágios (AHA): A, B, C e D. – progressivo, não regride o A – assintomáticos sob alto risco de disfunção ventricular devido a comorbidades. o B – assintomáticos já com alguma disfunção ventricular [hipertrofia, dilatação, IAM] o C – sintomáticos com disfunção ventricular associada o D – sintomáticos em repouso apesar da medicação e que internam frequentemente. [Presença de doença estrutural ventricular avançada]. Classe funcional (NYHA): I, II, III, IV. o I – sem limitações, > 6 METs na ergometria o II – limitação leve, 4-6 MTEs na ergometria o III – limitação acentuada, 2-4 METs na ergometria o IV – incapacidade física, sintomas em repouso. Não tolera ergometria. Perfil hemodinâmico: A, B, C, D (L) o A – paciente quente e seco (sem congestão) Scheila Maria 2016 2 o B – paciente quente e úmido (congesto) o C – paciente frio e úmido (congesto e DC) o D – frio e seco ( DC e sem congestão) Fração de ejeção: preservada ou reduzida. o ≥ 58% (normal) < 40% (reduzida) > 40% (preservada) ETIOLOGIA Qualquer condição que leve a alterações na estrutura ou função ventricular pode predispor o paciente a evoluir com IC. Como vimos, a IC pode ser dividida em sistólica e diastólica e possuem etiologias diferentes embora haja pontos de interseção. A IC sistólica geralmente está associada a uma cardiopatia dilatada. As causas de cardiopatia dilatada mais comuns são: HAS e doença isquêmica. No entanto, algumas vezes a causa é uma doença intrínseca do miocárdio – cardiopatia primária, na qual existem três diagnósticos principais: cardiomiopatia dilatada idiopática, alcoólica e chagásica. o Resumindo as principais causas: hipertensão arterial (cardiopatia hipertensiva); doença coronariana (infarto – fibrose ou isquemia – miocárdio hibernante); valvulopatias, cardiomiopatia dilatada idiopática, alcoólica e chagásica. A IC diastólica tem como causas importantes a HAS e a fibrose (sequela de IAM). O próprio envelhecimento é considerado uma causa de IC diastólica. Também existe a miocardiopatia hipertrófica e desordens infiltrativas (sarcoidose, amiloidose). o Resumindo as principais causas: cardiopatia hipertensiva, fibrose isquêmica, miocardiopatia hipertrófica e restritiva. A IC aguda tem como causa mais comum o IAM. Outras causas incluem: miocardite aguda (viral, reumática), endocardite infecciosa e rotura de cordoalhas. FISIOPATOLOGIA A insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida pode ser vista como um distúrbio progressivo que se inicia quando um “evento-índice” lesa o músculo cardíaco, o que resulta em perda da função dos miócitos cardíacos ou, alternativamente, diminuição da capacidade do miocárdio de gerar força, impedindo, assim, que o coração se contraia normalmente e bombeie a quantidade de sangue necessária à homeostasia. Esse evento pode ter instalação súbita (como no IAM), gradual ou insidioso (como nas sobrecargas de pressão ou de volume) ou ser hereditário. De todo modo há declínio da capacidade de bombeamento do coração As formas agudas podem se dar das seguintes formas: o Falha dos mecanismos de compensação com da pressão diastólica (ex: IAM) o Descompensação de paciente que já possui uma insuficiência cardíaca. Scheila Maria 2016 3 As formas crônicas seguem uma sequência de acontecimentos que se inicial com a redução da reserva funcional do coração causando uma do DC que é interpretada como do volume de sangue circulante ou do volume ejetivo. Um grande número de mecanismos compensatórios são então ativados na presença de lesão cardíaca e/ou de disfunção ventricular, permitindo modulação da função por meses ou anos, dependendo da gravidade da patologia. Na lista de mecanismos compensatórios descritos até o momento, temos: o Ativação do sistema nervoso simpático: causa FC reduzindo a variabilidade desta e resultando em risco de morte cardíaca. Além disso, vai culminar em retenção de água e sal levando à vasoconstrição periférica. Esta é responsável por hipoperfusão, formação de ROS, fatores inflamatórios e