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Pneumo Asma

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Scheila Maria 
2016 
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PNEUMO - ASMA 
 
 “Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, na qual muitas células e 
elementos celulares têm participação. A inflamação crônica está associada à 
hiperresponsividade das vias aéreas, que leva a episódios recorrentes de sibilos, dispneia, 
opressão torácica e tosse, particularmente à noite ou no início da manhã. Esses episódios 
são uma consequência da obstrução ao fluxo aéreo intrapulmonar generalizada e variável, 
reversível espontaneamente ou com tratamento.” 
 Entre as células inflamatórias, destacam-se os mastócitos, eosinófilos, linfócitos T, células 
dendríticas, macrófagos e neutrófilos. 
 Entre as células brônquicas estruturais envolvidas na patogenia da asma, figuram as 
células epiteliais, as musculares lisas, as endoteliais, os fibroblastos, os miofibroblastos e os 
nervos. 
 Dos mediadores inflamatórios já identificados como participantes do processo 
inflamatório da asma destacam-se quimiocinas, citocinas, eicosanoides, histamina e óxido 
nítrico. 
 O estreitamento brônquico intermitente e reversível é causado pela contração do músculo 
liso brônquico, pelo edema da mucosa e pela hipersecreção mucosa. 
[A hiper-responsividade brônquica é a resposta broncoconstritora exagerada ao estímulo que 
seria inócuo em pessoas normais. A inflamação crônica da asma é um processo no qual existe 
um ciclo contínuo de agressão e reparo que pode levar a alterações estruturais irreversíveis, 
isto é, o remodelamento das vias aéreas.] 
 O risco de persistência da asma até a idade adulta aumenta com a gravidade da doença, a 
presença de atopia, tabagismo e gênero feminino. 
 As principais características que têm sido utilizadas para prever se a sibilância 
recorrente na criança irá persistir na vida adulta são as seguintes: diagnóstico de 
eczema nos três primeiros anos de vida; pai ou mãe com asma; diagnóstico de rinite nos 
três primeiros anos de vida; sibilância sem resfriado (virose); e eosinofilia sanguínea > 3% 
(na ausência de parasitoses) 
 
DIAGNÓSTICO 
 O diagnóstico clínico é sugerido por um ou mais sintomas, como dispneia, tosse crônica, 
sibilância, opressão ou desconforto torácico, sobretudo à noite ou nas primeiras horas da 
manhã. 
 Sintomas que sugerem fortemente: variabilidade dos sintomas, o desencadeamento de 
sintomas por irritantes inespecíficos (como fumaças, odores fortes e exercício) ou por 
aeroalérgenos (como ácaros e fungos), a piora dos sintomas à noite e a melhora espontânea 
ou após o uso de medicações específicas para asma. 
 O exame físico do asmático geralmente é inespecífico. A presença de sibilos é indicativa 
de obstrução ao fluxo aéreo; contudo, pode não ocorrer em todos os pacientes. 
 A confirmação do diagnóstico de asma usualmente é feita através da espirometria, a 
qual fornece duas medidas importantes para o diagnóstico de limitação ao fluxo de ar das 
vias aéreas: VEF1 e CVF. 
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 O diagnóstico de asma é confirmado não apenas pela detecção da limitação ao fluxo 
de ar, mas principalmente pela demonstração de significativa reversibilidade, parcial 
ou completa após a inalação de um broncodilatador de curta ação. 
 Uma espirometria normal não exclui o diagnóstico de asma. Pacientes com sintomas 
intermitentes ou asma controlada geralmente têm espirometria inteiramente 
normal antes do uso de broncodilatador. A repetição do exame após o uso de 
broncodilatador nesses casos pode revelar uma resposta significativa em alguns pacientes, 
devendo, por conseguinte, ser incorporada à rotina do exame na investigação da asma. 
 Objetivos da espirometria: confirmar diagnóstico, documentar a gravidade, monitorar 
curso da doença. 
 O VEF1, por sua boa reprodutibilidade, tem sido a medida isolada mais acurada para 
estabelecer a gravidade da limitação ao fluxo aéreo e a resposta imediata ao uso de 
broncodilatador. 
 Já que o paciente pode ter a asma e espiro normal OU não resposta ao bronco. Nesses 
casos confirma-se com um teste de hiper-responsividade. Um teste de broncoprovocação 
química com resultado negativo, em indivíduos sintomáticos, exclui o diagnóstico de 
asma como causa desses sintomas. 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 
 
CONTROLE DA ASMA 
 Controle da asma expressa a intensidade com que as manifestações da asma estão 
suprimidas pelo tratamento. É variável em dias ou semanas, sendo influenciado pela adesão 
ao tratamento ou pela exposição a fatores desencadeantes. 
 
 
 
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 Gravidade refere-se à quantidade de medicamento necessária para atingir o controle. 
Reflete uma característica intrínseca da doença, definida pela intensidade do tratamento 
requerido e que é alterada lentamente com o tempo. 
 
