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Gastro Dispepsia funcional e H.pylori

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Scheila Maria 
2016 
1 
 
GASTRO – DISPEPSIA E H.pylori 
 
 
A dispepsia é definida como um distúrbio da digestão caracterizado por um conjunto de 
sintomas relacionados ao trato gastrointestinal superior, como dor, queimação ou desconforto 
na região superior do abdômen, que podem estar associados a saciedade precoce, 
empachamento pós-prandial, náuseas, vômitos, timpanismo, sensação de distensão abdominal, 
cujo aparecimento ou piora pode ou não estar relacionado à alimentação ou ao estresse. 
Dispepsia funcional ou dispepsia não ulcerosa ou síndrome dispéptica é uma 
desordem heterogênea caracterizada por períodos de abrandamentos e exacerbações, e seu 
diagnóstico é em geral empregado quando, em uma avaliação completa em um paciente que 
apresenta dispepsia, não se consegue identificar a causa para os seus sintomas. O mecanismo 
fisiopatológico ainda é desconhecido e o tratamento ainda não totalmente estabelecido. 
De acordo com os consensos de Roma II e Roma III, a dispepsia funcional é então definida 
como: 
| Dor, queimação ou desconforto crônico ou recorrente com sensação subjetiva 
desagradável, que pode estar associada à saciedade precoce, empachamento pós-
prandial, náuseas, vômitos, timpanismo, distensão abdominal, localizados no abdômen 
superior, com a ausência de provável doença orgânica que justifique os sintomas e 
ausência de evidências de que os sintomas melhorem ou estejam associados a alterações 
no ritmo ou nas características das evacuações intestinais. Além disso, os sintomas 
apresentam duração mínima de 3 meses (12 semanas), sendo contínuos ou 
intermitentes, com no mínimo 6 a 12 meses anteriores de história.| 
De acordo com o Roma III os sintomas mais observados na dispepsia funcional são: 
empachamento pós-prandial, saciedade precoce, dor epigástrica e queimação epigástrica. 
Obs: Os pctes apresentando sintomas de pirose retroesternal ou outros sintomas compatíveis 
com refluxo gastroesofágico não devem ser rotulados como apresentando dispepsia. Devem 
ser definidos como apresentando DRGE, mesmo que apresentem endoscopia sem evidências de 
esofagite. 
Obs2: A dispepsia funcional é definida pelos sintomas citados, após a exclusão de lesão 
estrutural à endoscopia digestiva alta ou à radiografia contrastada. 
Epidemiologia: A prevalência é menor em idosos e parece ser discretamente maior no sexo 
masculino. Apenas 25% procuram atenção médica por essa queixa e quando submetidos a 
endoscopia digestiva alta, de 50-60% tem dispepsia funcional, 15-20% apresentam úlcera 
péptica, 20-30% possuem DRGE e 0,5-2% são portadores de neoplasia gástrica. 
Fisiopatologia: Alguns mecanismos vêm sendo atribuídos aos quadros de dispepsia funcional 
como: anormalidades da motilidade gastrointestinal, aumento da sensibilidade a estímulos do 
Scheila Maria 
2016 
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lúmen digestivo, anormalidades psicológicas ou emocionais, distúrbios da acomodação 
gástrica, infecção por H.pylori. 
Quadro clínico: Na caracterização de dispepsia é importante tentar identificar sinais ou 
sintomas que possam indicar gravidade (ex. úlcera péptica e câncer gástrico) e maior 
probabilidade de doença orgânica, o que é denominado pela literatura de sinais de alarme. Os 
principais são: 
a. Sangramento gastrointestinal agudo/crônico (melena/ hematêmese); 
b. Perda de peso involuntária progressiva; 
c. Disfagia progressiva; 
d. Vômitos persistentes; 
e. Anemia por deficiência de ferro; 
f. Massa epigástrica; 
g. Doença péptica ulcerosa prévia; 
h. História familiar de câncer gástrico. 
Da mesma forma, é importante identificar o uso de medicamentos que possam ser 
responsáveis pelos sintomas dispépticos. Os principais medicamentos relacionados são anti-
inflamatórios não hormonais, antagonista do cálcio, nitratos, teofilina, bifosfonatos e 
corticoesteroides. 
Abordagem inicial de pacientes com dispepsia: 
 
- Encaminhá-los para endoscopia digestiva alta na presença de sinais de alarme ou idade > 
55 anos. 
- Aconselhá-los a seguir uma alimentação saudável, reduzir o peso e suspender o fumo; 
- Identificar e suspender, se possível, medicamentos de uso habitual que possam provocar 
sintomas dispépticos (anti-inflamatórios, antagonista do cálcio, nitratos, teofilina, bifosfonatos, 
corticoesteroides); 
- Tratar por 4-6 semanas com inibidor da bomba de prótons; 
- Tratar empiricamente a infecção por Helicobacter pylori se não houver melhora após 4-6 
semanas de uso de inibidores da bomba de prótons, ou houver recorrência dos sintomas em 12 
meses; 
- Encaminhar paciente para endoscopia digestiva alta se não houver melhora, ou recorrência 
dos sintomas em 12 meses, após tratamento para infecção por Helicobacter pylori. 
 
Na investigação acerca da dispepsia temos como exames de 1ª linha: Sangue e bioquímico, 
parasitológico de fezes, pesquisa de sangue oculto nas fezes, USG de abdome, endoscopia 
digestiva alta. 
 
Os exames de 2ª indicação (quando há dúvidas) são: TC de abdome, RM do abdome, Phmetria 
de 24h, Manometria esôfago-gástrica, avaliação psicológica ou psiquiátrica, testes de 
intolerância alimentar. 
Scheila Maria 
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ALGORITMO DE ABORDAGEM NO PACIENTE COM DISPEPSIA 
 
 
 
Paciente com 
sintomas 
dispépticos. 
Pirose ou 
regurgitação 
Abordar 
como DRGE 
Dispepsia 
Há sinais de 
alarme e/ou 
>55 anos? 
Sim 
Encaminhar 
para 
endoscopia 
Não 
Dispepsia 
não 
investigada 
IBP por 4-6 
semanas 
Não houve melhora ou houve 
recorrência? 
Não 
Dispepsia 
resolvida 
Sim 
Erradicar 
H.pylori 
Não houve melhora ou houve 
recorrência? 
Não 
Dispepsia 
resolvida 
Sim 
Encaminhar 
para 
endoscopia.

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