redução da perfusão renal. o Ativação do SRAA: A redução da perfusão renal deflagra a produção de renina e a AngII vai causar hipertrofia dos miócitos, morte celular de miócitos e fibrose miocárdica além de estimular a aldosterona que age retendo Na+ e água. o Aumento da contratilidade miocárdica. o Liberação do hormônio antidiurético (ADH) pela hipófise: O ADH é um potente vasoconstritor que aumenta a permeabilidade dos ductos coletores renais, levando à mais reabsorção de água. Ocorre então volemia, H²O, Na+, ou seja hiponatemia que é um indicador de gravidade. o Ativação de um sistema de citocinas e outras moléculas vasodilatadoras: Ocorre ativação de um grupo de moléculas vasodilatadoras, incluindo os peptídeos natriuréticos atrial e cerebral (ANP e BNP), as prostaglandinas (PGE2 e PGI2) e o óxido nítrico (NO), que compensam a vasoconstrição vascular periférica excessiva. Então recapitulando: A ativação do sistema nervoso simpático e do SRAA são responsáveis por manter o DC por meio da elevação da retenção de sal e água. Além disso, a ativação de moléculas vasodilatadores ocorre como forma de compensar a vasoconstrição periférica excessiva, que ocorre por diversos mecanismos, tais como a secreção aumentada de ADH e ativação do sistema nervoso simpático. A curto prazo estes sistemas são capazes de manter a capacidade da função cardiovascular dentro do limite, fazendo com que o paciente se mantenha assintomático. Entretanto, em algum momento se tornam francamente sintomáticos e ocorre então o remodelamento ventricular. Downregulation: ocorre internalização dos receptores beta-adrenérgicos como uma forma de defesa à injúria desencadeada pela noradrenalina. O coração, porém fica vulnerável a fenômenos de reentrada. Franking-Starling:Os mecanismos de Frank-starling conseguem manter o coração funcionante de forma suficiente por um tempo. No entanto, essa lei possui uma importante limitação: um aumento excessivo do volume diastólico final acabará dificultando a performance ventricular, com desestruturação da mecânica das fibras, levando ao aumento das pressões de enchimento e à redução do débito sistólico. (E isso evolui pra que? quadros de congestão!). Remodelamento cardíaco: Ocorre em resposta a alguns eventos celulares e moleculares como hipertrofia, alterações contráteis, necrose a apoptose dos miócitos. Além disso ocorre Scheila Maria 2016 4 dessensibilização beta-adrenérgica (downregulation). Os estímulos a esses eventos são estiramento dos miócitos, citocinas inflamatórios, neurormônios circulantes, ROS e outros que quando mantidas suas expressões causam efeitos deletérios sobre o coração e circulação. Por fim o remodelamento VE culmina em dilatação do VE, aumento da esfericidade, afinamento da parede e incompetência da mitral. Obs1: Ao inibir a hiperativação neuro-hormonal (e seus efeitos sobre o miocárdio), as seguintes três classes de drogas são capazes de influir positivamente na história natural da IC sistólica de baixo débito, aumentando a sobrevida do paciente: (1) Inibidores da ECA; (2) Betabloqueadores; (3) Antagonistas da aldosterona. Obs2: Na fase sintomática da IC o ventrículo trabalha com uma pós-carga elevada, devido a três fatores e, portanto, a redução medicamentosa da pós-carga exerce efeito benéfico sobre a performance cardíaca: (1) Vasoconstrição arteriolar periférica; (2) Retenção hídrica – levando a um aumento do volume diastólico ventricular; (3) Remodelamento cardíaco. TIPOS DE ICC Quanto ao lado do coração afetado: o Insuficiência cardíaca esquerda: É a grande maioria e cursa com congestão pulmonar (dispneia, ortopneia, dpn...). Algumas etiologias são: IAM, cardiopatia hipertensiva, miocardiopatia idiopática e doença valvar. o Insuficiência cardíaca direita: Cursa com congestão sistêmica (TVJ, hepatomegalia, ascite, edema de MMII...) e alguns exemplos de etiologias são: cor pulmonale, infarto de VD e miocardiopatias. o Insuficiência biventricular: disfunção esquerda e direita que cursa com