TRATAMENTO 
Os objetivos do tratamento são: 
 •Atingir e manter o controle dos sintomas 
 •Manter as atividades da vida diária normais, incluindo exercícios. 
• Manter a função pulmonar normal ou o mais próximo possível do normal 
• Prevenir as exacerbações 
• Minimizar os efeitos colaterais das medicações 
• Prevenir a mortalidade 
 
 
 
 
 OBS: Etapa 5 deve ser feita apenas nas situações em que - pacientes com asma não 
controlada na etapa 4, que tenham limitação de suas atividades diárias e frequentes 
exacerbações e que tenham sido exaustivamente questionados sobre a adesão ao 
tratamento 
 
Recursos terapêuticos para o tratamento de manutenção da asma 
 
 corticosteróide inalatório: Trata-se do principal medicamento utilizado no tratamento de 
manutenção, profilático e antiinflamatório. Reduz a freqüência e gravidade das 
exacerbações, o número de hospitalizações e de atendimentos nos serviços de emergência, 
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melhora a qualidade de vida, a função pulmonar e a hiperresponsividade brônquica, e 
diminui a broncoconstricção induzida pelo exercício. 
 Beta-agonistas de ação prolongada ( LABA): são utilizados em associação aos CI em 
pacientes acima de quatro anos, quando estes forem insuficientes para promover o controle 
da asma. Monoterapia com LABA deve ser sempre evitada. 
 Antagonistas de receptores de leucotrienos cisteínicos (antileucotrienos): Para alguns 
pacientes com asma persistente, os antileucotrienos (montelucaste e zafirlucaste) podem 
ser úteis como medicação substitutiva aos LABA e adicional à associação entre LABA e CI. 
 Teofilina: broncodilatador dotado de propriedades antiinflamatórias utilizado apenas 
como medicamento adicional e possui muitos efeitos colaterais. 
 Omalizumabe: O omalizumabe é um anticorpo monoclonal. Ocasiona marcada inibição da 
broncoconstricção induzida por alérgeno nas fases precoce e tardia da inflamação, 
acarretando redução da hiperresponsividade das vias aéreas. Recomendado para pacientes 
com asma alérgica. 
 
Recursos terapêuticos utilizados no resgate de sintomas agudos 
 
 Beta-2 agonistas inalatórios de curta duração: São os medicamentos de escolha para 
alívio dos sintomas de broncoespasmo durante as exacerbações agudas de asma e como 
pré-tratamento do broncoespasmo induzido por exercício. O aumento da necessidade é 
sinal de descontrole da asma. 
 
PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS FUTUROS: Atualmente, quatro parâmetros são 
reconhecidos e usados: 1) Prevenir instabilidade clínico-funcional: manter a asma 
controlada por longos períodos de tempo 2) Prevenir exacerbações da asma 3) Evitar a 
perda acelerada da função pulmonar ao longo dos anos 4) Minimizar os efeitos colaterais 
dos tratamentos utilizados. 
 
MANEJO DAS CRISES: Na maioria das vezes, ocorrem de forma gradual, com deterioração 
clínica progressiva em um período de 5-7 dias.As causas mais comuns são: infecções 
virais ou a exposição a alérgenos ambientais, seguindo-se poluição ambiental e exposição 
ocupacional ou a drogas, sendo as mais comuns os antiinflamatórios não esteroidais. 
 
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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES 
 
DIAGNÓSTICO FUNCIONAL: 
 - limitação ao fluxo de ar = Obstrução 
 - reversibilidade 
 - variabilidade 
 
BENEFÍCIOS DO CORTICÓIDE INALATÓRIO 
- reduz a freqüência e a gravidade das exacerbações 
- reduz n° de internações e procura a PS 
- melhora da qualidade de vida 
- melhora da função pulmonar e da HRB 
 
Exemplos: Budesonida, Fluticasona 
 
ASMÁTICO DE RISCO 
 Crise prévia com necessidade de VPM ou UTI 
 3 ou mais visitas à emergência ou 2 ou mais hospitalizações por asma nos últimos 12 meses 
 Uso frequente de corticóide sistêmico 
 Uso de 2 ou mais frascos de aerosol de broncodilatador/mês 
 Problemas psicossociais 
 Co-morbidades- Psiquiátricas/ CV 
 Asma lábil 
 Má percepção do grau de obstrução 
ASMA DE DIFÍCIL CONTROLE 
 Foi definida como a falta de controle da doença, quando são usadas as doses máximas 
recomendadas dos fármacos inalatórios prescritos. 
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 Só deve ser estabelecido após período variável de três a seis meses de minuciosa avaliação 
clínico-funcional, sendo essencial descartar doenças concomitantes ou que simulam asma. 
 São necessários pelo menos um critério maior e dois menores, acompanhamento mínimo 
de seis meses, exclusão de outros diagnósticos, avaliação e tratamento de fatores 
agravantes e certificar-se de que há boa adesão ao tratamento

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