congestão pulmonar e sistêmica. A maioria se inicia como IVE, que é causa mais comum de IVD. Quanto ao mecanismo fisiopatológico: o Insuficiência cardíaca sistólica: Perda da capacidade contrátil com dilatação ventricular (50-60% dos casos). Ocorre redução da FE e as consequências são DCo e VDF que levam a da pressão de enchimento ventricular e congestão venocapilar. o Insuficiência cardíaca diastólica: 40-50% dos casos. A contração é normal (com FE > 50%) porém há restrição ao enchimento diastólico causando elevação nas pressões e congestão venocapilar. Quanto ao débito cardíaco: o Insuficiência de baixo débito: A disfunção sistólica reduz o DC causando hipoperfusão tecidual. Ocorre principalmente no esforço, mas em fases avançadas ocorre em repouso. Scheila Maria 2016 5 o Insuficiência de alto débito: Ocorre principalmente em condições que exigem maior trabalho cardíaco (tireotoxicose, anemia grave, fístulas arteriovenosas como na cirrose e sepse). No entanto, apesar do alto débito ele está abaixo do desejado em face da alta requisição. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O paciente em geral permanece assintomático por vários anos, como já vimos, devido aos mecanismos adaptativos descritos que mantém o DC próximo da normalidade. Porém após certo período, surgem os efeitos deletérios e os sintomas que podem ser decorrentes do baixo DC ou da síndrome congestiva. Síndrome congestiva pulmonar: Primeiras manifestações da IVE, ocorre acúmulo de líquido no interstício pulmonar e entre os alvéolos. Surge então dispneia aos esforços que evolui para o repouso, portanto, dispneia progressiva, ortopneia, dispneia paroxística noturna (dpn), tosse seca, geralmente noturna, broncoespasmo asma cardíaca. Edema agudo de pulmão (EAP): O extremo da congestão pulmonar é o EAP. Ocorre intensa crise de taquidispneia, ortopneia, insuficiência respiratória, cianose central (hipoxemia grave). Por vezes há expectoração rósea (proveniente do edema alveolar abundante). Ao exame físico há estertoração, sibilos difusos (asma cardíaca). Síndrome congestiva sistêmica: Com o avançar da disfunção de VE ocorre hipertensão pulmonar e a seguir, sobrecarda de VD que leva a congestão sistêmica. A doença primária de VD leva ao mesmo quadro. Os sintomas predominantes são: edema de MMII, ascite, dispneia por derrame pleural, dor abdominal, hepatomegalia congestiva e saciedade precoce. A IVD reduz ainda mais o baixo débito piorando os sintomas de baixo DC. Já em relação a congestão pulmonar, causa uma sensação de melhora. Síndrome de baixo débito: É mais comum na IC sistólica e os sintomas aparecem inicialmente aos esforços. São: fadiga muscular, indisposição, mialgia, cansaço, lipotímia, síncope. Emagrecimento e “caquexia cardíaca”: Perda de massa muscular por um desbalanço entre o DC e a demanda metabólica da musculatura esquelética. Pode ocorrer, além disso, redução na absorção intestinal de nutrientes (congestão mucosa). Apesar do acúmulo de líquidos e edema, alguns chegam a entrar em caquexia. O efeito de mediadores como TNF- exagerados na IC contribuem com o efeito catabólico. Choque cardiogênico: Comum nas formas agudas graves ou fase terminal das formas crônicas. Hipoperfusão generalizada e hipotensão grave que não respondem a reposição volêmica. EXAME FÍSICO Sempre pesquisar por sinais de aumento da pressão venosa jugular e presença de B3. (sinais importantes para o prognóstico) Scheila Maria 2016 6 Pulso arterial: Inicialmente apresenta-se normal e depois pode ser de baixa amplitude devido ao baixo débito. Pode aparecer o pulso alternante como sinal de débito extremamente baixo e mau prognóstico. [Por vezes só percebe-se o batimento mais forte causando uma frequência falsamente reduzida pela metade]. Pulso venoso e TVJ: A turgência jugular patológica (a 45°) é sinal fidedigno e precoce de IVD. O pulso venoso apresenta alterações de onda A devido a elevadas pressões de enchimento no VD, ou presença de onda V gigante consequente a insuficiência tricúspide. Precórdio: depende do tipo de cardiopatia, se dilatada, hipertrófica ou restritiva. Na dilatada (maioria dos casos de ICC) há ictus difuso e fraco, pode estar desviado, o ictus de VD pode ser palpável e proeminente. Batimento protodiastólico e pré-sistólico podem ser palpáveis (corresponde a B3 e B4 na ausculta) Ausculta cardíaca: B1 pode ser hipofonética, B2 hiperfonética (quando há HAP). A bulha acessória da IC é a B3 (produzida pela desaceleração do fluxo de sangue no fim da fase de enchimento rápido da diástole). B4 é mais comum na isquêmica e cardiopatia hipertensiva. Pode ocorrer sopro de insuficiência mitral ou tricúspide. Exame respiratório: Estertores ou creptação às vezes acompanhados por sibilos expiratórios (asma cardíaca). Quando presentes em pacientes sem doença pulmonar concomitante, os estertores são sinais específicos de ICC. No entanto, é importante ressaltar que os estertores frequentemente estão ausentes nos pacientes com ICC crônica, mesmo nos casos com pressões de enchimento elevadas, em razão do aumento da drenagem linfática do líquido alveolar. Abdome e membros: A hepatomegalia é um sinal importante nos pacientes com IC, geralmente é doloroso. Ascite e icterícia são geralmente sinais tardios. Anasarca pode ocorrer em fasesavançadas de IC biventricular. DIAGNÓSTICO É realmente IC? Exames complementares etiologia morbidades associadas fração de ejeção critérios de Framinghan Escore de Boston. A anamnese e o exame físico sugerem o diagnóstico de IC na grande maioria das vezes, porém tais sinais não são nem sensíveis nem específicos. Por isso, a chave para o diagnóstico é a manutenção do alto grau de suspeição, particularmente nos pacientes com risco elevado. Os critérios de Framinghan são simples, baratos e acurados. Alguns exames laboratoriais complementares, alguns inespecíficos e aqueles de alto grau de especificidade podem ainda ser solicitados. Radiografia de tórax: fornece informações sobre as dimensões do coração e vasculatura pulmonar. O índice cardiotorácico > 50% é um achado comum na cardiopatia dilatada, outros achados podem ser sinais de congestão e derrame pleural. ECG: alterações inespecíficas e dependem da doença subjacente. O principal objetivo é analisar o ritmo cardíaco, hipertrofia de VE, IM prévio, largura do QRS (ajuda na avaliação Scheila Maria 2016 7 do benefício da terapêutica de ressincronização). O ECG normal exclui disfunção sistólica de VE. [É sensível mas não específico]. Ecocardiograma: método mais útil para confirmação diagnóstica e avaliação da etiologia, perfil hemodinâmico e prognóstico. Divide a IC em sistólica e diastólica pois determina a FE. [FE < 50 indica disfunção sistólica e FE > 40%, diastólica]. BNP: produzido também no miocárdio dos ventrículos, sempre em resposta ao estiramento e sua liberação está ligada ao aumento das pressões de enchimento ventricular. [aumenta na IC, porém não aumenta na pneumopatia diagnóstico diferencial]. Avaliação laboratorial inespecífica: anemia, hiponatremia, azotemia são importantes preditores prognósticos. Função hepática e renal também devem ser avaliadas e o perfil lipídico e eletrólitos. PROGNÓSTICO Classe funcional NYHA Classe funcional evolutiva (AHA) Fração de ejeção Disfunção diastólica associada Marcadores Neuro-humorais – ver obs 1 Complicações – ver obs 2 Obs1: marcadores neuro-humorais – quanto mais grave for a IC menor é débito cardíaco e menor o fluxo arterial orgânico. A resposta neuro-humoral será, portanto, mais proeminente. Assim, a mortalidade é proporcional aos níveis séricos de noradrenalina, ADH, endotelina-1 e BNP. O ADH promove retenção de água livre levando à hiponatremia dilucional. O grau de hiponatremia reflete os níveis de ADH relacionando-se a um pior prognóstico. Obs2: O uso de anticoagulante oral (varfarina) na IC crônica está indicado sempre nos casos de FA, trombo mural e acinesia apical, todos fatores de risco, junto com FE < 30%, para a formação de tromboembolismo sistêmico. TRATAMENTO 1. Medidas gerais a. Dieta: controle da ingestão de sal b. Repouso: pacientes sintomáticos ou descompensados [dentre outras vantagens melhora o fluxo renal e assim a diurese culminando em renina, Ang II e ADH e por fim melhora da congestão. Os compensados podem permanecer com as atividades normais do dia-a-dia c. Reabilitação: adesão ao ttt, melhora da qualidade de vida, redução de internações. 2. Controle dos fatores descompensantes. a. Vacina: Influenza e pneumococo [infecção de VA é importante fator] Scheila Maria 2016 8 b. Tabagismo: estimular abandono c. AINEs: PA e alguns são pró-trombóticos. Evitar. d. Profilaxia para TVP em viagens e. O fator de descompensação mais comum é a não aderência ao ttt. 3. Terapia medicamentosa [medicamentos que melhoram prognóstico] a. Inibidores da ECA; b. Betabloqueadores; c. Antagonistas da aldosterona; d. Hidralazina + nitrato; e. Antagonistas dos receptores AT1. Obs: Esses medicamentos agem inibindo o efeito dos mediadores deletérios do miocárdio – Ang II, aldosterona, noradrenalina – reduzindo o fenômeno do remodelamento cardíaco. Obs: Estão mais relacionados a IC de FE reduzida. Na preservada apenas melhorar a qualidade de vida. Inibidores da ECA: inibem formação de Ang II promovendo: (1) arteriodilatação pós carga; (2) venodilatação pré-carga; e (3) dos efeitos diretos da AngII sobre o miocárdio. Aumentam bradicinina [tosse seca], óxido nítrico e protaglandinas {todos vasodilatadores}. Indicações: todo paciente com IC sistólica salvo contraindicações Betabloqueadores [carvedilol, isoprolol, nebivolol]: bloqueiam a ação tóxica da noradrenalina sobre os miócitos e reduzem liberação desta nas sinapses cardíacas. Indicação: todo paciente com IC sistólica, doença isquêmica, cardiomiopatia hipertrófica hereditária sintomática. Obs: compensar o paciente antes de usar. Contra indicações: asma, bradiarritmia. Antagonistas da aldosterona [espironolactona e esplerona]: inibe efeito da aldosterona sobre o miocárdio além de reduzir hipocalemia. Indicações: IC sistólica avançada (classe III ou IV). Contra indicação: K > 5,5 mEq/L. Hidralazina + Isossorbida (nitrato): ditalação arteriolar reduzindo pré-carga (isossorbida) e venosa reduzindo pós carga (hidralazina). Indicações: intolerantes a outras classes, pacientes que permanecem sintomáticos apesar da terapia, negros com IC em uso de iECA e beta-block. Antagonistas AT1: inibe ação da Ang II e não causa tosse. Indicações: pacientes que não toleram iECA devido a tosse ou sintomáticos apesar da terapia. Ivabradina: Inibe canais IF no nó sinusal e FC. Indicações: pacientes em classe II-IV (NYHA) com terapia otimizada desde que a FC esteja ≥ 70 bpm e o ritmo seja sinusal. 4. Drogas sintomáticas [não aumentam sobrevida, porém mantém o paciente compensado] Scheila Maria 2016 9 a. Diuréticos de alça e tiazídicos: compensam o paciente com congestão. A furosemina {de alça} venosa é o melhor remédio para compensar um paciente com IC congestiva. Não usar em excesso para não reduzir muito a volemia síndrome de baixo débito. b. Digitálicos: efeito inotrópico positivo, ação colinérgica e arritmogênica. Contraindicados em IC diastólica pura. 5. Anticoagulantes e antiplaquetários: indicados em situações específicas como história de evento embólico, IAM recente com trombo, entre outros. O uso rotineiro não está indicado. A aspirina é usada em casos de DAC concomitante. E por fim, como profilaxia de evento tromboembólico em acamados hospitalizados utiliza-se heparina de baixo peso molecular. 6. Outras medidas: a. Ressincronização ventricular: pacientes com BRE, QRS largo > 150ms e classe III podem se beneficiar. (VE contrai antes do VD causando dificuldade de compensar a congestão pulmonar). b. Cirurgia c. Dispositivos de assistência ventricular ICC refratária d. Transplante cardíaco Obs: PACIENTE DESCOMPENSADO: INICIA COM DIURÉTICO E QUANDO COMPENSAR: IECA + ANTAG. DA ALDOSTERONA
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